Beijada pelo alfa
Beijada pelo alfa
Por: Carla Santana
Capítulo 1

— Seja minha! Posso lhe dar tudo: uma casa, uma pensão mensal, joias, o que você quiser. — Alexander William não desistia nunca; não eram meia dúzia de beijos que a fariam entregar-se a ele. — Tereze! Me escute, por favor! — Ela caminhou floresta adentro.

— Não! Vá embora, Alexander, não quero ser sua amante! Achei que já havíamos conversado sobre isso antes. — Era verdade que ele tinha uma boa condição financeira; era de uma das poucas famílias realmente abastadas do vilarejo, mas Tereze sabia que não nutria sentimentos o suficiente para se tornar amante do rapaz.

— Você e sua irmã precisam de um lar! Todos sabem que Harry vende as garotas do orfanato. Quem pode garantir que logo não será a próxima? Você é linda, de um jeito sedutor que faria qualquer homem pagar uma fortuna para tê-la.

— Inclusive você? — A pergunta o pegou desprevenido. Ele não disse nada por um tempo antes de se virar para partir e disse: — Quero ajudá-la.

— Não! Não quer, quer apenas mais um corpo quente esquentando sua cama. — Ele não disse nada enquanto partia, sem olhar para trás.

Tereze continuou caminhando até ter certeza de que não estava sendo seguida. Vestiu as calças masculinas e uma camisa larga, prendeu os longos cabelos em uma trança enquanto calçava as botas e saía, seguindo a trilha onde estavam as pegadas do cervo. Pelos rastros no solo, eles sempre acabavam indo para a mesma direção: a floresta Derién.

A vontade que teve foi de gritar de frustração. Como para concordar com ela, a barriga roncou alto; precisava de comida, ou ela e a irmã e outras crianças acabariam morrendo de fome. Não tinham muitas alternativas agradáveis: Harry terminaria por vendê-las ou morreriam de fome. Rezava para não ser obrigada a escolher.

A necessidade fez com que ultrapassasse o limite entre o território humano e Derién. A caça sempre fugia na mesma direção, como se o lar de lobos cruéis fosse a salvação para elas. Seguiu o rastro por mais alguns minutos, quando parou próximo às margens de um riacho. A água estava tão calma e cristalina que poderia afirmar que era feita de cristal. O cervo bebia tranquilamente. Retirou uma flecha do alforge e encaixou-a silenciosamente no arco. Mirou e não esperou muito tempo; disparou a flecha, que encontrou seu lugar na anca do animal, impedindo-o assim de fugir. Com o punhal de prata nas mãos, o matou.

O animal era um tanto grande para que pudesse carrega-lo de volta até a aldeia,resolveu então limpa-lo ali mesmo o mas rapido possivel,temia que o cheiro do sangue atraísse coisas que ela não poderia lidar.

A carne pôs na própria pele que lhe garatia um par de botas novas para aquele inverno que se iniciava,enrolou e o prendeu as costas,sairia dali sem mas pistas,ninguém poderia incrimina-la de invadir o território dos lupinos,afinal o que os olhos não veem o coração não sente.

Lavou as mãos e o punhal e início o caminho de volta,estava apenas alguns metros dos antigos pinheiros que separavam os territórios quando ouviu um estalo,era o barulho de uma galho seco sendo partido,um arrepio subiu-lhe a espinha e podia jurar que o coração havia errado uma batida.

Sacou o punhal e virou rapidamente; ali parado estava um grande lobo negro com os pelos salpicados de manchas brancas. Ele tinha olhos castanhos vívidos e estavam focados diretamente na garota miúda à sua frente. Respirar se tornou difícil enquanto, lentamente, ele se aproximava. O lobo exibiu uma espécie de sorriso animal, cheio de dentes afiados, que a fez tremer. Ele era um deles e se preparava para saltar. O instinto humano berrava para que corresse, mas Tereze parecia travada no lugar, sem conseguir mover um músculo.

Ele era enorme, do tamanho de um ponei, e se preparava para saltar. Quando o fez, pousou graciosamente a centímetros de onde ela estava, farejou o ar e, em segundos, se transformou no homem mais bonito que seus olhos mortais já tinham visto.

— Ora, ora! Eu me perguntava de onde vinha o impertinente cheiro de rosas. — O homem à frente sorriu, parecia tão à vontade como se tomasse uma xícara de chá. — Faz muito tempo que não encontro uma humana por essas bandas, não uma humana tão bonita, confesso. — O sorriso que ele deu era muito branco e fez aparecer covinhas em seu rosto, realçando ainda mais a sua beleza incomum.

— Não se aproxime! — Tereze surpreendeu-se pela voz ter saído firme, quando firmeza era a última coisa que sentia.

— Não diga isso, doçura! Acabamos de nos conhecer, onde estão seus modos? — Ele pôs a mão no peito nu, parecendo ofendido. Foi aí que notou que a calça branca era a única vestimenta que ele usava. Não havia outra alternativa, seria seu fim; ninguém que tinha estado cara a cara com um lobo sobrevivera para contar a história. — Qual é seu nome, doçura? — Ele se aproximou, mas os músculos definidos moviam-se rijos por baixo da pele bronzeada.Tereze recuou um passo para trás,mas ele a segurou delicamente antes que tropeçasse em uma raiz.

— Não me chame assim! — tentou livrar-se dele, o que foi impossível com seu agarre de aço. Seus olhos castanhos e vívidos se focaram nos dela, e cada músculo relaxou automaticamente, como se fossem feitos de gelatina. Tereze notou que, olhando de perto, os olhos dele eram de duas cores: um castanho e outro levemente vermelho. Eram lindos e cheios de uma promessa que era impossível não ceder.

Como uma mariposa atraída pela luz, seus olhos percorreram o homem que a mantinha amparada em seus braços. Ele era alto, extremamente alto, e parecia ter cerca de um e noventa de altura. O rosto quadrado e a mandíbula forte eram um contraste irresistível com o nariz reto e lábios sensuais. Uma das sobrancelhas negras se arqueou em uma pergunta silenciosa quando ela passou uma das mãos pelo cabelo preto, que quase chegava ao ombro e encaracolava levemente na nuca. O cabelo, salpicado por mechas brancas, era exótico, e, ao tocá-lo, pôde constatar que a textura era tão aveludada que, neste momento, nem mesmo lembrava o próprio nome.

Os lábios desceram em direção aos dela, e ela fechou os olhos, esperando o toque que foi interrompido pela voz que levou embora todo o entorpecimento que a envolvia.

— Afaste-se dela, Tarik! Pensei que fosse mais seletivo. — Tereze não soube dizer, mas dentro dela cresceu uma ira sem tamanho, não por terem sido interrompidos, mas pelo efeito que a voz lhe causou. Tudo se tornou negro quando, com um tapa, acertou o rosto do rapaz à sua frente, que olhou para ela surpreso.

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