Em TUAS Mãos“Eu odeio aparecer do nada sem ser convidadaMas eu não pude ficar longe, não consegui evitarEu esperava que você veria meu rostoE que você se lembrariaDe que pra mim não acabou”Não havia amanhecido quando saí do hospital, olhei ao redor, asruas acinzentadas e sem movimento, uma brisa fazia as copas dasárvores balançarem, esfreguei os braços cruzados ao redor do corpotentando espantar aquela estranha sensação de solidão. Eu sabia paraonde ir, caminhei pelas olhando para baixo, e só percebi que haviaamanhecido quando a buzina de um sedã preto me despertou dos meuspensamentos. Cobri o rosto para olhar na direção do carro, que estava apoucos centímetros de distância. Pisei duro e atravessei a rua.— Não pode esperar? Estou na faixa de segurança! — protestei evoltei a seguir meu caminho.Que sede. Umedeci os lábios com a ponta da língua, esfreguei asmãos sobre o jeans, sentindo minhas coxas arderem debaixo da calça, eunão sabia há quanto tempo c
Completos“Tudo que posso provar é este momentoE tudo que posso respirar é sua vidaE, mais cedo ou mais tarde, acabouEu só não quero perder você esta noite”Eu a segui a distância, acompanhei seus passos trôpegos e tristepela madrugada. Onde ela estava indo? Ana, você é uma peste. Por quesaiu do hospital desse jeito?! Desacelerei o carro e parei a uma quadra dedistância. Olhei no celular, ela já estava lá há quase doze horas, namesma posição. Volte para casa, Ana, isso não vai dar certo. Telefoneipara a equipe de segurança do La Torre:— Sim, Sr. Pipermen? — atendeu o chefe da equipe ao primeirotoque.— Retirem a moça que está aí na frente, mas não usem de força.Desliguei o celular e um homem uniformizado foi até Ana menos deum minuto após a minha ligação. Ela nem mesmo olhou para o imbecil.Ah, ninfa, você é uma diaba teimosa.No terceiro dia ela ainda estava lá, inflexível. Por que você nãodesiste?, pensei enquanto estalava os dedos, um por um.— Rob?A
Próximo ao Paraíso... Segredos“Você me dá febre,Quando você me beija,Febre, quando você me abraça forte.Febre! De manhã,Febre durante toda a noite.”Robert enrolou-se lençol e saiu da cama.— Aonde vai? — Minha voz saiu mais carente do que eu jamaishavia ouvido, e me arrependi no segundo seguinte em que as palavrassaíram de meus lábios.Dom se virou e sorriu de canto, piscando para mim. Tão sedutor eperfeito, cheio de si, ele sabia o efeito que causava sobre mim. Cobri meulargo sorriso abraçando o travesseiro contra meu corpo. Eu estava sónaquela imensa e macia cama king size, espreguicei relaxada, esticandomeus braços e pernas, podia sentir seu cheiro em meu corpo, em tudo aminha volta.Ouvi uma melodia dedilhada no violão de maneira melódica. Senteina cama e fiquei ouvindo a bela canção...Pra você guardei o amorQue nunca soube darO amor que tive e vi sem me deixarSentir sem conseguir provarSem entregarE repartirPra você guardei o amorQue s
Olho por Olho“O que mais eu deveria ser?Tudo desculpasO que mais eu poderia dizer?”Após o café, Dom me deixou em meu apartamento, não entendi omotivo do porteiro olhar para ele com cara feia, ele me acompanhou até aporta do apartamento que estava destrancada.— Fique com o meu telefone, tenho que resolver algumas coisasna empresa. E tente não se meter em confusão — disse ele estreitando osolhos, com um sorriso que fez minhas pernas tremerem como gelatina.— Isso faz parte do meu charme — respondi pegando o celular desua mão. — Tem certeza de que não vai precisar, amo?Robert assentiu com a cabeça e mordeu meu lábio fazendo umcomichão espalhar-se pelo meu corpo. Suspirei ao final do beijo, e oobservei distanciar-se, ele vestia um fino blazer cinza grafite, que, semdúvida, havia sido confeccionado sob medida para aquele corpo esculturalde um verdadeiro gladiador. As portas dos elevadores se fecharam e elese foi. Minha vontade era de trancá-lo ali comigo, ma
Amor Marginal“Minha flor, não me machuquesMinha dor, não me abuses assimNão tire magoasNão tire magoa de mimMeu amor, não me invadasCom o teu olharNão me deixes aqui a gritarNo meio do caminho sozinho”Empurrei a porta do apartamento, e uma jovem estava sentada nosofá com as pernas cruzadas, e as mãos mexendo nervosamente na saiade tule branca. Já havíamos nos encontrado algumas noites atrás.— Sou a ex de Marcos — ela disse ficando de pé.Meu sangue ferveu ao ouvir aquele nome. O que ela está fazendoaqui?— Quer se vingar de Marcos? Punir a sua submissa? — perguntouenquanto tirava o meu blazer. Fez questão de bater a porta com força. Ela precisa que a ninfa saiba.Menos de um minuto depois Ana estava lá, boquiaberta, semreação. Aquele serviria como um último teste. Ergui seus braços,agarrando seus finos pulsos, imprensando-a contra a parede fria. Euestava duro, a amiga de Ana era gostosa pra caralho. Subi aquela finasaia até a cintura e penetrei-a,
Felizes para Sempre?“Hoje não é apenas o dia em que direi sim para ela,é o dia em que direi não para todas as outras”O iPhone grafite era a única coisa que havia de Robert noapartamento. Chega, eu vou te arrancar dos meus pensamentos custe oque custar. Pressionei o pedal da lixeira com a ponta do pé e o atirei ali.Não haviam motivos para eu sair do apartamento, visitar Laura não erauma opção, nem sei como reagiria se cruzasse com Barbie mais uma vez.Quando eles foram embora, desabei no sofá e chorei durante horas a fio,dormi, acordei e chorei de novo, dormi mais um pouco, e no segundo diaapós o luto por Dom, não haviam mais lágrimas, sentei no sofá e agradecipelo estoque de emergências de Laura: pizzas, sorvete de chocolate erefrigerante. Aqueci a pizza no micro-ondas e sentei no sofá, zapeei peloNetflix atrás de qualquer coisa que não fosse romance.— Pode ser Sons of Anarchy? — perguntei a Pipi e Lu queencaravam o prato de pizza, sem piscar.Os dias se r
O Fim“O verdadeiro nome do amor é cativeiro.”Eu havia planejado tudo nos mínimos detalhes, arranjos de floresdo campo adornavam cada banco daquela imensa catedral, e um voalbranco unindo-os até o final dos bancos de madeira. Anahi e Arthuraguardavam na entrada da igreja, Meu pai estava na primeira fileira eseguidamente lançava olhares furiosos para as crianças.”Não permitirei que a imprensa veja que adotamos esses negrinhossujos, você só quer reforçar as maluquices de sua mãe, não é mesmo?”“Chega disso, você vai estar lá ou farei questão de expor o canalhapreconceituoso que você é, quando me perguntarem por que meu pai nãocompareceu a cerimônia do casamento do único filho homem.”É claro que eu não tinha intenção alguma de chamar a imprensapara o casamento, mas esses paparazzi eram como verdadeiras pestes, mesmo eu tentando manter sigilo sobre aquela noite, de alguma maneiraeles tinham descoberto. A equipe de segurança estava de prontidão nasportas da cated
Sangue e PólvoraA intolerância de ser acostumadoA viver intensamente apaixonadoLhe reserva um coraçãoPredestinado a sangrarEm um quarto vazio e frio ...DiegoRemei na direção da orla do Guaíba, não havia iluminação nenhumaali, a não ser pelo céu estrelado que refletia nas águas negras. Respireifundo devagar, deixando aquele ar fresco encher meus pulmões. Olhei norelógio, o visor embaçado pela água. Droga!— Blá-blá-blá, olha como me importo... — ouvi vindo de um doscontêineres. Que estranho? As vozes estavam exaltadas, larguei aprancha na areia e me aproximei, uma loira empunhava uma pistola.Encostei o corpo contra a parede metálica, abri um zíper da roupa e tirei ocelular. Em quem ela está mirando? Liguei a câmera e desativei o flash.Não consigo ver o rosto. Talvez seja melhor ir embora.Um estampido seco ecoou. Merda, preciso fazer alguma coisa! Aloira olhou rapidamente para os dois lados e guardou a pistola na bolsa.Filha da mãe! Ela entrou na limu