POV: AVRILAdentramos em uma sala estéril, A enfermeira, uma mulher de olhar atento e gestos precisos, me conduziu até uma pequena sala de troca, onde vesti um avental hospitalar. Em seguida, fui guiada a uma cama confortável, com lençóis brancos impecáveis. A enfermeira, eficiente em seus movimentos, ajustou o apoio de braço e começou a preparar os materiais para a coleta de sangue. Com mãos habilidosas, ela rapidamente inseriu a agulha, e os tubos começaram a se encher com o líquido vermelho. Enquanto o fazia, ela explicou com uma calma tranquilizadora:— Vamos realizar alguns testes de coagulação e verificar o estado geral da sua saúde.— Isto é realmente necessário? Achei que não tínhamos tempo. — Comentei, avaliando-a.A enfermeira, sem perder a compostura, respondeu com a mesma serenidade profissional:— E estamos, mas precisamos ter certeza de que sua doação irá salvá-la e não causar complicações. — Seus olhos encontraram os meus por um breve momento, antes de ela concluir a co
POV: ARCHERFiquei olhando para a foto em silêncio, minha mente girando em mil direções enquanto esfregava a testa, tentando entender. Por que fariam isso com minha mãe? Por que não querem Avril em minha vida? Nada disso fazia sentido. Antes que eu pudesse processar, Jasper entrou apressado, trazendo um investigador particular.— Viemos o mais rápido que pudemos. O que aconteceu? — perguntou meu amigo, alarmado, ao notar a tensão no ar. Empurrei a caixinha em sua direção.— Puta merda, isso... isso é uma orelha de verdade? — Jasper exclamou, o choque estampado em seu rosto.— O que você acha, Jasper? — respondi, irritado, dando de ombros. — Você acha que eu teria chamado você aqui se fosse falsa?— Sr. Stone, você tocou nisso? — indagou o investigad
POV: AVRILQuando me disseram que sentiria uma forte pressão, não estavam exagerando. A sensação era agoniante, apesar de não ser dolorosa. Quando o procedimento terminou, me instruíram a ficar deitada, evitando qualquer esforço para me levantar. Não percebi o quão exausta estava até que o sono me venceu.Acordei com uma leve carícia no rosto, seguida por dedos deslizando suavemente pelos meus cabelos. Despertei sobressaltada, encontrando aqueles olhos profundos fixos em mim.— O que está fazendo? — Falei de maneira ríspida, mexendo-me bruscamente para tentar levantar da cama. Uma pontada aguda na lombar me fez soltar um gemido involuntário. Droga!— Fique quieta. Você não pode se mover assim, acabou de fazer uma punção. — Archer trovejou, aproximando-se rapidamente.
POV: ARCHEREmpurrei a cadeira de rodas de Avril, ignorando seus protestos e sua relutância evidente. Paramos no topo da escada, e me coloquei à sua frente, pronto para erguê-la nos braços, mas ela rapidamente me rejeitou.— Você não pode subir escadas sozinha — expliquei, lutando para manter a pouca paciência que me restava.— E nessa mansão gigantesca, não há um quarto no térreo que eu possa usar temporariamente, ou um elevador? Olha o tamanho deste lugar! — ela retrucou, teimosa, agarrando-se firmemente às alças da cadeira.— Por que precisa ser tão obstinada, Avril? Só vou te levar para cima. Não há quartos aqui embaixo, e nem elevador. Sou bilionário, não sedentário; gosto de escadas — retruquei, encarando-a com firmeza. — Solte a cad
POV: AVRILEsperei até que ele saísse, só então conseguindo respirar com mais liberdade. Era difícil aceitar toda aquela situação, a proximidade forçada, a constante tensão no ar. Archer agia como se realmente se preocupasse, mas ao perceber que ele havia questionado o médico sobre sua noiva e solicitado um relatório detalhado, algo disparou em minha mente, um alarme ensurdecedor. Era como se todas as pessoas em sua vida não passassem de meras transações, peças em um tabuleiro de negócios.Meu celular vibrou, interrompendo meus pensamentos. Peguei-o da cabeceira da cama e vi a notificação do banco: Archer havia depositado a mensalidade. Soltei um suspiro, apertando o aparelho com um leve sorriso no rosto.— Certo, Avril, isto é, pelos seus pais — murmurei para mim mesma, tentando reforç
POV: ARCHERAvril Fox estava me tirando do sério, mas não da maneira explosiva que eu costumava lidar. Estar próximo a ela trazia à tona memórias e sentimentos que jurei ter enterrado profundamente. Sua intensidade, sua rebeldia, faziam brotar em mim um desejo incontrolável de dominá-la de maneiras que eu sabia que jamais poderia permitir-me, não depois de tudo que aconteceu, e especialmente não com o ódio evidente que ela nutria por mim.— E especialmente não estando noivo de outra — murmurei, cerrando os punhos com frustração, enquanto me dirigia à cúpula onde Willow estava internada.Adentrei o ambiente esterilizado, preenchendo a ficha de controle de visita e vestindo o traje especial. A imunidade de Willow estava perigosamente baixa, e todo cuidado era essencial. Ao entrar na sala, encontrei Neandra ao lado de sua
POV: ARCHERAo empurrar a porta do banheiro, fiquei surpreso ao vê-la desmaiada dentro do box, a água caindo sobre seus cabelos encharcados. Em passos largos, me aproximei, agachando-me ao lado dela e a peguei com cuidado. Um leve corte na testa chamava minha atenção, o sangue misturando-se à água que escorria.— Que merda, por que você tem que ser tão teimosa? — sussurrei, mais para mim mesmo do que para ela. Avril tentou responder, murmurando algo indecifrável, mas seu corpo estava mole, sua pele escaldante ao toque. — Está com febre.Constatei, enquanto ela, mesmo fraca, tentava lutar para sair dos meus braços. Acariciei seu rosto com gentileza e a deitei na cama, pegando o telefone e ligando diretamente para o médico da cúpula, ordenando que viesse imediatamente. Ao desligar, notei sua agitação, talvez causada p
POV: AVRILLentamente, abri os olhos e levei as mãos à testa. Minha cabeça latejava, e minha visão estava embaçada. O som rítmico de teclas sendo pressionadas chamou minha atenção, e, franzindo o cenho, percebi que Archer Stone estava sentado confortavelmente em uma poltrona, digitando em seu notebook, bem em frente à minha cama.— O que você está fazendo aqui? — minha voz saiu rouca, cada palavra arranhando minha garganta, deixando um gosto amargo na boca.Ele ergueu os olhos, colocando o laptop de lado e se levantando. Sem dizer nada, ele se aproximou e encheu um copo com água, entregando-o a mim.— Não se esforce — disse ele, a voz grave, mas com um tom genuíno de alerta. — Consegue se lembrar do que aconteceu? Sente alguma dor na lombar ou na cabeça?—