Tereze despertou com a fraca iluminação vinda de fora que adentrava pela janela da carruagem, e o sacolejar rítmico do trotar dos cavalos lhe revirou o estômago. Despertou apavorada; ainda estava vestida com o velho vestido poído em vários lugares, e apenas o casaco pesado cor de vinho lhe aquecia mais do que estava acostumada.
— Acalme-se, Tereze! Estamos quase chegando. Apenas não grite; estamos atravessando a floresta Derién. Amber disse que é necessário, pois é o único caminho por terra. Pelo mar, levaríamos dias até contornarmos a costa inteira. Precisamos apenas evitar determinados pontos da floresta. O desespero era tudo o que restava. Estavam sendo comercializadas como gado, e tirar a falsa esperança que estampava o rosto de Selena foi a decisão talvez mais difícil que estava prestes a tomar. Respirou fundo e segurou as mãos da irmã. Eram apenas as três dentro da carruagem. A loira, extremamente bonita, olhou para ela como se soubesse o que aconteceria em seguida. — Selena, não existe tia alguma! Estamos sendo... — A conversa foi interrompida por um barulho alto, como se a madeira estivesse sendo quebrada brutalmente. — Merda! — murmurou a loira ao olhar por uma fresta da cortina da carruagem. — Fiquem aqui! Em silêncio, ou serão estraçalhadas pelos malditos cães. Nem pensem em fugir. — Um tremor atravessou o corpo de ambas as irmãs, e tudo só piorou quando a mulher saiu para fora na completa escuridão. Estava muito escuro neste ponto, pois ali as árvores pareciam muito mais próximas, impedindo a passagem da luz do sol. Tudo ficou muito mais estranho com o silêncio que se seguiu, sendo substituído segundos depois por rugidos horríveis e sons de luta em meio à escuridão. Por Deus, essa era a única alternativa que possuíam. Tinham que fugir dali e rápido. Tereza havia calculado que talvez mais dois quilômetros poderiam levá-las ao vilarejo vizinho. Não podiam se dar ao luxo de se preocupar. — Vamos, Selena! — Não havia tempo para explicações. — O que você está fazendo? Amber pediu para que esperássemos aqui. Lá, morreremos nas mãos dos lobos. — Selene não sabia da verdade e não a culpou pela ignorância. — Não temos tempo para explicações! — segurou o rosto da irmã entre as mãos. Não existe família, é tudo uma mentira. Agora, vamos! — Praticamente arrastou a irmã para fora da carruagem. Ainda estava escuro e as duas mal conseguiam enxergar o caminho à frente. O som de animais grandes e rosnados assustadores era ouvido por toda a floresta. A única opção segura seria sair totalmente da estrada. A chuva havia tornado o solo escorregadio, o que fez com que praguejasse quando a saia do vestido quase a fez tropeçar pela milésima vez. Ambas correram até estarem totalmente exauridas. Haviam conseguido. Tereze quase chorou de emoção ao ouvir a floresta silenciosa outra vez; apenas o som da respiração em frangalhos das duas denotava algum som ali. — Precisamos continuar! Não é seguro ficarmos paradas aqui! — A jovem entrelaçou os dedos nos da irmã e iniciaram uma caminhada constante. Selena parecia em choque e, isso, por um lado, foi uma bênção; por enquanto, não precisaria responder perguntas que nem ela mesma havia respondido para si. Era simples: o que se poderia falar se a situação era algo que nem mesmo ela conseguia entender? Envolta em pensamentos conflitantes, só percebeu quando já estavam cercadas por dois dos homens musculosos vestidos em couro negro, armados até os dentes. — Ora, ora, ora, o que temos aqui! — Tereze conteve o grito, o que não aconteceu com Selena ao ver caninos enormes surgirem, deixando os lábios de ambos com aparência maligna. Os ferimentos daqueles homens se curavam a olhos vistos, deixando a pele tão lisa e sem cicatrizes como se nada tivesse acontecido. Tinham um olhar duro e cruel. — Humanas! Como chegaram tão longe em território de Derién? — O mais alto dos dois perguntou, sacando uma das armas. — De acordo com a lei, todo e qualquer humano encontrado em solo lupino deve ser eliminado. — Tereze se esquivou alguns passos, levando a irmã junto; sabia que eles as matariam ali. Não podia morrer, prometera cuidar de Selena a qualquer custo. Não havia nada que pudesse fazer, então, no desespero, disse o primeiro nome que lhe veio à mente no momento em que ele avançava para lhe dar um golpe fatal. — Heron! Eu procuro por Heron! — O homem parou e a olhou surpreso; ela só precisava de mais tempo para bolar um novo plano de fuga. — Como conhece o alfa? — Não direi nada a você! Apenas me leve até ele; foi ele quem pediu para eu o procurar. — mentiu descaradamente e quase mordeu a língua no processo. — Se não acredita, pergunte a Tatik! — Por Deus, o lugar dela no inferno já estava preparado; nunca havia contado tantas mentiras em um espaço tão curto de tempo. O tempo pareceu congelar até que ambas estivessem sendo conduzidas floresta adentro, sem mais uma palavra a respeito. Os homens pareciam soldados e tinham uma energia sem fim; já estavam caminhando há horas, e Tereze já não notava diferença nenhuma se estava andando em círculos ou não. Selena parecia perdida dentro da própria mente, e isso a preocupava. Rezou mentalmente para que acontecesse algo ao tal alfa que o impedisse de vê-la. O que diria a ele quando o visse? Lembrou das últimas palavras que ele lhe dissera ao olhar sua marca: não haveria misericórdia; ele até mesmo havia lhe dado um prazo para sair do continente, e onde ela estava, senão indo ao encontro dele. O caminho se abriu em uma clareira; era linda, como um vilarejo gigantesco construído de chalés de madeira até onde a vista alcançava. Nenhum parecia em condições precárias como no próprio vilarejo delas. Tereze inspirou o cheiro de bolo e doces, que fez seu estômago roncar. Os homens olharam para ela; com certeza haviam ouvido. A essa altura, os primeiros raios de sol da manhã já estavam levando consigo o frio da noite. Tereze fechou os olhos, deixando a brisa acariciar sua pele e, por mais que a situação presente fosse incerta, pela primeira vez sentiu paz. — Nem pensem em fugir! Aqui até o mais frágil pode dar fim à vida de vocês. — O aviso foi claro enquanto começaram a caminhar pela rua que levava à maior das construções. O sangue da jovem com certeza não estava chegando ao cérebro o suficiente, pois cada passo que dava fazia seu coração bater mais acelerado. Algo dentro de si, por instinto, lhe impulsionava a pôr um pé na frente do outro rumo a um destino que lhe era desconhecido.O chalé era enorme,decorado com muito bom gosto,inclusive a sala onde foram deixadas sem mas uma palavra era decorada minuciosamente em tons masculinos de azul marinho e madeira,sobre a escrivaninha pena,tinteiro e alguns papéis,parecia humano foi o que mas a chocou,nada como as histórias contadas no vilarejo sobre lobos selvagens que devoravam criancinhas e humanos tolos o suficiente para entrarem na floresta Derién,os sons de passos se afastando foram ouvidos e finalmente Tereze pode abraçar a irmã que chorou em seu colo,Tereze não conseguiu derramar uma só lagrima,estranhamente sentia-se bem como se uma fonte de energia a estivesse alimentando,até mesmo a preocupação com o que diria ao alfa desapareceu. — Vai ficar tudo bem!— murmurou no ouvido da irmã,pelo menos ainda estavam vivas o que era um milagre. — O que faremos Tereze?ele nos matará!— foram as primeiras palavras ditas por Selena depois de tanto tempo em choque. — Não!eu prometo a você que não deixarei que nada nos acon
— O que ela faz aqui?— a loira escultural parecia indignada ao ponto de corta-la em pedacinhos. — Prisioneira como pode ver!— a jovem não pode evitar o sarcasmos. — Não falei com você escoria!— Tereze levantou uma sobrancelha em deboche e em seguida foi atingida por uma onda de dor que lhe comprimia o peito.— Dirija-se a mim com respeito.— todo o corpo da jovem tremia com espasmos musculares e teve certeza que seus órgãos internos estavam sendo esmagados. — Cadela!— disse com dificuldade enquanto involuntariamente seu corpo se dobrava e os joelhos cediam. — Alice já chega!— o alfa a puxou e a levantou nada gentilmente. — Ela precisa desde cedo aprender como as coisa aqui funcionam!— a vista de tereze estava embaçada e ela tremia como vara verde na correnteza,era a maldita dominância,talvez um truque dos lobos mas que ela odiava pelo fato de ser tão sucessivel a ela. — Não interfira no meu trabalho!quando você chegou eu estava prestes a leva-la para a prisão. — Você não
O quarto era o lugar mas luxuosos que ela botara os pés,em tons de branco e dourado o ambiente oferecia o conforto que nunca tivera,no canto uma enorme cama dossel capaz de abrigar quatro pessoas confortávelmente,um criado mudo no qual descansava um pequeno abajur,uma mesinha com uma cadeira próximo a janela que tinha vista para a floresta de pinheiros e um grande armário de madeira,o que mas lhe chamou atenção foi a grande banheira de porcelana branca em um dos cantos. Tereze não estava em seu melhor estado,a bainha do vestido estava rasgada em vários lugares e dura de lama,por Deus!as ultimas horas haviam sido infernais,girou uma chave na parede e a maravilha começou a acontecer,o mecanismo fez um barulho afogado e a água começou a jorrar,morna do jeito que precisava naquele momento.Começou retirando o casaco pesado que um dia havia sido lindo mas que agora estava em um estado deplorável,o vestido ragado e a combinação,os patos também não lhe restava muita escolha a não ser deixa
Já havia anoitecido e Tereze ainda estava sendo interrogada,ela já havia se cansado de repetir que não tinha nada haver com os tais vampiros muito menos os conhecia,Selena também havia repetido a mesma coisa,haviam sido traficadas e por Deus nunca havia nenhum interesse em parar ali,o conselho era um grupo de vinte lobos velhos e rabugentos,pessoas mas velhas da alcateia que pelo visto a odiavam tanto quanto o próprio alfa que a olhava como se ela fosse um estorvo,não queria ficar ali e seria muito fácil de resolver o poblema de todos indo embora. — O melhor para alcateia é que a deixemos em observação,assim teremos certeza que ela não foi enviada pelos vampiros para sondar nossas fraquezas!— disse uma mulher de olhar ostil e foi apoida por alguns membros. — Porque uma humana?já pararam para pensar nisto?porque não alguém capaz de competir com vocês em velocidade e força.— Não pode resistir responder diante de tantas suposições.— Deixe-nos partir,não pretendo ficar nenhum só inst
— Seja minha! Posso lhe dar tudo: uma casa, uma pensão mensal, joias, o que você quiser. — Alexander William não desistia nunca; não eram meia dúzia de beijos que a fariam entregar-se a ele. — Tereze! Me escute, por favor! — Ela caminhou floresta adentro.— Não! Vá embora, Alexander, não quero ser sua amante! Achei que já havíamos conversado sobre isso antes. — Era verdade que ele tinha uma boa condição financeira; era de uma das poucas famílias realmente abastadas do vilarejo, mas Tereze sabia que não nutria sentimentos o suficiente para se tornar amante do rapaz.— Você e sua irmã precisam de um lar! Todos sabem que Harry vende as garotas do orfanato. Quem pode garantir que logo não será a próxima? Você é linda, de um jeito sedutor que faria qualquer homem pagar uma fortuna para tê-la. — Inclusive você? — A pergunta o pegou desprevenido. Ele não disse nada por um tempo antes de se virar para partir e disse: — Quero ajudá-la.— Não! Não quer, quer apenas mais um corpo quente esquent
O homem que falara era tão impressionante quanto o primeiro, mas este, no lugar do sorriso sedutor, havia apenas uma carranca. Ele estava vestido com uma camisa preta que grudava em seus músculos definidos como uma segunda pele e calças de couro da mesma cor. A roupa parecia uma espécie de armadura que terminava em duas espadas presas às costas em formato de X, o que lhe conferia uma aura de perigo. Ele a olhou de cima a baixo e estreitou os olhos amarelos em fendas enquanto ela erguia o punhal de prata.— Pretende lutar contra mim com esta agulha, humana? — farejou o ar e coçou o nariz. — Você fede a medo e rosas, com certeza uma mistura irritante. — Suas palavras eram de puro desprezo e isso provocou nela ira; não pôde controlar o temperamento, mesmo que isso lhe custasse a vida.— Cale a boca, vira-lata! Devo lembrá-lo o quanto fede a cachorro molhado — falou enquanto uma fina garoa começava a cair. A vontade que tinha era de feri-lo, assim como ele havia feito com ela. As palavras
Não havia outras irmãs no orfanato e mesmo que ouvesse não deixava de ser um pesadelo,todos sabiam das dívidas de jogos que Harry possuía,o homem que havia demorado muitas horas antes de finalmente partir não parecia ser alguém da região,as roupas de boa qualidade e aparência jovem e distinta se não fosse pela enorme cicatriz que atravessava o olho direito e desaparecia pelo pescoço sabe Deus até onde por baixo da roupa. Tereze havia passado muito tempo ouvindo a conversa de ambos que de início eram apenas sobre banalidades regadas a vinho,o estranho tinha em mãos uma sacola de veludo que pelo tilintar ao pousar sobre a mesa era moedas,ele com certeza estava pagando,mas pelo que?se pelo visto elas serviriam como pagamento a divida de Harry,sem saber quando o estranho as buscaria teve de sair dali o mas rapido possível pôs batidas a porta chamou a atenção de todos,a jovem subiu as escadas rapidamente,quando entrou no quarto onde todas do sexo feminino dividiam uma cama minúsculas