POV: AVRIL
Lentamente, abri os olhos e levei as mãos à testa. Minha cabeça latejava, e minha visão estava embaçada. O som rítmico de teclas sendo pressionadas chamou minha atenção, e, franzindo o cenho, percebi que Archer Stone estava sentado confortavelmente em uma poltrona, digitando em seu notebook, bem em frente à minha cama.
— O que você está fazendo aqui? — minha voz saiu rouca, cada palavra arranhando minha garganta, deixando um gosto amargo na boca.
Ele ergueu os olhos, colocando o laptop de lado e se levantando. Sem dizer nada, ele se aproximou e encheu um copo com água, entregando-o a mim.
— Não se esforce — disse ele, a voz grave, mas com um tom genuíno de alerta. — Consegue se lembrar do que aconteceu? Sente alguma dor na lombar ou na cabeça?
—
POV: AVRIL— Avril! — Seus olhos brilharam perigosamente, ele deu um passo à frente, a tensão entre nós atingindo um ponto crítico. Antes que ele pudesse se aproximar mais, peguei o copo com suco na cabeceira e o joguei em seu rosto, a bebida escorrendo por sua pele.— Não o quero aqui, nem por perto, a menos que seja estritamente necessário! — Minha voz saiu firme, cada palavra carregada de uma determinação que deixava claro que, apesar de estar em sua casa e ter aceitado seu acordo, eu não era propriedade dele.— Ótimo! — Archer esbravejou, passando o dorso da mão pelo rosto molhado, a irritação transparecendo em cada gesto. — Mas terá que se acostumar com a droga da minha presença, Avril Fox. Quer goste ou não, agora você é minha querida noivinha feliz.—
POV: AVRIL— Uma parte? — A voz de Corand mudou ligeiramente, o interesse evidente ao telefone. — Quanto?— Trinta mil! — respondi, mordendo os lábios, ciente de que esse valor não seria suficiente nem para cobrir a dívida.— Está de brincadeira comigo, Sra. Fox? — Corand gritou, sua voz reverberando pelo telefone, me fazendo encolher. Ao fundo, ouvi meu pai gritar, como se estivesse sendo torturado novamente.— Por favor, Corand, não o machuque mais! — Gritei, minha voz quebrada pelo desespero. — Vou te mandar esses trinta mil agora, e até o final do mês te enviarei mais cinquenta mil. Por favor, deixe-o ir. Você já arrancou o dedo dele... Ele precisa ir ao hospital!Soluçando, tentei me mover, cada passo uma tortura, enquanto pontadas de dor atravessavam minha lombar. Uma leve tontura turvou minha visão, e, sentindo meu corpo fraquejar, encostei a testa na parede, lutando para não desmoronar. — Por favor, me dê um tempo para me recuperar. Vou cumprir com a minha parte do acordo.— A
POV: ARCHERSai em meio a noite para uma de minhas corridas noturnas, gostava de dar voltas pela casa e ir em direção ao jardim, refrescava a mente a cada passada, conseguia clarear a mente. Ao passar em frente ao seu quarto, notei a porta se abrindo e seu pequeno corpo batendo de encontro com o meu, amparei antes que caísse sentindo os tremores percorrerem por sua pele arrepiada. Avril ergueu os olhos azuis intensos fitando-me com intensidade, notei a vermelhidão em volta como se ela tivesse chorado, questionei-me sentia dores ao ponto de levá-la a lágrimas ou se havia rompido sua relação e isto a tivesse afetado!Em nossos embates, ficou claro seu anseio em correr em direção ao homem que valia a sua dor, talvez, a pessoa que um dia eu já fora para ela e isto me incomodou, de um jeito inesperado. Incapaz de me conter, indaguei:— Você o ama? — As palavras escaparam an
POV: ARCHERAvril, tomada pelo desespero, tentou correr em direção ao pai, mas eu a contive, segurando firmemente seus ombros. Senti seu corpo tremer sob minhas mãos, a tensão e o medo irradiando dela como uma onda sufocante.— Me solta, Archer! Preciso ajudá-lo! — Gritou ela, alarmada e agitada, lutando contra meu aperto, seu desespero visível em cada movimento.Ela lutou contra meu aperto, mas sua força parecia esvair-se diante da cena que se desenrolava à nossa frente. Andrew estava visivelmente ferido, e eu precisava garantir que Avril não agisse impulsivamente, colocando-se em risco também.— Vamos o ajudar, porém, você não está em condições de erguê-lo. — Reforcei, batendo no vidro do carro para o motorista descer. — Me ajude a colocá-lo no carro, vamos levá-lo ao hospital.
POV: ARCHER— Sr. Cooper, eu já me perguntava quando o desgraçado do ex-detetive apareceria para alimentar as especulações ridículas da mídia. — Falei com frieza, girando nos calcanhares para encará-lo de longe, mantendo um meio sorriso sarcástico nos lábios. — Se gosta tanto de conspirar, talvez devesse considerar mudar de carreira, já que você mesmo afundou a sua.— Sr. Stone, pode sorrir como se tivesse vencido, mas você e eu sabemos por que minha carreira foi interrompida. — Henry respondeu, um tique nervoso contraindo o canto de seus olhos. — É só uma questão de tempo até a verdade vir à tona!— Isso foi uma ameaça ou apenas mais uma tentativa patética de me desestabilizar? — Dei um passo à frente, aproximando-me da barreira de segurança do
POV: AVRILDespertei encarando um teto branco, meus olhos lentamente percorrendo a sala até se fixarem na bolsa de soro pendurada ao meu lado.— Eu desmaiei? — Sussurrei, virando abruptamente em direção à sua voz firme.— Desmaiou, de novo. — Archer respondeu, parado em pé, com uma mão pensativa no queixo e a outra no bolso. — Estou começando a achar que deveria ter incluído no contrato uma cláusula para mantê-la presa à cama até se recuperar completamente após cada procedimento.— Gostaria de ver você me fazer assinar essa idiotice! — Retruquei, puxando o corpo para sentar-me, enquanto olhava ao redor. De repente, tudo voltou à memória, e meu cenho se franziu. — Meu pai, onde ele está?Ameacei levantar-me, mas Archer foi mais r&aa
POV: AVRIL— Há repórteres rondando o hospital. Quando saímos daqui você vai se declarar como minha prima, Avy Stone. — Como se tivesse percebido suas ações, Archer mudou o tom e postura mudando o assunto.— Vai usar o apelido que costumava me chamar? Por que não usar meu nome verdadeiro? — Perguntei, franzindo o cenho.— Se usarmos seu nome verdadeiro, eles vão investigar e expor sua vida. É isso que você quer? — Archer colocou o travesseiro na ponta da cama, sua expressão séria.— Não. — Suspirei, refletindo. — Mas poderíamos pensar em outro nome, algo que não sugira tanta intimidade.— Já enviei uma nota ao jornal com esse nome. Não temos como mudar agora. — Archer começou a caminhar lentamente de um lado para o outro
POV: AVRILOs dias passaram arrastados após minha total recuperação. Na sala de doação, como eles chamavam aqui, eu havia finalizado mais uma doação de bolsa de sangue e tomava o soro com as vitaminas.— Sinto-me como uma vampira, mas ao invés de sugar sangue, sou eu quem está sendo drenada — comentei, vendo Archer me lançar um olhar divertido. Ele insistia em estar sempre por perto, como uma sombra. Será que tinha medo de que eu fugisse no meio da coleta? Suas atitudes eram sempre estranhas.— Então, você seria a presa de um vampiro, um petisco, para ser mais exato — disse ele, enquanto mordia uma maçã que deveria ser minha após o procedimento.— Sério? Além de roubar minha comida, você não tem nada mais de CEO para fazer? Negócios para fech