— Maria Eduarda, não é? — abri os olhos e olhei em direção a pessoa que estava em minha frente e revirei os olhos assim que vi quem era: Melissa!
Ela batia com as unhas na minha mesa, me olhava de cima com toda sua soberba.— Sim! A não ser que meus pais mudaram meu nome e ainda não fui comunicada. — Cruzei os braços e recostei na cadeira. — O que você quer Melissa? Caleb está na sala dele, pode voltar para lá. — Apontei para a sala dele.— Isso é jeito de falar com uma das donas dessa empresa? E isso faz de mim sua chefe também! — ela apoiou as duas mãos na minha mesa e me encarou.— Pelas palavras do Caleb, você é UMA das acionistas da Jones de CHICAGO e não daqui! Então o único a quem eu devo me reportar é o Caleb, até porque fui contratada para ser a assistente pessoal dele e não sua. Você não é minha chefe e nunca será, se contente com isso! — ela cerrou os dentes e fechou a cara.Confesso que estava sendoJá eram quase meia noite quando estacionei meu carro na garagem da minha avó. Assim que bati a porta dele avistei ela me esperando na sacada com seu roupão e os olhos pequenos devido ao sono. — Desculpe ter te acordado vozinha... — disse enquanto a abraçava. — Oh minha querida... Não precisa se desculpar, você sabe que sempre será muito bem vinda aqui a qualquer hora e eu ainda estava acordada. Você sabe que essa velha aqui não conseguiria dormir enquanto você não chegasse — ela me tranquilizou enquanto fazia carinho em meus cabelos. — Agora vamos entrar que est
Na porta de madeira tinham o letreiro com o nome dela, passei os dedos por cada palavra até se formar seu nome:Marina. Tudo estava do mesmo jeito que sempre esteve. Minha avó arrumava o quarto dela toda semana, eu sabia que ainda era muito sofrido para ela perder o marido e a filha em menos de 5 anos. Meu avô havia morrido devido a um infarto fulminante enquanto dormia. Eles eram casados a 50 anos já, minha avó estava com ele desde os 15 anos dela. Foi o primeiro e seu último amor.Puxei as cobertas e me enfiei debaixo delas. Deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, sem culpa e nem remorso, deixei com que essa dor me esvaziasse por inteira, sugando para a escuridão toda essa angústia que havia grudado em mim.
Meu coração gelou assim que o Caleb apareceu no pequeno quadradinho do Meet. Seus olhos encontraram os meus rapidamente e meu coração acelerou, parecia que estava numa escola de samba, de tão rápido que batia. Desviei o olhar, não consegui sustenta-lo por mais tempo. Doía demais.Percebi que o Thomas olhava para mim, pelo seu olhar ele havia captado tudo, seu rosto estava calmo e seus lábios tinha um sorriso tranquilizador, como se dissesse sem ao menos abrir a boca, que ele sabia pelo que eu estava passando. Retribui o mesmo sorriso a ele.— Bom dia equipe! — Caleb resolveu começar a reunião.
Eu sempre achei que amor à primeira vista não era algo cientificamente real. O amor para a ciências nada mais é do que um hormônio. Oxitocina, ou mais conhecido, o hormônio do amor, que é liberado por todo nossa corrente sanguínea, fazendo assim nossos níveis de estresse diminuírem e causando toda aquela sensação gostosa pelo corpo, o tão famosoAMOR. Para mim amor nada mais era do que algo que você tinha com alguém pela convivência, pelo tempo que se passava com aquela pessoa. Nunca pensei que estaria tão enganada sobre isso. A partir do momento em que conheci o Caleb eu sabia que minha vida daria um giro de 180° graus de uma forma tão brusca igual uma montanha russa. Ali, naquele momento eu sabia que já estava ferrada. — Eu não tenho mais nada para te falar Caleb! — fechei os olhos e respirei fundo, mais uma vez. — Eu vim para cá para conseguir p
Já passavam das 23:00 horas quando eu ouvi o som do carro dele estacionando na garagem da frente. Eu havia avisado minha avó que ele viria e pedi gentilmente a ela para abrir a garagem assim que ele chegasse. Eu estava na cadeira de balanço novamente, havia tomado meu banho e colocado meu pijama. Estava com uma xícara de chá de camomila nas mãos tentando acalmar meu coração e meus nervos também.— Muito obrigada Sra. Luzia. — Meu coração deu um salto assim que ouvi sua voz. — A Eduarda está acordada ainda? Me desculpe por chegar tão tarde assim.— Tudo bem meu filho. Nem eu e nem ela dormiu cedo, então não foi incomodo algum. Ela está nos fundos, sentada na cadeira de balanço é só seguir em frente. Boa noite.Provavelmente minha avó ia dormir, ou ficaria em seu quarto, para nos dar privacidade. Pude ouvir o barulho dos passos do Caleb pelo assoalho da casa, ficando cada vez mais notável à medida que se aproximava da
Levei ele até o quarto de hóspedes. Arrumei a cama para ele e mostrei onde ficava o banheiro caso quisesse tomar um banho. Procurei no guarda roupa alguma roupa do meu pai, ele sempre deixava algumas peças na casa da minha avó. Encontrei um samba canção, peguei uma toalha limpa também e entreguei nas mãos dele.— Acredito que não vá precisar de mais nada... Eu vou dormir. — Fui indo em direção a saída e parei na porta. — Eu preciso pensar sobre tudo isso, preciso de um tempo para saber qual decisão eu vou tomar. — Estava parada na porta, com a mão no batente dela e ainda de costa para ele. — Vá para Chicago... Depois disso a gente conversa sobre tudo!— Eduarda? — me virei para ele. — Cuide do meu coração. Ele sempre seria seu, de um jeito ou de outro... — ele deu um meio sorriso.E sem responder nada eu saí do quarto.Entrei no meu quarto que ficava ao lado do dele, fechei a porta e me joguei na cama. As janelas estavam abertas, o que fazia com que a luz
— Depois que ele morreu minha relação com o meu pai ficouinsuportável. Então 3 meses depois de sua morte eu fui para Chicago, ficando lá por 4 anos. Não voltei para o Brasil nenhuma vez antes disso e quando voltei foi para assumir a chefia na Jones. Com a saúde do meu pai instável e eu era o único filhovivopara isso. Ele faz questão de jogar isso na minha cara sempre que nos vemos:"Só me sobrou você, o único Jones vivo... Era para o Jason assumir meu império e não você! Não carrega o mesmo sangue que o meu nas veias"— ao escutar aquelas palavras meu coração se quebrou por inteiro em mil pedacinhos. — Foi na época em que eu estava em Chicago que conheci a Melissa. Eu só queria um escape, algo para me fazer esquecer de tud
Asemana passou num piscar de olhos. Caleb havia ido embora na quinta daqui, saiu cedo para Chicago. Nossa conversa ainda ecoava pela minha mente, cada palavra dela e meu coração se apertava sempre que me lembrava de tudo que ele havia me contado, sobre sua infância e todo seu sofrimento. Maggie havia me ligado na quinta à noite, na verdade de madrugada e acabei contando a ela o que havia acontecido. — EITA! Ele disse que te ama? — com toda a história somente essa parte havia surpreendido ela. — E o Caleb tem coração para poder amar alguém que não seja o próprio ego? — MAGGIE?! — ela começou a rir. Fazendo graças nos piores momentos.— Ué, mas eu falei alguma mentira? — pior que não mesmo. — Eu te liguei para me ajudar com tudo isso, e não para