Ademir estava muito irritado.Seria por causa de Karina?— Karina... — Bruno hesitou por um longo tempo, mas finalmente se armou de coragem para falar. — Todos nós achamos que o Ademir realmente gosta de você, e ele tem sido muito bom para você.— É. — Karina assentiu, sem negar. — Ele é bom comigo, mas ele não é bom só comigo, ele também é muito bom com a Vitória, não? Não, talvez até mais do que comigo......No dia seguinte, Karina estava de folga, não precisando ir à clínica.Então, ela acabou dormindo até quase o meio-dia. Quando Patrícia saiu, deixou uma refeição para ela.Karina estava comendo tranquilamente quando recebeu uma ligação de Lucas.Ela atendeu e perguntou diretamente:— O que aconteceu?— Karina, onde você está? Podemos nos encontrar para conversar.Karina achou estranho. Lucas não estava muito ocupado com a Vitória, que estava tão gravemente ferida? Como ele ainda tinha tempo para vê-la?— Onde vamos nos encontrar?— Na rua dos fundos da Universidade J.— Certo.De
— Não me diga mais nada, é o fim. — Karina, segurando a bolsa, se levantou. — Karina! — Lucas, aflito, puxou ela com força. — Não, não vá! Lucas realmente não sabia o que mais fazer. As palavras já haviam sido ditas, e sua filha ainda se recusava a ceder! Lucas compreendeu, desesperado, que sua filha o odiava! Odiava ele profundamente! Parecia que suplicar não adiantaria. Lucas apertou os dentes e sorriu: — Vai embora assim, é isso que você quer? — O quê? — Karina não entendeu o que Lucas quis dizer. Lucas falou: — Eu não tenho muito tempo de vida, a casa e o dinheiro, se você não quiser, no final, tudo ficará com sua irmã... Ao ouvir essas palavras, Karina ficou paralisada. Essas palavras afetaram profundamente seu julgamento. Lucas continuou: — Quando sua mãe estava comigo, ajudando a fundar a empresa, tudo o que temos aqui é metade dela. Você realmente não quer nada disso? Karina ficou em silêncio. Com as mãos apertadas, ela se manteve quieta. Era v
A direção era para as colinas verdes, Karina ia visitar Catarino. Quando chegou, Cecília estava arrumando o quarto. — Sra. Barbosa, já chegou. — Sim. Onde está o Catarino? Cecília apontou para o quarto de Catarino e, em voz baixa, disse: — O Dr. Amílcar está fazendo uma terapia com ele. Agora não é conveniente interromper. Pode se sentar e esperar um pouco. — Tudo bem. Cecília trouxe-lhe um copo de água e comentou: — O estado do Catarino melhorou muito, o Dr. Amílcar é realmente um médico muito competente. — Deve ser difícil cuidar dele assim. — Não, é meu trabalho. Karina sorriu levemente: — Esta noite eu fico com o Catarino. Você pode ir descansar. Quando terminar de arrumar tudo, pode ir embora e voltar amanhã. — Isso... — Cecília ficou surpresa. — Será que isso é adequado? — Claro. — Karina assentiu com um sorriso. — O Catarino só quer a minha presença quando me vê, e você, aqui, não tem muito o que fazer. Vá descansar logo. — Então, obrigada, Sra. Bar
Segurar a Mão? Que pedido estranho era aquele? Ademir estava louco? Mas Karina não queria acompanhar a loucura dele. — Você está bem mesmo? Se não, eu não entro... Antes que pudesse terminar de falar, Ademir deu alguns passos à frente, segurou a mão dela e a puxou com força para dentro de seu peito. Ela quase caiu, mas se apoiou em seus braços e levantou o olhar para ele, sentindo suas mãos apertadas com firmeza em torno das suas. Os dedos entrelaçados. Karina estava muito confusa e irritada: — Já está tão tarde, você está louco? — Eu estou louco? Ademir estava realmente perto de perder o juízo! Os olhos dele estavam congelados, sem expressão alguma de afeto. Segurando a mão de Karina, ele a levou até seus lábios e falou, com um tom gélido: — Você é minha esposa, você é minha! Ninguém, além de mim, pode tocar em você! Sabe disso, não sabe? — Você enlouqueceu? Quem foi que tocou em mim? — Karina rebateu, sem pensar, quase como um reflexo. Será que Ademir es
Embora Karina falasse com calma, seu coração estava esmagado. A dor era intensa, ela sentia como se algo estivesse rasgando por dentro. Mas quanto mais doía, mais ela se mantinha lúcida. Empurrando Ademir gentilmente contra seu peito, ela começou a afastá-lo lentamente: — Vai embora, já está muito tarde, eu preciso dormir. Ela forçou um semblante cansado. Ademir resistiu por um momento, mas não teve escolha a não ser soltá-la. — Me deixe em paz, é melhor para nós dois. Ademir, viver com duas pessoas vai te cansar. — Karina disse isso e se virou, entrando para dentro da casa de repouso. Ademir ficou parado, observando o seu rosto com um olhar perdido, sem saber o que fazer. Deveria deixá-la ir? Ele já havia feito isso antes, mas agora... Agora ele não conseguia mais. Ele não conseguia deixá-la partir. Ele não conseguia abrir mão dela! No dia seguinte, Cecília chegou de manhã bem cedo, pegando o primeiro metrô. Ao chegar, viu o carro de luxo estacionado em frente à
A mala já estava arrumada. Embora, na verdade, não houvesse muito o que arrumar. Karina puxou a mala e a bolsa de viagem, colocando-as na porta. Ao levantar os olhos, viu Patrícia, que a observava com uma expressão triste. — Você realmente vai embora? — Sim. — Karina sorriu. — Não posso ficar aqui para sempre, é hora de partir. Daqui a alguns meses, o bebê vai nascer. A casa na Rua de Francisco Antônio foi onde encontraram um lugar para morar. Além disso, o dinheiro da conta bancária que Lucas lhe deu era suficiente para cobrir as despesas de Catarino com a viagem ao exterior. E ainda sobrava dinheiro, o que Karina poderia usar para contratar uma pessoa para cuidar do bebê. Quando ela tiver o filho e se recuperar do parto, vai continuar trabalhando, terá uma renda, e a vida não será um problema. Era impossível negar, o pai de Karina realmente ajudou quando ela estava em uma situação difícil. Patrícia entendia tudo isso. — Eu só... Vou sentir sua falta. — Não é
— Sim, Ademir! A Rua de Francisco Antônio não estava muito distante da Rua Alameda, ambas localizadas perto do Hospital J. Lucas estacionou o carro no estacionamento do condomínio, embaixo do prédio. Pegou a bagagem e caminhou à frente: — Você trouxe a chave? Eu não tenho chave extra. — Eu trouxe. Os dois subiram as escadas, um na frente, o outro atrás. Karina abriu a porta e acendeu as luzes. Era a segunda vez dela ali, e tudo estava completamente diferente. Após a reforma, o lugar parecia novo, com uma aparência renovada. As instalações estavam todas completas. Lucas colocou a bagagem no quarto e saiu para perguntar: — Gostou? — Gostei. — Karina confirmou, acenando com a cabeça. — Que bom... — Lucas soltou um suspiro de alívio, mas logo franziu a testa e, com uma das mãos, pressionou suavemente o abdômen. Karina percebeu e notou que ele não estava com uma aparência muito boa. Ele já não estava com a saúde boa, e ainda havia ajudado a carregar as malas, o
— Eu te ajudo a levantar.— Tudo bem. — Karina ajudou Lucas, levantando-o lentamente.Ademir olhava cada vez mais irritado, sua raiva crescendo a ponto de já não conseguir mais controlá-la.— Karina, solte! Você solta ele! Não te permito que toque nele, ouviu?Seus olhos estavam incendiados, prestes a explodir a qualquer momento.— Você precisa ir embora! — Karina, com medo de Ademir bater em Lucas, não se atrevia a deixar ele ali e apressava-o. — Vai logo!— Mas, Karina... — Lucas hesitou um pouco, preocupado com a segurança dela.— Eu disse para você ir! — Karina franzia a testa, negando com a cabeça. — Não fale mais nada, eu vou resolver isso sozinha! Você quer ficar e ser agredido também?— Está bem.Sem alternativas, Lucas decidiu se afastar.— Quer ir embora? — Ademir estava tomado pela fúria, e quanto mais Karina tentava proteger Lucas, mais ele se enfurecia. Mas não era só raiva. — Vamos ver se você tem coragem de ir!— Ademir! — Karina se colocou na frente de Lucas. — Você não