KESIA MUNIZ Olhei em volta e percebi estar no quarto do Fellipo. Por Deus. Como vim parar aqui? Ouvi barulho de água caindo. Ele deve está tomando banho. Para não dar de cara com ele saindo de tolha do banheiro. Fui para o outro quarto. Olhei para a cama e meu coração pesou ao pensar no meu filho. Mãe nenhuma merece passar por isso. Fui no closet e peguei uma camisa dele, o cheirinho estava quase imperceptível na roupa, distante. Assim como você filho, distante de mim. Fui no banheiro e entrei debaixo da ducha de água fria com roupa e tudo. Me deixei escorregar pela parede até cair sentada no chão. Está doendo muito, me sinto imponente. Naquela manhã não desci para tomar café, e nem almoçar. Fellipo veio bater na porta várias vezes me pedindo para comer alguma coisa. Mas eu não queria nada. Só meu filho de volta. — Kesia. — Chamou pela milésima vez no dia. Tive vontade de gritar com ele, mas me sentia tão fraca que não consegui. Ouvi o som da porta abrindo. —
KESIA MUNIZ Acordei primeiro do que ele e fui para meu quarto. Até que agora, eu consigo ver que o Fellipo não é aquele cara ruim que eu achava no começo. Hoje seria meu dia de folga no trabalho, passaria o dia todo com meu bebê, iria ao shopping, cinema, comeria pizza com minha família. Tentei segurar o choro falhando miseralvelmente. Olhei para a mais nova cicatriz do meu corpo. Minha perna estava quase sarada, não precisava mais das moletas para andar. Tomei banho, usei uma calça jeans simples e uma camisa preta. Sai do quarto para tomar café. O dono da casa estava lá, arrumado, com o cabelo molhado e bem penteado. Usando terno preto e com o celular na mão. Me sentei à esquerda dele. — Bom dia. — Desejou sem tirar os olhos do aparelho. — Precisamos conversar. — Respondi séria. Lentamente, ele virou a cabeça para mim. — Quer um presente de aniversário? Ele sabe do meu aniversário? — Não. — Neguei tentando não demostrar surpresa. — Quero saber se está proc
KESIA MUNIZ Muita coisa dentro de mim tinha mudado, passei a deseja-lo. Eu nunca senti isso por ninguém, o medo e bloqueio mental não me permitia. Mas agora é diferente, é como se eu fosse feita para ele e ele para mim. Na verdade, não sei se vou continuar casada depois que o Angelo for encontrado. Mas ele não precisa saber disso por enquanto. Fellipo pegou minha nuca aprofundando o atrito, passando a língua nos meus lábios pedindo passagem, abri um pouco a boca permitindo. O beijo foi esquentando. — Fellipo... —Hum? Encostei minha testa na sua e fechei os olhos esperando minha respiração normalizar. — Eu gosto de você. — Sussurrei baixinho, achei que ele não fosse ouvir. — Estava esperando um " eu te amo", mas esse serve. Sorri e dei um tapa de leve no braço dele. — Obrigada por achar meu filho. Estou morrendo sem ele. — Agradeci. Olhei para fora, estava quase escurecendo. Fiquei de pé perto da cama com seus olhos acompanhando tudo que eu fazia. Desabotoei
KESIA MUNIZ — Mais rápido. — Pedi não aguentando a lenta e gostosa tortura que ele estava me proporcionando. Atendendo meu pedido, começou a bombar rápido, o som molhado dos nossos corpos suados e excitados ecoavam pelo quarto, assim como os gemidos baixos de ambos. — Como você é gostosa. Do jeito que imaginei. — Disse sem perder o ritmo. — Na verdade é mais ainda. — E me beijou abafando meus gemidos. Me sinto agora uma cadela no cio. — Fellipo. — Chamei por ele me sentindo contrair e aperta-lo dentro de mim, como se nunca mais quisesse solta-lo. A sensação que me tomou era totalmente nova. Coração acelerado, a cabeça girou, foi como ir ao céu e depois cair direto no inferno de tentações. — Isso Kesia. Goza pra mim vai. — Rosnou chupando meus seios com força enquanto ainda socava. Como se meu corpo obedecesse seus comandos, a libertação veio com força em volta dele. A sensação foi indescritível, vi estrelas. Mas ele ainda não tinha gozado e continuou com as invest
KESIA MUNIZ — Acho que não precisa de ajustes. — Concluí andando desajeitada por causa do peso da roupa. — Nossa como pesa, e olha… — parei quando percebi que o Léo nem ouvia nada do que eu falava, parado, estático, como se tivesse visto um fantasma ou algo assim. Revirei os olhos. Abri a boca para perguntar o porquê daquelas caras estranhas, mas ele disse primeiro: — Você está tão linda. Nenhuma noiva entrou mais bela naquela igreja. — E limpou uma lágrima imaginária. Não consegui conter um riso. — Me sinto o bolo do casamento e não a noiva. — Fiz uma careta passando a mão na armação tentando inutilmente diminuir o volume. Quem diria, eu com um vestido de noiva, meu pai soltaria fogos de alegria. Sorri triste ao lembrar deles. — O que foi raio de sol? Por que parou de brilhar? — Léo perguntou passando a mão na minha bochecha. Forcei um sorriso e me afastei. — Não é nada. — Menti. — Tudo bem. Mas vamos ver logo os últimos detalhes. Falta apenas uma hora. — Olho
KESIA MUNIZ Isso só pode ser uma seita maligna. Onde estava com a cabeça quando aceitei? No meu filho. Senti vontade de dar meia volta e sair correndo, mas a imagem do rostinho redondo e sujo de chocolate do meu pequeno veio na mente. Não posso desistir, é nossa única chance. — Para mim você não é digna de sentar naquele trono. — O tal Luigi falou. Quer dizer que o trono ao lado do Fellipo é meu? O Léo me disse que sentaria em um trono como uma rainha, mas não acreditei. Virei a cabeça para o idoso, o encarei séria. — Poderia calar a boca por favor? — pedi com uma falsa educação. O homem ficou sério e em silêncio. Obrigado pela colaboração. Minha pele queimava com tantos olhares. O pior deles era o do Fellipo, a intensidade era tanta que me hipnotizava, atraída como abelha pelo mel. Notas suaves de piano ressoaram pela igreja. Pelo menos não é aquela música chata de todo casamento. Começamos a andar. Luigi parecia tenso do meu lado. Eu me encontrava mil vezes
FELLIPO MESSINA Sentir a Kesia totalmente entregue, não tinha preço. Na cama não foi só sexo como sempre é com as outras. Foi diferente, o corpo dela se emoldava perfeitamente com o meu. Como se pertencêssemos um ao outro. Meu corpo e minha alma a marcou como minha. Agora mais que nunca preciso dela para viver. Pela manhã, depois de mantê-la acordada a noite quase toda, a observei dormir, ainda nua. Me afastei o suficiente para ter uma visão melhor. Kesia era linda, seu corpo possuía cicatrizes em traços finos e outros grossos como se fosse uma pintura. Fiquei a observá-la até o dia amanhecer. Dei um beijo em seus lábios, que com o sono pesado, não se moveu. Hoje você vai ser oficialmente minha. Fui para meu quarto. Tomei banho e segui direto para a sede. Tinha coisas importantes a fazer, como planejar a invasão do lugar onde Angelo está, administrar um novo carregamento de drogas que estão vindo de navio da China. Quero deixar tudo pronto antes de viajar com mi
FELLIPO MESSINA — Senhora, mandaram entregar isso. — A mesma garotinha que trouxe as alianças, dessa vez trazia na mão uma caixinha preta coberta com camurça e um bilhetinho em cima. Kesia sorriu para ela e pegou a caixa. Imediatamente a menina virou as costas e voltou correndo para dentro da mansão. — Senhor. Tem algo diferente. — Frances declarou ainda olhando em volta. Em alerta, ajudei minha esposa entrar no carro e entrei também. Os soldados estavam nos carros de escolta. — Fellipo. — Kesia chamou baixinho, mas não dei atenção, pois o som característico de uma bomba estourando me fez olhar para a casa agora em chamas. — Senhor? — Frances falou claramente pedindo uma orientação. — Vamos embora. — Respondi e logo o carro entrou em movimento. — Liga para os bombeiros. Vinicius, sua conta só aumenta. O desgraçado nos vigiava de longe. A intenção não era nos matar, mas mostrar que estava por perto. — Fellipo! — gritou desesperada do meu lado. — O que é Kesia? — i