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As palavras de Ana atingiram Olivia como um soco no estômago. Ela sentiu-se traída e magoada pela amiga, cujas palavras pareciam mais uma punhalada do que um conselho bem-intencionado.

— Pelo visto, você não sabe nada sobre mim, Ana. — respondeu Olivia, sua voz trêmula de raiva e mágoa. — Você está tão envolta na sua vida de luxo e privilégio, que não faz ideia do que é lutar todos os dias para sobreviver. Você tem tudo servido de bandeja pelo seu pai, enquanto eu estou aqui, lutando para pagar as contas com um salário de merda.

Olivia agarra em sua bolsa e caminha pesadamente em direção a porta. Antes que ela pudesse sair, ela se deu conta de que não havia exposto tudo o que pensa.

— Aliás, quando foi que você virou essa senhora puritana? Pelo que eu bem me lembro, era você que dormia com um homem diferente, TODO FINAL DE SEMANA!

Após gritar aquelas últimas palavras, Olivia saiu do apartamento e sequer esperou o elevador. Ela desceu os três lances de escada rapidamente e foi para o metrô, sentindo seu estomago revirar.

Olivia e Ana eram amigas há muito tempo. Então aquela não era a primeira e muito menos seria a última briga que elas teriam. Ainda irritada, Olivia já fazia planos de passar na padaria da esquina de casa e comprar cupcakes da desculpa. Era um ritual. Sempre que brigavam, uma delas compravam dois cupcakes e ofertava a desculpa. 

Ao chegar à loja de conveniência, Olivia tentou se concentrar em suas tarefas, afastando os pensamentos sobre a briga com Ana. Porém, enquanto organizava as prateleiras, ela avistou algo que fez seu estômago revirar.

Um cliente estava examinando um novo lote de sanduíches pré-embalados, e o cheiro do alimento parecia invadir todo o ambiente. Para muitos, aquele aroma era convidativo, mas para Olivia, era como se aquilo estivesse estragado há semanas.

Incapaz de suportar a sensação crescente de náusea, Olivia se viu correndo para o banheiro da loja, onde ela se ajoelhou diante do vaso sanitário, lutando contra a ânsia de vomitar. Não demorou para que o pouco do café da manhã, estivesse sendo vomitado.

— Olivia!? — Lily, uma colega de trabalho de Olivia, a olha da porta aberta. — O que aconteceu?

Olivia se senta no chão, sentindo todo o seu corpo tremer com calafrios e aquela vontade de vomitar ainda a consumindo.

— Não sei... eu senti um cheiro do sanduiche novo e aconteceu isso. Aquilo deve estar estragado.

Lily ergue uma sobrancelha e solta uma risada irônica.

— Ah... já sei o que é. Minha mãe estava com isso ano passado.

— Sério? — Olivia a olha. — E era grave?

— Nada, menina. Passou depois de alguns meses.

Olivia olhou para Lily com uma expressão preocupada misturada com incredulidade. Não podia ser exatamente o que ela estava pensando.

— É. — Lily diz, lendo o rosto da colega. — Minha mãe estava grávida. E pela sua cara, aposto que você também está.

31/12/2019 - Rio de Janeiro, Brasil. 

O sol mergulhava lentamente no horizonte do Rio de Janeiro, pintando o céu com tons de laranja e rosa enquanto os últimos raios de luz brincavam nas ondas do mar. Na Praia de Copacabana, a agitação da véspera de ano novo começava a tomar forma. Milhares de pessoas se reuniam, ansiosas para testemunhar a famosa queima de fogos que tornava a cidade ainda mais mágica naquela noite especial.

Entre a multidão, Jason percorria o calçadão, seu olhar contemplativo perdido nas águas cintilantes do oceano. Ele tinha uma aura de mistério, uma presença que intrigava aqueles ao seu redor e uma beleza que causava suspiro em várias pessoas. Seu passo era firme, mas seus pensamentos estavam longe, navegando por águas desconhecidas.

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