É sempre bom estar de volta ao hospital, embora que fique mais tempo do que o normal, eu sei que não tenho o que reclamar, é um previlégio poder trabalhar perto da minha família e de médicos com grandes experiências.
Quero me especializar na área dos meus pais! Neurocirurgias e como a minha família é dona do hospital, o mínimo que eu posso fazer é estudar mais que os outros. Poucas dos meus colegas sabem que sou a Luz Sharonstone, a menor da família e uma das herdeiras. E se depender de mim, ninguém vai ficar sabendo. — Luz! — diz uma voz familiar atrás de mim — preciso da tua ajuda! Diz a minha irmã mais velha, Mayra. — Oque foi? — pergunto, me aproximando dela. — Podes ir ao escritório da Íris? — perguntou ela. — por quê? Aconteceu alguma coisa? — Não aconteceu, mas vai acontecer, está na hora de conhecer o seu adorado noivo — diz ela, baixinho. — Então fala com ela— digo. — Você sabe o que ela pensa sobre isso! É capaz de surtar. — E no que eu posso te ajudar? — Fala tu com ela. — Nem pensar. — Porquê não? — Ela, ela vai acabar comigo logo que eu começar a tocar nesse assunto. — Ela é mais branda com você, o temperamento dela muda ao teu lado. — Eu não tenho muita certeza disso, por quê não pergunta ao Kevin? — Já perguntei, ele me deixou falando sozinha quando soube do que se tratava. — Não me diga! Eu também fugia se não fosse minha mais velha. — Não tens como fugir, vá... Diz ela apontando para o elevador. Era só isso que me faltava, ter que morrer de graça. Na porta do escritório da Íris, prestes a bater a porta, quando perco toda a coragem que tinha. Mas a Maira trapaceou e bateu por mim, abriu a porta e me empurrou para dentro da sala. E eu vi ela lá, a Íris estava no sofá deitada com os braços cobrindo os olhos. — Oquê você quer Luz? — perguntou ela, ainda tapando o olhos. — Como você sabia que era eu?, consegue me ver — perguntou, acenando para testar a a sua Visão. — o seu cheiro de alegria está espalhado por toda a sala — diz ela — fala logo, o que você quer? — É sobre o seu noivado! — digo, mas o meu coração não para de bater acelerado, acho que ao longe ela consegue ouvir. — Foi a Mayra que mandou você aqui? — perguntou ela sem se mexer! — Não, não, claro que não, eu vim por conta própria. — Eu sei que foi ela! Se não quiser morrer saí agora mesmo — diz ela, apontando para porta atrás de mim. — Você precisa se casar logo, eu também quero me casar, se você não fizer eu não posso — digo, mentindo. — Você pode se casar, não precisa de mim para isso. Vá conhecer o seu noivo, eu não quero fazer parte desse casamento arranjado. — Foram os noivos que os nossos pais escolheram para nós — digo, com um tom triste, o que fez com que ela abrisse os olhos e olhasse para mim. — Em casa conversamos, tenho muito trabalho para fazer — diz ela. — Para de adiar esse assunto, eu não que sobre para mim. — Saí agora Luz, poxa! Você é muito chata, eu converso com a Mayra logo quando chegar e Casa. — Você promete? Ela levantou a cabeça e olhou para mim com um olhar de morte, então eu entendi que ela não estava negociando nada comigo. — Tá, não precisa prometer nada, eu saio. Então eu saí e ao fechar a porta atrás de mim a Mayr aparece. — Então como foi? — Eu não volto a fazer isso novamente — digo. Vou andando até ao elevador e a Mayra grita. — Obrigada por isso maninha. E entro no elevador. Eu acho ótimo a Íris não querer casar, nem que quero fazer isso, eu gosto da minha liberdade, não gostaria de trocar isso por ninguém. Mas infelizmente eu sei que não tem como eu fugir disso, quando a Íris se casar, dois anos depois eu também me caso. Então quanto mais resistência ela fizer, melhor para mim. Assim que saio do elevador, vejo a minha amiga Gabriela segurando inúmeros processos parecendo uma louca, até que por fim ela deixa cair alguns. — Deixa que eu ajudo você — digo, baixando para ajudar à apanhar. — Onde você estava? Eu procurei por você em todo lugar — diz ela sussurrando. — Fui ao consultório da minha irmã falar com ela por alguns instantes, mas estava me procurando porquê? — você não vai acreditar no que aconteceu. — não vou acreditar mesmo se você não contar—. Digo sorrindo. — o nosso professor escolheu nós duas e mais alguns colegas, para participar de uma cirurgia, adivinha de quê? — Gabriela conta logo de uma vez, por favor, você sabe que eu não gosto disso. — Que chata, não sabe brincar não? — pergunta ela. — Sei, mas eu acho isso muito irritante — retruco — diz logo, que tipo de cirurgia é? — Transplante de coração — diz ela animada. Não sei porquê, isso não me trás boas memórias, e para Íris muito menos. — Você acredita nisso? — pergunta ela. — Sim acredito, eu sei porquê me escolheram e você também sabe. — És uma das melhores alunas, por isso escolheram você. — E como sabes que não foi por eu ser dona do hospital? — Para com isso Luz, essa é uma ótima oportunidade, então aproveita. A Gabriela é gente boa, nós nos conhecemos faz muito tempo quando a minha avó ainda era viva. Foi uma atividade da igreja, os pais dela são falecidos então ela vive sozinha, ela não é rica, mas namora com um rico, eu nunca o conheci porque ela nunca apresentou, mas sei que ele ama ela e é recíproco. Ele é estrangeiro, não sei qual é a sua nacionalidade, mas ela sempre vai para Holanda visitar ele. Nas fotos, o rosto dele está quase sempre desfocado ou não aparece, assim são os quadros em casa dela. Nunca perguntei quem paga as suas contas, deduzo que seja ele. E se assim for, creio que quando ela terminar o que já não falta muito, ela vai viver com ele. Não quero perder outra melhor amiga, as duas não se conhece Porquê eu conheci a Gabriela quando a Vanessa já tinha partido, o meu desejo sempre foi que elas se conhecessem mas a Vanessa se recusa a voltar para Angola. Mas tudo bem, eu até que entendo.Mais um final de expediente, confesso que estou cansada, tanto que sinto o meu coração acelerar.Sem corrida nem nada.Assim que chego em casa, encontro a minha irmã Mayra na sala.— Eu já marquei o vosso encontro — diz ela sentada na sala. — Que encontro? — pergunto sonolenta.— Com o seu querido noivo — diz ela.— Você não seria capaz de fazer isso — Digo.— Sinto muito, você sabe da regra da nossa família e tens passado muito dos limites, já tens 24 anos Íris, o teu noivado já tinha que estar marcado.— Não é pra tanto Mayra, o Limite é até aos 25 anos, não?— O noivado também conta! Vamos cumprir as regras por favor.— Claro, quem é ele?Ela me entregou um envelope com arquivos dentro.— O que é isso??— Toda informação que você precisa de saber sobre ele.Abro a pasta e me deparo com uma foto de um cara muito feio.— Ele não deveria ser mais velho? — digo, lento todas as informações.— Ele é, vê a data de nascimento dele.— Mas ele parece um adolescente nerd — digo incrédula.—
O turno foi cansativo, e ainda tenho que estudar para a cirurgia daqui a dois dias, eu me sinto muito carregada. Entro na sala dos médicos e encontro todo mundo a arrumar as suas coisas para ir embora. Olho para o celular e vejo, são 09h da manhã, o próximo turno já vai entrar daqui a meia hora, vejo o dia e me lembro. — Hoje é o dia do encontro da Íris — sussurro — será que ela está animada? Enquanto falava sozinha, vinha atrás de mim a minha amiga, que acaba me assustando. — Com quem estás a falar? — sussurrou no meu ouvido. — Aí Gabriela, quer me matar de susto? — pergunto. — Desculpa, não sabia que estava tão distraída assim — diz ela, abrindo o seu cacifo do outro lado da parede. — Hoje a Íris finalmente vai ter o seu tão odiado encontro, quero saber como será. — De certeza que não será romântico — retruca. — Estou mesmo curiosa para saber como será o Americano, a única que o conhece e a Mayra — Digo. — Americano? —Sim, eles todos têm uma coisa em comum conosco, d
Todo mundo achou que eu estive a dormir, mas eu fiquei durante horas andando de um lado para o outro, sentando e levantando da cama olhando para o guarda-roupa pensando no que vestir, em como me comportar olhando sempre para ficheiro dele e para o guarda-roupa na sequência. Eu não acredito que vou fazer isso... E se eu me vestir como essas mulheres exibicionistas? Será suficiente para assustar ele e não querer se casar comigo? Ninguém gosta de mulheres assim, quem sabe funcione. Abri o lado do guarda-roupa onde ficam os vestidos pretos, tirei o vestido mais simples e caro que estava ali, obviamente não foi comprado por mim, foi um presente da minha irmã Mayra, ela é sempre em alta com esse tipo de coisas, roupas, acessórios, sapatos caros, entendo super esse casal, ela é o Kevin fazem o par perfeito. Não precisava de muita coisa, só as mais caras que tinha, resumindo tudo que tenho. Brincos, vestido, perfumes, sapatos e o carro. Tudo em mim precisava estar acima de 1,3 milhõ
Todo mundo achou que eu estive a dormir, mas eu fiquei durante horas andando de um lado para o outro, sentando e levantando da cama olhando para o guarda-roupa pensando no que vestir, em como me comportar olhando sempre para ficheiro dele e para o guarda-roupa na sequência.Eu não acredito que vou fazer isso...E se eu me vestir como essas mulheres exibicionistas? Será suficiente para assustar ele e não querer se casar comigo?Ninguém gosta de mulheres assim, quem sabe funcione. Abri o lado do guarda-roupa onde ficam os vestidos pretos, tirei o vestido mais simples e caro que estava ali, obviamente não foi comprado por mim, foi um presente da minha irmã Mayra, ela é sempre em alta com esse tipo de coisas, roupas, acessórios, sapatos caros, entendo super esse casal, ela é o Kevin fazem o par perfeito. Não precisava de muita coisa, só as mais caras que tinha, resumindo tudo que tenho.Brincos, vestido, perfumes, sapatos e o carro
Eu contei tudo a Ele, sobre a minha família, sobre o noivado planejado desde que nasci, sobre o encontro de hoje, tudinho, o senhor José tem ganhado um lugar especial em meu coração, eu consigo ver ele como um pai, mesmo sabendo que ele enxerga em mim a sua falecida filha, eu não me importava se isso fizesse com que ele se sentisse melhor. Todas as semanas eu visito ele, porque tem sempre algo para contar. — e vocês se beijaram? – pergunta ele curioso. — não, sem beijo, como poderia fazer isso com alguém que eu não conheço e nunca vi na minha vida — disse, abanando as mãos em sinal de reprovação. — Tá mas ele é teu noivo, embora essa história não faça muito sentido e esteja meio confusa — diz ele coçando a cabeça— então os teus pais já escolheram noivos para as três e uma de vocês já é casada? — isso mesmo, é bem simples de entender, essa é uma das tradições exageras da família Sharonstone, é o nosso normal, todos os tios,
Já lá se vai uma semana, finalmente tivemos a honra de conhecer o Henriques, o meu outro cunhado, ele parece ser boa gente, embora não temos convivido por muito tempo, de qualquer coisa vamos acabar vivendo todos juntos espero eu, e o mais saudável seria se nós nos déssemos todos bem, para viver em completa paz e harmonia, até chegar a minha vez de ser empurrada do precipício ao casamento. A Daniela ainda continua triste por causa do rompimento do namoro, como ela pode ainda pensar nele, ele estava noivo enquanto namoravam e ela ainda fica esperançosa que ele volte e peça desculpas, isso é parvo. Mas não posso dizer o que penso em voz alta por causa da nossa amizade. Mas um dia eu terei que falar.Durante a organização da festa de noivado estava tudo correndo as mil maravilhas, tudo estava perfeito e bem feito, acabamos por organizar mesmo no imenso jardim que temos em casa, com a ajuda da Daniela, organizar tudo se tornou mais divertido e rápi
Era tudo o que me faltava, além de estar podre, amassada estou toda babada e o homem com quem vou me casar está diante de mim. Isso é muito embaraçoso.— Oquê que você faz aqui? — pergunto, me sentando na cama.— Eu vim buscar a minha noive, os meus pais estão esperando por você — Diz ele com as duas mãos no bolso.— Vou demorar um pouco para me preparar, então vai lá, não deixa eles sozinhos — Respondi me levantando da cama.— Prefiro ficar aqui, eles são um pouco chatos — Diz ele se sentando na cama. Ele tá se sentando na minha cama? — O que você está fazendo? — pergunto surpresa.— Oque foi? — Pergunta ele confuso.— Sai da minha cama agora.Ele bufou.— Vocês são sempre assim...Esperou ele que eu terminasse a frase.— Tão?— Tão anos 90.— Estamos no século 21, vocês precisam se soltar mais.— Ainda dá tempo de cancelar toda essa brincadeira
— Você tem certeza que ela não está aí? — tenho, tenho sim, mas oque está acontecendo afinal de conta? — A Íris não voltou desde..., ela deve ter feito alguma coisa.— onde vocês estão agora eu vou até vocês.— estamos indo até ao cemitério, ela deve ter ido à capa da vovó.— faz sentido eu estou indo para lá. Não deixem de me avisar se por acaso acontecer alguma coisa.— Combinado! Encerramos a ligação, e a Mayra fica olhando para mim e para estrada esperando alguma resposta da minha parte.— ele disse que não a vê desde ontem à noite, e não está no hospital.— então ela deve estar lá — ela pisou ainda mais no acelerador do carro, fazendo-o indo mais rápido.— Mayra vai com calma por favor — disse, com medo.Em que momento é que a nossa família começou a ficar desse jeito? Quando é que começamos a perder o controlo das coisas e principalmente das nossas emoções? Será que tudo isso