KESIA MUNIZ Acordei pior que ontem. Cada dia passado longe do meu filho para mim é uma tortura. Dois dias. Dois malditos dias. Estava com o mesmo roupão de ontem. Minha perna tinha um curativo novo, e os lençóis eram outros, será que foi o Fellipo?... As moletas estavam encostadas na cama, levantei com a ajuda delas e tomei banho fazendo o impossível para não molhar a perna. Sem conseguir vestir calça, me vi usando um vestido, sendo mais fácil pôr. Olhei pela janela e já era noite. Minha barriga roncou, lembrando que não comi nada hoje. Saí do quarto e o corredor silencioso e vazio me recebeu. Olhei de relance sua porta fechada. Para meu próprio bem, passei reto. Com muita dificuldade, desci as escadas. Droga aqui poderia ter um elevador. Fui à cozinha, pedi comida à Marta e comi por lá mesmo. Não conversei com ninguém, sem querer ouvir perguntas sobre meu pequeno. Voltei para o quarto, e só agora percebi que nem Tolita e nem Doris estavam em casa. Toli
FELLIPO MESSINA Gosto das coisas tudo muito claras, por isso decidi falar de uma vez sem rodeios. A raiva e a mistura de sentimentos que sentia, impediu que eu fosse mais delicado ao falar sobre esse assunto com ela. Seu rosto perdeu a cor e seus lábios se moviam tentando pronunciar algo. Novamente estava na cadeira em frente a ela. — Como assim? Fe-Fellipo o que você está falando? Respirei fundo e tomei a garrafa de suas mãos. — Eu queria que fosse mentira. — Ficou em silêncio olhando para o chão. — Vamos nos casar em duas semanas. — Contei. No mesmo instante levantou a cabeça e me olhou com indignação. — Acabo de descobrir o desgraçado que fodeu minha vida é seu irmão e você quer falar de casamento?! — soltou descontrolada. — Temos um trato lembra-se? — retoquei — Quanto ao meu irmão, não se preocupe, ele vai ter o que merece. — Se ele é seu irmão então deve saber quais seus motivos para fazer isso! Olhei para seu belo rosto manchado pelo medo e desespero, as
KESIA MUNIZ Fiquei muito abalada em saber que aquele ser desprezível era nada menos que Vinicius Messina, filho da Doris, irmão do Fellipo! Isso não está me cheirando muito bem, parece algo atrás da curva que todo mundo ver, menos eu. Sinto meu rosto queimar de vergonha ao lembrar do quão oferecida fui ontem. Não sei onde estava com a cabeça quando falei aquilo e ainda dei início a um beijo. Depois ainda tive coragem de dormir com ele, na mesma cama. Que cara de pau Kesia. Pensando no meu filho, consegui dormir um pouco. No outro dia acordei sentindo algo duro e quente em baixo do corpo, abri os olhos e notei estar com a cabeça em cima do peito nu do Fellipo e a mão no seu coração. Meu pai do céu o que estou fazendo?! Ergui o corpo e o olhei do alto. Ele ainda dormia com a respiração calma. Tão lindo e tão filho da puta. Como pude me apaixonar por isso? E ainda aguentar as loucuras dele. Eu sou uma mula ou sou tão louca quanto ele. Sua boca era muito atraente...
KESIA MUNIZ — Pensei que tinha sido claro ao dizer que não poderia ligar para ninguém. — Ele disse guardando o aparelho no bolso detrás da calça jeans escura que usava. — Que merda. Me dá o celular de volta. Meu irmão vai pensar que aconteceu alguma coisa. — Levantei da cama puxando a perna. — Foda-se. Você sabe o que acontece toda vez que me desobedece. Merda, é isso que dá. — Ele pode ficar preocupado e ir atrás de mim. — Expliquei tentando não explodir. Ele pensou um pouco e devolveu o celular. Peguei de volta e o encarei. — Já pode devolver minha privacidade também. — Indaguei. — Ligue para seu irmão, põe no viva voz e se despeça antes que eu.me arrependa. Escroto! Disquei o número novamente e Hugo atendeu ainda no primeiro toque. — O que aconteceu? — perguntou afoito. Olhei para o Fellipo e quis esmurrar sua cara bonita. — É que aqui está chovendo muito. A ligação fica ruim. — Menti. — Queria falar mais com você. Ele fechou a cara e fez que não com a cabeça. —Não
KESIA MUNIZ Olhei em volta e percebi estar no quarto do Fellipo. Por Deus. Como vim parar aqui? Ouvi barulho de água caindo. Ele deve está tomando banho. Para não dar de cara com ele saindo de tolha do banheiro. Fui para o outro quarto. Olhei para a cama e meu coração pesou ao pensar no meu filho. Mãe nenhuma merece passar por isso. Fui no closet e peguei uma camisa dele, o cheirinho estava quase imperceptível na roupa, distante. Assim como você filho, distante de mim. Fui no banheiro e entrei debaixo da ducha de água fria com roupa e tudo. Me deixei escorregar pela parede até cair sentada no chão. Está doendo muito, me sinto imponente. Naquela manhã não desci para tomar café, e nem almoçar. Fellipo veio bater na porta várias vezes me pedindo para comer alguma coisa. Mas eu não queria nada. Só meu filho de volta. — Kesia. — Chamou pela milésima vez no dia. Tive vontade de gritar com ele, mas me sentia tão fraca que não consegui. Ouvi o som da porta abrindo. —
KESIA MUNIZ Acordei primeiro do que ele e fui para meu quarto. Até que agora, eu consigo ver que o Fellipo não é aquele cara ruim que eu achava no começo. Hoje seria meu dia de folga no trabalho, passaria o dia todo com meu bebê, iria ao shopping, cinema, comeria pizza com minha família. Tentei segurar o choro falhando miseralvelmente. Olhei para a mais nova cicatriz do meu corpo. Minha perna estava quase sarada, não precisava mais das moletas para andar. Tomei banho, usei uma calça jeans simples e uma camisa preta. Sai do quarto para tomar café. O dono da casa estava lá, arrumado, com o cabelo molhado e bem penteado. Usando terno preto e com o celular na mão. Me sentei à esquerda dele. — Bom dia. — Desejou sem tirar os olhos do aparelho. — Precisamos conversar. — Respondi séria. Lentamente, ele virou a cabeça para mim. — Quer um presente de aniversário? Ele sabe do meu aniversário? — Não. — Neguei tentando não demostrar surpresa. — Quero saber se está proc
KESIA MUNIZ Muita coisa dentro de mim tinha mudado, passei a deseja-lo. Eu nunca senti isso por ninguém, o medo e bloqueio mental não me permitia. Mas agora é diferente, é como se eu fosse feita para ele e ele para mim. Na verdade, não sei se vou continuar casada depois que o Angelo for encontrado. Mas ele não precisa saber disso por enquanto. Fellipo pegou minha nuca aprofundando o atrito, passando a língua nos meus lábios pedindo passagem, abri um pouco a boca permitindo. O beijo foi esquentando. — Fellipo... —Hum? Encostei minha testa na sua e fechei os olhos esperando minha respiração normalizar. — Eu gosto de você. — Sussurrei baixinho, achei que ele não fosse ouvir. — Estava esperando um " eu te amo", mas esse serve. Sorri e dei um tapa de leve no braço dele. — Obrigada por achar meu filho. Estou morrendo sem ele. — Agradeci. Olhei para fora, estava quase escurecendo. Fiquei de pé perto da cama com seus olhos acompanhando tudo que eu fazia. Desabotoei
KESIA MUNIZ — Mais rápido. — Pedi não aguentando a lenta e gostosa tortura que ele estava me proporcionando. Atendendo meu pedido, começou a bombar rápido, o som molhado dos nossos corpos suados e excitados ecoavam pelo quarto, assim como os gemidos baixos de ambos. — Como você é gostosa. Do jeito que imaginei. — Disse sem perder o ritmo. — Na verdade é mais ainda. — E me beijou abafando meus gemidos. Me sinto agora uma cadela no cio. — Fellipo. — Chamei por ele me sentindo contrair e aperta-lo dentro de mim, como se nunca mais quisesse solta-lo. A sensação que me tomou era totalmente nova. Coração acelerado, a cabeça girou, foi como ir ao céu e depois cair direto no inferno de tentações. — Isso Kesia. Goza pra mim vai. — Rosnou chupando meus seios com força enquanto ainda socava. Como se meu corpo obedecesse seus comandos, a libertação veio com força em volta dele. A sensação foi indescritível, vi estrelas. Mas ele ainda não tinha gozado e continuou com as invest