LUXÚRIA

ARTHUR CASTELLANI 

Sou um homem precavido, não significa que somente porque terei alguns momentos prazerosos é que deixarei de investigar sobre com quem estou me metendo, entretanto pelo que descobri a garota não é uma ameaça à minha reputação.

Na banheira degustando de um vinho , fecho meus olhos me recordando de como ela é absurdamente gostosa , em todo o contexto da frase.

Maitê dos Santos, 26 anos , mora sozinha com sua avó paterna , não tem trabalho fixo mas faz alguns bicos aqui e ali . Bonita daquele jeito estava se perdendo , ainda bem que ela decidiu fazer algo que fosse útil e que eu pudesse degustar , é claro.

Passo a língua por meus lábios sentindo o gosto do vinho, doido pra mulher fazer logo a merda dos exames para que eu possa dar inicio ao que tanto quero.

Meu celular chama , levantando-me pego o mesmo em cima do balcão da pia vendo o nome de Valentina estourar na tela.

Rolei meus olhos estalando a língua no céu da minha boca antes de atender a ligação , desesperado para não  o fazer , entretanto se eu não atender a sua chamada é bem capaz dela colocar a policia atrás de mim para localizar o meu paradeiro.

O que eu tinha que aguentar com essa mulher em troca de uma vida cheia de regalias , não estava escrito.

-Oi amor , aconteceu alguma coisa? - Eu digo mansamente ao atender, em seguida virando o restante do vinho na minha boca.

-Estou com saudades , quando você volta? - Sua voz era chorosa

Esfrego meu queixo encarando minha imagem refletida no espelho

-Que é isso? Nós já conversamos sobre . E não tem nem 24 horas que estou fora , por que você não sai com suas amigas para fazer compras? - Sugiro , geralmente costumava funcionar ainda mais ela sendo uma consumista de primeira, gostava de gastar dinheiro que nem água . Também... nunca precisou pegar no pesado para saber o valor de um real , como poderia ser diferente?

-Não tenho vontade , a casa sem você fica um tédio- Enquanto ela sentia minha falta , eu dava graças a Deus por estar longe. Embora não tivesse do que reclamar , viver debaixo do mesmo teto que ela me fazia sentir claustrofóbico.

-Então vai ter que aguentar até eu voltar.

-Não pode simplesmente adiantar esses negócios que tem para resolver aí e voltar tipo hoje?- Um sorrisinho irritadiço surgiu na minha boca .

-As coisas não se resolvem em nanos segundos , você sabe.-Olho no meu relógio de pulso ignorando o seu muxuxo – Tenho que desligar , tenho uma reunião daqui a pouco.

-Tudo bem. Mas vê se me liga

-Eu ligo sim , pode deixar .

-Arthur....

-Hum?- Franzo o cenho

-Te amo

Levanto minhas sobrancelhas sabendo que teria que responder de volta no piloto automático.

-Também te amo. Se cuida – Ela murmura um humrum e então encerro a chamada evitando que ela inventasse de emendar em mais inquisitórios.

De forma alguma serei hipócrita em dizer que tenho qualquer tipo de sentimento por Valentina, na verdade eu não amo ninguém a não ser a mim mesmo e a minha avó. Não sou o tipo de cara em que acredita em sentimentos , amor....

Ah fala sério...

Enxugo meu corpo molhado voltando para o quarto.

 Fiz uma boa aquisição em ter comprado um hotel fazenda por essas redondezas . A cidade atrai turistas e é muito bonita , seria sem dúvidas um bom investimento. Teria que expandir o dinheiro que roubei de Valentina cerca de 1 ano atrás , ela sequer suspeita e nem mesmo fará qualquer diferença em seu bolso , é como lhe tirar 0,25 centavos.

Quando cheguei ao restaurante meus sócios só faltam lamber os meus pés querendo me agradar de qualquer maneira. Pessoas abastadas eram tratadas como ‘’reis’’ e era exatamente essa forma em que eu era tratado que me fazia sentir dono do mundo , a sensação de domínio e poder .

Embora sorrissem e fossem divertidos , era nítido o quanto eram falsos.

No mundo dos negócios não existe essa de amiguinho, ou é ou não é . Se deixar levar por umas taças de bebida e muita conversa fiada é a mesma coisa de jogar uma criança indefesa aos lobos.

Eu me divirto observando seus esforços inúteis para se associarem a empresa de Valentina , chegava a ser ridículo a disputa entre eles mesmos com a ânsia de se destacarem dos outros e o quão longe poderiam ir para chamar a minha atenção.

Como um renomado empresário de sucesso , bem sucedido e poderoso me fazia estar acima da média. O poder da decisão estava nas minhas mãos , eu decidia quem sim e quem não , era excitante.

Suas mulheres que estão aqui presentes parecem estar prontas para cair na minha cama a qualquer segundo. Os olhares carregados de cobiça e luxúria a denunciam , eram bonitas não podia negar. Enquanto Lúcio gesticula com toda sua eloquência embebido por ter se associado à mim , meus olho desviam-se para o decote da sua mulher . Quando ele chama a minha atenção abro um sorriso com um leve meneio de cabeça assentindo para que ele prossiga com sua fala.

-Ah! Ela chegou – A mulher de Lúcio que estava prestes a vir parar em cima do meu colo diz se erguendo da cadeira , quando uma bela ruiva se aproxima da nossa mesa.

-Boa tarde a todos – A mesma diz exibindo um sorrisão uma vez em que a mulher de Lúcio se pendura em seu braço , ambas com a atenção presa em mim ignorando ao restante do pessoal que se encontravam na mesa.

-Boa tarde – Respondo amigavelmente . - Se me derem licença? - Eu digo seguindo caminho para o banheiro quando meu celular vibrou no meu bolso , era meu advogado.

Lhe passei os dados da conta bancária de Maitê para que o dinheiro fosse creditado em conta , era o seu adiantamento embora não tivéssemos tido nada demais ainda.

Embora estivesse ansioso por prova-la , sabia bem que a pressa é inimiga da perfeição.

Após ter terminado de deixar tudo certo , saio de dentro do banheiro dando de cara com a mulher de Lúcio e sua amiga recém-chegada.

-Algum problema?

Ambas se aproximam uma vez em que desço meus olhos para elas.

-Minha amiga queria te conhecer ...melhor. - Lambe os lábios

Pego em sua mão plantando um casto beijo no dorso como um verdadeiro cavalheiro.

-Prazer em conhecê-la – A mulher pisca nervosa , raspando os dentes pelo lábio inferior.

Essa aqui devia ter na base de uns 29 , era quase tão bonita quanto Maitê mas não tinha suas curvas , tanto a mulher de Lúcio quanto ela eram esguias.

-Acredito que não se importará de nos convidar para um drink.- A esposa de Lúcio fala levando a mão para meu braço.

Enquanto Maitê não agiliza as coisas , eu poderia me divertir embora odiasse usar camisinha. Mas a necessidade de estar dentro de um corpo de uma mulher era demais para rejeitar. Por uma eu estava pagando e investiria nisso , valia a pena .

Porém a luxúria faz com que eu lhe passe o cartão do hotel e do quarto onde estou hospedado , uma vez em que lhes dou um meneio de cabeça passando por elas.

Quem não tinha cão caçava com gato.

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