A noite anterior havia sido desagradável entre eles, Mariane não queria nem mesmo dar atenção a ele.

Para sua surpresa, o cretino saiu do elevador e parou ao seu lado, olhando para baixo com superioridade ao dizer:

- Você não me encontrou na empresa para entregar a marmita?

Mariane pensava: “Quê???”

Ela olhou para a embalagem de alumínio que segurava em suas mãos e franziu os lábios. De onde ele tirou tanta confiança achando que ela estava lá para entregar marmita para ele?

- Se você é tão capaz, por que não pediu à secretária para te dizer onde eu estava? - O homem resmungou.

Mariane suspirou, prestes a retrucar, quando o assistente dele, Dario, que estava logo atrás, estendeu automaticamente a mão e disse:

- Senhora, me dê a marmita.

Caramba, o puxa-saco dele também estava confiante.

Ela abriu a boca para falar, mas viu alguém se aproximando ao lado e sentiu que seria muito embaraçoso discutir com ele ali.

Lembrando que só havia sobras dentro da embalagem de alumínio e que o estômago sensível desse homem não suportava nada apimentado, e considerando que ela tinha comido uma refeição extremamente apimentada e gordurosa ao meio-dia, mesmo que ele não comesse, ao abrir a marmita, ele seria sufocado pelo cheiro!

Então, ela mudou completamente a expressão do rosto, sorriu e entregou a “marmita” para Dario.

Ao ver isso, Vinícius ficou ainda mais convencido de que ela estava tentando agradá-lo como antes.

- Pensando em me enganar com essas pequenas táticas? Deixe eu te avisar, não tem sentido nenhum.

Mariane assentiu, seu sorriso distorcido ao dizer:

- Sim, eu entendo, Sr. Lopes. Por favor, seja mais tolerante.

A expressão de Vinícius suavizou ligeiramente, ele passou por ela e soltou:

- Não vou perdoar todas as suas tolices, seja mais sensata.

“Oh, meu Deus. Eu deveria te agradecer de joelhos!”, ela disse mentalmente com muito sarcasmo.

Observando o homem arrogante se afastar com o queixo erguido, Mariane ficou parada no lugar, segurando sua bolsa na frente do corpo, dizendo a si mesma para não ficar com raiva, não ficar com raiva.

Por que se preocupar com um cretino como ele?

...

Grupo Lopes.

Vinícius voltou para o escritório e fez uma rápida arrumação. Ele notou que Dario ainda estava segurando o almoço e disse casualmente:

- Coloque na mesa.

- Ok.

Dario não se atreveu a mexer, esperando que o chefe abrisse pessoalmente sua "marmita de amor".

Ele ficou ao lado, mas seu celular continuava vibrando incessantemente.

Vinícius saiu de trás da mesa do escritório e se sentou na mesa redonda, lançando um olhar para a marmita, lembrando-se da aparência óbvia de Mariane.

Fingindo ser altruísta, mas estava apenas tentando pedir favores a ele.

Ele estendeu satisfeito a mão, curioso para ver que tipo de surpresa era dessa vez.

Da última vez que ela pediu um favor, ela preparou um arroz de forno com abacaxi e camarão horrível, completamente intragável.

A tampa da marmita foi aberta com um estalo.

- Sr. Lopes! - O rosto de Dario mudou drasticamente, mas já era tarde demais para impedi-lo.

Vinícius franziu a testa, abaixou a cabeça e viu uma gota de óleo se espalhando lentamente em sua camisa.

Dentro da marmita, havia uma bagunça de coisas, todas cobertas de óleo.

Mariane, ela realmente estava determinada!

Ele franziu a testa, hesitando, quando Dario falou olhando para seu próprio celular:

- Sr. Lopes, a Sra. disse que essas coisas são...

- O quê?

- São... São... São para alimentar o cachorro de estimação de uma amiga dela.

Depois de falar, Dario sentiu um arrepio na nuca.

Vinícius suspirou, pegou um guardanapo e limpou o óleo de seus dedos, estendendo a mão para ele:

- Me dê o celular.

Dario ficou atordoado e não ousou recusar, entregando o celular.

Vinícius olhou para as palavras "comida para cachorro" na tela e uma veia saltou em sua testa. Seu rosto estava sem expressão, mas irradiava um sentimento de melancolia inevitável.

De repente, ele notou a conversa acima e continuou a rolar para cima.

- Ela falou com você sobre divórcio?

Dario deu um sorriso constrangido:

- Sim.

Vinícius olhou para a conversa e seu rosto ficou cada vez mais sombrio.

A primeira mensagem foi no primeiro dia depois de sua viagem, quando Mariane estava de bom humor:

"Assistente Dario, por favor, diga ao Sr. Lopes que eu quero 2 bilhões, não é muito, certo?"

Dario respondeu de forma seca:

"Vou transmitir sua solicitação ao Sr. Lopes."

No dia seguinte, Mariane continuou pressionando:

"Ok, então 1 bilhão, 1 bilhão está bom, diga a ele para parar de enrolar."

Dario respondeu com uma expressão de riso e choro:

"Não é uma questão de dinheiro, o Sr. Lopes está realmente ocupado ultimamente!"

No terceiro dia, o tom de Mariane já estava pior:

"500 milhões! 500 milhões é o preço mínimo! O Vinícius ainda é homem ou não?"

Dario respondeu:

"Por favor, senhora, não seja assim."

A última mensagem, Mariane estava claramente irritada:

"100 milhões! Não posso baixar mais, se eu baixar mais, vai comprometer a posição do Sr. Lopes! Ele não quer que amanhã saia a notícia de que 'Grupo Lopes está à beira da falência, não pode nem pagar a pensão alimentícia para a ex-mulher', certo?"

Dario só respondeu reticências.