MAITÊ Precisava de uma cuidadora para cuidar da minha avó , não pediria a Livia porque eu não queria dar meu braço a torcer e também não queria mais conversa com Luciano , ele havia passado dos limites. Consegui o contato de uma profissional do ramo através de pesquisas pela internet , sua avaliação era boa e recomendável , o preço para uma diária era salgado por só algumas horas, mas como eu não tinha com quem contar agora , já que Paty não poderia me ajudar com isso porque iria também participar deste coquetel comigo , era tudo o que poderia fazer por hora. -Você tem mesmo certeza de que não corre risco de dar merda?- Eu falo baixo puxando ela para meu quarto -Fica tranquila Maitê , eu sempre participo de eventos desse tipo e acredite minha filha gente rica adora essa belezinha aqui – Ela ergue o pacotinho na altura do rosto junto com um sorrisinho malicioso - Além de que vamos ganhar uma ótima grana com isso. -Espero que não suje para meu lado , é só isso que eu espero – Lhe dou
MAITÊ O Hotel Fazenda de Arthur era incrivelmente lindo! , ficava numa área isolada da cidade , o lugar era imenso . Na parte dos fundos haviam duas piscinas , com pés de coqueiros ao redor enfeitando a bela vista , um quiosque ficava no meio. Em todos os cantos estavam pessoas espalhadas enquanto ‘’Livin on a prayer ‘’ de Bon Jovi tocava num som ambiente. Olhei para Arthur intrigada enquanto ele cumprimentava e conversava com algumas pessoas , na verdade ele queria que eu ficasse com ele para cima e para baixo , embora meus pés estivessem me matando em cima desses saltos. Como esperado os homens só faltavam cair em cima de mim enquanto as mulheres presentes me olhavam com um certo recalque , eu não dava a mínima estava nítido que deveriam estar enciumadas porque Arthur chegou acompanhado e claro que eu fazia questão de encenar bem , entrelaçando meu braço no dele sorrindo e conversando com pessoas sempre que era requisitada. -Não saia de perto de mim nem por um segundo sequer- Art
MAITÊ Eu não esperava de verdade que esta noite fosse terminar dessa maneira , só não fiquei presa porque Arthur interveio, e pagou a fiança por ter sido apontada como cúmplice de Paty , já que eu havia a convidado. Arthur estava enfurecido por ter que prestar depoimento à polícia, nem mesmo podia lhe culpar , se fui eu a causadora de tudo isso. Se tivesse ficado na minha as coisas não teriam chegado a esse ponto, mas sucumbi aos pedidos de Paty , tinha uma enorme consideração por ela por tudo que já fez por mim, mas olhe só onde essa merda de consideração me levou . -Merda Paty ! , por sua culpa me queimei com Arthur .– Enquanto ele se encontra com o delegado , eu brado para ela no corredor . Estava morrendo de raiva -Minha culpa? -Ela retruca enfiando o dedo no meio do peito , arregalando os olhos para mim - Não tenho culpa de ter sido pega em flagrante , algum filho da pu*ta deve ter dado com a língua nos dentes , eu juro Maitê , fui cuidadosa!. -Isso não importa agora , Ar
ARTHUR CASTELLANI Se tinha uma palavra que me definisse nesse momento era raiva! Muita raiva! , se essa merda cai nos ouvidos de Valentina e da imprensa eu estou morto!. Com a confusão que rolou me vi na obrigação de encerrar a festa de inauguração do meu Hotel . O que mais me enfurece foi que eu avisei a Maitê que ficasse de olhos em sua amiguinha para que não me trouxesse problemas , mas não , me traz a dita cuja e ainda por cima lhe ajuda a vender drogas na minha festa! . Onde diabos eu estava com a cabeça que permiti a entrada desta mulher que sequer conhecia? Não era para menos , vivendo a vida que viviam era normal ser envolvidas com coisas como estas. Eu sentia tanta raiva de Maitê que nem mesmo queria olhar na cara dela, seria capaz de cometer um desatino e eu não sou o tipo de cara que levanta a mão para uma mulher, por mais que esta tivesse me deixado muito além de puto! Quando voltei para o hotel Fazenda , Lúcio me aguardava junto com sua esposa e amiga. -E então? O
MAITÊ Dois dias depois que se seguiram continuei trabalhando normalmente , entretanto minha cabeça volta e meia parava em Arthur , na verdade mais por mágoa do que qualquer outra coisa em si . Portanto ele não tinha por que ser especial , nem tão assim ; só era um cliente. Quando coloquei isso na minha cabeça parei de sofrer, embora soubesse que não passava de ego ferido por ter sido tratada como qualquer coisa. Após o ocorrido assim como o prometido , ele depositou uma quantia significativa na minha conta. Sabia que tinha a ver com a quebra do contrato e por ter me feito dispensar os demais clientes somente para ficar com ele, se fosse o inverso eu que teria que ressarci-lo, mas como partiu dele , nada mais justo. Minha amizade com Paty estava defasada, desde o ocorrido não mais a vi e nem ouvi falar dela . Deveria estar muito ocupada com seus lances e seu namorado tóxico , não sei como ela ficava com um cara daqueles. Mas bem , quem era eu para julgar. Estava terminando de arru
ARTHUR CASTELLANI Com o marketing pesado que investi , meu hotel se tornou um dos mais requisitados de toda a cidade isso tinha me deixado orgulhoso além do imaginado. Modéstia e a parte sou bom com os negócios , sei exatamente como alcançar o que tanto almejo. Estou tomando uma gin no bar conversando com algumas pessoas, quando vejo um rosto que já se tornou tão familiar entrar porta adentro do restaurante acompanhada de um homem. Não deu para ver seu rosto já que o mesmo se sentou de costas para mim . O lugar está lotado , mas de onde estou dá para ver todo mundo minuciosamente. Viro o restante da bebida que desce queimando por minha garganta abaixo com meus olhos presos em Maitê , observando seu sorriso largo para o homem que está ao seu lado , não havia apenas eles na mesa ,mas também outras pessoas as quais ela as cumprimenta. Ela veio me afrontar , tenho certeza de que só veio até aqui para esfregar na minha cara seus clientes . Pelo jeito pobre o cara não era , senão nem m
MAITÊNossa vida no bairro em que morávamos não era das melhores até que eu alcancei a maior idade e passei a aceitar fazer de tudo um pouco para conseguir colocar comida na mesa , necessitava ajudar a minha avó ,ela estava muito doente precisava de assistência médica e nas nossas limitações era praticamente impossível. Até que um certo dia minha amiga de infância me fez um convite -Maitê você é bastante bonita , já pensou em usar esse rosto e corpo para conseguir dinheiro? - Paty disse me dando uma olhada aguçada de cima em baixo exibindo um sorrisinho malicioso. Eu já tinha feito faxina na casa , fiz um mingau e dei a minha avó , catei um biscoito perdido dentro de uma das vasilhas e comi , minha barriga doía de fome . Paty andava sempre bem arrumada , usando as melhores roupas e sapatos , nunca soube ao certo com o que ela trabalhava , na verdade a vida dos outros não me importava eu só tinha que conseguir um bom trabalho que fosse nos tirar da miséria. -Qual é? Tá me convidand
MAITÊ Me senti entrando em um novo mundo , um o qual eu sempre sonhei em colocar os pés . Já havia passado pela porta deste lugar inúmeras vezes , me perguntando qual seria a sensação e hoje mal posso acreditar que estou realizando meu sonho. Fui recebida no chique restaurante sendo recebida por um homem bastante simpático Informei meu nome para ele quando me cumprimentou, e então fui conduzida para o andar de cima , era uma área discreta. Tocava música na altura ideal para que não incomodassem aos ouvidos, mas sim de modo suave , o requinte daqui pedia isso. Passei os olhos ao redor percebendo as pessoas que aqui estavam muito bem-vestidas . Era impossível não me sentir em um outro mundo , completamente diferente do que eu vim, era quase uma lástima cruel comparar os dois. Paty ficou lá fora me esperando , meu coração batia insistentemente forte contra minha caixa torácica . Antes com fome agora meu estômago parecia todo agitado a cada passo que eu dava. Assim que subi o lance