POV: AVRIL
— Ah, com certeza, estamos encerrando. — Ele cuspiu as palavras, cada sílaba impregnada de veneno. — Eu quero você e sua mãe fora da minha residência até o final do dia, ou não responderei por mim!
— O quê? — Willow sussurrou em choque, os lábios trêmulos, sua voz quase inaudível. — Você não pode fazer isso, Archer...
— Archer, por favor, vamos nos acalmar e reconsiderar... — Comecei a dizer, tentando evitar que aquilo se tornasse irreversível. Porém, antes que eu pudesse continuar, ele ergueu a mão abruptamente, silenciando-me.
— Não se meta nisso, Avril! — Archer explodiu, sua voz trovejando pela sala, o rosto contorcido de raiva, as mãos cerradas em punhos, tão apertadas que os nós de seus dedos estavam brancos. &md
POV: ARCHER— Você enlouqueceu? — Neandra gritou, sua voz subindo em tom enquanto seus olhos se estreitavam de fúria. — Primeiro você trai a minha filha enquanto ela estava acamada, depois a leva a um colapso com suas discussões, e agora tem a audácia de encerrar o casamento?Seus olhos estavam faiscando, mas, naquele momento, nada mais importava. Eu a encarei, sem um pingo de remorso ou hesitação. Minha paciência com os Collens havia chegado ao fim.— Eu não quero encerrar o casamento, — declarei, minha voz fria como gelo, minha postura imponente enquanto meus olhos cravavam nos dela, cheios de desprezo e luto que eu mal conseguia conter. — Eu estou encerrando o casamento.Neandra bufou, seu rosto pálido de raiva, seus punhos se fechando em frustração. Ela deu um passo em minha direçã
POV: ARCHEREla revirou os olhos, mas não conseguiu conter um leve sorriso.— Esse é o homem detestável que eu amo... — As palavras pararam no meio do caminho, seus olhos se arregalando enquanto se dava conta do que acabara de dizer. Suas bochechas ficaram ruborizadas, e ela desviou o olhar, claramente envergonhada. — Enfim... — murmurou, tentando recuperar o controle. — Tenha um bom dia, e considere o que eu disse sobre a Willow.Avril fez menção de se afastar, mas antes que pudesse dar o próximo passo, eu já estava perto, nossos corpos colados. Inclinei-me até seu ouvido, minha voz saindo em um sussurro baixo e rouco.— Achou que eu deixaria você escapar depois de me dizer isso, Avy? — Senti o leve estremecimento de seu corpo, e um sorriso malicioso se formou nos meus lábios. — Eu adorei ouvir isso sair da sua
POV: ARCHERCheguei ao estacionamento da empresa e, assim que saí do carro, vi Jasper parado ao meu lado, ainda com o olhar abatido, mas determinado. Sentia o resquício do calor da despedida de Avril, seus lábios nos meus, a promessa silenciosa de que tudo daria certo. Mas esse momento de leveza já parecia um passado distante. A realidade à nossa frente era brutal. Assim que entramos no prédio, o ambiente estava carregado, como uma tempestade prestes a desabar. O saguão estava lotado de repórteres, a mídia aguardando vorazmente o desenrolar de mais um escândalo.Assim que passei pela entrada, antes que Jasper pudesse se revelar, os flashes dispararam incessantemente. O som caótico de câmeras e microfones dominou o ambiente.— Senhor Stone, onde está o diretor Jasper? Ele foi sequestrado a mando do Império Stone?— Est&ati
POV: ARCHER— Stone. — Viktor rosnou, sua voz carregada de um veneno palpável. — Vocês nos roubaram, e isso não vai passar impune. Ou devolve o que é nosso, ou vamos destruir você e tudo o que construiu!A acusação me atingiu com força, mas eu já esperava. Contrai a mandíbula, sentindo o peso da traição de Ethan se aprofundar ainda mais. O homem que deveria ser meu pai havia me arrastado para um abismo de desconfiança, e agora eu estava pagando o preço por suas ações. O gosto amargo da raiva queimava na minha garganta, mas mantive a compostura. Este jogo não era novo para mim.— Nós não os roubamos. — Minha voz saiu firme, cada palavra cuidadosamente pesada. — Meu pai os roubou, assim como fez comigo. Ethan Stone desapareceu levando uma quantia absurda, manipulando todos
POV: ARCHER— Estou? — Com um gesto frio, retirei o charuto de sua boca e, sem hesitar, pressionei a ponta acesa contra sua bochecha. O cheiro de carne queimada e o gemido de dor dele preencheram a sala. Ele se debateu na cadeira, enquanto seus homens sacavam as armas prontamente. Jasper, sempre atento, riu baixinho ao bater na porta de vidro, revelando Briston e seus homens do outro lado, com as armas prontas, apontadas para o interior da sala.— Não me teste! — Sibilei, o segurando com mais força.Viktor, suando frio e visivelmente abalado, ergueu a mão, tentando manter o controle da situação.— Tudo bem, abaixem as armas! — Ordenou com a voz trêmula, seus olhos se voltando para mim com ódio contido. — Duas semanas, Stone... ou teremos uma guerra.— Excelente! — Soltei o colarinho dele com desdém, ajustando sua gravata como se fosse um favor. — Agora saiam da minha empresa. E quando eu devolver o que seu dinheiro, nossos negócios estarão oficialmente encerrados.Viktor, claramente f
POV: AVRILA mansão havia mergulhado em um silêncio depois da saída de Archer. Mais tarde, ouvi os passos de Neandra ecoando pelos corredores antes de também partir, como sempre, no mesmo horário pontual de todos os dias. Era estranho como ela tinha essa rotina inflexível, sempre escapando de algo, talvez de si mesma.Sentei-me em frente ao piano, permitindo que os dedos brincassem suavemente nas teclas. A música fluía, acompanhando meus pensamentos enquanto uma canção suave saía dos meus lábios. Como eu poderia ter um filho no meio de toda essa confusão? Um filho que já estava marcado por um cenário cheio de segredos, traições e disputas? Será que a vida sempre seria assim, cheia de caos e incertezas?Fechei os olhos, permitindo que as notas guiassem minhas emoções, aflorando pela música que eu deixava tomar conta da sala. A intensidade dos últimos dias parecia fluir de dentro de mim, se transformando em melodia, se espalhando no ar.— Sua voz é linda.A voz suave me surpreendeu, vin
POV: AVRIL— De certa forma... ela partiu há algum tempo, — murmurei com tristeza, minha voz falhando um pouco. — Eu só não consigo aceitar isso.— Não entendo, — Willow respondeu, sua confusão evidente. Soltei um suspiro pesado, tentando organizar meus pensamentos, e sorri de canto, chateada com o peso do que estava prestes a compartilhar.— Minha mãe está em coma há alguns anos. — Minha voz saiu mais baixa, quase como um segredo que eu mal conseguia admitir em voz alta. — Ela já vinha ficando muito doente, e os médicos nunca conseguiram descobrir o que de fato a levou a esse estado. — Fiz uma pausa, engolindo o nó que apertava minha garganta. — Ela sempre soube que acabaria no hospital. Costumava dizer que sentia que seu desfecho seria assim, e que não queria ficar presa às máquinas. Mas eu... — minha voz quebrou enquanto apertava o caule de uma das flores com tanta força que o espinho perfurou a palma da minha mão, um pequeno fio de sangue escorrendo.Willow, percebendo meu sofrime
POV: AVRIL— Conheço o medo e o desespero quando os vejo, Willow, — disse, minha voz suave enquanto terminava a trança. — Não foi certo a maneira como me tratou, mas não a odeio por isso. — Fiz uma pausa, refletindo sobre o que ela havia dito antes. — Ainda assim, não consigo compreender completamente esse tipo de poder que os Collens têm...Willow sorriu amargamente, seus olhos fixos nos meus, como se pudesse ver através da minha confusão.— Todo mundo tem rabo preso, — Willow soltou uma gargalhada que ecoou pelo quarto, sua voz carregada de cinismo. — Todo mundo tem algo a esconder, e nós, os Collens, sabemos como revelar. É por isso que somos fortes aliadas dos poderosos... e inimigas perigosas.Meus olhos se estreitaram com a confissão.— Não acha isso perigoso? Ninguém nunca tentou eliminá-las? — Arqueei uma sobrancelha, me sentando na beira da cama. A franqueza com a qual ela falava sobre esse jogo sujo me deixava intrigada, e também preocupada.Willow deu de ombros, como se a p