POV: AVRILCom um renovado senso de esperança, corri para o andar de cima e peguei o violão, junto com algumas das músicas que eu havia composto. O simples ato de segurá-las nas mãos me trouxe um conforto inesperado.Ao descer as escadas, o que vi me deixou sem fôlego. Meu pai estava parado, os braços cruzados, observando enquanto homens uniformizados carregavam grandes caixas para dentro do café. Dois deles estavam rasgando a lona da janela, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.— Quem são vocês e o que pensam que estão fazendo? — Corri em direção aos homens, minha voz carregada de indignação. — Ei, vocês não podem rasgar isso! Que atrevimento é esse?Antes que pudesse obter uma resposta, uma mulher elegante, com um ar autoritário, entrou pela porta. Seus olhos percorriam o ambiente com um misto de avaliação e aprovação.— Senhorita Fox? — Sua voz ressoou pelo local, cheia de confiança. — Sou Kimberly Preston, designer de interiores. Estamos aqui a mando do Sr. Stone. F
POV: ARCHER— Então, com a inclinação ideal para os trilhos da ferrovia e a tecnologia avançada que vocês oferecem, combinada com a construção do nosso império, conseguiremos reduzir significativamente o tempo e os custos. E, claro, o mais importante: garantiremos retornos substanciais com este projeto! — Concluí a reunião com uma confiança firme, enquanto aplausos ecoavam pela sala, vindos dos clientes chineses.— Excelente apresentação, Sr. Stone — comentou Zhou Hao, diretor comercial das empresas Fortex Ferrovias Internacional, com um leve aceno de cabeça, refletindo satisfação. — Agradecemos a compreensão do Império em ajustar o horário da reunião. Ainda estamos nos adaptando ao fuso horário.— Nós sempre nos adaptamos para oferecer o melhor aos nossos clientes, Sr. Hao. Espero que esta seja a primeira de muitas parcerias de sucesso! — Respondi com um sorriso calculado, estendendo a mão para um firme aperto de selamento.Ao final da reunião, enquanto a sala esvaziava, senti a pres
POV: AVRIL— Só pode ser brincadeira! — Minha voz ecoou pelo quarto enquanto eu encarava a tela do computador, sentindo uma onda de incredulidade e raiva me inundar. — Tenho que pedir permissão a ele para sair? Maldito controlador!Meu coração batia rápido, e minha respiração estava pesada enquanto pegava o celular, os dedos quase trêmulos de frustração. Comecei a digitar uma mensagem para Archer, meu sangue fervendo a cada palavra que aparecia na tela:"Essa cláusula é simplesmente absurda. Pedir permissão a você? Estamos assinando um contrato, Sr. Stone, não estou vendendo minha alma! Se você insiste nisso, então terá que ser uma via de mão dupla!"Enviei a mensagem, minha mão ainda tremendo enquanto relia o contrato. Cada linha parecia mais bizarra que a anterior. Meus olhos se fixaram em uma seção específica, e meu estômago revirou de indignação:"Após a assinatura do contrato, entrará em vigor imediatamente a mudança da Sra. Avril Fox para a mansão do Sr. Archer Stone, onde será
POV: AVRILA água do chuveiro caía sobre mim, mas não conseguia lavar a ansiedade que me consumia. Fechei os olhos e comecei a cantarolar, uma tentativa desesperada de afastar os pensamentos que se amontoavam em minha mente.— Archer é um homem de negócios. Ele não assassinaria a única pessoa que pode manter sua amada viva... — Ergui a cabeça, deixando a água quente do chuveiro escorrer sobre meu rosto enquanto mergulhava na melodia de uma das músicas que eu mesma havia composto:“Tudo ficará bem,Você disse, amanhã,Não chore,Não derrame uma lágrimaQuando você acordar,Ainda estarei aquiQuando você acordar,Combateremos seus medosE agora irei...Traga meu coração de voltaDeixe suas fotos sobre o chãoRoube minhas memórias de voltaNão posso mais suportar isso.Sequei minhas lágrimasE agora encaro os anosDo jeito que você me amouDesapareceram todas as lágrimas.”A cada verso, permiti que minhas lágrimas se misturassem com a água do chuveiro, como se a melodia fosse a única man
POV: ARCHERNo momento em que estava dirigindo, meu celular começou a tocar insistentemente, o nome do médico responsável pelos cuidados de Willow, minha noiva, brilhando na tela. Uma sensação de gelo percorreu minha espinha antes mesmo de atender.— Sr. Stone? — A voz do médico estava carregada de hesitação. — Receio ter que informá-lo que a condição da Sra. Willow piorou drasticamente. Precisamos realizar uma transfusão de emergência. O placebo... não está mais surtindo efeito.Apertei o volante com força, tentando manter a calma.— Quais são as opções? — Minha voz saiu firme, mas eu sabia que ele não tinha boas notícias.— No momento, a única coisa que pode ajudá-la é a transfusão. — O médico parecia medir cada palavra. — Temos algum doador viável?Soltei um suspiro pesado, desviando o carro em direção à cafeteria. A urgência em sua voz fazia meu coração acelerar ainda mais.— Estou resolvendo isso... — respondi.— Sr. Stone, não temos mais tempo. Ela já teve uma parada cardíaca ho
POV: ARCHER— Aqui é enorme, está tentando compensar algo? — Ela riu, o som leve e provocador. Inclinei-me, abrindo a porta para que ela entrasse, e ela acrescentou com uma piscadela: — Talvez a falta de humor?Assim que cruzamos o limiar da casa, percebi uma figura familiar correndo dos fundos em nossa direção. Era Neandra, seus olhos estavam vermelhos e inchados, com a maquiagem borrada pelo choro incessante. As mãos tremiam e sua pele estava pálida, quase fantasmagórica. Ela parou bem à minha frente, ofegante, com a raiva queimando em seu semblante.— Onde você estava enquanto minha filha estava aqui, quase morrendo? — A voz dela explodiu em um grito que reverberou pelos corredores. — Minha garotinha teve uma parada cardíaca! Ela quase não sobreviveu, e você estava por aí...Ela parou olhando para além de mim, as sobrancelhas juntas mexendo as mãos agitadas.— E quem é essa mulher atrás de você? — A voz de Neandra tornou-se aguda, quase cortante. — Minha filha morrendo, e você apar
POV: ARCHER— Bem, nas condições da Sra. Willow, ela não precisa apenas do sangue. — Dr. Victor hesitou por um momento, escolhendo as palavras com cuidado. — Ela precisará de um transplante de medula óssea também. Podemos coletar o sangue da Srta. Avril para testá-lo, e se passar na avaliação, realizaremos a doação e o transplante das células-tronco. — Ele explicou, mantendo seus olhos fixos em Avril, como se estivesse aguardando sua aprovação. — Já realizamos as sessões de quimioterapia. Sua noiva está pronta para o procedimento, mas precisamos agir rápido.Avril, que até então observava em silêncio, mordeu o lábio inferior, absorvendo as informações. Ela deu um passo à frente, se afastando da parede de vidro que a separava de Willow.— E... isso dói? — Indagou avaliando o médico, enquanto se aproximava de nós. — Vou poder andar após a coleta do líquido espinhal?— Vejo que a senhorita fez sua lição de casa. — Victor esboçou um leve sorriso, admirando-a. — Você precisará de um ou doi
POV: AVRILAdentramos em uma sala estéril, A enfermeira, uma mulher de olhar atento e gestos precisos, me conduziu até uma pequena sala de troca, onde vesti um avental hospitalar. Em seguida, fui guiada a uma cama confortável, com lençóis brancos impecáveis. A enfermeira, eficiente em seus movimentos, ajustou o apoio de braço e começou a preparar os materiais para a coleta de sangue. Com mãos habilidosas, ela rapidamente inseriu a agulha, e os tubos começaram a se encher com o líquido vermelho. Enquanto o fazia, ela explicou com uma calma tranquilizadora:— Vamos realizar alguns testes de coagulação e verificar o estado geral da sua saúde.— Isto é realmente necessário? Achei que não tínhamos tempo. — Comentei, avaliando-a.A enfermeira, sem perder a compostura, respondeu com a mesma serenidade profissional:— E estamos, mas precisamos ter certeza de que sua doação irá salvá-la e não causar complicações. — Seus olhos encontraram os meus por um breve momento, antes de ela concluir a co