Todo mundo achou que eu estive a dormir, mas eu fiquei durante horas andando de um lado para o outro, sentando e levantando da cama olhando para o guarda-roupa pensando no que vestir, em como me comportar olhando sempre para ficheiro dele e para o guarda-roupa na sequência.
Eu não acredito que vou fazer isso... E se eu me vestir como essas mulheres exibicionistas? Será suficiente para assustar ele e não querer se casar comigo? Ninguém gosta de mulheres assim, quem sabe funcione. Abri o lado do guarda-roupa onde ficam os vestidos pretos, tirei o vestido mais simples e caro que estava ali, obviamente não foi comprado por mim, foi um presente da minha irmã Mayra, ela é sempre em alta com esse tipo de coisas, roupas, acessórios, sapatos caros, entendo super esse casal, ela é o Kevin fazem o par perfeito. Não precisava de muita coisa, só as mais caras que tinha, resumindo tudo que tenho. Brincos, vestido, perfumes, sapatos e o carro. Tudo em mim precisava estar acima de 1,3 milhões de dólares. Eu consigo, eu posso fazer isso só por hoje, não preciso ser vulgar, acima de toda essa loucura tenho que permanecer modéstia. Tirei os saltos que a Luz me ofereceu no ano passado no Natal, um saltos da ... pretos, os brincos que a minha avó comprou para mim aos 18 anos, são diamantes rosa e azuis, liguei para o Luís para preparar o carro, de preferência o ... ele iria comigo. Depois de estar vestida, olho para o espelho. Deve estar faltando alguma coisa, mas o que é? Andei de um lado para o outro, pensando o que deve estar faltando em mim para estar completo. Já sei, o perfume, mas qual deles? Vamos lá ver, esse, esse está perfeito. Tirei o ... uma raridade que o Kevin me deu de presente e eu nunca uso. Mas tudo bem, hoje eu vou usar. Olho para o espelho mais uma vez e sim, está perfeito. Estou parecendo uma mulher rica mimada, eu sou mesmo boa nisso. Ao chegar nas escadas, vejo todos lá em baixo, viram todos e me olham de cima. Desço as escadas e antes que alguém diga alguma coisa, o Daniel abre a porta e eu saio. Tenho certeza que eles ficaram confusos. O Luís abre a porta do carro e eu entro, mas não é qualquer carro, é o Roolls Royce Sweptail, o queridinho da familia, mas todas nós temos cada uma 6 carros...presentes. — Senhora! Para onde vamos? — Perguntou. — Para o hotel continental por favor — Digo, olhando outra vez para o ficheiro dele. — sim senhora — diz ele arrancando. Demoramos duas horas para chegar até ao hotel. É assim que entramos vimos apenas um homem sentado, mas de forma alguma poderia ser ele, esse jovem é lindo demais para ser ele. E está muito bem vestido, com roupas caras e bastante elegante. De certeza absoluta que não é ele. Eu me sento, esperando. Espero mais de 10 minutos e nada dele... poderia ligar mas não, já estou fazendo o favor de esperar por ele, não faço mas nada. O homem da outra mesa vai me parece muito atraente, confesso que fiquei olhando o tempo inteiro, ele me chamou atenção, mas parece que não chamei a sua. Ele continuava bebendo da sua taça de vinho enquanto mexia atentamente no celular. Até que alguém ligou para ele e de repente ele olhou para mim, eu virei para o outro lado no mesmo segundo. Aí que vergonha! Ele se levantou e então eu pude ver. Ele está com uma calça sob medidas, uma camisa branca da Louis Vuitton dobrada nas mangas, ele tem os braços bem atraentes, e sexy. Que isso Íris, para de pensar besteira. Eles deve ter mulher ou namorada, e nós não olhamos para as coisas dos outros ok? Ele interrompeu os meus pensamentos puxando a cadeira. — Posso me sentar aqui? — perguntou, olhando para mim. Eu olhei para ele, sem conseguir responder. Mas então eu lembro que tenho boca. — Estou esperando alguém — digo procurando as palavras. — Então vamos esperar juntos — Diz ele. Eu olho de um lado e do outro, mas não vejo aquele nerd com cara de adolescente. — Você quer comer alguma coisa? — Pergunta ele. — Não obrigada, não gosto da comida de restaurante — digo. — porquê? — Não costumo confiar muito nas pessoas! — Digo, cruzando as pernas. Agora sim me sinto mais confiante. Não se deixe intimidar por ele ser super gato e vestir bem e por cheirar maravilhosamente bem. Eu também sou demais. — Quem és tu? — pergunto curiosa? — Sou o... Antes que ele terminasse, o Luís interrompe a conversa. — Senhora, o senhor Henriques já esta cá! — diz ele baixinho no meu ouvido. — Finalmente ele chegou, como ele pode ser atrasado? — Digo olhando para o motorista. Me viro e volto a olhar para o homem a minha frente. — Peço desculpa, mas a pessoa a quem eu estava esperando já chegou, pode se retirar por favor? — Assim que chegar eu saio — diz ele. O que esse homem quer? Confusão? Ou algo mais além? — Senhor, eu peço que se retire da mesa por favor. Ele fitou-me com os olhos e chegou perto, colocando os seus cotovelos na mesa e as suas mãos entrelaçadas por baixo do queixo. Ele ficou me observando por alguns segundos e depois voltou a sua posição anterior. — A propósito eu sou o Henriques! Prazer — diz ele segurando a sua taça de vinho bebendo em seguida. Eu sorri, mas um sorriso de ironia. — O senhor acha que eu sou boba? — perguntei sorrindo. Ele ficou em silêncio me olhando fixamente. O seu rosto não demonstrava nenhuma emoção, eu tentei fazer o mesmo, mas não sei se esta dando resultado. — Você pode confirmar se quiser — Diz ele. — E vou mesmo — digo, pego a minha bolsa e tiro o meu celular, mas depois percebo que não tenho o seu contato de telemóvel. Olho para o Luís que entende o que tem que fazer, ele me envia as informações de contacto em menos de 3 min, Eu ligo, e o telemóvel do homem à frente de mim tira o seu telemóvel da mesa que estava chamando no exato momento em que eu liguei, ele olha para mim e depois para o telemóvel, tira ele da mesa e aponta ele bem direto para o meu rosto. — Satisfeita? — pergunta. — não! Se você é o Henriques por quê me deixou esperando por mais de meia hora? — Pergunto irritada. Ele olha para mim e revira os olhos. — Você está fazendo pouco de mim? — Pergunto. — Não precisa ficar chateada, eu não sabia que era você — diz ele, girando o copo de vinho. — Você acha que eu sou idiota? — pergunto — Você me deixa esperando aqui parecendo uma completa desesperada para casar com você. — Não é por isso que você se vestiu com quase 3 bilhões de dólares? Eu me levanto, me sentindo muito ofendida e indignada porque ele entendeu mal o meu objetivo. — O que foi? Toquei na sua ferida? — Pregunta. — Que ferida que nada, ouve aqui, não volta a aparecer a minha frente outra vez — irritada, digo — Esse noivado não vai acontecer. — Para de ser dramática por favor — Diz ele, ainda sentado. — Dramática? Você perdeu a cabeça? — Eu já disse que não sabia que eras tu, o meu assistente não disse que você viria de luto, além disso eu não tenho nenhuma foto tua. — para de mudar de assunto, você não vai pedir desculpas? — Você está sendo exagerada — diz ele. Não acredito nisso, ele me... — olha quer saber, vamos ficar por aqui, preciso ir trabalhar agora — digo, indo embora. Ele levanta, e vai atrás de mim, segurando nos meus braços, ele me puxa pra perto tão perto que eu posso sentir a sua respiração, posso ver o meu reflexo nos seus olhos, seu rosto é muito mais lindo assim, seu hálito é fresco, o peito está cheio de divisões e os seus ombro são tão grandes e fortes. O que você acha que está fazendo Íris, volta pra terra. — Você é linda, e eu quero você como minha esposa — disse ele. — Com apenas beleza não se constrói uma relação, você sabia disso? — Estamos em pleno século vinte e dois, não precisa ser tão conservadora. — me solta agora mesmo — Digo. — Tem um monte de gente olhando, você pode se acalmar agora? — Você me solta primeiro, não gosto de contato físico. — Que mentira — diz ele, me soltando e voltando para se sentar — Eu sei que tu és médica e uma das melhores em tão pouco tempo. — Não disse que não me conhecia? Como sabe que sou médica? — Eu sei tudo sobre você, o que fez e não fez, onde andou, com quem andou, que no caso ninguém, a sua vida é um tanto aborrecida mulher — franziu o cenho. — Os primeiros encontros são sempre assim? Olhei para trás e vi o Luís ainda atrás de mim, com uns 5 metros de distância. Já é o suficiente para me mandar desse encontro às cegas idiota. — Não, não são, um dia eu mostro pra você o que é um encontro de verdade. Assim que ele termina a frase eu me levanto e saio. — Onde você vai? — Eu já vi você, não tinha o menor interesse em conhecer você, muito menos me casar, mas não há muito o que fazer, estamos seguindo ordens, por isso vou deixar tudo acontecer. — não precisa relatar o óbvio, mas vendo você agora, eu quero me casar também. — Ótimo, mas não espera muito de mim. — onde você vai, ainda está muito cedo! — tenho que ir visitar alguém agora, até outro dia, Henriques. Me despedi e saí. Eu sei que eu estava mentindo, eu mal podia me concentrar com aquela perfeição toda a minha frente, eu não acredito que ele mesmo será o meu marido.Eu contei tudo a Ele, sobre a minha família, sobre o noivado planejado desde que nasci, sobre o encontro de hoje, tudinho, o senhor José tem ganhado um lugar especial em meu coração, eu consigo ver ele como um pai, mesmo sabendo que ele enxerga em mim a sua falecida filha, eu não me importava se isso fizesse com que ele se sentisse melhor. Todas as semanas eu visito ele, porque tem sempre algo para contar. — e vocês se beijaram? – pergunta ele curioso. — não, sem beijo, como poderia fazer isso com alguém que eu não conheço e nunca vi na minha vida — disse, abanando as mãos em sinal de reprovação. — Tá mas ele é teu noivo, embora essa história não faça muito sentido e esteja meio confusa — diz ele coçando a cabeça— então os teus pais já escolheram noivos para as três e uma de vocês já é casada? — isso mesmo, é bem simples de entender, essa é uma das tradições exageras da família Sharonstone, é o nosso normal, todos os tios,
Já lá se vai uma semana, finalmente tivemos a honra de conhecer o Henriques, o meu outro cunhado, ele parece ser boa gente, embora não temos convivido por muito tempo, de qualquer coisa vamos acabar vivendo todos juntos espero eu, e o mais saudável seria se nós nos déssemos todos bem, para viver em completa paz e harmonia, até chegar a minha vez de ser empurrada do precipício ao casamento. A Daniela ainda continua triste por causa do rompimento do namoro, como ela pode ainda pensar nele, ele estava noivo enquanto namoravam e ela ainda fica esperançosa que ele volte e peça desculpas, isso é parvo. Mas não posso dizer o que penso em voz alta por causa da nossa amizade. Mas um dia eu terei que falar.Durante a organização da festa de noivado estava tudo correndo as mil maravilhas, tudo estava perfeito e bem feito, acabamos por organizar mesmo no imenso jardim que temos em casa, com a ajuda da Daniela, organizar tudo se tornou mais divertido e rápi
Era tudo o que me faltava, além de estar podre, amassada estou toda babada e o homem com quem vou me casar está diante de mim. Isso é muito embaraçoso.— Oquê que você faz aqui? — pergunto, me sentando na cama.— Eu vim buscar a minha noive, os meus pais estão esperando por você — Diz ele com as duas mãos no bolso.— Vou demorar um pouco para me preparar, então vai lá, não deixa eles sozinhos — Respondi me levantando da cama.— Prefiro ficar aqui, eles são um pouco chatos — Diz ele se sentando na cama. Ele tá se sentando na minha cama? — O que você está fazendo? — pergunto surpresa.— Oque foi? — Pergunta ele confuso.— Sai da minha cama agora.Ele bufou.— Vocês são sempre assim...Esperou ele que eu terminasse a frase.— Tão?— Tão anos 90.— Estamos no século 21, vocês precisam se soltar mais.— Ainda dá tempo de cancelar toda essa brincadeira
— Você tem certeza que ela não está aí? — tenho, tenho sim, mas oque está acontecendo afinal de conta? — A Íris não voltou desde..., ela deve ter feito alguma coisa.— onde vocês estão agora eu vou até vocês.— estamos indo até ao cemitério, ela deve ter ido à capa da vovó.— faz sentido eu estou indo para lá. Não deixem de me avisar se por acaso acontecer alguma coisa.— Combinado! Encerramos a ligação, e a Mayra fica olhando para mim e para estrada esperando alguma resposta da minha parte.— ele disse que não a vê desde ontem à noite, e não está no hospital.— então ela deve estar lá — ela pisou ainda mais no acelerador do carro, fazendo-o indo mais rápido.— Mayra vai com calma por favor — disse, com medo.Em que momento é que a nossa família começou a ficar desse jeito? Quando é que começamos a perder o controlo das coisas e principalmente das nossas emoções? Será que tudo isso
Eu já não estava nervosa nem com medo, pelo menos não por mim, a Mayra está grávida e não suportaria que acontecesse algo com ela enquanto eu estivesse aqui, por culpa minha.Depois que o Juíz me chamou, eu vi, a minha família, procurei pela Mayra mais ela não estava, talvez eles não devem ter contado.Assim que a Luz e o Kevin olharam para mim, desataram a chorar. Eu chorei junto, nunca tinha ficado longe por tanto tempo assim das minhas irmãs, ou pelo menos sem falar com elas por 2 meses e agora que elas sabem onde estivesse esse tempo todos, isso me dá muita vergonha e me parte o coração ver eles chorando por minha causa.O Julgamento começou, e a Vanessa olhava para mim com ódio e repulsa, ela tinha os seus motivos, eu não julgava mas a entendia perfeitamente, era o seu filho, e a sua própria vida. Ela contou toda a história na sua verdadeira e única versão, não tinha como debater, eu era culpada por aquele e outros crimes.Assim que ela saiu, foi
— Soltem a minha mulher, soltem ela, ela não fez nada soltem ela, Íris — grita o meu cunhado Henriques.Ele realmente não tem o mínimo de respeito e vergonha nessa cara. Mas do jeito que ele estava, notava-se que já não se cuidava tanto quanto antes. Parecia ter envelhecido mas 5 anos em apenas dois meses, faz tanto tempo que não o vemos. Ele notou que nós estávamos presentes e perguntou o que aconteceu e porquê ela foi julgada, ele mesmo não faz ideia ou está apenas brincando com a nossa cara?— Você faz isso propositalmente? — perguntou o meu cunhado Kevin, agarrando pela gola da camisa.— Eu não sei o que está acontecendo, o que ela fez? — pergunta para a sua amada amante — respondi. Puxei o Kevin antes que os guardas o fizessem. Caminhávamos até a saída, mas antes de sair disse para ele. — 12 anos de prisão, por causa de uma noite com essa mulher, você tirou 12 anos da minha irmã, Henriques estou tão arrependida de ter feito o que f
ÍRIS Como é que se começa de novo? Como é fazer as coisas do zero? Eu já tinha a minha vida construída e bem definida, as infelizmente, eu pós tudo a perder quando coloquei alguém no centro da minha vida. 5horas antes. — Finalmente chegou a hora, você está pronta? — Perguntou a outra presidiária que partilha a sela comigo. — Estou sim, faz um tempo que estou esperando por esse dia, estou mais do que pronta — respondi. — A tua família vai ficar muito feliz ao ver você, depois de 3 anos você recusando as suas visitas constantes — diz ela, andando de um lado para o outro. — É vergonhoso vir parar aqui pelas razões que eu vim, preferia ter roubado, eu não conseguiria olhar sempre para os olhos deles, a minhas irmãs são tudo o que eu tenho — digo, dobrando a última peça de roupa e colocando na mochila. — Você tem razão, mas aposto que eles devem estar a tua espera. — Eu não contei nada a eles, hoje é o aniversário do meu sobrinho, então devem estar ocupados preparando a
— Quê? Que história é essa? — Faz três anos que fui diagnosticado com câncer, a tua irmã tem-me acompanhado, mas eu já disse que não quero operar, a tua família tem sido maravilhosa comigo, não podia ter pedido melhor. — O senhor pode parar de falar como se tivesse se despedindo? Tem que ter outra solução, o senhor não pode tomar essa decisão sem antes falar comigo. — Eu nunca contei como a Rayna morreu, ela também tinha câncer de estomago estágio 4, ela quis se juntar a sua mãe, as duas foram muito cedo, e isso me deixou sem esperança, te conhecer, fez com que eu quisesse morrer de forma natural, porque naquele dia, eu estava disposto a pular daquele prédio, Íris, Íris dos meus olhos, por favor, não lute por mim, eu quero e preciso estar com a minha família, pelo menos no meu túmulo, eu vou ficar bem — falou e o seu rosto se iluminou. — Como posso olhar para o senhor assim, morrendo, meu coração não vai suportar ver mais alguém morrer e eu não fazer nada — falo, chorando. El