POV: AVRILTomei o cigarro de sua boca e joguei-o pela janela.— Foi indelicado de sua parte. — disse ele, com um tom de desagrado.— Indelicado é você invadir meu carro, me assustar, especular sobre seja lá o que for isso e ainda querer fumar aqui dentro com esse seu bafo de cachaça! — gritei, semicerrando os olhos, passando as mãos pelos cabelos. — Sai fora, já tive desgastes demais para um dia!— Irei em breve, mas antes, me diga... O que seu ex-namorado queria com você? — Henry inclinou-se para frente, me avaliando minuciosamente. — Parece que a visita dele não a agradou muito.— O que você realmente quer comigo, investigador? — Cruzei os braços, afastando-me para mais perto do volante. — Tive um dia longo, só quero ir para casa.— Eu quero uma aliada. — ele piscou divertido.— Aliada para quê? — Arqueei uma sobrancelha, questionadora.— Para derrubar a família Stone e fazê-los pagar por tudo o que nos fizeram! — Seus olhos brilharam com um misto de raiva e satisfação, como se já
POV: ARCHER— O que você faz aqui? — Ele gritou, a voz rasgando o silêncio. Arfou em seguida, pressionando as mãos contra as costelas, como se tentasse conter uma dor insuportável. Notei as escoriações em sua face, o olho roxo e inchado, a boca cortada que mal conseguia esconder a angústia. — O que você quer com a minha filha? Fique longe dela, seu maldito crédito engravatado!— Não tenho tempo para suas lamentações. Onde ela está? — Minha voz soou como um trovão, mais firme e carregada de autoridade, enquanto mantinha as mãos no bolso, demonstrando uma calma que contrastava com a fúria que ele exalava. Estava prestes a insistir quando ouvi uma voz surpresa vindo de minhas costas.— Sr. Stone, o que faz aqui? — A voz suave e hesitante de Avril irrompeu dentro do pequeno ambiente, me fazendo virar rapidamente. Ela estava parada à porta, a figura dela uma mescla de surpresa e receio. O cabelo, de uma forma estranhamente deliberada, cobria o lado esquerdo de seu rosto, como se quisesse e
POV: ARCHEREu a observei por um momento, minha mente processando a implicação de suas palavras. Desviei o olhar para Jasper, que, ao perceber a tensão crescente, passou as mãos pelos cabelos em um gesto nervoso antes de assoviar baixo e sair do café, nos deixando a sós. O pai de Avril, porém, permaneceu vigilante, seus olhos fixos em nós.Dei um passo à frente, diminuindo a distância entre nós até estar próximo o suficiente para que apenas ela ouvisse minhas palavras. Sussurrei com uma intensidade que deixava claro que eu não estava brincando:— Por dois anos, você vai me pertencer, Avril Fox. Então, não, você não pode ter um namorado, porque para todos os efeitos, você será minha esposa.O desafio em seus olhos ficou mais evidente, misturado agora com um toque de diversão, como se a situação a entretivesse de alguma forma.— Se eu assinar o contrato, Sr. Stone — respondeu ela, cruzando os braços e inclinando a cabeça ligeiramente para o lado, um gesto que só aumentava o desafio —, a
POV: AVRIL— Pense no que te disse. Aqui está o meu contato, me ligue sempre que precisar. — A voz grave do investigador ecoou no silêncio do carro enquanto ele saía, deixando para trás um rastro de preocupação. Observei enquanto ele se dirigia à boate, a sombra dele desaparecendo na penumbra do final de tarde e início de noite.— Claro, porque minha vida já não está suficientemente complicada com os problemas que carrego. — Resmunguei, sentindo o peso das palavras enquanto lançava o cartão de Henry dentro do porta-luvas com um movimento brusco. As pontas dos meus dedos tremiam levemente ao tocar o volante. — Archer seria mesmo capaz de me forçar a perder o bebê?Suspirei profundamente, sentindo o ar quente sair dos meus pulmões como se tentasse expulsar a dor que se acumulava dentro de mim. Antes daquele maldito acidente, nossa relação era tudo que eu poderia desejar. Éramos uma dupla imbatível, cheia de planos, sintonia e amor. A lembrança dele reclamando do império e da opressão da
POV: AVRIL— Aumento o valor do contrato! — Archer declarou, sua voz firme e intransigente. Ele mantinha a postura ereta, os olhos azuis como gelo, mas agora ardendo em chamas de raiva. A veia em sua testa pulsava visivelmente, um sinal claro do seu nervosismo.— Não posso namorar? — Perguntei com um sorriso sutil, achando graça da ironia por trás de mais um dos absurdos contratuais que ele insistia em impor. — Faça a sua proposta, Sr. Stone, e voltamos a negociar.A maneira como esnobei Archer com desdém era calculada. Sabia que ele não resistiria à oportunidade de inserir mais uma cláusula em seu interminável contrato. Eu podia praticamente ver o brilho frio em seus olhos enquanto ele já considerava as novas condições. Ele sempre jogava para ganhar, e dessa vez não seria diferente.Depois que ele se foi, o ambiente pareceu se encher de uma tensão silenciosa. Virei-me para encarar meu pai, com uma firmeza que mascarava a tristeza profunda que sentia.— O que vocês estavam dizendo sob
POV: AVRILCom um renovado senso de esperança, corri para o andar de cima e peguei o violão, junto com algumas das músicas que eu havia composto. O simples ato de segurá-las nas mãos me trouxe um conforto inesperado.Ao descer as escadas, o que vi me deixou sem fôlego. Meu pai estava parado, os braços cruzados, observando enquanto homens uniformizados carregavam grandes caixas para dentro do café. Dois deles estavam rasgando a lona da janela, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.— Quem são vocês e o que pensam que estão fazendo? — Corri em direção aos homens, minha voz carregada de indignação. — Ei, vocês não podem rasgar isso! Que atrevimento é esse?Antes que pudesse obter uma resposta, uma mulher elegante, com um ar autoritário, entrou pela porta. Seus olhos percorriam o ambiente com um misto de avaliação e aprovação.— Senhorita Fox? — Sua voz ressoou pelo local, cheia de confiança. — Sou Kimberly Preston, designer de interiores. Estamos aqui a mando do Sr. Stone. F
POV: ARCHER— Então, com a inclinação ideal para os trilhos da ferrovia e a tecnologia avançada que vocês oferecem, combinada com a construção do nosso império, conseguiremos reduzir significativamente o tempo e os custos. E, claro, o mais importante: garantiremos retornos substanciais com este projeto! — Concluí a reunião com uma confiança firme, enquanto aplausos ecoavam pela sala, vindos dos clientes chineses.— Excelente apresentação, Sr. Stone — comentou Zhou Hao, diretor comercial das empresas Fortex Ferrovias Internacional, com um leve aceno de cabeça, refletindo satisfação. — Agradecemos a compreensão do Império em ajustar o horário da reunião. Ainda estamos nos adaptando ao fuso horário.— Nós sempre nos adaptamos para oferecer o melhor aos nossos clientes, Sr. Hao. Espero que esta seja a primeira de muitas parcerias de sucesso! — Respondi com um sorriso calculado, estendendo a mão para um firme aperto de selamento.Ao final da reunião, enquanto a sala esvaziava, senti a pres
POV: AVRIL— Só pode ser brincadeira! — Minha voz ecoou pelo quarto enquanto eu encarava a tela do computador, sentindo uma onda de incredulidade e raiva me inundar. — Tenho que pedir permissão a ele para sair? Maldito controlador!Meu coração batia rápido, e minha respiração estava pesada enquanto pegava o celular, os dedos quase trêmulos de frustração. Comecei a digitar uma mensagem para Archer, meu sangue fervendo a cada palavra que aparecia na tela:"Essa cláusula é simplesmente absurda. Pedir permissão a você? Estamos assinando um contrato, Sr. Stone, não estou vendendo minha alma! Se você insiste nisso, então terá que ser uma via de mão dupla!"Enviei a mensagem, minha mão ainda tremendo enquanto relia o contrato. Cada linha parecia mais bizarra que a anterior. Meus olhos se fixaram em uma seção específica, e meu estômago revirou de indignação:"Após a assinatura do contrato, entrará em vigor imediatamente a mudança da Sra. Avril Fox para a mansão do Sr. Archer Stone, onde será