POV: ARCHER
Empurrei a cadeira de rodas de Avril, ignorando seus protestos e sua relutância evidente. Paramos no topo da escada, e me coloquei à sua frente, pronto para erguê-la nos braços, mas ela rapidamente me rejeitou.
— Você não pode subir escadas sozinha — expliquei, lutando para manter a pouca paciência que me restava.
— E nessa mansão gigantesca, não há um quarto no térreo que eu possa usar temporariamente, ou um elevador? Olha o tamanho deste lugar! — ela retrucou, teimosa, agarrando-se firmemente às alças da cadeira.
— Por que precisa ser tão obstinada, Avril? Só vou te levar para cima. Não há quartos aqui embaixo, e nem elevador. Sou bilionário, não sedentário; gosto de escadas — retruquei, encarando-a com firmeza. — Solte a cad
POV: AVRILEsperei até que ele saísse, só então conseguindo respirar com mais liberdade. Era difícil aceitar toda aquela situação, a proximidade forçada, a constante tensão no ar. Archer agia como se realmente se preocupasse, mas ao perceber que ele havia questionado o médico sobre sua noiva e solicitado um relatório detalhado, algo disparou em minha mente, um alarme ensurdecedor. Era como se todas as pessoas em sua vida não passassem de meras transações, peças em um tabuleiro de negócios.Meu celular vibrou, interrompendo meus pensamentos. Peguei-o da cabeceira da cama e vi a notificação do banco: Archer havia depositado a mensalidade. Soltei um suspiro, apertando o aparelho com um leve sorriso no rosto.— Certo, Avril, isto é, pelos seus pais — murmurei para mim mesma, tentando reforç
POV: ARCHERAvril Fox estava me tirando do sério, mas não da maneira explosiva que eu costumava lidar. Estar próximo a ela trazia à tona memórias e sentimentos que jurei ter enterrado profundamente. Sua intensidade, sua rebeldia, faziam brotar em mim um desejo incontrolável de dominá-la de maneiras que eu sabia que jamais poderia permitir-me, não depois de tudo que aconteceu, e especialmente não com o ódio evidente que ela nutria por mim.— E especialmente não estando noivo de outra — murmurei, cerrando os punhos com frustração, enquanto me dirigia à cúpula onde Willow estava internada.Adentrei o ambiente esterilizado, preenchendo a ficha de controle de visita e vestindo o traje especial. A imunidade de Willow estava perigosamente baixa, e todo cuidado era essencial. Ao entrar na sala, encontrei Neandra ao lado de sua
POV: ARCHERAo empurrar a porta do banheiro, fiquei surpreso ao vê-la desmaiada dentro do box, a água caindo sobre seus cabelos encharcados. Em passos largos, me aproximei, agachando-me ao lado dela e a peguei com cuidado. Um leve corte na testa chamava minha atenção, o sangue misturando-se à água que escorria.— Que merda, por que você tem que ser tão teimosa? — sussurrei, mais para mim mesmo do que para ela. Avril tentou responder, murmurando algo indecifrável, mas seu corpo estava mole, sua pele escaldante ao toque. — Está com febre.Constatei, enquanto ela, mesmo fraca, tentava lutar para sair dos meus braços. Acariciei seu rosto com gentileza e a deitei na cama, pegando o telefone e ligando diretamente para o médico da cúpula, ordenando que viesse imediatamente. Ao desligar, notei sua agitação, talvez causada p
POV: AVRILLentamente, abri os olhos e levei as mãos à testa. Minha cabeça latejava, e minha visão estava embaçada. O som rítmico de teclas sendo pressionadas chamou minha atenção, e, franzindo o cenho, percebi que Archer Stone estava sentado confortavelmente em uma poltrona, digitando em seu notebook, bem em frente à minha cama.— O que você está fazendo aqui? — minha voz saiu rouca, cada palavra arranhando minha garganta, deixando um gosto amargo na boca.Ele ergueu os olhos, colocando o laptop de lado e se levantando. Sem dizer nada, ele se aproximou e encheu um copo com água, entregando-o a mim.— Não se esforce — disse ele, a voz grave, mas com um tom genuíno de alerta. — Consegue se lembrar do que aconteceu? Sente alguma dor na lombar ou na cabeça?—
POV: AVRIL— Avril! — Seus olhos brilharam perigosamente, ele deu um passo à frente, a tensão entre nós atingindo um ponto crítico. Antes que ele pudesse se aproximar mais, peguei o copo com suco na cabeceira e o joguei em seu rosto, a bebida escorrendo por sua pele.— Não o quero aqui, nem por perto, a menos que seja estritamente necessário! — Minha voz saiu firme, cada palavra carregada de uma determinação que deixava claro que, apesar de estar em sua casa e ter aceitado seu acordo, eu não era propriedade dele.— Ótimo! — Archer esbravejou, passando o dorso da mão pelo rosto molhado, a irritação transparecendo em cada gesto. — Mas terá que se acostumar com a droga da minha presença, Avril Fox. Quer goste ou não, agora você é minha querida noivinha feliz.—
POV: AVRIL— Uma parte? — A voz de Corand mudou ligeiramente, o interesse evidente ao telefone. — Quanto?— Trinta mil! — respondi, mordendo os lábios, ciente de que esse valor não seria suficiente nem para cobrir a dívida.— Está de brincadeira comigo, Sra. Fox? — Corand gritou, sua voz reverberando pelo telefone, me fazendo encolher. Ao fundo, ouvi meu pai gritar, como se estivesse sendo torturado novamente.— Por favor, Corand, não o machuque mais! — Gritei, minha voz quebrada pelo desespero. — Vou te mandar esses trinta mil agora, e até o final do mês te enviarei mais cinquenta mil. Por favor, deixe-o ir. Você já arrancou o dedo dele... Ele precisa ir ao hospital!Soluçando, tentei me mover, cada passo uma tortura, enquanto pontadas de dor atravessavam minha lombar. Uma leve tontura turvou minha visão, e, sentindo meu corpo fraquejar, encostei a testa na parede, lutando para não desmoronar. — Por favor, me dê um tempo para me recuperar. Vou cumprir com a minha parte do acordo.— A
POV: ARCHERSai em meio a noite para uma de minhas corridas noturnas, gostava de dar voltas pela casa e ir em direção ao jardim, refrescava a mente a cada passada, conseguia clarear a mente. Ao passar em frente ao seu quarto, notei a porta se abrindo e seu pequeno corpo batendo de encontro com o meu, amparei antes que caísse sentindo os tremores percorrerem por sua pele arrepiada. Avril ergueu os olhos azuis intensos fitando-me com intensidade, notei a vermelhidão em volta como se ela tivesse chorado, questionei-me sentia dores ao ponto de levá-la a lágrimas ou se havia rompido sua relação e isto a tivesse afetado!Em nossos embates, ficou claro seu anseio em correr em direção ao homem que valia a sua dor, talvez, a pessoa que um dia eu já fora para ela e isto me incomodou, de um jeito inesperado. Incapaz de me conter, indaguei:— Você o ama? — As palavras escaparam an
POV: ARCHERAvril, tomada pelo desespero, tentou correr em direção ao pai, mas eu a contive, segurando firmemente seus ombros. Senti seu corpo tremer sob minhas mãos, a tensão e o medo irradiando dela como uma onda sufocante.— Me solta, Archer! Preciso ajudá-lo! — Gritou ela, alarmada e agitada, lutando contra meu aperto, seu desespero visível em cada movimento.Ela lutou contra meu aperto, mas sua força parecia esvair-se diante da cena que se desenrolava à nossa frente. Andrew estava visivelmente ferido, e eu precisava garantir que Avril não agisse impulsivamente, colocando-se em risco também.— Vamos o ajudar, porém, você não está em condições de erguê-lo. — Reforcei, batendo no vidro do carro para o motorista descer. — Me ajude a colocá-lo no carro, vamos levá-lo ao hospital.