AMARILDO NARRANDO
-Espera Carolina – eu grito quando vejo que estou com a sua máscara na mão – Carolina – eu grito mais uma vez e ela se vira e me olha de lado, eu vejo seu perfil, seus olhos e seus traços do nariz e o canto da boca, mas a luz na frente do salão estava apagada e a noite estava escura. Ela entra dentro do carro e quando vou correndo, o carro anda. Eu paro no meio da rua e encaro aquele carro se distanciando e olho para a máscara em minha mão.
Eu não conseguia assimilar a voz de Carolina na minha cabeça, já que o som estava alto tanto lá dentro como aqui fora, as luzes lá dentro também eram mais escuras, era difícil eu a reconhecer sem que ela me dissesse quem ela era, porque além de tudo, ainda tinha a bebida na cabeça, mas o seu beijo eu reconheceria se eu á beijasse sem saber quem ela era.- Amarildo – Vitor Hugo me chama.-Precisa aparecer agora? – eu pergunto inconformado – agora que eu ia descobrir quem ela era.- Mas você não sabe quem ela é? dançou, passou a noite com ela e ainda beijou – ele fala me olhando.- O nome dela é Carolina – eu falo para ele – manda ver na lista de convidados todas as Carolinas.- Tudo bem, eu procuro – ele fala me olhando – mas nós estamos com problema com o tio Pierre.- Qual seria o problema? – eu pergunto sério para ele.- Ele conseguiu sair – ele fala.- Como assim? – eu pergunto olhando para ele – Vitor Hugo eu te dei uma missão de você levar ele para dentro e calar a boca dele e você me diz que ele fugiu.- Ele fugiu pelo banheiro – ele fala. - Eu acreditei que ele queria ir ao banheiro.- Mas você é burro – eu falo para ele.- Não precisa ofender também – ele fala – já coloquei meio mundo atrás daquele velho manco, não é possível ele sair de Nova York tão rápido.- Você disse bem, ele é um velho manco e você um homem saudável e forte – eu falo para ele. – Eu juro que eu ainda te mato.- Você não faria isso – ele diz firme. – Está todos os nossos homens procurando por ele.- Ele desaparecer é colocar nosso segredo na em risco – ele me olha – isso não poderia ter acontecido, estava tudo sobre controle. O plano só deveria ter andado como era para andar.- Eu sei disso – Ele fala. – Mas quem iria imaginar que ele iria dizer que precisava ir ao banheiro e fugir pela janelinha – ele diz nervoso e dando um chute em um cone na frente do evento – Eu sei que a culpa é minha porra e eu não queria que isso tivesse acontecido.- Ok – eu falo para ele e olho para os lados – vamos manter a calma, ainda tem muitos convidados ali dentro e a gente perder o controle pode mostrar às nossas fraquezas.- O que vamos fazer? – ele pergunta.- Acompanha às buscas por esse velho maldito de perto, procure aeroporto normal, clandestino, casa, fazenda, qualquer coisa que tenha no nome dele aqui e em qualquer outro lugar – ele assente. – Manda entrar nas contas do banco dele e tirar tudo, deixá-lo na miséria.- Você tem certeza disso? – ele pergunta.-No momento não sabemos á onde ele está e com quem ele pode estar, não sabemos para quem ele pode negociar o segredo, para quem vai contar e qual impacto vai ter na nossa vida – eu respondo tentando manter a calma. – Então, vamos agir com cautela e aos poucos, vamos fazer esse velho vir até nos pedir nossa ajuda.- Você acha que ele faria isso? – ele pergunta.-Sim, na hora que ele perceber que se ele revelar o segredo, ele é o primeiro a se prejudicar, o primeiro a morrer – eu sorrio para ele – ele vai voltar.Vitor Hugo assente e entra de volta para o evento, eu ainda estou com a máscara na mão, pego meu celular e gravo o número que ela deixou anotado em meu lenço e faço uma chamada no celular.- Esse número ainda não foi registrado, por favor deixe uma mensagem na caixa postal e assim que ele for registrado, a pessoa irá receber sua mensagem – a voz de um robô fala.- Carolina, assim que você escutar esse recado, me retorne. É o Amarildo, eu não consigo parar de pensar em você, você conseguiu roubar toda a minha atenção nessa noite, então eu mereço um retorno - eu falo e desligo a chamada e olho para o celular vendo que hora era.Retorno para dentro do evento, fazendo com que Paola me encare e sorria, vindo em minha direção.- É sério que você dançou com aquela garota e ainda beijou ela? Era o que uma promessa? – ela fala rindo – ou uma aposta? acredito que seja uma aposta.- Eu não estou entendendo por que você está falando de Carolina dessa forma – eu falo para ela. – Eu não me envolveria ninguém por dívida ou aposta e você sabe disso.- Então você á conhece – ela fala sorrindo.- Conheço sua boca e sei seu nome – eu falo para ela.- Você como sempre me surpreendendo – ela diz – O que essa garota tinha que fez você ir atrás dela a festa toda?- Se eu fiz isso é porque algo me encantou nela – eu respondo para ela.- Aquela mulher está longe de ser padrão Amarildo – ela fala me olhando.- Desde quando eu exigi padrão em alguém? – eu falo para ela. – Se eu exigisse padrão, eu jamais teria me casado com uma mulher com uma língua tão grande para falar mal dos outros – Ela me encara e eu sorrio para ela – Aproveita a festa Paola – eu falo saindo de perto dela e andando pelo evento.Eu e Paola fomos casados durante alguns anos, confesso que vivemos um casamento perfeito, a gente era fogo e paixão, vivemos loucuras, vivemos tudo intensamente. Até ela se separar de mim de uma hora para outra e eu ir percebendo á pessoa ardilosa que ela era. Eu sempre acreditei que a gente deveria ser amigo das pessoas que nos relacionamos, que fez a gente feliz em algum momento na nossa vida, mesmo que o relacionamento tenha acabado. Uma coisa que eu odiava em Paola era á forma dela julgar os outros pela aparência, eu não me importava com isso. Aparência dizia muito pouco da pessoa, na verdade dizia quase nada.Vitor Hugo me manda uma mensagem á onde nela dizia que o nosso tio saiu em um carro preto pelos fundos, mas não saiu dirigindo, então já tinha alguém esperando-o. Então ele sabia que poderia ter um contragolpe meu nessa festa. Agora basta descobrir quem era que está ajudando-o.CAPÍTULO 5ADRIELE NARRANDO- Você não me disse como foi o evento – Jamaique pergunta.- Foi normal – eu respondo para ela.-Normal em que sentido? – ela pergunta – porque você está em todos os lugares.- Eu ? – eu pergunto apavorada.- Você mascarada – ela fala me mostrando em seu celular – Você só se envolveu com o seu chef – ela fala rindo – e ainda na terapia vem me falar que falta autoconfiança?- Mas falta, você acha que ele sabe quem eu sou? – eu falo me sentando na cadeira e ela me encara ainda sem acreditar – Ele se aproximou de mim, me procurou o tempo todo pela festa e eu fugia dele, mas – eu suspiro – aceitei dançar com ele, a conversa fluiu e a gente se beijou mais de uma vez – ela balança a cabeça rindo.- E agora
CAPÍTULO 6AMARILDO NARRANDO- Nenhuma Carolina foi convidada para o evento – Vitor Hugo fala me olhando.-Impossível – eu falo para ele – Impossível, ela me disse com todas as letras que o seu nome era Carolina, olha de novo na lista – eu ordeno.-Pode ver você mesmo – ele fala me entregando três listas frente e verso com nomes de convidados e eu olho todos com muita atenção. – Encontrou alguma Carolina? – ele pergunta irônico e eu o encaro.-Não – eu falo – Mas alguém deve conhecer ela naquela festa, ela foi convidada e não está na lista? Foi levada por alguém. Cadê as câmeras de segurança da frente do salão do evento?- Queimaram – ele fala – não estava funcionando ontem à noite.- Ah – eu digo ir&ocir
Capítulo 7Adriele narrandoEu não estou acreditando que eu ainda estou sendo falada por todo lugar, ainda bem que a máscara que eu usei escondia bem o meu rosto e que era difícil alguém me reconhecer nessas fotos e em nenhum momento eu circulei sem máscara por aquela festa.Eu desço do Uber e encaro o prédio da empresa, eu respiro fundo e tomo coragem para entrar, eu olho para todas aquelas mulheres que entravam e saiam todas arrumadas e no salto 15 e me sinto inferior á elas. Quando eu era mais nova eu me arrumava muito para ir até na padaria ao lado de casa, minha mãe me cobrava tanto que eu deveria ser vaidosa, cuidar de mim e quando eu tinha 18 anos e tive uma rejeição por parte do meu pai, eu me senti mal, me senti inferior e senti que não era capaz de ser amada, então eu me fechei em um mundo só meu. Durante qua
AMARILDO NARRANDO- Não é possível que você está procurando essa mulher – Paola fala.- Você ainda quer falar sobre ela? – eu pergunto.– Amarildo quero te apresentar a sua nova secretaria – Vitor Hugo fala entrando na minha sala, estou com a cadeira virada para á parede.-Por que não saímos? – ela pergunta no celular e eu viro a cadeira olhando para a minha mesa.-Ok, eu ligo para você mais tarde Paola – eu falo desligando o celular e levando o meu olhar para ela. Eu olho para aquela mulher que me encara com os seus olhos castanho que combina com a cor dos seus cabelos, seus cabelos era um pouco abaixo dos seus ombros.-Essa é a Adriele á sua nova secretaria, ela veio da Alemanha da sede que fechou lá – Vitor Hugo fala. Eu me levanto da cadeira e ando em sua direção
CAPÍTULO 9Adriele narrandoEu respiro fundo e aliviada quando Vitor Hugo entra de volta no escritório dele, eu tenho certeza de que ele não tinha me reconhecido ou fingiu muito bem.Eu olho para aquela sala e abro um sorriso, eu ainda não tinha entendido se eu gostava ou não de novos desafios porque eu me sentia desesperada e ao mesmo tempo ansiosa para começar uma nova etapa na minha vida.- Adriele – Vitor Hugo fala saindo da sua sala – emita o comunicado de luto para todas as empresas.- Em nome do tio de vocês? – eu pergunto.- Isso mesmo – ele fala. – Amarildo pediu que você ligue para á casa dele e peça para providenciar um traje todo preto para o enterro que vai acontecer hoje á tarde.- Claro, vou fazer isso agora mesmo. Quer que já faça a encomenda da coroa de flores em nome
CAPÍTULO 10Amarildo narrandoEu me sento na mesa da cafeteria e fico esperando Adriele chegar. Abro meu celular e vejo notícias sobre a morte do meu tio Pierre, a gente até que conseguiu amenizar um pouco a mídia em cima, mesmo assim tinha saído bastante especulação em cima da sua morte.Mas até agora ninguém tinha levantado a hipótese de que ele morreu dias depois de ir a mídia falar sobre o segredo que envolvia a nossa família e isso já era um ponto positivo para nós, porque se alguém fizesse isso, pode ter certeza que iriam vir para cima de mim, até por que ele falou meu nome e eu dei um baile de festa em cima disso e eles poderiam começar a especular a verdade, que eu dei o baile para amenizar a mídia em cima do segredo que meu tio disse tanto que queria revelar.Além do meu pai, eles e
CAPÍTULO 11Adriele narrandoEu tinha tirado o dia para fazer a lista dos clientes do escritório da Alemanha, a maioria deles tinha sede em Nova York e por incrível que pareça nenhum deles tinha contratado os serviços da empresa nas sedes, além dos escritórios na Alemanha. Eu não queria que Amarildo ache que eu sou intrometida, mas sou muito proativa e estava trabalhando um pouco isso, sempre achei a vida toda que às opiniões eram fracas e que ninguém iria gostar de ouvir e só agora estou me dando ideia de tanta coisa que eu deixei de fazer ou de colocar em prática por causa desse medo.Imprimo á lista dos clientes e deixo em cima da mesa de Amarildo e quando saio da sala dele encontro Gabriela.-Ainda está trabalhando – ela fala – já deu seu horário.- Es
Capitulo 12Amarildo narrandoEu olho para terapeuta que parecia tentar olhar a minha alma.-Eu ainda não entendi os motivos de você querer tanto encontrar essa garota da festa – ela fala – Me diz Amarildo, o que ela significou para você? – eu penso na sua pergunta.- Eu ainda não entendi – eu respondo para ela e ela me encara em silêncio e me olhando com bastante atenção – eu só quero encontrar ela, ver ela, ver seu rosto, saber seu nome, parece que eu a vejo em todas as mulheres.-Então você já achou que alguém poderia ser ela? – ela pergunta.-Minha nova secretaria, quando eu á vi, eu achei que poderia ser – eu falo – mas depois desisti dessa ideia.-Por quê? – ela pergunta.-Ela não estava na festa – eu falo – ela não de