Então, com cuidado e delicadeza, ele a deitou na cama. Segurou ela nos braços, sem dar chance para que ela fugisse.— Eu já te falei, tudo o que eu disse não vale nada? Eu te disse que não trairia o casamento, por que você não acredita em mim? — Disse ele.Karina o encarou fixamente:— Sr. Ademir, eu acredito que você é um homem de moral. Seu corpo será fiel ao casamento.Ele recebeu uma boa educação, com um forte senso de moralidade e responsabilidade, e, após tanto tempo juntos, ela tinha confiança nisso.— Mas, não é apenas a traição física que é traição. A traição psicológica também é traição. — Karina pensou um pouco, sentindo que suas palavras não estavam certas, então se corrigiu. — Eu falei errado. Seu coração... Nunca esteve aqui comigo...Ademir a interrompeu, perguntando:— Você realmente acha que tem consciência ao falar assim? Ele tinha sido bom com ela, será que ela havia se esquecido de tudo isso?— Está certo. — Karina aceitou com humildade, reconhecendo que suas pala
— Desculpa, foi minha culpa. Eu aceito a punição....No dia seguinte, Karina ainda estava dormindo, não completamente acordada, quando sentiu uma coceira nas mãos.— O que você está fazendo? — Ela perguntou impacientemente.— Te acordei? — Ademir respondeu em voz baixa. — Já vou sair. Só vou passar mais um pouco de pomada na sua mão, depois você pode continuar dormindo. Quando acordar, se lembre de passar também. Tem que passar quatro vezes por dia.— Que irritante! — Karina puxou as cobertas e cobriu a cabeça.Ademir sorriu, resignado, mas com um toque de carinho.O temperamento de Karina não era dos mais explosivos, mas foi vivendo com ela que Ademir percebeu que ela tinha uma certa tendência a ficar mal-humorada logo ao acordar. Quando ela dormia o suficiente, tudo bem, mas quando não dormia o suficiente, o mau humor era bem evidente.— Não vou te incomodar mais. Dorme aí.Karina abriu os olhos novamente, já era mais de dez horas.Ela não tinha trabalho naquele dia, apenas precisav
— Nuvem? Era Túlio!— Karina, você não...Túlio de repente soltou um grito de dor, e seus traços faciais, antes tão perfeitos, se contorceram em uma expressão de agonia. Karina ficou assustada, e sua mente ficou em branco por um momento.— Karina! — Ao ouvir o grito de socorro, Bruno apareceu rapidamente, disparando em direção a ela como uma flecha. Em um instante, ele conseguiu dominar o homem armado com a faca. — Não se mova! Em questão de minutos, Bruno o derrubou no chão, e a faca ensanguentada escorregou das mãos do agressor.O coração de Bruno gelou. Em apenas dois ou três minutos, enquanto ele tinha ido ao banheiro, Karina já estava ferida?— Karina, onde você se feriu? — Não, não fui eu. — Karina estava pálida, franziu a testa e balançou a cabeça, olhando para Túlio. Ele estava com a mão pressionando a parte esquerda de seu abdômen, e o sangue escorria entre seus dedos.Karina imediatamente fez a avaliação: — Túlio, você precisa ser levado imediatamente para a
— É mesmo? Ademir só sentiu seu coração se apertar cada vez mais, como se sua alma estivesse imersa em um poço de vinagre. Não conseguindo mais controlar a angústia, ele soltou a dúvida que o atormentava: — Você só está agradecida a ele por ter te salvo, ou está realmente preocupada com ele como pessoa? — O quê? — Karina se surpreendeu, refletindo sobre suas palavras. — Você está dizendo que ainda penso nele? — Se você não estivesse preocupada com o bebê, teria ficado aqui esperando por ele... — Ademir olhou ela friamente, quase com desprezo. — Então eu tenho razões para suspeitar que você realmente não o esqueceu! Karina deu uma risada amarga, se lembrando de repente do penteado da Vitória, com aquele grampo de borboleta... Que direito ele tinha de duvidar dela assim? Decidiu não entrar em mais discussões e respondeu, calmamente: — Você está certo, o Túlio foi a primeira pessoa de quem eu me apaixonei. E a nossa história, esses anos todos, não é algo que se apaga da
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se