A reunião durou quase 2h30, Caleb foi calado e voltou ao telefone, falando com alguém da empresa. Também não tinha muito o que falar depois do que ele me disse no hotel.
— Vai subindo para o quarto que tenho alguns assuntos pendentes para resolver antes de irmos. — Me entregou a chave do quarto, enquanto ligava para alguém.
— Irmos? Pensei que passaríamos o final de semana no hotel. — Questionei confusa.
Mas era isso que queria, não era?— Não mais. Tenho coisas para resolver. Não quero causar mais arrependimento em você — Ele respondeu. — Já pedi seu almoço, vão te levar no quarto daqui a pouco.
Caleb saiu do carro e seguiu até o saguão, falou algo para a recepcionista e sumiu da minha visão. Resolvi subir para o quarto, já que não tinha mais o que fazer.
Fiquei descalça assim que entrei, me joguei na poltrona e decidi ligar para o Thomas, a essa altura já devia
Meus pensamentos estavam longe. Minha cabeça rodava com tantas perguntas sem respostas. Todos esses questionamentos me deixavam zonza e enjoada. — Por onde seus pensamentos estão, pequena? — Thomas colocou a costa da mão na minha bochecha, fazendo carinho e fechei os olhos brevemente — Você está distante... Não preciso ser um expert para perceber quando alguém está longe... — Não é nada baby, só estresse do trabalho. Caleb consegue tirar qualquer um do sério... — Ri, tentando amenizar tudo. — Já vai passar. — Caleb tira qualquer mulher do sério... — Retornou as mãos ao volante. — Como assim? — Nada... Só quis dizer que ele mexe com a cabeça de toda funcionária que entra na empresa, parece que faz de propósito. No fim elas acabam saindo, ou pedindo transferência de setor. — Thomas deu de ombros. — Mas a Maggie continua lá... — Será que ten
— Vamos? — Thomas me despertou e me controlei pra não gritar de susto. — Claro! Entrelaçamos os dedos e seguimos até o carro. — Por que pagou a conta? — Perguntou enquanto acariciava o dorso da minha mão. — Porque sim! Você já havia pago o meu almoço e a balada ontem, nada mais justo que retribuir a gentileza. — Lhe mandei um beijo. — Não precisava. Sou criado a moda antiga, meu amor. Quando convido para sair gosto de pagar a conta, não precisa gastar dinheiro com isso. — Deu uma piscadela para mim. — Eu sei, mas não acho justo. — Dei de ombros. Entramos no carro e ele seguiu até seu apartamento. Chegamos em 15 minutos, o trafego estava calmo e sem trânsito já passava das 24h. Thomas estacionou o carro no subsolo do apartamento. Seguimos em direção ao elevador, ele morava no 5° andar. Ele estava em silên
Thomas se aproximou, mas estava hipnotizada demais com a beleza da lua para olhar. Quando criança, minha mãe sempre me dizia que a lua tinha o dom de cativar as pessoas pela sua luz. Quando começou a namorar meu pai, ele morava em outra cidade a mais de 1500 km de distância dela... — Na hora de ir embora sempre era noite e tínhamos o costume de observar a lua. Seu pai sempre foi fascinado por ela, tanto que o sonho dele era fazer Astronomia, mas seu avô era contra, sempre muito obediente ao pai e acabou deixando de lado. Quando íamos nos despedir, ele sempre apontava para a lua e dizia; mesmo com 1500 km de distância entre nós, sempre que sinto sua falta olho para ela e é como se você estivesse comigo nos momentos em que mais preciso. Nosso amor é abençoado pelo céu e a cada dia que passa tenho mais certeza disso! Então, sempre que caía a noite e a lua aparecia com sua maestria, sentava na sacada e ficava horas olhando para ela e lembrando dele. Meses depo
Acordei na cama e sabia que ele havia me levado. Já era noite, o quarto era iluminado pela luz da lua. Estávamos com as pernas entrelaçadas, era difícil saber onde começava as dele e onde acabavam as minhas. Estava com o braço embaixo do meu pescoço e outro repousado em minha cintura. Estava com a cabeça e o braço pousado em seu peito. Comecei a deslizar os dedos pelo seu abdômen, desde o elástico da cueca até quase o pescoço, deslizava gentilmente a ponta dos dedos por cada centímetro, sentindo-o se arrepiar por baixo do meu toque, me fazendo sorrir. Seu abdômen se contraiu e sua respiração ofegou, seus braços me apertaram. — Desse jeito alguém vai acordar... — Falou ainda de olhos fechados e com um sorriso tranquilo. — Não é uma má ideia. — Beijei seu peitoral e continuei as caricias. — Maria Eduarda... Você não cansa? — seus olhos encontraram os meus. Ah aqueles olhos verdes... Thomas era conjunto dá mais bela
O resto do final de semana seguiu conforme o planejado. Domingo fomos todos almoçar e depois Thomas nos deixou em casa. Consegui fugir por duas semanas da conversa com a Maggie sobre o Caleb. Mas, chegou uma hora que não deu mais para escapar. Ela me encurralou no apartamento assim que chegamos da Jones. — Pronto... Estamos em casa, pode tratar de contar tudo que houve entre vocês! — Ela falou enquanto terminava de trancar a porta. Sentamos no sofá e desabafei sobre tudo, os sentimentos que tive logo que o vi, sobre as mensagens, as conversas, o sexo e o que desencadeou depois disso. Caleb estava fora a quase 2 semanas, estava resolvendo assuntos pessoais e havia informado a equipe que ficaria longe por uns dias. Estava sem notícias dele desde então, pelo que informou, estaria de volta amanhã. Enquanto falava dele para a Maggie sentia meu coração diminuir cada vez mais com tudo. Contando sobre tudo pude perceber o misto de emoçõe
Acordei com meu despertador tocando. Minha cabeça latejava, isso sempre ocorria quando chorava demais. Me obriguei a levantar da cama, mesmo contra a minha vontade, afinal, tinha que trabalhar e hoje entrava mais cedo ainda para a minha infelicidade. Coloquei a primeira roupa social que vi no armário, prendi meu cabelo num coque, passei o mínimo de maquiagem possível e coloquei meu salto. Eram 7h10 e já estava pronta, fui até a cozinha e peguei a coisa mais rápida para comer; uma maça e um iogurte, indo para a portaria aguardar o carro chegar. Cheguei na Jones 7h25. Dei bom dia para as meninas da recepção e subi para o 7° andar. Assim que cheguei fui direto para a sala do Caleb. Parei em frente a sua porta, respirei fundo e dei algumas batidas. — Pode entrar! — Ele respondeu e senti as pernas tremerem só de ouvir sua voz. — Bom dia Sr. Caleb! — Fechei a porta e me dirigi até sua mesa. Ele estava em sua cadeira, de
O resto do dia passou como um borrão. Caleb saiu logo depois que o expediente começou de fato e não voltou mais. As palavras dele ainda embrulhava meu estomago, martelavam em minha mente a cada segundo do dia. Por mais que tenha dito que não queria ele mais em minha vida, no fundo pensava totalmente o oposto disso. Também estava lutando contra esses sentimentos. Mas lá no fundo eu sabia que era com ele que queria estar. Uma alma sofrida reconhece a outra. Nós dois precisávamos de redenção, precisávamos nos curar de todo o sofrimento passado e só conseguiríamos um com o outro. Mas será que estava pronta para embarcar numa "relação" assim? A pergunta de um milhão... E que continuava sem resposta. — Madu? Planeta terra chamando? — Maggie estava jogada no sofá e eu na poltrona de casa. Os meninos haviam nos chamado para sair e pegar um cinema. Mas não estava no clima e recusei educadamente. Maggie também recu
Fui tomar meu banho, Thomas perguntou se queria companhia, mas recusei. Precisava pensar um pouco. Deixei a água cair em minhas costas e levar toda tensão embora, ou ao menos tentar. Caleb realmente queria ficar longe de mim. Mexia tanto assim com ele, ao ponto de ele sair do país para manter distância? — Se é isso que ele quer, então é isso que ele vai ter! — Sussurrei desligando o chuveiro. Não iria forçar a barra, havia dito a ele que queria distância, então manteria minha palavra. Cheguei na cozinha para preparar meu café e o Thomas estava rindo com a Maggie. Ela já o conhecia de alguns anos, ele que havia conseguido o emprego para ela na Jones e já tinham tido um lance no passado. Maggie era 3 anos mais velha que eu, tinha 25 iria fazer 26 anos dois meses depois de mim. Ela me disse que eles não deram certo por conta da falta de tempo, Thomas trabalhava demais e ainda estava no último semestre da facu