— Seja minha! Posso lhe dar tudo: uma casa, uma pensão mensal, joias, o que você quiser. — Alexander William não desistia nunca; não eram meia dúzia de beijos que a fariam entregar-se a ele. — Tereze! Me escute, por favor! — Ela caminhou floresta adentro.
— Não! Vá embora, Alexander, não quero ser sua amante! Achei que já havíamos conversado sobre isso antes. — Era verdade que ele tinha uma boa condição financeira; era de uma das poucas famílias realmente abastadas do vilarejo, mas Tereze sabia que não nutria sentimentos o suficiente para se tornar amante do rapaz. — Você e sua irmã precisam de um lar! Todos sabem que Harry vende as garotas do orfanato. Quem pode garantir que logo não será a próxima? Você é linda, de um jeito sedutor que faria qualquer homem pagar uma fortuna para tê-la. — Inclusive você? — A pergunta o pegou desprevenido. Ele não disse nada por um tempo antes de se virar para partir e disse: — Quero ajudá-la. — Não! Não quer, quer apenas mais um corpo quente esquentando sua cama. — Ele não disse nada enquanto partia, sem olhar para trás. Tereze continuou caminhando até ter certeza de que não estava sendo seguida. Vestiu as calças masculinas e uma camisa larga, prendeu os longos cabelos em uma trança enquanto calçava as botas e saía, seguindo a trilha onde estavam as pegadas do cervo. Pelos rastros no solo, eles sempre acabavam indo para a mesma direção: a floresta Derién. A vontade que teve foi de gritar de frustração. Como para concordar com ela, a barriga roncou alto; precisava de comida, ou ela e a irmã e outras crianças acabariam morrendo de fome. Não tinham muitas alternativas agradáveis: Harry terminaria por vendê-las ou morreriam de fome. Rezava para não ser obrigada a escolher. A necessidade fez com que ultrapassasse o limite entre o território humano e Derién. A caça sempre fugia na mesma direção, como se o lar de lobos cruéis fosse a salvação para elas. Seguiu o rastro por mais alguns minutos, quando parou próximo às margens de um riacho. A água estava tão calma e cristalina que poderia afirmar que era feita de cristal. O cervo bebia tranquilamente. Retirou uma flecha do alforge e encaixou-a silenciosamente no arco. Mirou e não esperou muito tempo; disparou a flecha, que encontrou seu lugar na anca do animal, impedindo-o assim de fugir. Com o punhal de prata nas mãos, o matou. O animal era um tanto grande para que pudesse carrega-lo de volta até a aldeia,resolveu então limpa-lo ali mesmo o mas rapido possivel,temia que o cheiro do sangue atraísse coisas que ela não poderia lidar. A carne pôs na própria pele que lhe garatia um par de botas novas para aquele inverno que se iniciava,enrolou e o prendeu as costas,sairia dali sem mas pistas,ninguém poderia incrimina-la de invadir o território dos lupinos,afinal o que os olhos não veem o coração não sente. Lavou as mãos e o punhal e início o caminho de volta,estava apenas alguns metros dos antigos pinheiros que separavam os territórios quando ouviu um estalo,era o barulho de uma galho seco sendo partido,um arrepio subiu-lhe a espinha e podia jurar que o coração havia errado uma batida. Sacou o punhal e virou rapidamente; ali parado estava um grande lobo negro com os pelos salpicados de manchas brancas. Ele tinha olhos castanhos vívidos e estavam focados diretamente na garota miúda à sua frente. Respirar se tornou difícil enquanto, lentamente, ele se aproximava. O lobo exibiu uma espécie de sorriso animal, cheio de dentes afiados, que a fez tremer. Ele era um deles e se preparava para saltar. O instinto humano berrava para que corresse, mas Tereze parecia travada no lugar, sem conseguir mover um músculo. Ele era enorme, do tamanho de um ponei, e se preparava para saltar. Quando o fez, pousou graciosamente a centímetros de onde ela estava, farejou o ar e, em segundos, se transformou no homem mais bonito que seus olhos mortais já tinham visto. — Ora, ora! Eu me perguntava de onde vinha o impertinente cheiro de rosas. — O homem à frente sorriu, parecia tão à vontade como se tomasse uma xícara de chá. — Faz muito tempo que não encontro uma humana por essas bandas, não uma humana tão bonita, confesso. — O sorriso que ele deu era muito branco e fez aparecer covinhas em seu rosto, realçando ainda mais a sua beleza incomum. — Não se aproxime! — Tereze surpreendeu-se pela voz ter saído firme, quando firmeza era a última coisa que sentia. — Não diga isso, doçura! Acabamos de nos conhecer, onde estão seus modos? — Ele pôs a mão no peito nu, parecendo ofendido. Foi aí que notou que a calça branca era a única vestimenta que ele usava. Não havia outra alternativa, seria seu fim; ninguém que tinha estado cara a cara com um lobo sobrevivera para contar a história. — Qual é seu nome, doçura? — Ele se aproximou, mas os músculos definidos moviam-se rijos por baixo da pele bronzeada.Tereze recuou um passo para trás,mas ele a segurou delicamente antes que tropeçasse em uma raiz. — Não me chame assim! — tentou livrar-se dele, o que foi impossível com seu agarre de aço. Seus olhos castanhos e vívidos se focaram nos dela, e cada músculo relaxou automaticamente, como se fossem feitos de gelatina. Tereze notou que, olhando de perto, os olhos dele eram de duas cores: um castanho e outro levemente vermelho. Eram lindos e cheios de uma promessa que era impossível não ceder. Como uma mariposa atraída pela luz, seus olhos percorreram o homem que a mantinha amparada em seus braços. Ele era alto, extremamente alto, e parecia ter cerca de um e noventa de altura. O rosto quadrado e a mandíbula forte eram um contraste irresistível com o nariz reto e lábios sensuais. Uma das sobrancelhas negras se arqueou em uma pergunta silenciosa quando ela passou uma das mãos pelo cabelo preto, que quase chegava ao ombro e encaracolava levemente na nuca. O cabelo, salpicado por mechas brancas, era exótico, e, ao tocá-lo, pôde constatar que a textura era tão aveludada que, neste momento, nem mesmo lembrava o próprio nome. Os lábios desceram em direção aos dela, e ela fechou os olhos, esperando o toque que foi interrompido pela voz que levou embora todo o entorpecimento que a envolvia. — Afaste-se dela, Tarik! Pensei que fosse mais seletivo. — Tereze não soube dizer, mas dentro dela cresceu uma ira sem tamanho, não por terem sido interrompidos, mas pelo efeito que a voz lhe causou. Tudo se tornou negro quando, com um tapa, acertou o rosto do rapaz à sua frente, que olhou para ela surpreso.O homem que falara era tão impressionante quanto o primeiro, mas este, no lugar do sorriso sedutor, havia apenas uma carranca. Ele estava vestido com uma camisa preta que grudava em seus músculos definidos como uma segunda pele e calças de couro da mesma cor. A roupa parecia uma espécie de armadura que terminava em duas espadas presas às costas em formato de X, o que lhe conferia uma aura de perigo. Ele a olhou de cima a baixo e estreitou os olhos amarelos em fendas enquanto ela erguia o punhal de prata.— Pretende lutar contra mim com esta agulha, humana? — farejou o ar e coçou o nariz. — Você fede a medo e rosas, com certeza uma mistura irritante. — Suas palavras eram de puro desprezo e isso provocou nela ira; não pôde controlar o temperamento, mesmo que isso lhe custasse a vida.— Cale a boca, vira-lata! Devo lembrá-lo o quanto fede a cachorro molhado — falou enquanto uma fina garoa começava a cair. A vontade que tinha era de feri-lo, assim como ele havia feito com ela. As palavras
Não havia outras irmãs no orfanato e mesmo que ouvesse não deixava de ser um pesadelo,todos sabiam das dívidas de jogos que Harry possuía,o homem que havia demorado muitas horas antes de finalmente partir não parecia ser alguém da região,as roupas de boa qualidade e aparência jovem e distinta se não fosse pela enorme cicatriz que atravessava o olho direito e desaparecia pelo pescoço sabe Deus até onde por baixo da roupa. Tereze havia passado muito tempo ouvindo a conversa de ambos que de início eram apenas sobre banalidades regadas a vinho,o estranho tinha em mãos uma sacola de veludo que pelo tilintar ao pousar sobre a mesa era moedas,ele com certeza estava pagando,mas pelo que?se pelo visto elas serviriam como pagamento a divida de Harry,sem saber quando o estranho as buscaria teve de sair dali o mas rapido possível pôs batidas a porta chamou a atenção de todos,a jovem subiu as escadas rapidamente,quando entrou no quarto onde todas do sexo feminino dividiam uma cama minúsculas
Tereze despertou com a fraca iluminação vinda de fora que adentrava pela janela da carruagem, e o sacolejar rítmico do trotar dos cavalos lhe revirou o estômago. Despertou apavorada; ainda estava vestida com o velho vestido poído em vários lugares, e apenas o casaco pesado cor de vinho lhe aquecia mais do que estava acostumada.— Acalme-se, Tereze! Estamos quase chegando. Apenas não grite; estamos atravessando a floresta Derién. Amber disse que é necessário, pois é o único caminho por terra. Pelo mar, levaríamos dias até contornarmos a costa inteira. Precisamos apenas evitar determinados pontos da floresta.O desespero era tudo o que restava. Estavam sendo comercializadas como gado, e tirar a falsa esperança que estampava o rosto de Selena foi a decisão talvez mais difícil que estava prestes a tomar. Respirou fundo e segurou as mãos da irmã. Eram apenas as três dentro da carruagem. A loira, extremamente bonita, olhou para ela como se soubesse o que aconteceria em seguida.— Selena, n
O chalé era enorme,decorado com muito bom gosto,inclusive a sala onde foram deixadas sem mas uma palavra era decorada minuciosamente em tons masculinos de azul marinho e madeira,sobre a escrivaninha pena,tinteiro e alguns papéis,parecia humano foi o que mas a chocou,nada como as histórias contadas no vilarejo sobre lobos selvagens que devoravam criancinhas e humanos tolos o suficiente para entrarem na floresta Derién,os sons de passos se afastando foram ouvidos e finalmente Tereze pode abraçar a irmã que chorou em seu colo,Tereze não conseguiu derramar uma só lagrima,estranhamente sentia-se bem como se uma fonte de energia a estivesse alimentando,até mesmo a preocupação com o que diria ao alfa desapareceu. — Vai ficar tudo bem!— murmurou no ouvido da irmã,pelo menos ainda estavam vivas o que era um milagre. — O que faremos Tereze?ele nos matará!— foram as primeiras palavras ditas por Selena depois de tanto tempo em choque. — Não!eu prometo a você que não deixarei que nada nos acon
— O que ela faz aqui?— a loira escultural parecia indignada ao ponto de corta-la em pedacinhos. — Prisioneira como pode ver!— a jovem não pode evitar o sarcasmos. — Não falei com você escoria!— Tereze levantou uma sobrancelha em deboche e em seguida foi atingida por uma onda de dor que lhe comprimia o peito.— Dirija-se a mim com respeito.— todo o corpo da jovem tremia com espasmos musculares e teve certeza que seus órgãos internos estavam sendo esmagados. — Cadela!— disse com dificuldade enquanto involuntariamente seu corpo se dobrava e os joelhos cediam. — Alice já chega!— o alfa a puxou e a levantou nada gentilmente. — Ela precisa desde cedo aprender como as coisa aqui funcionam!— a vista de tereze estava embaçada e ela tremia como vara verde na correnteza,era a maldita dominância,talvez um truque dos lobos mas que ela odiava pelo fato de ser tão sucessivel a ela. — Não interfira no meu trabalho!quando você chegou eu estava prestes a leva-la para a prisão. — Você não
O quarto era o lugar mas luxuosos que ela botara os pés,em tons de branco e dourado o ambiente oferecia o conforto que nunca tivera,no canto uma enorme cama dossel capaz de abrigar quatro pessoas confortávelmente,um criado mudo no qual descansava um pequeno abajur,uma mesinha com uma cadeira próximo a janela que tinha vista para a floresta de pinheiros e um grande armário de madeira,o que mas lhe chamou atenção foi a grande banheira de porcelana branca em um dos cantos. Tereze não estava em seu melhor estado,a bainha do vestido estava rasgada em vários lugares e dura de lama,por Deus!as ultimas horas haviam sido infernais,girou uma chave na parede e a maravilha começou a acontecer,o mecanismo fez um barulho afogado e a água começou a jorrar,morna do jeito que precisava naquele momento.Começou retirando o casaco pesado que um dia havia sido lindo mas que agora estava em um estado deplorável,o vestido ragado e a combinação,os patos também não lhe restava muita escolha a não ser deixa
Já havia anoitecido e Tereze ainda estava sendo interrogada,ela já havia se cansado de repetir que não tinha nada haver com os tais vampiros muito menos os conhecia,Selena também havia repetido a mesma coisa,haviam sido traficadas e por Deus nunca havia nenhum interesse em parar ali,o conselho era um grupo de vinte lobos velhos e rabugentos,pessoas mas velhas da alcateia que pelo visto a odiavam tanto quanto o próprio alfa que a olhava como se ela fosse um estorvo,não queria ficar ali e seria muito fácil de resolver o poblema de todos indo embora. — O melhor para alcateia é que a deixemos em observação,assim teremos certeza que ela não foi enviada pelos vampiros para sondar nossas fraquezas!— disse uma mulher de olhar ostil e foi apoida por alguns membros. — Porque uma humana?já pararam para pensar nisto?porque não alguém capaz de competir com vocês em velocidade e força.— Não pode resistir responder diante de tantas suposições.— Deixe-nos partir,não pretendo ficar nenhum só inst