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As noites eram mal dormidas, com pensamentos turbulentos invadindo sua mente, e os dias pareciam uma sequência interminável de incertezas e ansiedades.

Ela passava horas pesquisando na internet sobre gravidez, maternidade, e todas as possíveis opções que tinha pela frente. Cada artigo, fórum e depoimento que lia oferecia uma perspectiva diferente, mas nenhum parecia fornecer a resposta definitiva que ela tanto buscava.

Além disso, o fantasma de Jason continuava a assombrá-la. Ela se perguntava se ele se importaria, se aceitaria a criança, se estaria disposto a assumir a responsabilidade, caso tivesse a chance de encontrá-lo.

Enquanto isso, Ana permanecia ao seu lado, oferecendo apoio incondicional e tentando encontrar maneiras de aliviar o fardo que Olivia carregava. Elas continuavam assistindo a filmes, rindo e chorando juntas, mas no fundo Olivia sabia que não podia fugir para sempre. Ela precisava tomar uma decisão.

Um dia ensolarado, proporcionou a oportunidade perfeita para Olivia e Ana fugirem um pouco da agitação da cidade e relaxarem na praia. Com suas toalhas estendidas na areia dourada e o som suave das ondas batendo na costa, elas se permitiram aproveitar um momento de tranquilidade.

Enquanto Olivia lia um livro sobre maternidade, Ana brigava com seu não namorado ao telefone.

— Você é um estúpido! — ela rosna, desligando em seguida. — Que ódio!

— O que ele fez? — Olivia sequer tira os olhos do livro. Ela conhecia a história a ser contada, já que se repetia sempre.

— Acredita que ele foi a balada ontem e não me contou? E PIOR! Eu vi por uma foto, aquele idiota beijando uma loira QUE NÃO SOU EU!

— Mentira...

— E SABE O PIOR? Ele teve a cara de PAU, de me falar que o amigo dele queria ficar com a amiga daquela mulher, mas que ele teria que beijar a loira também.

— Nossa... — Olivia solta uma risada sincera. — Ele realmente achou que você cairia nessa?

— POIS É!

Os pequenos surtos de Ana, chamavam a atenção de algumas pessoas para elas. Olivia se desculpa com alguma delas e sorri sem graça. Enquanto Ana continua tagarelando, Olivia viu uma mãe brincando com sua filha na beira d'água. A cena era simples, mas cheia de ternura e alegria. A mãe ria enquanto corria atrás da criança, que soltava gargalhadas contagiantes. Olivia não conseguiu desviar o olhar, sentindo uma mistura de emoções brotando em seu peito. 

Ela viu a conexão especial entre mãe e filha, a maneira como cuidadosamente a mãe segurava a mãozinha da criança enquanto caminhavam pela areia, e sentiu uma onda de calor e ternura invadir seu coração. Em meio ao barulho das ondas e ao riso das crianças ao redor, uma ideia começou a se formar na mente de Olivia.

Ela percebeu, com uma clareza surpreendente, que queria aquilo. Ela queria sentir o vínculo especial entre mãe e filho, queria experimentar o amor incondicional que aquela mãe irradiava por sua pequena. A cena na praia a fez perceber que, apesar de todos os desafios e incertezas que uma gravidez inesperada trazia, ela queria aquele laço, aquela conexão única que só uma mãe e seu filho podem compartilhar.

Olivia olhou para Ana ao seu lado, com os olhos brilhando de determinação e uma nova sensação de propósito surgindo em seu coração.

— Ei, Liv? — Ana chama, vendo lagrimas escorrer pelo rosto da amiga. — O que aconteceu?

— Eu quero.

— Quer o que, maluca? Bater no Antony? Eu deixo.

Olivia olha para Ana e sorri.

— Eu quero esse bebê. Quero ser a mãe dele.

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