capítulo 28 Ana karvat

Em TUAS Mãos

“Eu odeio aparecer do nada sem ser convidada

Mas eu não pude ficar longe, não consegui evitar

Eu esperava que você veria meu rosto

E que você se lembraria

De que pra mim não acabou”

Não havia amanhecido quando saí do hospital, olhei ao redor, as

ruas acinzentadas e sem movimento, uma brisa fazia as copas das

árvores balançarem, esfreguei os braços cruzados ao redor do corpo

tentando espantar aquela estranha sensação de solidão. Eu sabia para

onde ir, caminhei pelas olhando para baixo, e só percebi que havia

amanhecido quando a buzina de um sedã preto me despertou dos meus

pensamentos. Cobri o rosto para olhar na direção do carro, que estava a

poucos centímetros de distância. Pisei duro e atravessei a rua.

— Não pode esperar? Estou na faixa de segurança! — protestei e

voltei a seguir meu caminho.

Que sede. Umedeci os lábios com a ponta da língua, esfreguei as

mãos sobre o jeans, sentindo minhas coxas arderem debaixo da calça, eu

não sabia há quanto tempo c
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