O resto do dia passou como um borrão. Caleb saiu logo depois que o expediente começou de fato e não voltou mais. As palavras dele ainda embrulhava meu estomago, martelavam em minha mente a cada segundo do dia. Por mais que tenha dito que não queria ele mais em minha vida, no fundo pensava totalmente o oposto disso. Também estava lutando contra esses sentimentos. Mas lá no fundo eu sabia que era com ele que queria estar.
Uma alma sofrida reconhece a outra.
Nós dois precisávamos de redenção, precisávamos nos curar de todo o sofrimento passado e só conseguiríamos um com o outro. Mas será que estava pronta para embarcar numa "relação" assim?
A pergunta de um milhão...
E que continuava sem resposta.
— Madu? Planeta terra chamando? — Maggie estava jogada no sofá e eu na poltrona de casa.
Os meninos haviam nos chamado para sair e pegar um cinema. Mas não estava no clima e recusei educadamente. Maggie também recu
Fui tomar meu banho, Thomas perguntou se queria companhia, mas recusei. Precisava pensar um pouco. Deixei a água cair em minhas costas e levar toda tensão embora, ou ao menos tentar. Caleb realmente queria ficar longe de mim. Mexia tanto assim com ele, ao ponto de ele sair do país para manter distância? — Se é isso que ele quer, então é isso que ele vai ter! — Sussurrei desligando o chuveiro. Não iria forçar a barra, havia dito a ele que queria distância, então manteria minha palavra. Cheguei na cozinha para preparar meu café e o Thomas estava rindo com a Maggie. Ela já o conhecia de alguns anos, ele que havia conseguido o emprego para ela na Jones e já tinham tido um lance no passado. Maggie era 3 anos mais velha que eu, tinha 25 iria fazer 26 anos dois meses depois de mim. Ela me disse que eles não deram certo por conta da falta de tempo, Thomas trabalhava demais e ainda estava no último semestre da facu
Chegamos na Jones com 5 minutos de antecedência. Era para ter chego mais cedo, mas o Thomas passou numa cafeteria para comprar nosso café. Ele estava com o suporte de copo na mão, com quatros cappuccinos e eu estava com as embalagens de bolo e sanduíches. — Bom dia Becca! — cumprimentei a ruiva que estava na recepção. Rebecca estava sumida da recepção da Jones. — Bom dia Duda, depois passa aqui para a gente conversar. — Ela acenou para mim e assenti. Seguimos até o 7° andar, assim que a porta do elevador abriu dei de cara com Caleb, ele estava de costa para mim falando com a recepcionista de cabelo curto, que já sabia que se chamava Valentina, a mesma que me olhou com cara de bunda no dia da minha entrevista. A loira e simpática se chamava Andrea. — Bom dia Caleb! — Falei formalmente, sem olhar para ele e caminhei até minha mesa, mas senti seus olhos me queiman
— O que o senhor deseja? — Perguntei, fechando a porta da sala e encarando-o. Ele levantou os olhos da tela do computador e me observou. — Essa pergunta novamente, Eduarda? — Ele sorriu, maliciosamente. Aquele sorriso que era sua marca registrada. — Você entendeu Caleb! — revirei os olhos. Ele mordeu o lábio inferior e havia me esquecido que ele não gostava quando revirava os olhos. Sentei na cadeira de frente a ele, cruzando as pernas e aguardei ele falar o que queria. — Como você sabe, vou viajar amanhã, junto com o Nickolas e o Thomas vai no sábado. Sendo assim, a Jones daqui ficará sem dois funcionários extremamente importantes, principalmente para o projeto atual... — Ele estava recostado na cadeira, seus cotovelos apoiados um de cada lado no encosto lateral e as mãos cruzadas. Seus olhos passeavam pelo meu corpo enquanto falava e se
— Não sei qual é o meu maior receio, se é de você recusar, ou de me beijar por beijar. Nunca me senti tão vulnerável como me sinto quando estou com você, Eduarda. Você faz todos os meus medos e inseguranças transbordarem até a margem desse oceano escuro que tenho dentro de mim. — Desceu uma das mãos até a minha, guiando -a até encostar na parte a mostra do seu peito, fazendo meus dedos tocarem sua pele. Dava para sentir as batidas descompassadas do seu coração, quase se confundindo com o meu. — É isso que você causa em mim... Perto de você pareço uma criança perdida, tento lutar contra isso com todas as forças que ainda restam, mas não aguento mais lutar... Por toda a minha vida, todos esses 30 anos foram baseados em lutas e já estou farto disso. Quero encontrar minha paz, quero achar minha redenção... E você é a minha paz! — Sua respiração era profunda enquanto falava. — Com você posso mostrar quem sou, sem armaduras e sem medo. Mesmo ainda não sabendo lidar com todos esses sentime
Fomos despertados do nosso momento por batidas na porta e me levantei rapidamente do seu colo. — Só um minuto! — Caleb levantou e ajeitou a mesa. Pegou meus sapatos no chão e me ajudou a coloca-los. — Nos vemos mais tarde? — Ele perguntou, segurando meu queixo e beijando rapidamente minha boca. — Acho que sim... — Provoquei e ele arqueou uma sobrancelha em resposta. Dei risada e fui em direção a porta. Na hora que abri dei de cara com a Valentina e ainda estava rindo da reação dele. Ela me mediu da cabeça aos pés sem esconder a irritação ao me ver. Tinha que me lembrar de perguntar ao Caleb se ele já havia ido para a cama com ela. Essa era a maior vontade dela pelo jeito. Ela foi até a mesa dele e se ela continuasse rebolando daquele jeito ia deslocar o quadril. — Bom dia, senhor Caleb. — Sua voz saiu doce. Olhei para ele ante
Eu fiquei paralisada, sem reação alguma. Meu corpo inteiro estava gelado, era como se o sangue não corresse mais pelas minhas veias. Meu coração acelerava de uma forma tão grande, que o ar faltava em meus pulmões. Eu queria correr dali esquecer tudo que eu tinha visto e vivido com o Caleb.Minha vontade era de meter o chute naquela porta e dar dois tapas na cara daquele grandessíssimo filho da p**a. Senti minha mão formigando, só então me dei conta que estava de punho cerrado, com as unhas cravadas na pele, chegando ao ponto de cortar. O relatório já estava amassado na outra mão.Sorte que ele não estava me vendo, estava ocupado demais comendo a Melissa. Em cima da mesma mesa em que ele havia feito o mesmo comigo."Deve estar no cio, não é possível meu povo!"Olha eu fazendo piada com a minha desgraça. O pior era que eu precisava entregar a merda do relatório."Pensa Eduarda, pensa!"— só faltou aparece
— Maria Eduarda, não é? — abri os olhos e olhei em direção a pessoa que estava em minha frente e revirei os olhos assim que vi quem era: Melissa!Ela batia com as unhas na minha mesa, me olhava de cima com toda sua soberba.— Sim! A não ser que meus pais mudaram meu nome e ainda não fui comunicada. — Cruzei os braços e recostei na cadeira. — O que você quer Melissa? Caleb está na sala dele, pode voltar para lá. — Apontei para a sala dele.— Isso é jeito de falar com uma das donas dessa empresa? E isso faz de mim sua chefe também! — ela apoiou as duas mãos na minha mesa e me encarou.— Pelas palavras do Caleb, você éUMAdas acionistas da Jones deCHICAGOe não daqui! Então o único a quem eu devo me reportar é o Caleb, até porque fui contratada para ser a assistente pessoal dele e não sua. Você não é minha chefe e nunca será, se contente com isso! — ela cerrou os dentes e fechou a cara.Confesso que estava sendo
Já eram quase meia noite quando estacionei meu carro na garagem da minha avó. Assim que bati a porta dele avistei ela me esperando na sacada com seu roupão e os olhos pequenos devido ao sono. — Desculpe ter te acordado vozinha... — disse enquanto a abraçava. — Oh minha querida... Não precisa se desculpar, você sabe que sempre será muito bem vinda aqui a qualquer hora e eu ainda estava acordada. Você sabe que essa velha aqui não conseguiria dormir enquanto você não chegasse — ela me tranquilizou enquanto fazia carinho em meus cabelos. — Agora vamos entrar que est