No princípio, tudo era vazio e sem forma. De repente uma voz disse: Faça-se! E tudo se fez. Cada planeta e galáxia então surgiu em seu determinado tempo e momento. O universo acabou povoado por miríades de miríades de espécies e raças. Algumas humanóides, outras nem tanto.
Todas foram criadas iguais em propósitos. E para cada uma, foi dada uma galáxia. E também foram criadas originalmente em número de dois. Um macho e uma fêmea.
Enquanto cada raça aumentava, era dada a chance de se tornarem anjos. Mas quando foi anunciada a criação de novos seres, houve guerra no céu.
Um Serafin, de nome Samael, vindo da espécie humana, se opôs a criação do seu povo. Ele surgiu antes dos seus, porque ao ser chamado para ser anjo, todos são enviados para o início do tempo e assim podem participar de cada ato da criação. Em outras palavras, cada anjo assiste o nascimento da própria espécie. Mas quando chegou a vez da humanidade, Samael lutou contra.
A razão se deu porque de todas as raças, a humana foi a única a se afastar de seu criador e trazer o mal para toda uma galáxia. Samael sabia que toda a Via Láctea seria proibida para outras espécies, uma vez que a própria raça humana, ficaria presa no seu mundo por causa da sua maldade.
Ele defendeu a criação de algo superior. Como membro dos Serafins, ele era avançado espiritualmente e assim sabia como deveria ser uma raça perfeita e superiora.
Com a recusa de Deus, Samael conseguiu convencer um terço dos anjos a se rebelarem contra o seu criador. Como o novo líder, Samael adotou o nome de Lúcifer, aquele que trás a luz ou a brilhante estrela da manhã. Samael acreditava ser o salvador do universo.
Com Lúcifer se considerando o novo Deus, o próprio Deus, se denominou Miguel, ou seja, "Quem é como Deus?" Com isso, o inimigo mandou suas hostes atacarem, porém todas foram derrotadas por meros anjos da guarda, o nível mais baixo entre os anjos. Lúcifer foi o único que aguentou e assim passou pelo grupo considerado o mais fraco entre o exército de Deus. Os demais temeram perante a fúria do inimigo e se acovardaram. Mas um arcanjo, nível superior apenas aos anjos da guarda, se opôs a Samael e o enfrentou. Seu nome era Uriel. Vindo também da raça humana, Uriel, sempre esteve próximo de Deus e agiu conforme acreditava ser o certo. Ele lutou e derrotou Lúcifer e o baniu.
Samael então buscou exílio em todas as galáxias, mas foi expulso de cada uma. Suas ideias de raça superior, não encontraram apoio em quase nenhum lugar do universo. Porém, ele conseguiu em um único lugar. Entre todas as espécies, só uma deu ouvidos a Lúcifer. A humana.
O tempo passou e mundos surgiram, outros mundos caíram. No início, acreditava-se que apenas dois entre os humanos foram dada a chance de serem anjos. Mas se descobriu que Rafael, Gabriel, Haniel e Fanuel eram da raça humana. Quando parecia não ter mais ninguém, Azrael também foi descoberta como terráquea. Assim, dos sete príncipes, seis eram humanos. Exceto Miguel, que era o próprio Deus e que assumiu a proteção dos caídos.
Como arcanjos estão mais associados ao equilíbrio do universo, eles surgem da necessidade. Gabriel é o arcanjo da guerra. Rafael da cura, Haniel do amor, Fanuel da justiça, Uriel é da proteção e vingança e Azrael é da morte.
Em um dia que parecia ser o prenúncio da evolução tecnológica humana, a balança do universo clamou pelo último entre os humanos.
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Amanda e Zoé são duas meninas de 11 e 10 anos respectivamente. Elas estão sozinhas na casa da Amanda. A mãe da garota tinha saído para o trabalho noturno em um bar. Nesses momentos, Amanda ficava sozinha no local. E Naquela noite convidou Zoé para assistir um filme. Zoé que vivia com o pai, teve a permissão do mesmo. Mas nada preparou os pais das meninas para o que ocorreu naquela noite.
— Eu sei que estão sozinhas aí. Deixa eu entrar para nós três brincarmos um pouco.
— Não. Vai embora. — Amanda gritou com toda a força. Ela estava chorando de medo, Zoé estava encolhida em um canto e mal olhava. O medo e o pavor tomavam conta das duas.
O homem então pegou um machado e começou bater na porta.
— Eu vou entrar e vou me divertir com as duas. — O homem ria enquanto batia na porta. A força fez o resto e a porta veio abaixo. Nenhum vizinho ouviria os gritos de pavor. Isso que dava morar num local isolado da cidade.
Uma correria se iniciou, as meninas tentavam salvar as suas vidas correndo em busca de algum lugar. O homem não se importava. Com passos lentos e devagar, ia atrás das garotas. E as alcançou no banheiro. Agora encurraladas, nenhuma delas tinham para onde se esconder.
Zoé chorava em desespero. Amanda abraçou a amiga e escondeu o rosto quando a porta do banheiro veio abaixo.
— O que estão fazendo? Estão assistindo filme de terror? — Uma mulher de cabelos pretos amarrado em um rabo de cavalo e usando um uniforme de garçonete, estava na porta da sala. — Amanda, o que falei sobre filmes? — A mulher disse ao desligar a TV.
— Ah, mãe! Justo na parte boa? O cara ia estuprar a duas e depois iria matar e comer a carne delas.
Ellen era uma mulher que trabalhava duro para dar um sustento para a filha. Separada, o pai da Amanda só aparecia no final do mês com o dinheiro da pensão. Uma pensão que era depositada numa poupança feita para a garota.
— Pelo jeito não é a primeira vez que vê esse filme.
— Só vi algumas vezes. É sinistro...
— Pode ser sinistro, mas não quero te pegar vendo esse tipo de filme novamente... E as duas já deveriam estar na cama.
— Tá bom, mãe! — Amanda falou. — Vamos Zoé.
— Esse filme é fraco. Nem senti medo. — Zoé falou com desdém. Amanda riu como nunca.
— "Quero a minha mãe..." — Amanda falou imitando a voz da amiga.
— Eu não chamei a minha mãe. — Zoé protestou.
— Claro que não. Foi minha imaginação.
Zoé fez uma cara de emburrada. Sabia que seria alvo do bullying da amiga por um bom tempo.
Já Ellen, se jogou no sofá e ligou a TV. Estava morta de cansada. Iria dormir no sofá mesmo, enquanto o filme passava na TV. Um terror macabro onde o vilão saia impune no final. Ela não entendia como podiam fazer um filme onde o único personagem vivo no final era o vilão. Mas pelo menos relaxava.
Ela não sabia, mas naquele dia uma história de terror se iniciou. Uma história onde ela, a filha, a amiga da filha e todos que ela conhecia, seriam vítimas de um serial killer. Um serial killer invisível, porém extremamente cruel. No passar dos dias, ela iria lamentar não ter tido a mesma sorte que as meninas do filme. Pelo menos o vilão era bonzinho.
Dia: 365Deise, uma mulher branca de olhos azuis e loira, estava vindo do mercado. Tinha ido fazer o que todos faziam diariamente, ou seja, comprar alimentos. Uma atitude considerada antigamente como normal. Porém não agora.Um ano atrás uma praga atingiu todos os seres humanos e animais. A morte outrora tão comum, foi retirada. O motivo era desconhecido de toda a ciência. O que forçou um grande investimento em estudos para descobrir o que impedia que seres humanos e animais morressem.Os teóricos da conspiração diziam que era culpa da indústria farmacêutica, os profetas do Apocalipse colocavam a causa nas sete pragas do apocalipse. "Úlceras malignas e perniciosas que afetam a todos os portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem" (Apocalipse 16:2), era vista em várias placas por todas as cidades. Mas assim como o primeiro grupo, esse notou que algo não batia com a teoria.Se a indústria farmacêutic
Dia 465O dia foi extremamente cansativo. Amanda que era apenas uma criança, estava acabada do esforço de tentar se divertir sozinha. Sabe-se lá porque, sua doença não evoluía como as das outras pessoas, o que fazia ela achar que poderia em algum sentido, ter poderes como os personagens que amava. Já a Ellen, sua mãe, achava que era porque o mundo estava doído mesmo.Ellen acreditava no que os cientistas diziam, tudo se tratava de alguma praga. E seja como fosse, a praga estava poupando a Amanda ou preparando algo pior. Independente do que fosse, talvez a prevenção poderia ajudar.Deise, a amiga íntima da Ellen, levou a menina para o quarto. Como era de esperar, Deise tinha largadado tudo para ajudar a amiga, já que o pai da menina tinha sumido no mundo.Deise, uma loira de quase quarenta anos, era uma mulher bela em todos os sentidos. Poderia ter todos os homens aos seus pés, mas nunca teve cabeça para essas
- Já pegou a espingarda? - Ellen pegava as últimas coisas necessárias para ir atrás da filha. Seu desespero era totalmente visível.- Já. Podemos ir. - Deise falou de forma rápida.As duas saíram naquela noite e foram para onde achavam que a Amanda tinha ido. Para a Lomba Alta. Seguiram um caminho de terra, até chegarem na rodovia e seguiram para o sul, justamente para a direção da cidade. Amanda teria que passar por lá e obviamente encontraria centenas de infectados pela praga.- Droga! Essa pirralha não deve ter ido tão longe.- Calma Ellen!- Calma uma pinóia! Quando encontrar ela, deixarei um vergão na bunda. É última vez que foge assim. Quer que eu seja uma mãe durona, serei uma maldita mãe durona. Vou meter tanta porrada, que vai virar do avesso.- Calma Ellen! Ela tá bem. - Deise seguia os passos decididos da amiga. Sabia que a Ellen
Poucas coisas são tão assustadoras como passar várias horas preso em uma caixa fechada. O homem que estava nessa situação, sofria de claustrofobia. E mesmo assim foi colocado naquela situação.Não que sua sorte tivesse mudado recentemente. Já fazia um ano, ou mais, quem liga? Que ele estava preso. Foi capturado logo após o início do apocalipse zumbi, e ele sabia que tudo aquilo era culpa dele e somente dele.E o pior era a sensação de sofrer vários ataque cardíaco e mesmo assim não morrer. Sua capacidade de discernir entre o certo e o errado estava perto de acabar. Sabia que mais cedo ou mais tarde se tornaria num ser sem sentimento nenhum. Um ser que apenas quer matar.Quando menos esperava, a caixa onde estava foi aberta. Seu corpo jogado no chão como se fosse lixo. Ele não conseguia olhar na cara das pessoas ali presente. Só sabia que eram muitas. Muitas vozes rindo e dando pequenos choques nele. Ele encolhido e assus
Diário do fim do mundoAno: 2025Dia: 548Status: Vivíssima! Chorem haters! Haters gonna hate!Nuvens encobrem todo o céu. Já faz um ano que sol não é visto nesse mundo. Sei que devido as minhas experiências do passado, existem outros mundos e outras realidades. Creio fortemente que alguma doppelganger minha esteja em uma situação bem melhor.Está certo que Gabriel falou que todas as realidades sofrem do mesmo mal. Embora algumas bem mais que outras, mesmo assim, prefiro ter fé que em algum lugar desse emaranhado de realidades, existe alguma que esteja em paz.Infelizmente estou presa nesse mundo decadente e não posso como no passado, viajar entre as realidades. Sei que boa parte disso tenha a ver com a minha decisão. Já que um ano e meio atrás, quase ajudei a destruir o mundo. Hoje não vivemos melhor, porém ainda estamos vivos e com capacidade de luta. Infelizmente, sou a única que restou do
- Então existem outros mundos e realidades diferentes? - Jairo tentava entender as novas informações trazidas pelo anjo. Nada que parecia fazer sentido. Mas ele tentava entender. - E tu veio de uma delas?- É isso meu caro, Jairo. Exatamente isso.Gabriel era um arcanjo poderoso. Talvez um dos poucos que sempre esteve envolvido com os seres humanos. Para Gabriel, ajudar as pessoas era a sua grande missão.Não que Jairo e a pequena Zoé poderiam entender. Todos ali e no mundo, além de várias realidades, estavam vivendo problemas diferentes com causas iguais. Gabriel era um só para bilhões de pessoas. E mesmo assim, nunca iria abandonar os seres humanos.- E o que a Zoé tem a ver com isso?Gabriel pegou uma maçã e começou a descascar. Tudo isso sem ter pedido uma fruta. Algo que Jairo poderia ter entendido como uma falta de educação, se não tivesse co
Algumas horas atrásCom a incapacidade atual de morrer, as pessoas doentes eram atiradas e abandonadas nas cidades. Com isso, raramente se via alguém que não fosse doente caminhando por ruas asfaltadas.Naquele dia, a cidade amanheceu como fazia a quase dois anos. Pessoas saiam para as ruas sem se importar com o tempo. Quem iria se importar com a falta de resistência do corpo com os raios solares?Toda a humanidade até onde se sabe, sofre com porfiria, e por isso não podem sair a luz do sol. Mesmo assim alguns são mais privilegiado que outros. Embora sofrendo igualmente com a porfiria, ninguém nas cidades se preocupava em temer as bolhas na pele causado pelo sol. A dor que as pessoas privilegiadas temiam, ninguém ali ligava.Por isso a presença de dois homens usando capa azul e máscara branca, chamou a atenção das pessoas. Aquilo simbolizava dois privilegiados andando e
Gabriel pousou com a Mônica perto de uma casa enorme no meio de uma floresta. Mônica queria saber onde estavam e que lugar era aquele, mas Gabriel nada disse. Segundos depois, Uriel surgiu no mesmo lugar. Avisou que tinha enterrado o homem e mais tarde levaria a menina para o local.O problema atual era deixar a garota segura. Afinal, ela não poderia viver sozinha. Uriel que estava tenso, pegou a sua espada e começou a andar com cuidado. Ele visivelmente não gostava do lugar.- Está com medo, Uriel?- E não é para estar? Doppelgangers podem ser perigosos. Ainda mais quando sabem de mais.- Doppelganger? - Mônica perguntou curiosa.- Existem outros mundos, Mônica. Cada mundo tem pessoas iguais a esse mundo. Ou seja, duplicadas de pessoas desse mundo. Ou em outras palavras, várias Mônicas. - Gabriel explicou de forma tranquila.- E elas fazem a mesma merda que eu faço.<