— Como, Ana? Eu estou grávida. Grávida! Eu não sei o que fazer...
Olivia se agarra ao abraço reconfortante de Ana, deixando suas lágrimas fluírem livremente.
— Não é o fim do mundo, Liv. Nós vamos encontrar uma maneira. Você é forte e corajosa, e não está sozinha nessa jornada. Eu estarei aqui para você, não importa o que aconteça. Vamos enfrentar isso juntas, como sempre fizemos. Você é capaz de lidar com qualquer desafio que a vida colocar em seu caminho, e com esse não será diferente.
— Obrigada... — Olivia sussurra entre soluços, sentindo-se grata por ter uma amiga tão incrível ao seu lado. — Eu não sei o que seria de mim sem você.
As palavras reconfortantes de Ana envolvem Olivia como um abraço caloroso em meio à tempestade de emoções que a consome. Ela se sente um pouco mais fortalecida pela fé e pelo apoio de sua amiga, sabendo que juntas elas podem superar qualquer obstáculo.
As amigas permaneceram sentadas no chão do banheiro, por mais algum tempo, até que Ana decidiu dar um basta.
— Vem, se levanta.
Olivia olhou para Ana, com os olhos inchados de tanto chorar. Com um suspiro, ela se levantou do chão do banheiro, apoiando-se na amiga para se equilibrar. Seus pensamentos ainda estavam tumultuados, mas ela sabia que precisava começar a enfrentar a realidade que agora se apresentava diante dela.
Ana a ajudou a se recompor, dando-lhe um sorriso encorajador antes de guiá-la para fora do banheiro. Juntas, elas retornaram para a sala de estar do apartamento, onde o clima pesado parecia pairar no ar.
— Precisamos conversar, Liv. Sobre o que faremos a partir de agora. — disse Ana, sentando-se ao lado dela no sofá.
Olivia assentiu, sentindo um nó se formar em sua garganta.
— Você sabe que tem opções. — Ana continua. — E só cabe a você, decidir.
— Está falando de aborto?
— Também. É sua decisão. Você pode querer ficar com ele, pode dar para adoção...
— Realmente tenho que pensar nisso hoje? — Olivia questiona, sentindo sua cabeça explodir. — É tão injusto pensar que duas pessoas tiveram uma noite de prazer casual e só uma irá arcar com a parte complicada disso.
Ana suspirou, compreendendo a angústia da amiga. Ela colocou uma mão reconfortante em seu ombro, transmitindo apoio silencioso.
— Pode não precisar fazer isso sozinha...
Ana solta aquela frase e se levanta, deixando Olivia sem entender nada. Alguns segundos depois, ela volta com seu notebook em mãos e aberto em uma rede social global.
— O nome dele é Jason, não é? — Olivia assente, ainda tentando entender onde aquela conversa vai levá-las. — E britânico... provavelmente de Londres. Não devem ter muitos Jasons em Londres. Nós podemos...
Tinha muitos Jasons em Londres. Milhares.
— O que pretendia fazer? — Liv pergunta, olhando a cara frustrada de sua amiga. — Iria olhar foto por foto, até eu reconhecê-lo?
Ana sorri sem graça. Era exatamente a ideia que ela teve. Ana solta uma risadinha, envergonhada pela sua ingenuidade momentânea.
— É... — ela larga o computador. — Pelo jeito não seria uma abordagem eficaz.
Olivia olha para Ana, apreciando o esforço da amiga em tentar encontrar uma solução para sua situação, mesmo que parecesse impossível.
— Obrigada, Ana. Por estar aqui por mim e por tentar ajudar.
— Sempre estarei aqui por você.
Para abstrair completamente a cabeça, as amigas decidem fazer pipoca e assistir comedias românticas. Qual era a melhor forma de chorar sem culpa, se não com filmes?
À medida que os dias se arrastavam, Olivia sentia o peso da indecisão pesar cada vez mais em seus ombros.
As noites eram mal dormidas, com pensamentos turbulentos invadindo sua mente, e os dias pareciam uma sequência interminável de incertezas e ansiedades. Ela passava horas pesquisando na internet sobre gravidez, maternidade, e todas as possíveis opções que tinha pela frente. Cada artigo, fórum e depoimento que lia oferecia uma perspectiva diferente, mas nenhum parecia fornecer a resposta definitiva que ela tanto buscava. Além disso, o fantasma de Jason continuava a assombrá-la. Ela se perguntava se ele se importaria, se aceitaria a criança, se estaria disposto a assumir a responsabilidade, caso tivesse a chance de encontrá-lo. Enquanto isso, Ana permanecia ao seu lado, oferecendo apoio incondicional e tentando encontrar maneiras de aliviar o fardo que Olivia carregava. Elas continuavam assistindo a filmes, rindo e chorando juntas, mas no fundo Olivia sabia que não podia fugir para sempre. Ela precisava tomar uma decisão. Um dia ensolarado, proporcionou a oportunidade perfeita para O
05/09/2023 — Daqui uma semana, você vai fazer três aninhos, meu amor! O que quer fazer? — hmmm... shopping! E brincar. Olivia sorri. Era óbvio que aquela seria a escolha. Não havia nada que o pequeno Ethan gostasse de fazer mais, do que ir ao shopping e brincar em pula-pulas. — Está combinado. — ela diz, beijando o baixo cabelo preto dele. — Mas agora a mamãe precisa ir trabalhar e você vai ficar com a tia Ana. Tudo bem? — Tia Ana faz pipoca? — Está muito cedo para comer pipoca, não acha? — Não... Ethan dá de ombros, brincando com o carro que estava em suas mãos. Olivia beija o menino no rosto e deixa o quarto que dividem, indo diretamente para a cozinha, onde Ana estava. Enquanto Ana terminava de preparar os ovos mexidos, Olivia começou a arrumar a mesa, colocando pratos, talheres e sucos frescos. — Você parece preocupada, Liv. — observou Ana, notando a expressão preocupada no rosto da amiga. — Aconteceu alguma coisa? Olivia suspirou, decidindo compartilhar suas preocup
Com passos pesados, ela deixou o escritório e saiu da loja, com a sensação de que seu mundo havia virado de cabeça para baixo. Depois de receber a notícia devastadora de sua demissão, Olivia voltou à área dos funcionários para reunir suas coisas do armário. Cada item que ela colocava na caixa parecia representar uma parte de sua vida na loja de conveniência que agora chegava ao fim. Seus pensamentos estavam turvos com a tristeza e a incerteza sobre o que o futuro reservava para ela e Ethan. Enquanto ela organizava suas coisas, Lily, uma colega de trabalho mais próxima, se aproximou com uma expressão preocupada. Ela sabia o que havia acontecido e queria oferecer algum conforto. — Liv, sinto muito ouvir sobre o que aconteceu. — disse Lily gentilmente, colocando uma mão no ombro de Olivia. — Olhe, eu sei que você tem o Ethan e precisa de um trabalho... não sei se você se importa, mas minha mãe trabalha em um prédio muito chique no centro, e eles estão procurando por uma faxineira...
05/01/2020 - Londres, Reino Unido Assim que as portas do elevador se abriram, Jason foi puxado de volta para a sua realidade. Não tinha meia hora que estava na cidade e já se encontrava pronto para fugir de novo. — Bom dia, senhor. — Jean, a secretária dele, o recepciona com um café. — Como foi sua viagem? Jason pega o café e caminha para a sua sala, com Jean em seu encalço. — Ótima. — Fico feliz. Os arquivos que precisam ser revisados e assinados, estão sobre a sua mesa, senhor Wentworth. — Tudo bem. Jean hesitou por um momento antes de continuar, observando o semblante sério de Jason. — Além disso, senhor, o lançamento do novo aplicativo está marcado para esta tarde. Todos estão ansiosos para ver como será recebido pelo público. Jason assentiu, fazendo uma nota mental para se manter atualizado sobre os preparativos para o lançamento. — Ótimo trabalho, Jean. Obrigado por manter tudo organizado. Antes que ele pudesse entrar em sua sala, Jean o chamou novamente. — Ah, e a
Quando a manhã chegou e o sol começou a iluminar o horizonte, Jason soube que era hora de partir. Ele não queria atrapalhar a vida de Olivia, nem criar expectativas que não poderia cumprir. Então, antes mesmo dela acordar, ele deixou o hostel silenciosamente, deslizando para fora de sua vida como uma sombra fugaz na madrugada. Ele só não imaginava que cinco dias depois, ainda estaria pensando nela. Jean irrompe a sala de Jason, ofegante, com uma expressão preocupada estampada no rosto. — Senhor, eu... preciso te contar algo urgente! — disse ela, ainda tentando recuperar o fôlego. Jason se virou para ela, surpreso com a interrupção tão abrupta. — O que aconteceu? — perguntou ele, preocupado com a urgência em sua voz. — É sobre o aplicativo que estamos prestes a lançar hoje... — começou Jean, hesitante. — Eu acabei de receber uma notícia... um aplicativo exatamente igual ao nosso foi lançado, e... — O que? Como isso é possível? Esse aplicativo é inovador, nunca tiveram ess
Seu vestido longo, de cor champanhe, exibia sua figura esbelta de forma graciosa, enquanto seus cabelos loiros caíam em ondas suaves sobre os ombros. Com um sorriso radiante, Emily cumprimentou os convidados com beijos nas bochechas e apertos de mão calorosos, demonstrando sua habilidade em navegar pelos círculos da alta sociedade com graça e charme. Ela exalava confiança e determinação, mostrando-se como a anfitriã perfeita para o evento beneficente. Ao se aproximar de Jason, Emily lançou um sorriso sedutor, seus olhos azuis brilhando com uma mistura de ternura e malícia. Ela colocou uma mão delicada em seu braço, transmitindo calor e familiaridade. — Jason, querido, que bom que você veio. — disse ela, sua voz suave e melodiosa. — Estava com tanta saudade. Quando Emily se aproximou para beijá-lo, Jason virou o rosto e colou seus lábios perto da orelha dela. — Minha presença aqui, não significa que a perdoei pelo que aconteceu. — Jason... — ela murmura, com a voz tremula.
Jason olhou para Emily com um olhar frio e distante, como se ela fosse uma completa estranha diante dele. — Primeiro, se levante desse chão. — ela faz o que ele pede, sem parar de forçar as lágrimas. — E o que quer dizer com a culpa é dele? — Brandon vem dando em cima de mim, há muito tempo. E óbvio, eu sempre o rejeitei. Mas naquele dia... — Emily suspira e se senta em sua cama. — Eu e você tínhamos brigado, porque eu queria muito ir a uma balada e você tinha que preparar os últimos arquivos do novo aplicativo e resolver algo sobre a patente. Brandon apareceu como se fosse o meu melhor amigo, me levou para a balada que eu queria e bebemos a noite toda. E aí... — Aí vocês transaram. — Não foi bem assim. — ela se defende. — Brandon e eu conversamos muito naquela noite. Ele me ouviu, como você já não fazia em meses... — Sobre o que conversaram? Emily o olha. — Qual a relevância disso? — Você saberá. — Jason ocupa o lugar ao lado dela. — É importante, Emy. Sobre o que fal
— Oh meu Deus... Me desculpe, eu... Assim que seus olhos se cruzaram com os da mulher a sua frente, Jason sentiu todo o ar deixar os seus pulmões. — Jason? — Olivia murmurou, tão chocada quanto ele. — Coisa linda... o que faz aqui? — Eu? — ela ri nervosamente. Jason era a última pessoa que ela esperava encontrar ali. — Eu moro nessa cidade. Pensei que você fosse de Londres. — E sou... eu só... — Jason suspira e solta uma risada. — Meu Deus, por que isso parece tão estranho? — Talvez porque a primeira e última vez em que nos vimos, foi há três anos atrás? Ou por que nos beijamos como dois apaixonados na hora da virada e transamos a noite inteira? Olivia gargalhou baixinho e colocou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. Jason se viu perdido em meio às lembranças daquela noite mágica, sentindo uma mistura de nostalgia e desejo. Ele olhou nos olhos de Olivia, perdendo-se no brilho do olhar castanho e intenso que ela tinha. — É, pode ser por isso... — ele respondeu, com um