Vinícius olhou para ela com um rosto cheio de frieza, rangendo os dentes:- Mariane!Mariane ergueu o queixo e o encarou.- Não se arrependa. - Ele sibilou.Eram três palavras bem geladas.- Se eu me arrependo ou não é meu problema, apenas não se atrase. - Respondeu ela.Após um breve silêncio, o homem não olhou mais para ela e abriu a porta do quarto.Seus passos apressados soaram especialmente claros na mansão durante a noite.Mariane ficou ao lado da porta, permitindo que o frio a invadisse, incapaz de dizer uma palavra.A porta do quarto em frente se abriu lentamente e Renata saiu. Em meio ao silêncio, ela lançou um olhar preocupado para o andar de baixo e perguntou:- Mari, o que houve? Vocês brigaram?Mariane não respondeu.Vinícius saiu durante a noite, e obviamente, Felipo soube disso.Mariane não podia ir embora e passou a noite sentada no quarto.Por volta das cinco da manhã, o mordomo acordou, e só então ela saiu, pedindo ao mordomo para transmitir uma mensagem ao avô:- Ten
Já passava das nove horas, o ar estava fresco e o céu ameno, até os céus pareciam aprovar o divórcio hoje.Mariane desceu do táxi a uma grande distância e foi em direção ao cartório passo a passo.Quanto mais se aproximava, mais percebia que parecia haver mais casais descontentes do que amorosos.Ela pensou novamente na certidão de casamento dela e de Vinícius. No dia da certidão, Vinícius não estava presente e ela esperou a manhã inteira em vão, antes de finalmente receber um telefonema dizendo que estava tudo pronto.Só mais tarde ela percebeu quanta aversão ele tinha à essa união.Ela tirou a certidão de casamento da bolsa, com uma foto de casal composta por Photoshop, a de Vinícius era a foto de identidade, fria e desumana, dela era a foto de estudante, feliz e boba.Não era uma boa combinação desde o início.Eram quase nove horas quando chegou ao cartório.Mariane ficou à distância, olhando em volta, sem encontrar o carro da família Lopes.Ele provavelmente ainda estava na casa de
Mariane estava sem fôlego. Ela não era burra. Esse cartão adicional era do Vinícius e, a menos que ele falasse, ninguém mais tinha a capacidade de congelar o cartão dele.Seu bote salva-vidas foi perfurado e ela não estava com disposição para lidar com o olhar da funcionária. Com muita dificuldade, ela pegou o celular e, assim que o abriu, viu na tela cinco ou seis chamadas perdidas, todas do Vinícius.Ela rapidamente retornou à ligação, mas ninguém atendeu.Dando uma checada, ela viu duas mensagens:"Mariane, onde você está?""Me enganou uma vez, está feliz?"Mesmo através da tela, ela podia sentir a raiva dele.Mariane fechou os olhos, queria responder a ele, mas parou de digitar. Ela era realmente tola, qual o sentido de explicar para ele nesse momento?Ela fechou rapidamente a conversa e decidiu ligar para Tamires.Sem hesitar, Tamires transferiu cem mil para a conta dela e prometeu chegar até ela o mais rápido possível.Finalmente, o pagamento foi feito com sucesso. Mariane correu
Por um segundo, Mariane teve um branco na mente. Ela rapidamente largou o celular e, sem hesitar, se virou correndo em direção ao balcão de enfermeiras.- Alguém se suicidou! - Ela gritou. Os médicos e enfermeiros próximos imediatamente se reuniram.Um grupo de pessoas correu para dentro do corredor das escadarias, com Mariane liderando e levando-os de volta para a virada da escada.Quando se afastou de canto, ela finalmente conseguiu ver claramente o rosto da pessoa.Um homem, na casa dos vinte anos, com uma aparência extraordinária. Sob sua palidez, havia uma beleza melancólica como uma rosa murchando, como se fosse uma divindade desprovida de alma. O sangue fluía lentamente de seu pulso, criando uma pequena mancha de cor vermelha como uma flor que se espalhava pelo chão, parecendo assustador e sinistro.Os profissionais de saúde rapidamente colocaram a pessoa em uma maca. Mariane percebeu que a outra mão do homem estava pendurada e preocupada que pudesse bater na grade, ela se aprox
A enfermeira ao lado viu que ele estava olhando fixamente para a conta de vidro e se apressou em explicar:- O Sr. Lucas esteve segurando aquilo o tempo todo, mesmo durante o resgate.Vinícius a pegou e sentiu uma estranha familiaridade. Ele olhou para a pessoa na cama e perguntou:- Algo deixado por alguém importante?Uma luz brilhou subitamente nos olhos entorpecidos de Lucas. Ele lutou e tentou estender a mão.Vinícius colocou a conta na palma da sua mão.Kevin tentou mediar a atmosfera e disse a Lucas:- Seria algo deixado pela moça que te encontrou?Lucas apertou os lábios pálidos e, depois de um tempo, respondeu com um aceno.Todos ficaram surpresos.Ao ver a sua reação, Vinícius arqueou a sobrancelha e perguntou:- Quer vê-la?Lucas ficou momentaneamente atordoado. Sentia como se fosse um sonho, um sonho com o rosto borrado e desesperado de uma mulher.Quando ele teve o seu episódio de ansiedade, cortou os pulsos, mas antes de perder a consciência, recuperou brevemente a clareza
Mariane entrou no local e foi para a área interna, mas não viu ninguém de acordo com o número de camarote que recebeu do assistente Dario. Um funcionário a informou que Vinícius tinha saído de carrinho de golfe.Enquanto reclamava sobre Vinícius estar vagando por aí, Mariane pensou um pouco e decidiu ir atrás dele no campo de golfe, para não perdê-lo.Embora ainda não estivesse muito quente nesses meses, o sol brilhava intensamente. O gramado após a chuva exalava o aroma característico, tornando o ar abafado e úmido. Mariane deu uma volta e sentiu uma fina camada de suor nas costas.Depois de procurar por um tempo, finalmente avistou o carro de Vinícius. Ela correu rapidamente morro abaixo, tentando parar o veículo.Vinícius estava sentado no banco do passageiro e, com o canto do olho, percebeu sua presença. Surpreendentemente, ele esticou o pé e pisou no acelerador do lado do motorista.O carro acelerou repentinamente e passou direto por ela, bem na sua frente, deixando-a irritada e o
Vinícius tirou as luvas e as jogou na mesa de centro, se sentando no sofá e recostando-se para trás.Ele disse suavemente:- Descobri hoje que você até foi um pouco contida nas suas artimanhas no passado.Mariane se sentou em frente a ele, sorrindo levemente:- Olha só o que você está dizendo, eu não tenho más intenções. - Dizendo isso, ela empurrou um prato de frutas na frente dele. - Separei algumas frutas bem frescas nessa bandeja para o senhor.Vinícius desceu o olhar e deu uma analisada, eram todas frutas cortadas ao meio.- Não gosta de frutas? - Mariane bateu palmas e empurrou um copo de suco na direção dele. - Aqui, também separei um copo de suco bem geladinho para o senhor.Vinícius sentiu os nervos pulsando.Separar, separar, separar. Cada frase e cada ação não estavam relacionados ao divórcio, mas todas insinuavam a sua pressa para o divórcio. Ele olhou friamente para ela e disse:- Insistindo de forma irritante?Mariane sorriu levemente, cruzando os braços no peito e dizend
O coração de Mariane se apertou levemente. Ela já sabia que ele não tinha sentimentos por ela há muito tempo, e ela já tinha desistido dele há muito tempo. Mas depois de três anos de espera vazia, ouvir essas palavras diretamente de sua boca ainda a machucou.Ela respirou fundo e fez um som intencional ao abrir a porta antes de contornar as grandes decorações e entrar.Kevin parou de falar e levantou as sobrancelhas ao olhar para ela, se levantando com discrição:- Vou subir primeiro. A turma do Gerente Durval está vindo de novo. Hoje vai ser bem agitado. Suba logo.Vinícius respondeu indiferente.Kevin saiu.Dentro do camarote, apenas o casal permaneceu. Mariane estava prestes a falar, mas ouviu Vinícius dizer:- Peça ao assistente Dario para te levar para escolher roupas.- O quê?- Daqui a meia hora tenho uma reunião com um cliente. Preciso usar um traje formal. Escolha uma gravata discreta.Mariane deu de ombros:- Sr. Lopes, você se esqueceu por que estou aqui?Vinícius se levanto