ADRIELE NARRANDO
Coloco em cima da cama a máscara junto do vestido que eu iria usar na festa da empresa essa noite, eu estava bem insegura em ir, até porque ainda nem tinha começado na empresa e não conhecia ninguém. Eu sei que eu era insegura de mais com as pessoas e para os lugares que eu iria frequentar, mas eu já fui muito machucada e julgada pelas pessoas. Eu era uma pessoa fora do padrão da sociedade, aquele padrão que exigiam das mulheres e quem não tivesse era descartado que nem lixo, até pior. Era assim que eu me senti por muitos anos e agora tentava mudar esse sentimento dentro de mim. E eu demorei exatamente 15 anos para começar a me amar um pouco mais e nesses 15 anos eu passei por tanta coisa, por tantos julgamentos, tantas vezes que eu chorei embaixo do chuveiro, tantas vezes que eu engoli o choro na frente das pessoas. Eu fui julgada pela minha mãe, minha família, meus amigos, por aqueles que eu confiava, eu fui desmerecida e desvalorizada e agora eu tenho uma meta de vida, eu serei mil vezes melhor do que eu já sou, nunca ninguém mais vai pisar em mim.
- Você precisa ir – Jamaique fala entrando no quarto me olhando – E não é como sua terapeuta que eu estou falando, é como sua amiga.
- Você é minha terapeuta 24h por dia – eu falo olhando para ela – você acha que eu sou sua amiga por quê? Tenho consulta 24h de graça – ela começa á rir.
- Não foge do assunto Adriele – Ela fala pegando o meu vestido na mão – olha esse vestido, você não vai usar isso.
- Eu amo esse vestido – eu falo para ela.
- Hoje você vai ousar – ela fala me olhando.
- Eu não tenho como ousar – eu falo para ela.
- Você será a mulher mais bonita dessa festa – ela diz.
- Difícil – eu falo para ela – terá várias mulheres estilo modelo ou capa de academia fintes.
- Todas plastificadas e montadas – ela fala – linda, maravilhosa, encantadora, vai ter só você – ela vai até a sala e vem com uma sacola – o seu vestido está aqui e esse vai direto para o lixo.
Eu abro a sacola pegando aquele vestido na mão, eu o coloco em cima da cama e vou para o banho. Eu precisava ir até essa festa, eu tinha sido convidada pelo presidente e eu seria á sua secretaria, e se ele me perguntasse o que eu achei da festa? Eu iria olhar para cara dele e dizer o que? linda? sem nem menos ter ido.
Eu nasci em Americanas em São Paulo, me mudei a alguns anos para Alemanha e comecei a trabalhar em uma filial da empresa Strade Incrociate Ltda, só que a filial de lá fechou e me perguntaram se eu queria vir para Nova York, na mesma hora aceitei, eu precisava respirar novos ares, minha terapeuta e amiga Jamaique já estava morando aqui, então uni o útil ao agradável, antes eu fazia as terapias on line, agora eu tenho ela 24h a minha disposição, por que até eu arrumar um apartamento para morar, eu estou morando com ela.
- Obrigada – eu falo para o moço de terno preto que abre a porta do taxi para que eu desça.
Eu ainda estou insegura com á roupa que eu estou, coloco a máscara antes mesmo de pisar no tapete vermelho, quando começo andar neles, todos os fotógrafos que esperava para saber quem estava vindo, some. Até porque ninguém queria saber quem eu era o porquê estava pisando na aquele tapete vermelho, acho que seria menos constrangedor entrar pela cozinha, pelo menos para pessoas que nem eu, pessoas normais. Eu vou andando por aquele tapete vermelho e um carro para atrás e os fotógrafos vem com tudo para cima, e fazendo andar rapidamente e entrar pela porta, assim que passo pela porta, eu já viro para um corredor e começo andar.
- Desculpa – eu falo quando esbarro em um homem alto, loiro e que só conseguia ver seus olhos verdes por trás da máscara, eu mal cheguei e já estava passando vergonha.
- Está perdida? – ele pergunta. – A entrada é por ali – ele aponta e eu olho para trás vendo que tinha outro corredor para esquerda, eu sorrio de leve.
- Acho que sim – eu falo para ele que abre um sorriso de canto.
- Posso te acompanhar até a entrada, para você não se perder novamente – ele fala.
- Não precisa – eu digo delicadamente – eu acho que consigo encontrar a entrada.
- Então a gente se vê lá dentro – ele fala me olhando.
- Você está aí – alguém diz para ele vindo de trás e ele se vira me ignorando, eu me viro de costa e vou para o lado certo.
E quando passo pela porta olho para fora vendo todos os fotógrafos em cima de alguém que não consigo identificar quem era, mas deveria ser alguém muito famoso para todo esse burburinho.
Assim que eu entro na aquela festa , eu tento não demonstrar o quanto impressionada eu estava com aquele lugar todo e com o luxo dessa festa.
Eu vou até o bar pegar uma taça de champanhe, quando escuto uma conversa.
- Será o maior escândalo – Um homem fala. – Meu irmão está certo do que vai fazer hoje.
- Você realmente acha que meu ex-marido ia dar essa festa para ser um escândalo? – ela fala – o segredo não será revelado, ele tem uma carta na manga.
- E qual seria essa carta? – O rapaz pergunta.
- Só vamos saber quando ele se pronunciar – ela fala e os dois saem.
- Aqui a sua bebida – Os barmen fala e eu sorrio para agradecer.
O grande segredo da família Ferraz, depois de uma declaração de um membro da família, era o burburinho das redes sociais. E era por isso que tinha tanta gente aqui, a maioria dessas pessoas queriam apenas saber que segredo era esse e não estava nem aí em prestigiar a festa, o anfitrião ou a empresa. Apenas preparados para na hora do pronunciamento, está com seus celulares nas mãos disputando quem iria compartilhar primeiro.
- Você está gostando da festa? – Uma voz soa atrás de mim e eu me viro vendo o mesmo homem que eu falei quando eu cheguei.
- Sim – eu falo para ele – uma festa muito bonita.
- Está mesmo – ele fala me olhando – Foi muito bem desenvolvida. E você está pronta para saber qual é o segredo que vão revelar essa noite?
- Acredito que existe pessoas bem mais interessadas do que eu – eu falo sorrindo para ele. – Duvido que tenha alguém que tenha vindo apenas para prestigiar a festa – ele sorri e me encara.
- Você tem razão – ele fala – hoje em dia às pessoas são muito fofoqueiras.
- São mesmo – eu falo para ele.
- Eu preciso ir – ele fala me olhando – se encontramos por aí – eu assinto com a cabeça e ele sai.
Eu fico ali perdida no meio da aquela festa, eu não conhecia ninguém até então, até porque todo mundo está mascarado e se reconhecesse alguém iria ser a maior dificuldade, já que no máximo que eu vi alguém da empresa da filial de Nova York foi por vídeo conferência.
CAPÍTULO 2Amarildo NarrandoEu olho de longe aquela mulher com a máscara dourada em seu rosto, um vestido preto com brilho, um decote em seus seios e o batom vermelho em sua boca, e fico pensando que ousadia em falar dos meus convidados da aquela forma.- Vitor – eu chamo ele e ele se aproxima de mim.- O que foi? – ele pergunta.- Você conhece aquela mulher? – eu pergunto.- Difícil saber quem é, ela está de máscara – ele fala me olhando. – Por acaso posso saber o interesse? Quer levar ela para sua casa? – ele diz rindo.Paola se aproxima de nós, bem na hora que eu iria responder Victor.- Olá – ela fala.- Me reconheceu? – eu falo brincando para ela.-Eu te reconheceria de qualquer forma meu amor – ela fala sorrindo.-Não sou mais seu amor &nda
CAPÍTULO 3 ADRIELE NARRANDOEu sempre soube que ele era um homem genial, até porque se não fosse, ele não teria tantas empresas espalhadas pelo mundo, mas hoje ele tinha calado a boca de quem duvidava ainda dele, a jogada de marketing dele tinha sido perfeita, jogou na mídia através do seu tio um segredo e sustentou ele até o dia do evento e promoveu em cima de toda a mídia um novo projeto dele, era de tirar o chapéu e aplaudir de pé.Eu conseguia ver ele me olhando a maioria do tempo, várias vezes fugi do seu olhar, até porque eu vou ser sua secretária e irei começar daqui dois dias, não poderia já começar a trabalhar sendo vista pelos meus colegas de trabalho como oferecida por está o tempo todo conversando com o chef.Meu celular começa a tocar, mas n&
AMARILDO NARRANDO-Espera Carolina – eu grito quando vejo que estou com a sua máscara na mão – Carolina – eu grito mais uma vez e ela se vira e me olha de lado, eu vejo seu perfil, seus olhos e seus traços do nariz e o canto da boca, mas a luz na frente do salão estava apagada e a noite estava escura. Ela entra dentro do carro e quando vou correndo, o carro anda. Eu paro no meio da rua e encaro aquele carro se distanciando e olho para a máscara em minha mão.Eu não conseguia assimilar a voz de Carolina na minha cabeça, já que o som estava alto tanto lá dentro como aqui fora, as luzes lá dentro também eram mais escuras, era difícil eu a reconhecer sem que ela me dissesse quem ela era, porque além de tudo, ainda tinha a bebida na cabeça, mas o seu beijo eu reconheceria se eu á beijasse sem saber quem ela era.- Amarildo – Vitor
CAPÍTULO 5ADRIELE NARRANDO- Você não me disse como foi o evento – Jamaique pergunta.- Foi normal – eu respondo para ela.-Normal em que sentido? – ela pergunta – porque você está em todos os lugares.- Eu ? – eu pergunto apavorada.- Você mascarada – ela fala me mostrando em seu celular – Você só se envolveu com o seu chef – ela fala rindo – e ainda na terapia vem me falar que falta autoconfiança?- Mas falta, você acha que ele sabe quem eu sou? – eu falo me sentando na cadeira e ela me encara ainda sem acreditar – Ele se aproximou de mim, me procurou o tempo todo pela festa e eu fugia dele, mas – eu suspiro – aceitei dançar com ele, a conversa fluiu e a gente se beijou mais de uma vez – ela balança a cabeça rindo.- E agora
CAPÍTULO 6AMARILDO NARRANDO- Nenhuma Carolina foi convidada para o evento – Vitor Hugo fala me olhando.-Impossível – eu falo para ele – Impossível, ela me disse com todas as letras que o seu nome era Carolina, olha de novo na lista – eu ordeno.-Pode ver você mesmo – ele fala me entregando três listas frente e verso com nomes de convidados e eu olho todos com muita atenção. – Encontrou alguma Carolina? – ele pergunta irônico e eu o encaro.-Não – eu falo – Mas alguém deve conhecer ela naquela festa, ela foi convidada e não está na lista? Foi levada por alguém. Cadê as câmeras de segurança da frente do salão do evento?- Queimaram – ele fala – não estava funcionando ontem à noite.- Ah – eu digo ir&ocir
Capítulo 7Adriele narrandoEu não estou acreditando que eu ainda estou sendo falada por todo lugar, ainda bem que a máscara que eu usei escondia bem o meu rosto e que era difícil alguém me reconhecer nessas fotos e em nenhum momento eu circulei sem máscara por aquela festa.Eu desço do Uber e encaro o prédio da empresa, eu respiro fundo e tomo coragem para entrar, eu olho para todas aquelas mulheres que entravam e saiam todas arrumadas e no salto 15 e me sinto inferior á elas. Quando eu era mais nova eu me arrumava muito para ir até na padaria ao lado de casa, minha mãe me cobrava tanto que eu deveria ser vaidosa, cuidar de mim e quando eu tinha 18 anos e tive uma rejeição por parte do meu pai, eu me senti mal, me senti inferior e senti que não era capaz de ser amada, então eu me fechei em um mundo só meu. Durante qua
AMARILDO NARRANDO- Não é possível que você está procurando essa mulher – Paola fala.- Você ainda quer falar sobre ela? – eu pergunto.– Amarildo quero te apresentar a sua nova secretaria – Vitor Hugo fala entrando na minha sala, estou com a cadeira virada para á parede.-Por que não saímos? – ela pergunta no celular e eu viro a cadeira olhando para a minha mesa.-Ok, eu ligo para você mais tarde Paola – eu falo desligando o celular e levando o meu olhar para ela. Eu olho para aquela mulher que me encara com os seus olhos castanho que combina com a cor dos seus cabelos, seus cabelos era um pouco abaixo dos seus ombros.-Essa é a Adriele á sua nova secretaria, ela veio da Alemanha da sede que fechou lá – Vitor Hugo fala. Eu me levanto da cadeira e ando em sua direção
CAPÍTULO 9Adriele narrandoEu respiro fundo e aliviada quando Vitor Hugo entra de volta no escritório dele, eu tenho certeza de que ele não tinha me reconhecido ou fingiu muito bem.Eu olho para aquela sala e abro um sorriso, eu ainda não tinha entendido se eu gostava ou não de novos desafios porque eu me sentia desesperada e ao mesmo tempo ansiosa para começar uma nova etapa na minha vida.- Adriele – Vitor Hugo fala saindo da sua sala – emita o comunicado de luto para todas as empresas.- Em nome do tio de vocês? – eu pergunto.- Isso mesmo – ele fala. – Amarildo pediu que você ligue para á casa dele e peça para providenciar um traje todo preto para o enterro que vai acontecer hoje á tarde.- Claro, vou fazer isso agora mesmo. Quer que já faça a encomenda da coroa de flores em nome