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Capítulo 3 Se eu morrer, o que você ganha com isso?
Ha, ha, ha.

Mariane achou engraçado depois de ouvir aquilo.

Ele estava com tanta pressa ao sair ontem à noite, mas ainda teve tempo para pensar nisso? Que enorme consideração a dele.

Ela levantou um pouco o queixo e disse:

- São apenas algumas roupas para trocar.

O empregado riu constrangido:

- Bem... Mas elas foram compradas com o dinheiro da família Lopes, não é?

Após dizer isso, ele encontrou o olhar sorridente e irônico de Mariane e abaixou a cabeça rapidamente.

Mariane arrumou o cabelo e sorriu enquanto perguntava:

- Sim, as roupas para trocar também são da família Lopes. Mas se eu deixá-las aqui, o Vinícius vai poder usá-las ou algo assim?

O empregado pensou seriamente por um momento. Provavelmente, ele achou que Sr. Vinícius teria dificuldades em resolver essas roupas íntimas femininas. Ele timidamente cedeu o caminho e deixou Mariane levar suas coisas embora.

Eles queriam barrar até as roupas, nem precisava mencionar outras coisas.

O motorista deu algumas espiadas, mas não mostrou nenhum sinal de querer ajudar com a bagagem.

Mariane puxou a alça da mala e saiu pela porta.

Ela tinha pernas e podia sair pela porta da Jardim Rosário.

Ao sair da área da mansão, ela pegou um táxi e foi para o pequeno apartamento de Tamires.

Tamires abriu a porta e, ao ver sua aparência, já sabia o que estava acontecendo. Ela ficou parada na porta, com as mãos na cintura, começando a xingar os pais de Vinícius, dizendo que eles haviam dado à luz um merda como ele!

Mariane deixou sua amiga se expressar livremente por três minutos, olhando para o relógio. Em seguida, ela cutucou a barriga dela.

Tamires parou de xingar e perguntou:

- O que foi?

- Querida, você pode me deixar entrar primeiro? Estou com os pés e tornozelos frios.

Tamires olhou para baixo e deu um assobio.

Era final de inverno e Mariane estava usando saltos-agulha incrustado de cristais, um vestido curto preto clássico e um casaco longo bege.

O divórcio podia ter acontecido, mas ela ainda tinha sua dignidade.

Mariane aplaudiu e abriu caminho, dizendo:

- Muito bem, você está em boa forma.

Finalmente, Mariane entrou na casa, colocou sua bagagem no lugar de sempre e se sentou para massagear os pés.

Tamires perguntou:

- Qual é o seu plano para o futuro?

Mariane apontou para si mesma, questionando

- Você acha que vou passar fome estando sozinha?

Claro que não.

Sendo a terceira filha da família Giordano, embora não fosse a favorita, ainda tinha suas condições financeiras abastadas.

Além disso, ela se formou em uma renomada faculdade de cinema. Se não fosse pelo casamento, com sua sólida base profissional e rosto destinado a não ser comum, mesmo que ela não se tornasse uma estrela em ascensão, ela não seria uma completa desconhecida.

- Você ainda está atuando? - Tamires pegou um par de chinelos macios para ela.

Mariane se endireitou, soltando os cabelos longos atrás dela, e disse casualmente:

- Você esqueceu? Não consigo encarar as câmeras há muito tempo.

Tamires ficou aturdida, ciente de que falou demais, e rapidamente mudou de assunto:

- Não se preocupe, você toca piano tão bem, sabe dançar, fala três idiomas... Não há nada que você não possa fazer. - Ela continuou. - Além disso, Vinícius deve te compensar pelo divórcio, certo?

Embora Mariane tenha mencionado isso no acordo de divórcio, ela não colocou todas as suas esperanças em outra pessoa para o resto da vida. Se ela estava indo em direção ao divórcio, precisava ter sua própria independência.

Ela balançou a cabeça:

- Preciso encontrar um emprego de meio período primeiro, esperar Gustavo terminar o vestibular e então fazer planos para o próximo passo.

Tamires sabia que Mariane tinha apenas um parente, seu irmão mais novo Gustavo Giordano, e nos últimos anos ela havia engolido seu orgulho, não apenas por amor a Vinícius, mas também pelo irmão. O avô Felipo Giordano usava Gustavo para segurar as rédeas da vida de Mariane, sempre a chantageando para pedir favores a Vinícius.

- Tudo bem, não precisa ter pressa. Descanse por alguns dias, eu vou cuidar de você. - Disse Tamires, colocando o copo de água de volta na mesa e batendo no peito.

...

Vinícius estava em uma viagem de negócios e simplesmente parecia ter morrido lá, sem resposta aos pedidos de divórcio enviados por Mariane durante quatro dias.

Sem outra opção, ela concentrou sua atenção em encontrar um emprego de meio período.

À noite, sentada sozinha à mesa, ela estava memorizando duas antigas melodias, se preparando para usá-las em uma entrevista.

De repente, seu celular tocou.

Interrompendo seus pensamentos, ela ficou irritada. Pegando para ver, na tela mostrava o telefone fixo de Jardim Rosário.

- Alô? - Ela atendeu.

- Senhora, o Sr. Vinícius voltou.

Mariane ficou sem palavras, questionando de volta:

- E isso tem algo a ver comigo?

O empregado ficou um pouco engasgado:

- O Sr. Vinícius está bêbado, ele não gosta de tomar o chá de gengibre que fazemos.

- Se ele não quer beber, então não beba. Ele é forte o suficiente, vai morrer de embriaguez? - Ela havia sido interrompida abruptamente durante suas melodias, sua frustração evidente, pronta para desligar o telefone.

Ela tinha o mimado demais, chá de gengibre era para o seu bem, não era como se fosse refrigerante!

- Mariane. - A voz, com um toque de frieza e rouquidão após ser afetada pela bebida, de repente veio do outro lado da linha, chamando sua atenção. - Se eu morrer, o que você ganha com isso?
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