Lucca
— Pronta para ir às compras? — indago quando nos afastamos.
— Claro que sim. Adoro fazer compras para novos projetos. Ainda mais quando é para fazer surpresas. — Seu sorriso se alarga.
Ana é arquiteta, mas tem um excelente gosto para design de interiores também. E como o apartamento de Alice precisa de um toque feminino, ninguém melhor do que ela para me ajudar com isso. Portanto, assim que Ana pega a sua bolsa, saímos de casa e adentramos o carro, para ganhar o trânsito em seguida. Ana investe nos tons de bege, branco, preto e alguns detalhes espelhados. Levamos pelo menos dois dias para deixarmos tudo pronto. E ao ver todos os móveis montados, e em seus devidos lugares, vejo o quanto ela acertou na sua escolha.
— Uau! — sibilo, soltando um assobio apreciativo.
— Ficou a cara dela, não ficou? — Ana indaga satisfeita.
— V
Alice— Camila? Aconteceu alguma coisa? — pergunto assim que atendo a sua ligação.— Você pode vir ao meu apartamento? — Uno as sobrancelhas com estranheza.— Agora?— Sim. Por favor! — Percebo um tom de nervosismo em sua voz.— O que está acontecendo, Mila? — Procuro saber.Ela suspira audível.— Quando você chegar, eu te conto tudo. — A ligação é encerrada e eu encaro o meu namora, que me lança um olhar interrogativo.Dou de ombros.— Não vai me dizer o que houve? — Ele inquire preocupado.— Eu não sei. Mas ela não me parecia nada bem. Pode me deixar no prédio da Mila? O meu carro ficou no estacionamento da praia.— Claro. — Sinto certa tensão na voz de Lucca, mas resolvo deixar isso para depois. Deve ser por causa do seu trabalho. Penso. Minutos depois, deixo um beijo casto na sua boca e saio do veículo, seguindo para dentro do prédio de apartamentos.***Em uma fração de segundos aio apressada do elevador, direto para o apartamento na cobertura. Ansiosa, toco a campainha e insisto
Saímos da delegacia e enquanto Camila se acomoda no banco do carona, vejo o tal Téo do outro lado da rua. O imbecil vira o rosto fingindo não me ver. Tenho vontade de ir até ele e perguntar se está me seguindo. Isso é muito estranho. O homem apareceu do nada e logo depois da denúncia dos políticos. Agora onde eu estou, ele está também.Puxo a respiração.Ele atravessa a rua e vem em direção da delegacia. Eu não perco tempo.— Espera um pouco aqui, Mila.— Aonde você vai?— Resolver uma coisa. — Ando a passos largos na direção do loiro de cavanhaque que mais se parece com uma muralha perto de mim. Ponho a mão em seu peito o fazendo parar de andar e ele me encara confuso. — O que está fazendo aqui? — inquiro ríspida. Ele sorri debochado.— A caso você é maluca? Aqui é o Rio de Janeiro, sabia? E as ruas são públicas.— Téo, eu não estou brincando. Você está me seguindo? — Ele revira os olhos para mim.— Alice Ávila, o mundo não gira ao redor do seu umbigo — resmunga em tom de brincadeira
AliceA porta se fecha eu solto a respiração que mantive presa nos últimos segundos.— Não acredito que vamos adiar a nossa comemoração. — Lucca resmunga do outro lado da linha me fazendo rir.Sabia que ele ia ficar chateado.— É só por hoje, Lucca — digo de um jeito doce. — Ela realmente está precisando de mim.Ele bufa.— Está bem. Então vou sair com a turma da corporação. Eles querem aproveitar essa noite, já que amanhã estão de folga.— Sair? Quem vai nessa turma? — pergunto enciumada.—Calma. Será só o Joe e o Rafa.— Hum... a Samantha não vai? — Procuro saber.— Não. Ela e o Dilan tem saído muito. Por que toda essa pergunta? Não está com ciúmes, não é, Alice Ávila?— Ciúmes? Eu? Que absurdo! Eu confio no meu taco, sabia? — ralho indignada.Bufo mentalmente quando penso que estou sim, fervendo de ciúmes.— Você sabe que não precisa sentir ciúmes de mim. Eu amo você e só quero você.Me pego sorrindo.— Também te amo! — declaro com um sussurro. E reprimo um grunhido
LuccaA galera está animada aqui no bar. Estamos na quarta rodada quando pego o meu celular e vejo que há uma chamada não atendida da Alice.Caralho!Me afasto do túmulo e do som alto e retorno a sua ligação. Ela atende sonolenta na terceira chamada.— Oi, Foguetinho! — falo, porque sei que ela destrata esse apelido. E ela xinga um palavrão.O som da voz rouca mexe comigo.— Desculpe não ter atendido. Eu não vi a chamada.— Tudo bem. Ainda está no bar? — inquire.Olho para a galera que está fazendo sinal pra eu voltar para a farra.— Sim, mas não vou demorar por aqui. — Alice tosse do outro lado.— Está tudo bem?— Está. Estou sentindo um cheiro forte de gás — diz me deixando preocupado.— Alice, sai daí agora! — peço em um rompante.— O que? Por quê?— Só sai daí, Alice! — exaspero.— Ok, vou chamar a Camila.Contudo, o som de uma explosão forte me estremece por dentro.— O que foi isso? — pergunto, mas não tenho resposta. — A Alice?! — A chamo com desespero. — Não! Não! Não!Corro p
Lucca— Por ali, Lucca! — Ele grita, apontando uma direção. — Quero que a jogue para mim. Nós a pegaremos aqui embaixo. — Ele pede e não penso duas vezes. Afasto-me da escadaria e sigo para o pequeno hall, aproximando-me da grade de proteção. Respiro fundo a olho.— Nós vamos conseguir, meu amor — prometo, jogando-a para o térreo em seguida. Três homens se posicionam lá embaixo e a seguram, levando-a para fora do apartamento e eu pulo logo em seguida.***Do lado de fora observo os paramédicos fazendo o atendimento de praxe em Alice dentro da ambulância. Nervoso eu ando de um lado para o outro sem tirar os meus olhos de cima dela. Minutos depois, ela começa a tossir forte e a puxar a respiração.Meu coração bate em vida.— Ela vai ficar bem. — Lucy, a médica em atendimento garante. Eles se preparam para sair com a ambulância, então decido acompanhá-la.Dentro do hospital, acompanho a Alice de perto até que ela esteja bem e confortável em um quarto. Só então ligo para Daniel e explico
Lucca— Oi, Lucca! — Ela diz timidamente. Então me ponho de pé, em uma postura rigorosamente profissional, respondendo o seu cumprimento de uma forma fria e evasiva.— Para você é capitão Lucca. — Ela engole em seco e assente.— Certo. Capitão Lucca. Eu gostaria de falar sobre ontem. — Assinto automaticamente, apontando uma cadeira para ela se sentar. Me acomodo na minha cadeira cruzando os braços e a encarando firme.— Pode falar, Samantha. Estou louco para ouvir a sua explicação — rosno. Ela puxa a respiração de modo audível.— Eu juro que verifiquei a vítima…— A Alice. — A corto. Ela assente.— Lucca, eu verifiquei. Ela não…— Uma porra que verificou! — vocifero. Samantha fica pálida. No entanto, me levanto da cadeira sem tirar os meus olhos de cima dela. — Sabe que se a tivesse deixado lá dentro teria cometido um assassinato, não é? — A acuso. — Por que, Samantha? Por que quis matar a Alice? — exijo com um tom alterado. Alguns dos soldados olham para a minha sala, curiosos com a
Lucca— Você é uma delícia, sabia? — rosno contra a sua pele suada. E quando a percebo fogosa demais, decido parar a nossa brincadeira pela metade. Seus olhos me encaram pesados e aturdidos. E antes de qualquer protesto seu, a faço virar-se de costas para mim. — Segure-se firme, querida! — peço e ela se apoia no espaldar da cama. — Eu te amo tanto, sabia? — sussurro áspero em sua nuca. Deixando uma pequena trilha de beijos e de leves mordidas. — Nunca mais me dê um susto desses — peço quando me lembro de vê-la caída entre as chamas.— Lucca! — Ela responde as minhas provocações com mais gemidos.— Não ouse me deixar sozinho! — ordeno, sentindo o seu sangue borbulhar nas veias e escorrego para dentro dela.— Oh! — Alice resfolega quando chego fundo.— Se você morrer, eu morro junto.Sinto a raiva percorrer cada extremidade do meu corpo.— Oh, Lucca, por favor! — Ela delira, suplica quando começo a me mexer.— Você é a minha vida, Alice Ávila! — declaro, ignorando as suas súplicas. — É
AliceLucca me deita na cama e me dá um beijo casto saindo do quarto em seguida. Continuo com os meus olhos fechados até escutar finalmente a porta sendo fechada. Sim... Estou fingindo que estou dormindo porque preciso resolver algo e só assim para me livrar do Daniel Ávila e do Lucca Fassini. Esses dois resolveram grudar no meu pé depois do incidente no apartamento da Camila. Respiro fundo. Melhor dizendo... Incidente não, tentativa de assassinato isso sim. E com certeza Renan Backer tem muito e mais um pouco a ver com isso. Abro uma brecha de olho e me certifico de que estou sozinha no meu quarto. Com muita cautela saio da cama e vou até o closet, pego um par de tênis, a minha bolsa e vou para a porta do quarto. Abro apenas um pouquinho, o suficiente para olhar o corredor e constatar que ele está vazio.Sorrio amplamente, saindo do quarto e enfim seguindo pelo pequeno corredor branco alcançando a sala de visitas. Ouço as vozes dos homens conversando em um tom baixo na minicozinha ac