Capítulo 9 Bem que eu queria que tivesse sido a Renata quem se casasse com ele
A fruta gelada explodiu na boca, fazendo os dentes de Mariane tremerem de frio.

O escritório ficou quieto, enquanto ela engolia o suco da fruta para aliviar a secura na garganta.

Não conseguia expressar o que sentia. Diante dos interesses, Vinícius nem sequer se importava com o verdadeiro amor, quanto mais com alguém vazio como ela. No entanto, ela podia sentir claramente a indiferença da pessoa que gostava, e isso fazia seu coração doer.

Ela suspirou, preocupada que alguém saísse de dentro da sala a qualquer momento, pegou a bandeja de frutas e desceu pela outra escada.

Depois de alguns momentos sentada no andar de baixo, a porta do escritório no andar de cima se abriu.

Vinícius e Felipo desceram as escadas, um atrás do outro, com expressões frias. Vinícius sempre foi assim, mas Felipo estava claramente irritado.

O tio mais velho de Mariane e o terceiro tio não estavam em casa, o que tornava a mesa do jantar um tanto estranha.

Na mesa, Camille, como a "anfitriã", cumprimentava Vinícius com entusiasmo, chamando-o de "Vini" a cada frase.

Mariane achou engraçado ouvir isso, especialmente quando percebeu a expressão de repulsa nos cantos dos lábios de Vinícius, dissipando um pouco da irritação anterior.

Vinícius era o tipo de pessoa que só a tia Camille conseguia irritar.

De repente, Renata levantou a mão e pegou um pedaço de peixe e colocou no prato de Mariane:

- Mari, experimente isso. - Foi um movimento natural, mas no segundo seguinte, ela também pegou um pedaço para Vinícius. - Vini, coma um pouco também.

Vinícius franziu a testa e virou o rosto para olhar Mariane.

Mariane piscou os olhos, como se dissesse: “Por que você está me encarando? É ela quem está te dando comida.”

Vinícius manteve o rosto frio.

Mariane ficou sem palavras, mas também virou a cabeça e chamou o gato Maine Coon que estava cochilando, se abaixou e o pegou no colo, enquanto usava o garfo para pegar o pedaço de peixe do prato de Vinícius e alimentou o gato com ele.

Ela acariciou o queixo do gato e sorriu para Renata, dizendo:

- Esqueci de dizer à prima que meu marido não gosta de peixe.

Renata ficou paralisada, com o rosto um pouco constrangido.

- Eu vi que você não estava dando comida para o Vini, então estava preocupada com a má recepção... - Sua voz foi ficando cada vez mais baixa, até que olhou para Mariane. - Não me culpe por ser intrometida.

Mal terminou de falar, Felipo colocou os talheres na mesa e disse a Mariane:

- Sua prima está fazendo isso para o seu bem.

Um sorriso irônico apareceu nos lábios de Mariane, e logo em seguida ouviu Felipo acrescentar:

- Você também deveria prestar mais atenção à família e ao marido.

O significado implícito era claro. Ele só achava que ela era inútil e não conseguia segurar o coração de Vinícius.

Não seria nada vantajoso ter conflitos com o avô, então ela sorriu e não disse nada. Quando os novos pratos foram servidos, ela encheu uma tigela de sopa especialmente para Vinícius e o provocou em um tom nojento:

- Querido, tome um pouco de sopa.

Vinícius a olhou friamente.

Ela sorriu e continuou o encarando.

No fim, Vinícius disse:

- Colher.

Mariane o xingou mentalmente de criança mimada, mas não mostrou nada em seu rosto, pegando delicadamente uma colher para ele.

Do outro lado, tia Camille sorriu falsamente:

- É reconfortante ver o amor entre vocês dois.

A refeição foi tão difícil de engolir que no final Vinícius se levantou da mesa primeiro.

De acordo com a regra, sempre que eles voltavam, Felipo insistia que eles ficassem por uma noite. Mariane realmente temia que ele fosse embora assim, e então Felipo iria pressioná-la em particular, o que seria um verdadeiro problema.

Comparado a ser o recheio do biscoito, ela preferia vê-los colidindo diretamente, em vez de causar problemas para ela.

Tia Camille falou assim que Vinícius saiu para atender uma ligação no corredor:

- Mari, você está casada com o Vini há três anos, por que não tem nenhum sinal de gravidez?

Segurando o gato no colo, Mariane respondeu casualmente:

- Talvez eu não tenha essa sorte, o destino não gosta de mim. - Ela olhou para Camille do outro lado e disse. - Se Renata tivesse se casado com ele, provavelmente já teriam dois filhos em três anos. Mas eu não consigo, sou azarada.

Mariane sabia que tia Camille queria dizer essas coisas, então ela decidiu falar primeiro.

Dizendo as falas de Camille, deixando Camille sem alternativas.

Ao lado, Felipo se levantou apoiado na bengala. Quando passou por ela, ele parou subitamente, dizendo:

- Bem que eu queria que tivesse sido a Renata quem se casasse com ele.

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