Eu poderia acordar amanhã, com mais um problema em minhas costas, mas queria correr esse risco. Estava sentindo algo tão forte em relação a Oliver que não conseguia explicar, eu simplesmente olhei para ele e assenti, pedindo que ele continuasse. Seus olhos brilharam de um jeito que eu jamais havia visto, era algo totalmente novo para mim. Voltamos a nos beijar, desta vez com mais intensidade. Sua mão passeava pelo meu cabelo, segurando forte minha nuca, sua outra mão me puxava forte para mais perto o possível de si. Tudo aquilo era novo para mim, pois sentia borboletas voando pelo meu estômago, estava naquele momento no melhor lugar do mundo, nos braços de quem eu me sentia protegida. — Juro que tentei ficar longe de você, mas parece que você tem um ímã. — Oliver falava entre beijos e carinhos. — Toda vez que esperava uma má atitude sua, diante de minha estupidez, você me surpreendia com seu jeito doce e senso de justiça. Eu não sabia o que falar, tinha medo de dizer algo e estraga
Eram três e meia da manhã e acabamos de ver a câmera de segurança. O vagabundo do sequestrador estava totalmente vestido de preto, com boné e máscara, não podendo identificar a cara, mas eu sabia muito bem quem era. Já havia chamado a polícia, que já estava investigando as câmeras de segurança da estrada, e eu chamei mais cinco carros de segurança particular, de homens totalmente armados e de confiança. Logo um carro suspeito foi visto pelas câmeras, ao investigarmos a placa, descobrimos ser de um funcionário do hospital onde Aurora ficou internada. Eu estava angustiado. Selma já estava cuidando de Noah e eu peguei meu carro na tentativa de imaginar para onde aquele imbecil do padrasto havia levado-a. Eu tinha certeza de que era ele, já havia falado para a polícia de minha suspeita. Logo eles ligaram para a mãe de Aurora, que se justificou dizendo que o marido estava viajando a trabalho. Eu não sabia dizer se essa mulher estava acobertando o canalha do marido. Tanto que, após a
Acordei com uma dor de cabeça enorme, não conseguia me mexer direito, pois meu corpo também doía. Logo, flashes do que aconteceu vieram em minha memória, eu me desesperei. Abri mais meus olhos, desesperada, e percebi estar nua. — Não. Não pode ser! — Meus olhos já estavam marejados. Estava deitada num colchão velho, então consegui me sentar com muito esforço. Da minha cabeça corria sangue, como se estivesse ferida, avistei do lado do colchão minhas roupas. Mapeei o local e estava num tipo de quarto, tudo era imundo, escuro e com um cheiro forte de mofo. Me arrastei para pegar minhas roupas, mas logo a porta se abriu e eu vi meu pior pesadelo ali na minha frente. Ainda estava escuro, mas sabia que era ele. Uma luz de um candeeiro ou coisa assim se acendeu. — Enfim, acordou, achei que teria que me divertir com você dormindo. — Sandro, me solta! Você está louco? — Louco? — Gritou e se aproximou. — Olha para mim, Aurora, olha! — Se abaixou ao meu lado e aí sim vi seu rosto, ele tinh
— Senhor, tem um homem deitado no chão, perto daquela porta. — Algum sinal da Aurora? — Perguntei impaciente. — Não! — Estamos apenas esperando sua ordem para agir, vamos imobilizar aquele e entrar com todo o cuidado, pelos cômodos atrás da vítima e do outro sequestrador. — Então vamos, comecem imediatamente, eu irei junto. Os homens começaram a se aproximar mais da construção, Oliver já estava com sua arma em mãos também. Entraram e imobilizaram o primeiro homem, que era o dono do carro e funcionário do hospital. Fazendo apenas sinal, o capitão dos seguranças mandou todos se separarem e procurarem por Aurora. Oliver acompanhou um deles, andaram fazendo revista em vários quartos. Aquele lugar seria um hotel se a construção não tivesse sido abandonada, então o que não faltavam eram cômodos para revistar. — Aquela porta ali. Oliver disse, apontando para uma porta, no fundo, ele sentia ser ali que ela estava. Os dois, com cuidado, abriram a porta e ali viram uma cena g
Eu estava adentrando o quarto de Aurora, ela estava com os olhos fechados e inchados, me aproximei devagar, pensando que ela poderia estar dormindo. — Quem está aí? — Perguntou com a voz embargada. — Sou eu, Oliver. Me aproximei e toquei sua mão. — Eu não consigo abrir meus olhos. — Tudo bem, não precisa se esforçar. Os olhos dela estavam muito roxos, meu peito chegou a doer de tanta pena. Ela era uma pessoa tão doce, não merecia passar por algo assim na vida. — Oliver. — Apertou minha mão. — Obrigada pelo que fez por mim, se você não tivesse chegado naquele momento. — Logo uma lágrima desceu de seus olhos. — Eu não sei o que teria acontecido. — Ei, não pense mais nisso, tudo bem? Você está aqui e ficará tudo bem agora. — Não me deixa aqui sozinha, por favor. — Eu não vou a lugar algum. — Tinha um homem com ele, esse homem trabalha aqui, eu estou com medo, ele é primo do Sandro. — Primo? — Isso explicava algo. — Não se preocupe, ele também está preso. Não fica assim não, tu
Haviam se passado três dias após aquele horrível ocorrido, meus olhos ainda estavam inchados, mas conseguia abrir um pouquinho, meu corpo ainda estava dolorido, e havia hematomas por todo lado. Ainda me sinto mal, quando me lembro do Sandro, de suas agressões e de sua falta de pudor, me arrepio e chego a me desesperar. Mas quando me lembro de Oliver chegando e tirando aquele mostro de cima de mim, na hora em que ele tentaria me violar, eu me sinto aliviada, a psicóloga que está me acompanhando pediu que só pensasse nas coisas positivas, e estou focando nisso. Denise veio para a capital e está cuidando de Noah, ela tem sido minha companheira de todas as horas, me fazendo rir e esquecer as coisas ruins. A enfermeira que está cuidando de mim se chama Sara, ela já tem 45 anos e é muito prestativa também, tem sido maravilhosa, e quando nós três nos juntamos no quarto, só saem gargalhadas. Oliver, tem sido um amor comigo, eu não tenho palavras para expressar minha gratidão, por ele mov
— O quê? — Perguntei desacreditada. — Espera, antes de dar seu show, me deixe falar! — Era inacreditável. — Olha só para você, Aurora, está vivendo bem, morando numa mansão, passando férias na praia e transando com um homem podre de rico. — Mãe! — Tentava falar. — E eu? O que eu tenho? — Começou a chorar. — Primeiro, quando seu pai morreu me deixou sozinha cuidando de você, eu vivi como uma cachorra para não te deixar passar fome. — Mãe, pelo amor de Deus, são coisas totalmente diferentes. — Não, não são! — Gritou — Se o Sandro for preso, eu vou voltar de novo para a estaca 0, com uma criança para me responsabilizar, perderei o emprego, porque você sabe que estou lá graças a ele. Como manterei a casa? Como pagarei a escola da Alice? — Gritava histérica. — Para de gritar, mãe. Alice se assustou com os gritos e correu para ver o que era e, para minha surpresa, ela correu para os meus braços, assustada! — Você já está tendo a vida que sonhou, então pensa bem, se não for por mim, p
O preguiçoso do Noah já havia dormido outra vez, Denise estava sentada na varanda do quarto e eu fui ficar com ela. — O que está pensando, Denise? — Perguntei, porque ela estava com os olhos fixos no horizonte. — Nada, sabe? — Levantou-se e olhou para o mar. — Acredita em destino, Aurora? Sua pergunta me pegou de surpresa, eu não sabia o que responder. — Sei lá! — Me sentei. — Acredito em Deus e que ele tem propósitos nas nossas vidas, então acho que algumas pessoas chamam isso de destino, não é? — Eu acredito, sabe? — Se sentou ao meu lado. — Acho que tem pessoas que tem o destino traçado com outras, que aparecem no lugar certo e na hora certa. — Por que você fala isso? — Olha só para você, saiu fugida de casa, pegou a estrada a pé e apareceu assim de repente na fazenda, bem na hora em que o patrão precisaria de alguém para cuidar do Noah. — Se eu te contar uma coisa, sua teoria da conspiração vai crescer. — O quê? Não acredito que esconde algo de mim, dona Aurora! — Me adver