No meio da floresta, na clareira, os raios de sol buscam caminho entre as folhas das copas das árvores para chegar ao solo enegrecido. Apenas o vento se faz notar por muito tempo. Todos os animais residentes parecem estar descansando e ninguém nota quando uma pequena mão ergue, saindo debaixo da terra fofa, com alguns movimentos ela busca apoio e em seguida surge o corpo de um garoto pré-adolescente abraçado a uma garotinha, ambos cobertos de sujeira. O menino balança a cabeça de um lado para o outro até ouvir o próprio pescoço estalar, ele olha para baixo, para o corpinho de sua irmã.
— Ceci! Conseguimos mana! Ceci?
O corpinho estava frio e imóvel, o irmão a puxa para saírem do meio da terra fofa, ele a deita entre as folhas caídas no chão.
— Irmãzinha! Não faz isso comigo! Responde!
Lucas sacode a irmã segurand
Antes de iniciar a sua leitura quero fazer duas observações:A primeira é um aviso.Apesar das máscaras na ilustradas na capa este não é um livro infantil, trata-se de um suspense, portanto, impróprio para menores.A segunda observação é sobre o título.Apesar de ser coerente com a trama, não estou aqui em momento algum me posicionando sobre qualquer ideologia. É simplesmente uma ficção e deve ser tratada como tal.Este livro, assim como outras histórias que transcrevi, teve início em um breve sonho, onde me via como criança, brincando de pega-pega com uma linda garotinha loira e outros meninos. Corríamos por um casarão antigo que ficava em uma fazenda, mas este lugar continha uma estranheza peculiar que me deixava apreensivo, lá fora uma névoa deixava tudo com um ar fantasmagó
Ainda estava escuro quando o casal de empregados se posicionava para seus afazeres matinais, um farto café da manhã deveria ser feito, com frutas, sucos, café, biscoitos caseiros e pães, mas a mulher parecia ter outras preocupações. Ela olhava seriamente para o seu marido enquanto falava. —Vou te falar só mais uma vez: nunca mais comente sobre as crianças que moravam aqui entendeu bem? E o homem nervoso apenas acena positivamente e surpreende-se ao ver Lucas de pé na entrada da copa, o garoto teria ouvido que foi dito? Só então ele percebe que o menino estava com seus fones de ouvido. — Bom dia gente! — Bom dia jovem Lucas, dormiu bem?&nbs
Amanhece mas o tempo chuvoso cria a ilusão de que ainda era madrugada, o céu parecia feito de chumbo, as nuvens pareciam também ter o peso do metal, uma chuva fina e irritante permanecia encharcando o ambiente e o vento uivava tão aterradoramente que parecia uma alma torturada.Nick estende o braço e verifica o relógio de pulso em cima do criado mudo, vê que já eram quase onze da manhã, olhou para a esposa, uma mulher que um dia sonhou ser modelo, quando a conheceu ela usava os cabelos até o meio das costas, um cabelo liso e loiro, seu corpo, apesar de pesar um pouco mais do que na época do namoro, permanecia lindo e escultural, lembrou-se do apelido pelo qual a chamavam nos tempos de colégio: sereia. Era de fato uma mulher linda e extraordinária. Ficou ali admirando sua mulher, ela estava deitada de costas para ele, achava beleza nela em qual
O dia chega como um visitante inesperado, pois estava quente e brilhante, totalmente adverso dos dias anteriores que eram quase noite devido às densas, escuras e ameaçadoras nuvens de chuva. Raios luminosos atravessaram as vidraças e invadiram o quartos trazendo uma frágil atmosfera de paz.Quando Amanda, Lucas e Ceci saíram de seus respectivos quartos encontraram Nick já de pé e vestido a caráter, chapéu, calças jeans e bota.— Vai aonde cowboy? – pergunta Amanda bem humorada.— Querida! Hoje eu tive um sonho maravilhoso, nele vi um lugar lindo!— Que bom querido!Amanda sentia-se bem, a noite anterior, a conversa indigesta, as insinuações e dúvidas pareciam agora à milhas distante dali, o calor do dia parece ter curado as feridas emocionais como por milagre, ela vê o rosto iluminado do marido que empolga
A chuva veio acompanhada de um vento frio e ruidoso, de raios e seus trovões, fato este que causava uma alternância entre escuridão e extrema claridade.Dentro da sede da fazenda, mais precisamente num dos quartos dos fundos reservados aos empregados, Antônia está acordada. Tensa ela olha para os papéis espalhados em sua cama, cada um com um desenho diferente, qualquer um olhando atentamente perceberá que se trata de trabalhos de pessoas diferentes, neste caso, de crianças diferentes, os traços e até as palavras escritas em alguns deles deixam como prova que não foi apenas Ceci que os fez, mas que seus amiguinhos também participaram.O primeiro desenho foi feito claramente pela menina Cecília: mostra ela mesma no centro, ao lado de seu palhacinho de pano e de uma garota com um vestidinho rosa.No segundo desenho aparece um menino
— Querido... Acorde!— O quê? Mas onde...— Bobinho... Você dormiu de novo no escritório!— Isabella? Mas e a fazenda, minha filha...— Já faz quase um mês que vocês voltaram Nick. Está tudo bem, você não se lembra? A sua filhinha só estava brincando de esconde-esconde e acabou dormindo debaixo da cama!— É... e assim que a chuva parou voltamos para cá.— Isso mesmo! Agora vamos voltar ao presente. Lembra do que conversamos lá na fazenda?— Sobre... – e Nick abaixou o tom de voz para evitar que as paredes do escritório os ouvissem – a possibilidade de estarem me dando um golpe?— Sim... Tenho quase certeza de que estou na pista certa, me dê uma semana e te digo qual de seus sócios está te traindo. Agora, por que não aproveita pa
O mais correto era ele ter ficado em casa ajudando a procurar a pequenina, pois provavelmente ela estaria lá mesmo, em seu próprio quarto, no entanto, Genival experimentava sensações que nunca havia sentido, pelo menos não naquela intensidade, sentia um alerta de perigo e era como se uma força o impulsionasse para a pequena floresta existente a uns duzentos metros dos fundos da casa.A chuva engrossara de tal forma que era difícil enxergar e até mesmo se mover e foi por meio de uma visão turva que ele identificou um vulto movimentando rapidamente em direção às árvores. Um vulto pequeno, todo borrado, mas uma coisa era certa: uma mancha amarelada tremulava ao vento, os cabelos loiros de Ceci.— Menina Ceci! – gritou o funcionário da fazenda.Como em resposta a garotinha parou, virou-se e acenou.Dentro da casa a situaç&atild
Amanda chegou à porta de seu quarto, girou levemente a maçaneta, ela esperava encontrar a filhinha escondida debaixo da cama, num daqueles acessos de brincadeiras inconseqüentes que as crianças fazem de vez em quando. Ela a princípio ficaria furiosa, mas perdoaria a filha.— Ceci? Cecília minha filhinha, já está na hora de parar com essa brincadeira! Mamãe está aqui!A luz azulada da tempestade lá fora iluminava mais que a vela que trazia consigo, mas nada, nada de Ceci. Estava disposta a olhar cada canto minuciosamente quando ouviu um gemido. Era sua filha? Estaria machucada?— Mamãe? É a senhora?A voz estava meio abafada e parecia vir da suíte.No andar de baixo Joselina lembra-se de que a filha tinha uma lanterna, já que a que ficava na cozinha havia desaparecido, abriu uma gaveta e l&aa