O homem que falara era tão impressionante quanto o primeiro, mas este, no lugar do sorriso sedutor, havia apenas uma carranca. Ele estava vestido com uma camisa preta que grudava em seus músculos definidos como uma segunda pele e calças de couro da mesma cor. A roupa parecia uma espécie de armadura que terminava em duas espadas presas às costas em formato de X, o que lhe conferia uma aura de perigo. Ele a olhou de cima a baixo e estreitou os olhos amarelos em fendas enquanto ela erguia o punhal de prata.
— Pretende lutar contra mim com esta agulha, humana? — farejou o ar e coçou o nariz. — Você fede a medo e rosas, com certeza uma mistura irritante. — Suas palavras eram de puro desprezo e isso provocou nela ira; não pôde controlar o temperamento, mesmo que isso lhe custasse a vida. — Cale a boca, vira-lata! Devo lembrá-lo o quanto fede a cachorro molhado — falou enquanto uma fina garoa começava a cair. A vontade que tinha era de feri-lo, assim como ele havia feito com ela. As palavras causaram um acesso de risos e tosse no primeiro rapaz que tentou, em vão, disfarçar, recebendo um olhar mortal de reprovação. — Deixe-me passar ou o chutarei como o cão que é — cuspiu cada palavra quando ele, rápido como um raio, se pôs no caminho, impedindo a passagem. — Diz isso caçando em território alheio? Não lhe disseram a punição para o humano que entrar nas terras de Derién? — O sangue gelou nas veias quando uma dor terrível tomava conta do corpo dela, que em espasmos musculares desabou no chão. O peito doía como se estivesse sendo comprimido de dentro para fora. Choramingou quando um zumbido lhe invadia os ouvidos e a vista começava a escurecer com a falta de ar. — Heron, isso não será necessário! Ela é apenas uma aldeã, não fez nada de errado, a não ser caçar em território da matilha. Não oferece ameaça, ela não resistirá à sua dominância. — O outro rapaz intercedeu por ela; agora parecia incrivelmente sério. — Deixe-a ir. — Está apaixonado pela humana, capitão? As mulheres de nossa alcateia não lhe são suficientes? Devo lembrá-lo da lei? O lobo que se envolver com uma raça inferior será rebaixado a um serviçal. Mestiços são párias na alcateia. É esse o destino que pretende dar à sua linhagem? Afaste-se dela. Não sei que feitiço ela usou em você, então abra o olho, capitão, e volte ao seu posto, agora! — Tereze voltou a respirar quando a sensação de mil agulhas espetando sua pele começou a lhe abandonar. Ainda continuava no chão quando o primeiro rapaz, que havia sido chamado de Tarik, olhou uma última vez para ela, assentiu com a cabeça perante a ordem recebida e se transformou no lobo negro outra vez. Com um salto, desapareceu floresta adentro. A floresta pareceu mas silenciosa que nunca,tereze teve a certeza que ele terminaria o que havia começado,tentou em vão se afastar quando o homem se agachou ao seu lado e rápido como uma cobra ao dar o bote apanhou seu pulso esquerdo. A floresta parecia mais silenciosa do que nunca. Tereze teve a certeza de que ele terminaria o que havia começado. Tentou em vão se afastar quando o homem se agachou ao seu lado e, rápido como uma cobra ao dar o bote, apanhou seu pulso esquerdo. — Me solte! — em vão, tentou livrar-se das mãos extremamente fortes. Com um puxão, ele arrancou o pedaço da manga da velha camisa e a faixa que ela sempre levava ali. Virou o pulso dela e seus olhos dourados se arregalaram; ali, Tereze possuía uma marca de nascença. Um círculo perfeito dentro do qual havia, como um quarto de lua, um lado negro e o outro branco. Sempre havia se perguntado como aquilo um dia viera parar em sua pele. — Não pode ser! Não uma humana! — Ele largou o pulso dela como se a pele lhe queimasse no momento em que a própria pele entrou em espasmos. A moça se encolheu ainda mais, protegendo a marca que nem ela mesma sabia por que estava fazendo. — Onde conseguiu isto? — ele perguntou, e seu olhar ameaçador percorreu cada centímetro da pele dela. — Eu nasci com ela! — falou o que achou ser a verdade, já que pouquíssimas lembranças da infância lhe restavam na mente. A marca estava ali desde que Tereze se entendia por gente. — Não a mostre a ninguém! Me ouviu? — Ele tinha as mãos em garras negras e do peito um rosnado sinistro ecoou; era como se a fera estivesse dominando o homem, que não iria conseguir segurá-la por muito tempo. O rapaz fechou os olhos, e as narinas dilatadas denotavam que respirava com dificuldade. — Agora vá, espero nunca mais vê-la por aqui! Se for inteligente o suficiente, fugirá do continente sem olhar para trás antes do auge da lua de Diana. Se a encontrar novamente, não haverá misericórdia. — A voz grave e animalesca fez com que recobrasse os sentidos em frangalhos e cambaleasse para longe dali. — Corra, humana! Ou ele irá caçá-la e não gostará nem um pouco quando ele reivindicar o que lhe pertence. — Foram as últimas palavras que ouviu antes de correr como louca na direção que achava ser a certa. O som de um rosnado terrível foi ouvido por toda a floresta, seguido de um uivo solitário; era como se ele esperasse uma resposta, uma direção a qual seguir. Com o peito apertado pela sensação dos três longos uivos, ela correu até o limite do vilarejo. O vestido e os outros pertences haviam ficado, só Deus sabe em que direção. Ainda tremia de medo e cansaço; mesmo assim, não parou. A fraqueza de dias de fome esgotava a pouca energia que ainda possuía. Não podia aparecer pela porta da frente vestida assim, muito menos com a vista a se apagar. Respirou fundo uma, duas, três vezes e rodeou a antiga construção de pedra que era o lugar. Entraria pela cozinha; por sorte, Lise deixara as roupas que não haviam secado totalmente no varal. Rezou para que estivesse certa. O local estava silencioso, sinal de que todos já haviam se recolhido, como sempre, a este horário. Tereza não viu nem sinal de Harry e quase chorou de gratidão ao deixar sobre a mesa a pele com a carne que havia trazido. Ainda existia alguma brasa no fogão a lenha. Ela apanhou um pedaço da carne, temperou-o e começou a assá-lo. Com o coração ainda martelando enlouquecido, comeu o suficiente e já se preparava para subir com um prato do assado para a irmã quando a porta se abriu e Harry surgiu dali, acompanhado de um homem. O sangue gelou quando as palavras chegaram a seu ouvido, e o pior de todos os seus pesadelos se tornou real com cada palavra pronunciada. — Tenho duas irmãs! Creio que serão o suficiente para saldar a dívida. A mais velha é uma beldade! Se vier amanhã pela manhã, pode constatar com os próprios olhos. Com certeza, lhe renderá uma boa fortuna por um tempo; será sucesso garantido em sua casa de prazeres. Ambas são puras. Venha, vamos acertar tudo em meu escritório. — Tereze, com as costas coladas à parede, escorregou até o chão; precisava fugir dali.Não havia outras irmãs no orfanato e mesmo que ouvesse não deixava de ser um pesadelo,todos sabiam das dívidas de jogos que Harry possuía,o homem que havia demorado muitas horas antes de finalmente partir não parecia ser alguém da região,as roupas de boa qualidade e aparência jovem e distinta se não fosse pela enorme cicatriz que atravessava o olho direito e desaparecia pelo pescoço sabe Deus até onde por baixo da roupa. Tereze havia passado muito tempo ouvindo a conversa de ambos que de início eram apenas sobre banalidades regadas a vinho,o estranho tinha em mãos uma sacola de veludo que pelo tilintar ao pousar sobre a mesa era moedas,ele com certeza estava pagando,mas pelo que?se pelo visto elas serviriam como pagamento a divida de Harry,sem saber quando o estranho as buscaria teve de sair dali o mas rapido possível pôs batidas a porta chamou a atenção de todos,a jovem subiu as escadas rapidamente,quando entrou no quarto onde todas do sexo feminino dividiam uma cama minúsculas
Tereze despertou com a fraca iluminação vinda de fora que adentrava pela janela da carruagem, e o sacolejar rítmico do trotar dos cavalos lhe revirou o estômago. Despertou apavorada; ainda estava vestida com o velho vestido poído em vários lugares, e apenas o casaco pesado cor de vinho lhe aquecia mais do que estava acostumada.— Acalme-se, Tereze! Estamos quase chegando. Apenas não grite; estamos atravessando a floresta Derién. Amber disse que é necessário, pois é o único caminho por terra. Pelo mar, levaríamos dias até contornarmos a costa inteira. Precisamos apenas evitar determinados pontos da floresta.O desespero era tudo o que restava. Estavam sendo comercializadas como gado, e tirar a falsa esperança que estampava o rosto de Selena foi a decisão talvez mais difícil que estava prestes a tomar. Respirou fundo e segurou as mãos da irmã. Eram apenas as três dentro da carruagem. A loira, extremamente bonita, olhou para ela como se soubesse o que aconteceria em seguida.— Selena, n
O chalé era enorme,decorado com muito bom gosto,inclusive a sala onde foram deixadas sem mas uma palavra era decorada minuciosamente em tons masculinos de azul marinho e madeira,sobre a escrivaninha pena,tinteiro e alguns papéis,parecia humano foi o que mas a chocou,nada como as histórias contadas no vilarejo sobre lobos selvagens que devoravam criancinhas e humanos tolos o suficiente para entrarem na floresta Derién,os sons de passos se afastando foram ouvidos e finalmente Tereze pode abraçar a irmã que chorou em seu colo,Tereze não conseguiu derramar uma só lagrima,estranhamente sentia-se bem como se uma fonte de energia a estivesse alimentando,até mesmo a preocupação com o que diria ao alfa desapareceu. — Vai ficar tudo bem!— murmurou no ouvido da irmã,pelo menos ainda estavam vivas o que era um milagre. — O que faremos Tereze?ele nos matará!— foram as primeiras palavras ditas por Selena depois de tanto tempo em choque. — Não!eu prometo a você que não deixarei que nada nos acon
— O que ela faz aqui?— a loira escultural parecia indignada ao ponto de corta-la em pedacinhos. — Prisioneira como pode ver!— a jovem não pode evitar o sarcasmos. — Não falei com você escoria!— Tereze levantou uma sobrancelha em deboche e em seguida foi atingida por uma onda de dor que lhe comprimia o peito.— Dirija-se a mim com respeito.— todo o corpo da jovem tremia com espasmos musculares e teve certeza que seus órgãos internos estavam sendo esmagados. — Cadela!— disse com dificuldade enquanto involuntariamente seu corpo se dobrava e os joelhos cediam. — Alice já chega!— o alfa a puxou e a levantou nada gentilmente. — Ela precisa desde cedo aprender como as coisa aqui funcionam!— a vista de tereze estava embaçada e ela tremia como vara verde na correnteza,era a maldita dominância,talvez um truque dos lobos mas que ela odiava pelo fato de ser tão sucessivel a ela. — Não interfira no meu trabalho!quando você chegou eu estava prestes a leva-la para a prisão. — Você não
O quarto era o lugar mas luxuosos que ela botara os pés,em tons de branco e dourado o ambiente oferecia o conforto que nunca tivera,no canto uma enorme cama dossel capaz de abrigar quatro pessoas confortávelmente,um criado mudo no qual descansava um pequeno abajur,uma mesinha com uma cadeira próximo a janela que tinha vista para a floresta de pinheiros e um grande armário de madeira,o que mas lhe chamou atenção foi a grande banheira de porcelana branca em um dos cantos. Tereze não estava em seu melhor estado,a bainha do vestido estava rasgada em vários lugares e dura de lama,por Deus!as ultimas horas haviam sido infernais,girou uma chave na parede e a maravilha começou a acontecer,o mecanismo fez um barulho afogado e a água começou a jorrar,morna do jeito que precisava naquele momento.Começou retirando o casaco pesado que um dia havia sido lindo mas que agora estava em um estado deplorável,o vestido ragado e a combinação,os patos também não lhe restava muita escolha a não ser deixa
Já havia anoitecido e Tereze ainda estava sendo interrogada,ela já havia se cansado de repetir que não tinha nada haver com os tais vampiros muito menos os conhecia,Selena também havia repetido a mesma coisa,haviam sido traficadas e por Deus nunca havia nenhum interesse em parar ali,o conselho era um grupo de vinte lobos velhos e rabugentos,pessoas mas velhas da alcateia que pelo visto a odiavam tanto quanto o próprio alfa que a olhava como se ela fosse um estorvo,não queria ficar ali e seria muito fácil de resolver o poblema de todos indo embora. — O melhor para alcateia é que a deixemos em observação,assim teremos certeza que ela não foi enviada pelos vampiros para sondar nossas fraquezas!— disse uma mulher de olhar ostil e foi apoida por alguns membros. — Porque uma humana?já pararam para pensar nisto?porque não alguém capaz de competir com vocês em velocidade e força.— Não pode resistir responder diante de tantas suposições.— Deixe-nos partir,não pretendo ficar nenhum só inst
— Seja minha! Posso lhe dar tudo: uma casa, uma pensão mensal, joias, o que você quiser. — Alexander William não desistia nunca; não eram meia dúzia de beijos que a fariam entregar-se a ele. — Tereze! Me escute, por favor! — Ela caminhou floresta adentro.— Não! Vá embora, Alexander, não quero ser sua amante! Achei que já havíamos conversado sobre isso antes. — Era verdade que ele tinha uma boa condição financeira; era de uma das poucas famílias realmente abastadas do vilarejo, mas Tereze sabia que não nutria sentimentos o suficiente para se tornar amante do rapaz.— Você e sua irmã precisam de um lar! Todos sabem que Harry vende as garotas do orfanato. Quem pode garantir que logo não será a próxima? Você é linda, de um jeito sedutor que faria qualquer homem pagar uma fortuna para tê-la. — Inclusive você? — A pergunta o pegou desprevenido. Ele não disse nada por um tempo antes de se virar para partir e disse: — Quero ajudá-la.— Não! Não quer, quer apenas mais um corpo quente esquent