MAITÊ
Logo após ter saído do hotel no qual Arthur está hospedado me aproveitando do seu motorista passei logo na clinica para deixar marcado os tais exames que ele tanto exigiu, faria logo pela manhã no primeiro horário.
Quando cheguei em casa Paty nem mesmo notou minha presença digitando freneticamente no seu celular , seu rosto estava carrancudo como se alguma coisa estivesse lhe chateando.
-Minha nossa , o que está rolando? - Ao escutar minha voz a mesma toma um susto fazendo com que o aparelho celular quase caísse no chão , porém ela conseguiu aparar sua queda a tempo.
-Merda, Maitê! Custava avisar que estava chegando? Quase fui de arrasta , eu hein minha filha- Enfiando os dedos por entre seus cabelos os tirando de cima do seu rosto me olhou irritadiça.
- A porta aqui de casa é barulhenta , se você não me escutou chegando é porque a coisa deve ser muito séria - Apontei com o queixo em direção ao seu celular.
Ela desvia o olhar de mim se levantando do sofá
-Era só um cliente , perdi a paciência e acabei dizendo umas verdades mas nada com que eu deva me preocupar.- Deu de ombros de modo despreocupado.
Retirei os saltos que estava usando pelos calcanhares os colocando ao lado do sofá depositando a cesta em cima do mesmo, atraindo a atenção de Paty.
-Já ganhando mimos, hein?- Se aproximou com um sorriso erguendo uma sobrancelha olhando as coisas que vinham dentro – E então , me diz. Rolou? Como foi? - Bato em sua mão quando quis abrir o pacote, fazendo com que ela fizesse uma careta .
-Ainda não rolou nada – Me sentei no sofá
Paty me dá uma analisada minuciosa
-Não rolou nada e até banho você tomou , seus cabelos ainda estão secando. - Me fazendo lembrar que terei que abdicar da chapinha , é melhor deixar ao natural por mais que desse trabalho. De mãos na cintura Paty crispa os olhos para mim. - Tá zoando com a minha cara , não é?
Rolo meus olhos
-Se preliminar conta como ‘’algo’’- Fiz aspas com os dedos - Então sim ,tivemos alguma coisa.
- Sua safada! E aí com essa carinha de santa puritana
-Nunca disse que era santa , isso aí é conclusão sua. - Abro a cesta retirando de lá a caixa de chocolates , oferecendo a Paty em seguida que sem moderações encheu a mão.
Quis reclamar, mas ao mesmo tempo não queria parecer mal-agradecida, até porque se não fosse por ela não teria chegado até aqui.
-Mas porque não rolou nada a mais? Pelo amor de Deus!. Esse cara só pode ser do vale, homem fazendo o maior charme pra levar uma mulher pra cama? - Paty está incrédula
-Passei na clinica e deixei os exames marcados para fazer amanhã. Ele quer ter certeza de que estou limpa.
- E afinal de contas existe camisinha para que? - Ela pergunta com ironia enquanto dou de ombros
- Vai ver o cara tem alergia, já pensou nessa possibilidade?
Paty cai na risada
-Ele é paranoico isso sim, cada maluco com suas manias.- Nós duas caímos na risada
-Obrigada por ter ficado com a minha avó .- Agradeço sinceramente
-Não precisa agradecer , quando minha madrinha morreu foi sua avó quem cuidou de mim então eu sempre serei grata a ela . - Olhando bem , nem eu muito menos Paty tivemos uma vida fácil, mas eu a admirava ela conseguia se erguer sozinha, era resiliente e não tinha medo de nada.- Ela está dormindo
Paty se despediu de mim e então foi embora.
Caminhei até o quarto da minha avó , cruzei meus braços e lhe admirei em seu sono ela era a única figura materna que eu tinha e com quem de fato eu me importava.
***
No dia seguinte acordei cedo para fazer os exames e mais uma vez pude contar com a ajuda de Paty. Ginecologista , exames de sangue de todos os tipos que se poderia imaginar. Antes das 8:00 da manhã uma grana gorda caiu na minha conta , era o acordado 50% antes e 50% após o ‘’trabalho’’ feito . Meus olhos brilharam , incrédulos com a quantia , pelo menos não era mão de vaca. Animada na volta passei no supermercado e fiz uma feira de respeito e até mesmo pedi que entregassem na minha casa, quando essas compras chegaram só se viu a vizinhança saindo para a porta tomando parte do que estava acontecendo , afinal de contas não era novidade para ninguém que não tínhamos condições financeiras. Sabia que eles falariam até se cansar mas eu não dava a mínima.
Abasteci os armários e logo após comecei a fazer o almoço, logo ter terminado liguei a televisão e me sentei no sofá , tendo a certeza de que iria comprar uma nova tv já tinha passado de comprar uma se eu tivesse dinheiro , mas agora que tenho uma boa renda havia chegado o momento.
Em algum tempo depois uma mensagem chegou no meu celular , olhei para tela vendo o nome de Luciano.
‘’Quer sair comigo, hoje?’’
Franzi o cenho avaliando se responderia ou não, porém não seria tão má pessoa assim com ele . Se tem uma coisa que eu não era é mal-agradecida.
Peguei o celular e digitei
‘’Sair , para onde? ‘’
Ele responde imediatamente enquanto eu enfiava um biscoito recheado na minha boca , amando a sensação de poder comê-lo , quantos anos fazia que eu não comia um desses.
‘’Posso te ligar?’’
Eu ri
Provavelmente ficou com medo de que eu lhe desse um fora e por isso me enviou mensagem.
Errado não estava.
‘’Estou no aguardo’’
No mesmo segundo ele fez a chamada , atendi no primeiro toque para adiantar seja lá o que ele quisesse me propor.
-Oi...
-E então , para onde vamos? - Luciano sorriu de modo empolgado , por eu ter deixado claro que estaria aceitando sair com ele de qualquer maneira.
Coitado , me convidou tantas vezes e eu recusei, entretanto hoje me encontrava de bom humor. Claro , com dinheiro na conta as coisas começando a dar certo na minha vida como poderia achar ruim?
-Eu pensei em a gente pegar um cinema e depois comer alguma coisa.
-Hum...curti , pode ser sim .
-Beleza , às 19:00 está bom para você? - Uma diferença grotesca entre ele e Arthur e não se trata apenas do financeiro, mas da maneira passiva que fala , enquanto ele quer saber da minha opinião o que eu acho ótimo, mas mesmo assim me parece um sinal claro de insegurança , Arthur ordena. A discrepância é enorme.
-Está ótimo - Mais uma vez escuto seu sorriso baixo
-Está bem , Maitê . Até logo
- Até. - Eu disse correspondendo ao seu sorriso encerrando a chamada.
Coloquei o restante de biscoito recheado em cima da mesa e segui para o quarto da minha avó , ela estava acordada. Por conta dos fortes remédios que toma , ela passa mais tempo dormindo do que acordada e isso me partia o coração mas não tinha muito o que ser feito.
Assim que me viu ela deu um sorriso , me sentei na beirada da cama acariciando seus cabelos grisalhos que me faziam lembrar a neve.
-Já está com fome? Acabei de colocar a comida no fogo- Eu disse beijando o dorso de suas mãos.
- Espero cozinhar – Passeou o olhar pelo meu rosto. - Você parece radiante , algo de especial aconteceu?
Minha avó mesmo em sua debilidade era muito esperta , nada lhe passava batido.
-Estou feliz , só isso . Comecei a trabalhar e o dinheiro já caiu na conta por isso fiz algumas compras. E também o Luciano me chamou para sair – Completei , somente para aliviar um pouco da culpa, já que minha avó não fazia a menor ideia da vida que eu havia me metido.
Ao mencionar o nome dele os olhos da minha avó brilharam , ela adorava ele.
-Que boa notícia filha! , finalmente está tomando a decisão correta. Luciano é um bom rapaz e com certeza merece uma pessoa como você , espero ainda estar viva para ver o casamento. - Eu dou risada de nervoso
- O futuro a Deus pertence – Jamais me casaria com ele , não tínhamos nada a ver com o outro.
-Escute filha . Saiba apreciar as pequenas coisas na vida, os detalhes...e mesmo sendo uma moça muito bonita como é, não se valide apenas nisso porque beleza não é tudo . Vejo o quanto é vaidosa e isso é bom , mas não se permita se perder de si mesma e de seus valores . Por isso faço tanto gosto de que um dia se case com esse rapaz , ele é o ideal para você. - Mas não era mesmo.
Eu amava a minha avó , mas ela era muito conformada.
Não lhe disse nada , apenas lhe beijei na bochecha acariciando a mesma em seguida.
MAITÊ Às 19:00 em ponto Luciano bateu na minha porta , ele realmente era pontual. -Vem , entra. -Dou espaço para ele passar juntamente à sua irmã , ela ficaria de olho na minha avó até que voltássemos , como Paty não iria poder Luciano me confidenciou que fez um acordo com ela. -Oi , Maitê- Livia me dá um beijo na bochecha enquanto passa por mim , ela tinha na faixa de uns 19 anos e era uma boa garota. -Como vai você gatinha? - Eu digo de modo animado batendo com uma palma da mão na outra. -Melhor agora que você e o meu irmão estão namorando – Ergo as sobrancelhas trocando um olhar com Luciano , o mesmo está sorrindo de orelha a orelha levando uma de suas mãos a acariciar sua nuca meio sem graça. -Livia....- Ele diz -Somos bons amigos – Reitero achando graça da cena. Ela da de ombros – Então....vamos , não é? - Luciano chama fazendo um sinal com o queixo em direção da porta. Olho para Livia – Fique de olho na minha avó , ela não vai precisar tomar o remédio porque eu já lh
Arthur CastellaniAcabei mudando de ideia , não pegaria as mulheres dos meus sócios embora tivesse passado o cartão do hotel em que eu estava e o número do meu quarto dei um perdido nas duas . De querer eu até queria , mas misturar negócios com sexo não era uma boa , recordei-me da dor de cabeça infernal que ações assim me causaram cerca de 1 ano atrás a mulher ficou tão obcecada que me deu trabalho lhe tirar do meu pé. Não dava para negar que tive inúmeras mulheres na minha cama, sendo pagas ou não esta era uma forma usual que eu tinha de me livrar da pressão constante que Valentina me colocava , odiava o quanto me sufocava. Então esta era minha parte preferida de diversão , buscar prazer nos corpos de outras mulheres. Entretanto não me sentia nenhum pouco culpado , tudo nessa vida era a base de trocas . Eu mesmo me casei pelo dinheiro , assim como mulheres se aproveitavam do seu corpo e da sua beleza para ganhar com isso ; uma mão lavava a outra e ninguém saia perdendo aqui. Meus
MAITÊ Paty não quis ir para o hospital e parecia meio irritada comigo e Luciano porque insistimos, já que seus ferimentos estavam muito feios, entretanto se ela não queria quem éramos nós para obrigá-la. Lhe deixamos em casa com a promessa de que a mesma tomaria um anti-inflamatório. Para uma noite que eu diria ser tranquila , tudo se tornou uma agitação só. Agradeci a Livia por ter tomado conta da minha avó , enquanto Luciano mal me olhou no rosto, apenas acenou para mim quando lhe desejei um ‘’ boa noite’’. Fiz uma careta fechando a porta. Porém um sorrisinho se fez presente na minha boca quando me recordei da mensagem de Arthur , pegaria os exames logo cedo e logo correria para vê-lo. Minha avó estava dormindo , endireitei os lençóis por sobre seu corpo e então fui tomar um banho , amanhã seria um novo dia. *** Deixei minha avó aos cuidados de Paty ,seu rosto hoje parecia ainda pior do que ontem um dos
MAITÊ Quando Arthur saiu do banheiro eu já estava usando nada mais que lingerie , claro que eu caprichei , era vermelha com ligas prendendo-se em minhas coxas. Estendi os papéis dos exames para ele, onde o mesmo o tomou das minhas mãos me dando uma olhada gulosa, em minha mente vibrei. -Como pode ver , estou limpa. Ele correu os olhos pelos papéis e então os jogou de lado , percebi que não era um homem cheio de pudor e eu gostei disso , o que era uma contradição enorme quando conversava de modo formal em seu jeito de CEO mandão. Seus cabelos estavam molhados , o olhar feroz me queimou a pele Se aproximou umedecendo seus lábios -Gostosa ...muito gostosa ....- Encarou meus seios – Os homens devem ficar loucos por você - Minha respiração estava agitada , queria fazer muitas coisas, mas ainda nem sabia por onde começar, o homem era um baquete e com certeza eu me refastelaria. - Então vamos partir para o momento em que você prova da sobremesa – Sussurrei ao pé do seu ouvido amando
MAITÊ Conforme a passagem dos dias e o dinheiro foi entrando , comprei uma tv Smart para a sala e outra para o quarto da minha avó, embora tenha ficado desconfiada com algo assim tão repentino se eu estava supostamente trabalhando como ‘’garçonete’’ , disse para ela que não deveria se preocupar já que só era um mimo. Arthur me levava até mesmo em eventos que ia , me deu um verdadeiro banho de loja regado a roupas e sapatos de marca e claro que eu escolhi um por um. Portanto sua estadia não seria prolongada por aqui , enquanto estava deitada em seu peito circulando desenhos imaginários por sua barriga pensei em como as semanas passaram tão rápido . -Quando vai voltar?- Perguntei , me sentia estranha e nem sabia dar um nome para a emoção que sentia no momento. -Não tenho certeza , possa ser que demore e possa ser que não. - Assenti , uma vez em que o mesmo se levantou indo para o banheiro Soltei um suspiro frustrado encarando o teto , havia recusado alguns jobs somente para ser
ARTHUR CASTELLANI Tive que voltar às pressas para São Paulo simplesmente porque Valentina marcou uma reunião de última hora e eu tenho certeza de que fez de propósito somente para que eu voltasse antes do previsto. Os dias de diversão os quais passei com Maitê haviam chegado ao fim , ela era uma excelente companhia , sarcástica e bem humorada embora fosse notário sua ambição, era estranho o quanto de mim pude notar naquela garota. Cheguei em casa por volta das 6:00 da manhã, e para meu desprazer Valentina já se encontrava acordada , sentada no sofá tomando uma xicara de café percorrendo a tela do seu celular, quando notou minha presença abriu um enorme sorriso vindo em minha direção. -Meu amor! Até que enfim chegou , pensei que chegaria mais tarde – Eu estava puto . Correspondo ao seu beijo friamente. -Por que marcou uma reunião assim do nada sem antes me consultar? Não já tínhamos conversado sobre isso? - Franzo meu cenho a afastando do meu corpo de modo sútil lhe segurando na b
MAITÊ -E minha filha que cara é essa? - Paty diz passando para mim a vasilha de pipoca - Você está assim desde que o tal bonitão lá foi embora Lhe dou uma atravessada de olhos enquanto a filha da mãe ri, seu rosto já voltou a sua normalidade e quem vê assim nem imagina que levou uma surra daquelas. -Parece que eu estava vivendo um sonho e agora desci de tobogã para o inferno. Ela se benze caindo na risada -Crendeuspai minha filha , eu hein. Que bicho te mordeu? Não gostou desse job? -Foi horrível –O sorriso de Paty se fecha. As lembranças inundam minha mente me enchendo de repugnância e pavor , passo as mãos por meus braços sentindo um calafrio passando por meu corpo – Aquele velho asqueroso.... -Eu sei que é uma vida nova para você, mas olha só...se não conseguir segurar as pontas cai fora , essa vida te dá muitas regalias e prazeres, mas se não tiver estrutura psicológica para lidar saiba que as marcas ficarão para sempre. Eu sabia disso mas não queria parar , embora me sent
ARTHUR CASTELLANI SEMANAS ATRÁS... Os irmãos de Valentina assim como os acionistas estavam presentes na reunião, meus cunhados me odiavam, as farpas entre nós sempre eram trocadas , o único que era alienado e fútil era Rael porque Brian e George pela forma que me olhavam eu podia jurar que mais um pouquinho e eles me atravessariam o corpo com um objeto cortante. -Você só pode estar maluca, Valentina! - Brian diz severamente se ajeitando em seu assento quando ela faz o anúncio de estar me passando a presidência finalmente da IMPÉRIO. - Vai destruir o legado dos nossos pais passando o poder total para esse imprestável.- Aponta em minha direção com descaso – Ele vai falir a empresa -Para de falar merda Brian! Isso não vai acontecer- Valentina sai em minha defesa enquanto um sorriso carregado de deboche se forma na minha boca uma vez em que passo meu polegar por meu queixo – Todos nós estamos cansados de saber que nenhum de vocês 3 tem competência para levar a IMPÉRIO para frente. Nem