MAITÊ
Nossa vida no bairro em que morávamos não era das melhores até que eu alcancei a maior idade e passei a aceitar fazer de tudo um pouco para conseguir colocar comida na mesa , necessitava ajudar a minha avó ,ela estava muito doente precisava de assistência médica e nas nossas limitações era praticamente impossível.
Até que um certo dia minha amiga de infância me fez um convite
-Maitê você é bastante bonita , já pensou em usar esse rosto e corpo para conseguir dinheiro? - Paty disse me dando uma olhada aguçada de cima em baixo exibindo um sorrisinho malicioso.
Eu já tinha feito faxina na casa , fiz um mingau e dei a minha avó , catei um biscoito perdido dentro de uma das vasilhas e comi , minha barriga doía de fome . Paty andava sempre bem arrumada , usando as melhores roupas e sapatos , nunca soube ao certo com o que ela trabalhava , na verdade a vida dos outros não me importava eu só tinha que conseguir um bom trabalho que fosse nos tirar da miséria.
-Qual é? Tá me convidando para ser garota de programa ? - Brinquei enquanto ela continuava me encarando atentamente , então rapidamente minha expressão muda para chocada - Tá mesmo falando sério? - Me endireitei no sofá desligando a pequena televisão que se encontrava aqui desde que eu me entendo por gente, a imagem quase estava se fechando, mas ainda dava para assistir.
Paty se inclina para mais perto.
-Hoje em dia existe um nome chique para isso. Acompanhante de luxo, É grana de verdade , tudo o que você quiser você pode ter -. Mulher , eles fazem tudo! basta você ser gentil e aceitar fazer algumas coisas.
-Eles quem? E o que são ‘’aceitar fazer algumas coisas?’’ -Ergui meus dedos no ar acentuando as aspas olhando para seu rosto com meus olhos estreitos.
Eu sempre fui uma pessoa ambiciosa , aqui nunca foi o lugar onde quis estar. Mas a minha avó paterna diz que a minha mãe não era flor que se cheire , ela se perdeu muito cedo e se meteu com drogas , ficou tão viciada que até mesmo me vendeu para estranhos e no dia seguinte apareceu morta , seu corpo sem vida foi encontrado em um hotel barato de beira de esquina. Minha avó disse que informou a polícia que eu havia sumido , já que a minha ‘’ mãe ‘’ havia saído comigo. Fui encontrada 3 dias depois , o casal após ver no noticiário que uma criança estaria desaparecida e que sua mãe havia sido encontrada morta , reconheceu a sua foto , ficaram com medo de serem apontados como os assassinos da minha mãe e então me devolveram de volta. Minha história é muito fodida para ser bem sincera , eu sou toda ferrada psicologicamente ,mas eu queria ser uma boa pessoa , pelo menos para a minha avó , no fundo eu sabia quem era mas mostrava para ela que eu havia sido diferente da sua nora. Tanto ela quanto o meu pai eram irresponsáveis ,nem mesmo conheço ele , só vi umas fotos antigas , minha avó diz que ele saiu de casa dizendo que iria em busca de trabalho na cidade grande mas depois disso sumiu no mundo e nunca mais ninguém teve qualquer noticia dele , de acordo com a minha avó isso acabou de desequilibrar totalmente minha mãe , jovem e desempregada ,na época seus pais tinha lhe expulsado de casa quando descobriram que engravidou com 15 anos de idade. Então meio que eu não queria dar margem para o seu sofrimento, mas as coisas estavam ficando cada vez mais complicadas , o dinheiro da sua aposentadoria não dava para quase nada eu tinha que dar os meus pulos.
- Os homens , eu particularmente prefiro os velhos ricos, eles pagam mais, são carentes de atenção e é claro que eu me aproveito. E o fazer tudo inclui agradá-los com todas as artimanhas que você dominar no sexo , e meu amor se você não sabe aprenda, embora você vai conseguir experiência a cada parceiro que tiver.
Não parecia ser difícil.
-Ganha quanto por trabalho?
-Gata , isso vai depender muito. Tudo o que você precisa fazer é apenas se inscrever e eu posso te ajudar.
Eu nem conto história , e por meu celular mesmo faço a inscrição com Paty me dando as instruções.
Nunca tive namorados , quero dizer... eu até tive, e ainda fiquei mal por um jurandir pobretão , dali em diante eu jurei nunca mais ter qualquer tipo de vínculo sentimental com qualquer homem que seja . Se fosse pra sofrer que pelo menos fosse por um homem rico e bonito e não por um pé raspado e feio que ainda por cima se achava. Tinha um melhor amigo que eu sabia bem que era apaixonado por mim , ele é carinhoso e boa pinta , mas seu estilo de vida não me enchia os olhos , tudo bem que é trabalhador, mas quando a fome entra pela porta o amor sai pela janela – palavras de Teresa , eu não perdia um só capítulo daquela novela , concluía meus afazeres e corria para assistir; quem não assistiu aquela preciosidade estava cometendo um grave pecado , aquela novela realmente é uma ótima escola para mulheres que se valorizam e ainda por cima pisam nos homens , é o que eles mereciam por sempre se considerarem espertos.
Entretanto ele serviria para quebrar o meu galho , sempre que eu precisava sair eu pedia para Luciano ficar de olho na minha avó , ele gosta muito dela e a minha avó era louca para eu me casar com ele. Isso nunca iria acontecer, embora eu flertasse com ele às vezes de brincadeira.
Liguei para ele dizendo que precisava sair com urgência já que tinha conseguido um trabalho como garçonete em um restaurante , embora a cidade fosse pequena existia inúmeras opções . Luciano ficou muito feliz por mim, me desejou boa sorte e disse que não seria um problema para ele cuidar dela.
Já estava pronta , cheirosa e muito bem arrumada eu sabia me vestir bem.
Não vou negar, eu estava um pouco nervosa, era um mundo novo para mim.
Quando fiquei pronta liguei para ele vir , era meu vizinho e não demorou nada para que batesse na porta. Apressei meus passos e rapidamente a abri.
-Maitê? - Seu sorriso se fechou , uma vez em que suas sobrancelhas se ergueram em surpresa.
Dou espaço para ele passar, deixando exalando no ar cheiro de sabonete barato mas cheiroso.
Eu usava saltos altos , vestido de uma alça só, era longo com uma fenda na perna de cor verde escuro. Meus cabelos estavam escovados e presos no alto da minha cabeça num charmoso rabo do cavalo, nas orelhas usava um discreto brinco.
-Não acha que está um pouco arrumada demais para pegar no trampo como garçonete? - Seus olhos mais uma vez me varreram do alto da cabeça até a planta dos pés.
Cruzei meus braços na defensiva.
-O lugar é refinado , coisa de gente grã-fina não posso simplesmente chegar vestida de qualquer maneira , preciso estar apresentável . Afinal de contas , não estou belíssima? - Girei no lugar parando novamente de frente para ele exibindo um enorme sorriso de dentes à mostra , isso sempre funcionava e foi o que o desarmou.
Antes carrancudo Luciano sorriu se aproximando.
-Você está cheirosa ...-Disse de modo apreciativo.
Como queria tirar seu foco da minha ‘’arrumação ‘’ o puxei pela mão para mais perto – Não se recorda deste perfume? , foi você quem me deu no meu aniversário - Ele cheira a curva do meu pescoço . Mordo meu lábio inferior segurando uma risadinha.
-Ficou maravilhoso em você...tudo fica incrível em você Maitê ,eu...-Lhe silencio colocando meu dedo indicador parado na frente de seus lábios .
-Não diga mais nada , agora eu preciso que cuide da minha avó porque o meu horário já está se aproximando , não posso me dar ao luxo de me atrasar no meu primeiro dia de trabalho.
-Sim , você tem razão .-Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça que usava mordiscando seu lábio ainda com os olhos presos em mim , eu realmente amava a maneira que impactava os homens.
Caminhei na sua frente o chamando com o dedo para que me seguisse até o quarto da minha avó. Já tinha dado banho nela , e comida , tudo o que ele tinha que fazer é ficar de olho caso ela precisasse de alguma coisa . Ele sabia bem por isso não precisava eu explicar novamente.
Me aproximei da minha avó , ela já estava bastante debilitada, andava pouco e o cansaço era visível em seu rosto já idoso, porém eu a amava era tudo o que eu tinha de mais precioso na vida e também era a única pessoal com quem eu me importava além de mim mesma.
-Onde vai tão bonita assim? - Sua voz saiu bem baixinha , os remédios a deixavam sonolenta
Sorri me sentando ao seu lado da cama pegando nas suas mãos , plantando um casto beijo em cada uma delas. Erguendo meus olhos para seu rosto sorri
-Consegui trabalho vó , em breve eu vou te proporcionar uma vida de rainha – Eu estava convicta disso , sempre tive desejo de vencer na vida e não me importava que fosse fazendo sexo para que isso acontecesse .
Ela sorri fracamente
-Cuidado filha , que Deus te acompanhe – Eu precisava dele , mas duvidava que me acompanhasse nesse passo que estarei dando, tudo nessa noite mudaria ,a começar de mim.
-Amém vó. Luciano vai cuidar da senhora na minha ausência - O bom era que ele trabalhava até a tarde e a noite sempre estava disponível e foi justamente com isso que eu pude contar.
Me despedi dela e do Luciano o mesmo disse umas mil vezes para que eu tomasse cuidado , e então subi para a casa de Paty , ela já estava na porta me esperando.
-Que demora Maitê! , vamos de uma vez eu já chamei o Uber
Dentro do carro comecei a ficar ansiosa.
-Será que isso é mesmo uma boa ideia? - Nunca fui de dar para trás , mas de repente a ideia de dar para um estranho com quem eu não terei química alguma me deixou amedrontada e insegura e eu não era uma coisa nem outra , toda vida fui destemida.
-Maitê para de noia! Você vai sair com um coroa rico e muito provavelmente vai ter um sexo incrível e ainda por cima vai ganhar por isso . Minha querida , quantas mulheres dão para um jurandir e ainda de graça? Você é belíssima , use isso ao seu favor . Sua beleza custa grana e muita grana – O sorriso de Paty incentivou o meu .
Acenei para ela me sentindo repentinamente confiante e poderosa.
MAITÊ Me senti entrando em um novo mundo , um o qual eu sempre sonhei em colocar os pés . Já havia passado pela porta deste lugar inúmeras vezes , me perguntando qual seria a sensação e hoje mal posso acreditar que estou realizando meu sonho. Fui recebida no chique restaurante sendo recebida por um homem bastante simpático Informei meu nome para ele quando me cumprimentou, e então fui conduzida para o andar de cima , era uma área discreta. Tocava música na altura ideal para que não incomodassem aos ouvidos, mas sim de modo suave , o requinte daqui pedia isso. Passei os olhos ao redor percebendo as pessoas que aqui estavam muito bem-vestidas . Era impossível não me sentir em um outro mundo , completamente diferente do que eu vim, era quase uma lástima cruel comparar os dois. Paty ficou lá fora me esperando , meu coração batia insistentemente forte contra minha caixa torácica . Antes com fome agora meu estômago parecia todo agitado a cada passo que eu dava. Assim que subi o lance
MAITÊPaty me aguardava numa lanchonete em frente ao restaurante , na verdade ela estava tendo um bate-boca com um cara , assim que se virou e me viu ela veio ao meu encontro parecendo bastante agitada. -O que foi ? Quem é aquele homem?- Perguntei tentando entender o que estava acontecendo -Ninguém que seja importante – Ergo minha sobrancelha enquanto ela passa umas mechas de seus cabelos para atrás de suas orelhas nervosamente – E então como foi o encontro ? Ele não quis logo partir para o vamos ver? -Nada , só me entregou um contrato cheio de exigências Paty piscou confusa -Sério? , deixa eu ver esses papéis direito – A mesma franziu o cenho pegando o envelope de minhas mãos enquanto se sentava na escada do restaurante , fiquei de pé ao seu lado , estava arrumada demais para me sentar aqui. -Mas isso não é normal? - Eu pergunto curiosa dando um passo para o lado para que um casal pudesse passar. -Não é muito comum , geralmente eles marcam o local onde querem ficar com você ,
Arthur Castellani DIAS ATRÁS....Eu sou um homem libertino, nem mesmo um suposto casamento ‘’ feliz’’ fez com que eu renunciasse às minhas aventuras. Valentina era ciente de que eu não era um esposo ‘’cem por cento fiel’’ afinal de contas para ela me ter ao alcance de suas mãos foi necessário muito dinheiro. Era uma socialite solteirona e a verdade é que nunca pôde me dar filhos , isso não era um problema até porque ser pai definitivamente não era algo que eu aspirasse. Meus encontros com outras mulheres ocorria no sigilo e tudo contratual , sou um homem muito conhecido e não seria exatamente uma boa que boatos ocorressem e na verdade eles até surgiam de vez em quando, entretanto nada jamais chegou a ser provado , por isso me tornei altamente cuidadoso, não poderia dar ao que falar , sou um empresário de nome consegui fazer minha própria fortuna , se um dia meu casamento com Valentina vier por água abaixo eu terei com que me valer e não me tornar dependente dela ainda que esse dinhe
MAITÊ Arthur se aproxima tocando por debaixo do meu queixo de modo que meu rosto se erga , uma vez em que seus olhos parecem enxergar toda a minha alma , era profundo e dominante. O polegar fez uma pequena caricia no meu maxilar , sentindo meus sentidos reagir ao seu toque umedeci meus lábios sentindo-os secos. Ele estava muito perto O cheiro do perfume... Sua presença predadora me deixou completamente atiçada Eu queria mais contato , isso ainda não era o suficiente. -Só faremos sexo depois que eu tiver em mãos os resultados dos exames que te pedi, mas antes disso quero uma amostra do que terei acesso. Meus olhos vagaram por sua boca cheia e vermelha , altamente convidativa Embriagada por sua beleza me apossei dos seus lábios uma vez em que fui derrubada em cima do sofá , Arthur levando a mão para a base da minha nuca me dominando por completo , uma vez em que deslizei a língua pela sua sentindo finalmente seu gosto , era viciante e bom demais para ser verdade enquanto minha
ARTHUR CASTELLANI Sou um homem precavido, não significa que somente porque terei alguns momentos prazerosos é que deixarei de investigar sobre com quem estou me metendo, entretanto pelo que descobri a garota não é uma ameaça à minha reputação. Na banheira degustando de um vinho , fecho meus olhos me recordando de como ela é absurdamente gostosa , em todo o contexto da frase. Maitê dos Santos, 26 anos , mora sozinha com sua avó paterna , não tem trabalho fixo mas faz alguns bicos aqui e ali . Bonita daquele jeito estava se perdendo , ainda bem que ela decidiu fazer algo que fosse útil e que eu pudesse degustar , é claro. Passo a língua por meus lábios sentindo o gosto do vinho, doido pra mulher fazer logo a merda dos exames para que eu possa dar inicio ao que tanto quero. Meu celular chama , levantando-me pego o mesmo em cima do balcão da pia vendo o nome de Valentina estourar na tela. Rolei meus olhos estalando a língua no céu da minha boca antes de atender a ligação , desespera
MAITÊ Logo após ter saído do hotel no qual Arthur está hospedado me aproveitando do seu motorista passei logo na clinica para deixar marcado os tais exames que ele tanto exigiu, faria logo pela manhã no primeiro horário. Quando cheguei em casa Paty nem mesmo notou minha presença digitando freneticamente no seu celular , seu rosto estava carrancudo como se alguma coisa estivesse lhe chateando. -Minha nossa , o que está rolando? - Ao escutar minha voz a mesma toma um susto fazendo com que o aparelho celular quase caísse no chão , porém ela conseguiu aparar sua queda a tempo. -Merda, Maitê! Custava avisar que estava chegando? Quase fui de arrasta , eu hein minha filha- Enfiando os dedos por entre seus cabelos os tirando de cima do seu rosto me olhou irritadiça. - A porta aqui de casa é barulhenta , se você não me escutou chegando é porque a coisa deve ser muito séria - Apontei com o queixo em direção ao seu celular. Ela desvia o olhar de mim se levantando do sofá -Era só um client
MAITÊ Às 19:00 em ponto Luciano bateu na minha porta , ele realmente era pontual. -Vem , entra. -Dou espaço para ele passar juntamente à sua irmã , ela ficaria de olho na minha avó até que voltássemos , como Paty não iria poder Luciano me confidenciou que fez um acordo com ela. -Oi , Maitê- Livia me dá um beijo na bochecha enquanto passa por mim , ela tinha na faixa de uns 19 anos e era uma boa garota. -Como vai você gatinha? - Eu digo de modo animado batendo com uma palma da mão na outra. -Melhor agora que você e o meu irmão estão namorando – Ergo as sobrancelhas trocando um olhar com Luciano , o mesmo está sorrindo de orelha a orelha levando uma de suas mãos a acariciar sua nuca meio sem graça. -Livia....- Ele diz -Somos bons amigos – Reitero achando graça da cena. Ela da de ombros – Então....vamos , não é? - Luciano chama fazendo um sinal com o queixo em direção da porta. Olho para Livia – Fique de olho na minha avó , ela não vai precisar tomar o remédio porque eu já lh
Arthur CastellaniAcabei mudando de ideia , não pegaria as mulheres dos meus sócios embora tivesse passado o cartão do hotel em que eu estava e o número do meu quarto dei um perdido nas duas . De querer eu até queria , mas misturar negócios com sexo não era uma boa , recordei-me da dor de cabeça infernal que ações assim me causaram cerca de 1 ano atrás a mulher ficou tão obcecada que me deu trabalho lhe tirar do meu pé. Não dava para negar que tive inúmeras mulheres na minha cama, sendo pagas ou não esta era uma forma usual que eu tinha de me livrar da pressão constante que Valentina me colocava , odiava o quanto me sufocava. Então esta era minha parte preferida de diversão , buscar prazer nos corpos de outras mulheres. Entretanto não me sentia nenhum pouco culpado , tudo nessa vida era a base de trocas . Eu mesmo me casei pelo dinheiro , assim como mulheres se aproveitavam do seu corpo e da sua beleza para ganhar com isso ; uma mão lavava a outra e ninguém saia perdendo aqui. Meus