6

— Como, Ana? Eu estou grávida. Grávida! Eu não sei o que fazer...

Olivia se agarra ao abraço reconfortante de Ana, deixando suas lágrimas fluírem livremente.

— Não é o fim do mundo, Liv. Nós vamos encontrar uma maneira. Você é forte e corajosa, e não está sozinha nessa jornada. Eu estarei aqui para você, não importa o que aconteça. Vamos enfrentar isso juntas, como sempre fizemos. Você é capaz de lidar com qualquer desafio que a vida colocar em seu caminho, e com esse não será diferente.

— Obrigada... — Olivia sussurra entre soluços, sentindo-se grata por ter uma amiga tão incrível ao seu lado. — Eu não sei o que seria de mim sem você.

As palavras reconfortantes de Ana envolvem Olivia como um abraço caloroso em meio à tempestade de emoções que a consome. Ela se sente um pouco mais fortalecida pela fé e pelo apoio de sua amiga, sabendo que juntas elas podem superar qualquer obstáculo.

As amigas permaneceram sentadas no chão do banheiro, por mais algum tempo, até que Ana decidiu dar um basta.

— Vem, se levanta.

Olivia olhou para Ana, com os olhos inchados de tanto chorar. Com um suspiro, ela se levantou do chão do banheiro, apoiando-se na amiga para se equilibrar. Seus pensamentos ainda estavam tumultuados, mas ela sabia que precisava começar a enfrentar a realidade que agora se apresentava diante dela.

Ana a ajudou a se recompor, dando-lhe um sorriso encorajador antes de guiá-la para fora do banheiro. Juntas, elas retornaram para a sala de estar do apartamento, onde o clima pesado parecia pairar no ar.

— Precisamos conversar, Liv. Sobre o que faremos a partir de agora. — disse Ana, sentando-se ao lado dela no sofá.

Olivia assentiu, sentindo um nó se formar em sua garganta.

— Você sabe que tem opções. — Ana continua. — E só cabe a você, decidir.

— Está falando de aborto?

— Também. É sua decisão. Você pode querer ficar com ele, pode dar para adoção...

— Realmente tenho que pensar nisso hoje? — Olivia questiona, sentindo sua cabeça explodir. — É tão injusto pensar que duas pessoas tiveram uma noite de prazer casual e só uma irá arcar com a parte complicada disso.

Ana suspirou, compreendendo a angústia da amiga. Ela colocou uma mão reconfortante em seu ombro, transmitindo apoio silencioso.

— Pode não precisar fazer isso sozinha... 

Ana solta aquela frase e se levanta, deixando Olivia sem entender nada. Alguns segundos depois, ela volta com seu notebook em mãos e aberto em uma rede social global.

— O nome dele é Jason, não é? — Olivia assente, ainda tentando entender onde aquela conversa vai levá-las. — E britânico... provavelmente de Londres. Não devem ter muitos Jasons em Londres. Nós podemos...

Tinha muitos Jasons em Londres. Milhares.

— O que pretendia fazer? — Liv pergunta, olhando a cara frustrada de sua amiga. — Iria olhar foto por foto, até eu reconhecê-lo?

Ana sorri sem graça. Era exatamente a ideia que ela teve. Ana solta uma risadinha, envergonhada pela sua ingenuidade momentânea.

— É... — ela larga o computador. — Pelo jeito não seria uma abordagem eficaz.

Olivia olha para Ana, apreciando o esforço da amiga em tentar encontrar uma solução para sua situação, mesmo que parecesse impossível.

— Obrigada, Ana. Por estar aqui por mim e por tentar ajudar.

— Sempre estarei aqui por você.

Para abstrair completamente a cabeça, as amigas decidem fazer pipoca e assistir comedias românticas. Qual era a melhor forma de chorar sem culpa, se não com filmes?

À medida que os dias se arrastavam, Olivia sentia o peso da indecisão pesar cada vez mais em seus ombros.

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