Karina olhou para o que estava em suas mãos e não pôde deixar de pensar: "Não é possível, o homem da Hana é bonito até demais." Hana, apesar de não ser uma pessoa fácil, tinha um gosto impecável para homens.Enquanto admirava, de repente, uma escuridão tomou conta de sua visão, seus olhos foram cobertos.Um suave aroma de perfume preencheu suas palmas, e ela sabia, sem nem sequer olhar, quem estava ali.Ademir retirou o folheto das mãos de Karina e só então a soltou:— Não olhe esse tipo de coisa, vai sujar seus olhos bonitos.Karina ficou sem palavras. Como assim, o Ademir apareceu de novo? Ela lhe lançou um olhar cheio de indagações, e ele, percebendo, deu um sorriso amargo."Você realmente não quer me ver, é?" Não que fosse culpa de Karina, mas sim de Ademir. Ele deveria ser mais gentil com ela.— Hoje à noite, não poderei jantar com você. — Ademir explicou. — Depois que terminar meu tratamento, tenho que ir para a resolver alguns assuntos de negócios.— Não precisa me dar satisfa
Ademir estava muito irritado.Seria por causa de Karina?— Karina... — Bruno hesitou por um longo tempo, mas finalmente se armou de coragem para falar. — Todos nós achamos que o Ademir realmente gosta de você, e ele tem sido muito bom para você.— É. — Karina assentiu, sem negar. — Ele é bom comigo, mas ele não é bom só comigo, ele também é muito bom com a Vitória, não? Não, talvez até mais do que comigo......No dia seguinte, Karina estava de folga, não precisando ir à clínica.Então, ela acabou dormindo até quase o meio-dia. Quando Patrícia saiu, deixou uma refeição para ela.Karina estava comendo tranquilamente quando recebeu uma ligação de Lucas.Ela atendeu e perguntou diretamente:— O que aconteceu?— Karina, onde você está? Podemos nos encontrar para conversar.Karina achou estranho. Lucas não estava muito ocupado com a Vitória, que estava tão gravemente ferida? Como ele ainda tinha tempo para vê-la?— Onde vamos nos encontrar?— Na rua dos fundos da Universidade J.— Certo.De
— Não me diga mais nada, é o fim. — Karina, segurando a bolsa, se levantou. — Karina! — Lucas, aflito, puxou ela com força. — Não, não vá! Lucas realmente não sabia o que mais fazer. As palavras já haviam sido ditas, e sua filha ainda se recusava a ceder! Lucas compreendeu, desesperado, que sua filha o odiava! Odiava ele profundamente! Parecia que suplicar não adiantaria. Lucas apertou os dentes e sorriu: — Vai embora assim, é isso que você quer? — O quê? — Karina não entendeu o que Lucas quis dizer. Lucas falou: — Eu não tenho muito tempo de vida, a casa e o dinheiro, se você não quiser, no final, tudo ficará com sua irmã... Ao ouvir essas palavras, Karina ficou paralisada. Essas palavras afetaram profundamente seu julgamento. Lucas continuou: — Quando sua mãe estava comigo, ajudando a fundar a empresa, tudo o que temos aqui é metade dela. Você realmente não quer nada disso? Karina ficou em silêncio. Com as mãos apertadas, ela se manteve quieta. Era v
A direção era para as colinas verdes, Karina ia visitar Catarino. Quando chegou, Cecília estava arrumando o quarto. — Sra. Barbosa, já chegou. — Sim. Onde está o Catarino? Cecília apontou para o quarto de Catarino e, em voz baixa, disse: — O Dr. Amílcar está fazendo uma terapia com ele. Agora não é conveniente interromper. Pode se sentar e esperar um pouco. — Tudo bem. Cecília trouxe-lhe um copo de água e comentou: — O estado do Catarino melhorou muito, o Dr. Amílcar é realmente um médico muito competente. — Deve ser difícil cuidar dele assim. — Não, é meu trabalho. Karina sorriu levemente: — Esta noite eu fico com o Catarino. Você pode ir descansar. Quando terminar de arrumar tudo, pode ir embora e voltar amanhã. — Isso... — Cecília ficou surpresa. — Será que isso é adequado? — Claro. — Karina assentiu com um sorriso. — O Catarino só quer a minha presença quando me vê, e você, aqui, não tem muito o que fazer. Vá descansar logo. — Então, obrigada, Sra. Bar
Segurar a Mão? Que pedido estranho era aquele? Ademir estava louco? Mas Karina não queria acompanhar a loucura dele. — Você está bem mesmo? Se não, eu não entro... Antes que pudesse terminar de falar, Ademir deu alguns passos à frente, segurou a mão dela e a puxou com força para dentro de seu peito. Ela quase caiu, mas se apoiou em seus braços e levantou o olhar para ele, sentindo suas mãos apertadas com firmeza em torno das suas. Os dedos entrelaçados. Karina estava muito confusa e irritada: — Já está tão tarde, você está louco? — Eu estou louco? Ademir estava realmente perto de perder o juízo! Os olhos dele estavam congelados, sem expressão alguma de afeto. Segurando a mão de Karina, ele a levou até seus lábios e falou, com um tom gélido: — Você é minha esposa, você é minha! Ninguém, além de mim, pode tocar em você! Sabe disso, não sabe? — Você enlouqueceu? Quem foi que tocou em mim? — Karina rebateu, sem pensar, quase como um reflexo. Será que Ademir es
Embora Karina falasse com calma, seu coração estava esmagado. A dor era intensa, ela sentia como se algo estivesse rasgando por dentro. Mas quanto mais doía, mais ela se mantinha lúcida. Empurrando Ademir gentilmente contra seu peito, ela começou a afastá-lo lentamente: — Vai embora, já está muito tarde, eu preciso dormir. Ela forçou um semblante cansado. Ademir resistiu por um momento, mas não teve escolha a não ser soltá-la. — Me deixe em paz, é melhor para nós dois. Ademir, viver com duas pessoas vai te cansar. — Karina disse isso e se virou, entrando para dentro da casa de repouso. Ademir ficou parado, observando o seu rosto com um olhar perdido, sem saber o que fazer. Deveria deixá-la ir? Ele já havia feito isso antes, mas agora... Agora ele não conseguia mais. Ele não conseguia deixá-la partir. Ele não conseguia abrir mão dela! No dia seguinte, Cecília chegou de manhã bem cedo, pegando o primeiro metrô. Ao chegar, viu o carro de luxo estacionado em frente à
A mala já estava arrumada. Embora, na verdade, não houvesse muito o que arrumar. Karina puxou a mala e a bolsa de viagem, colocando-as na porta. Ao levantar os olhos, viu Patrícia, que a observava com uma expressão triste. — Você realmente vai embora? — Sim. — Karina sorriu. — Não posso ficar aqui para sempre, é hora de partir. Daqui a alguns meses, o bebê vai nascer. A casa na Rua de Francisco Antônio foi onde encontraram um lugar para morar. Além disso, o dinheiro da conta bancária que Lucas lhe deu era suficiente para cobrir as despesas de Catarino com a viagem ao exterior. E ainda sobrava dinheiro, o que Karina poderia usar para contratar uma pessoa para cuidar do bebê. Quando ela tiver o filho e se recuperar do parto, vai continuar trabalhando, terá uma renda, e a vida não será um problema. Era impossível negar, o pai de Karina realmente ajudou quando ela estava em uma situação difícil. Patrícia entendia tudo isso. — Eu só... Vou sentir sua falta. — Não é
— Sim, Ademir! A Rua de Francisco Antônio não estava muito distante da Rua Alameda, ambas localizadas perto do Hospital J. Lucas estacionou o carro no estacionamento do condomínio, embaixo do prédio. Pegou a bagagem e caminhou à frente: — Você trouxe a chave? Eu não tenho chave extra. — Eu trouxe. Os dois subiram as escadas, um na frente, o outro atrás. Karina abriu a porta e acendeu as luzes. Era a segunda vez dela ali, e tudo estava completamente diferente. Após a reforma, o lugar parecia novo, com uma aparência renovada. As instalações estavam todas completas. Lucas colocou a bagagem no quarto e saiu para perguntar: — Gostou? — Gostei. — Karina confirmou, acenando com a cabeça. — Que bom... — Lucas soltou um suspiro de alívio, mas logo franziu a testa e, com uma das mãos, pressionou suavemente o abdômen. Karina percebeu e notou que ele não estava com uma aparência muito boa. Ele já não estava com a saúde boa, e ainda havia ajudado a carregar as malas, o