Pouco depois paramos o beijo lentamente, suas pernas haviam enlaçado as minhas e seu corpo quente me aquecia. Olhei em seus olhos e ele sorria de um jeito fofo que me fazia derreter.
— Achei que eu fosse passar o resto da minha vida sonhando com esse momento. — Ele me disse com um lindo sorriso no rosto. Sorri com seu exagero e acariciei seu rosto delicadamente.
— Se depender de mim, esse momento se repetirá a todo minuto. — Sorri e mordi meu lábio inferior, Ivan me olhou com os olhos brilhando e inverteu as posições tomando meus lábios em mais um beijo.
Após alguns minutos fomos surpreendidos com o estrondoso sinal que indicara o final da primeira aula, paramos o beijo e sorrimos, nos levantamos e decidimos dar uma volta, Ivan se levantou primeiro e me puxou com ele, caminhamos de mãos dadas por todo o local, logo encontramos um tronco caído por cima do rio ligando uma margem a outra e decidimos atravessá-lo.
Ivan foi na frente e segurou minha mão durante o percusso, por sorte o tronco tinha pouco lodo o que facilitou nossa passagem, logo estávamos do outro lado.
— Olha uma trilha! — falei e apontei para trás, Ivan olhou e sorriu.
— O que está esperando, vamos lá. — ele sorriu e segurou minha mão. — Um enorme sorriso se estampou na minha face e corri em direção a trilha segurando a mão de Ivan.
Adentramos a trilha e lá só havia árvores e mais árvores, corri em direção a mais próxima e encostei Ivan nela, colei nossos corpos e o beijei, o doce sabor de sua boca invadiu a minha e isso me fez beijá-lo ainda mais intensamente.
Após alguns minutos fomos surpreendidos por um estranho ruido trilha adentro, paramos o beijo rapidamente e ao mesmo tempo olhamos para o meio do mato, não vimos nada, mas o ruido se repetiu, então corremos dali, passamos pelo tronquinho que nem reparamos, Ivan segurava firme minha mão enquanto corríamos mato afora, chegamos aos fundos da escola e ao passarmos pela porta dos fundos o sinal tocou.
— Putz! Essa foi por pouco. — Ele me olhava ofegante e sorrindo, me apoiei em seu ombro e sorri para ele, fato que o deixou com cara de bobo, e me deixou todo besta o admirando.
— Tivemos muita sorte em fugir daquele... — Parei para pensar e me posicionei na frente dele com uma interrogação no olhar.— Hey Ivan, do que estávamos fugindo mesmo?
— É... era um... era... Não sei. — Nos olhamos e tivemos mais um ataque de risos.
— É Ivan acho que deveríamos ao menos ter esperado para ver o que é.
— Ah não sei não Gry, e se fosse uma onça? — Ivan me olhou com um biquinho fofo ao dizer isso e eu ri muito mais.
— Hey baby, só existem onças no Brasil, se esqueceu? — Nos olhamos e rimos muito.
— Ah Gry vai que algum viajante a trouxe para a Rússia hein, hein? — Ele sempre tem uma resposta. Oh meu deus! Tornamos a rir das brincadeiras, estávamos mesmo era parecendo dois bêbados mas, nem nos importamos afinal, que se foda todo mundo, só quero ficar ao lado dele.
O abracei pela cintura e fomos para o ginásio. Era uma área grande e coberta com arquibancadas e duas grandes quadras poliesportivas dentro. Fomos para a arquibancada e nos sentamos no terceiro degrau, Ivan estava ao meu lado e sua mão segurava a minha, passavam alunos o tempo inteiro a nossa frente, sem se importar Ivan me roubou um selinho.
— Ivan? — Chamei-o calmamente.
— Sim Gry. — ele olhou em meus olhos com seus olhos brilhantes cor de mel e eu quase me esqueci o que ia dizer...
— Você se importaria em me beijar na frente de toda essa multidão? É que.. Bom sabemos como esse povo é preconceituoso.
— Não, na verdade eu gosto muito de você para me importar com toda essa gente e que se foda todo mundo.
Mas, por que? Tipo você está com medo da reação deles? Quer que eu pare com a demonstração de afeto em publico?
Se quiser eu paro sério, só quero o seu bem e...
Ao ouvir todas aquelas coisas que Ivan dissera rapidamente me ajoelhei na arquibancada e segurando o rosto dele o beijei interrompendo o que ele dizia, ele logo retribuiu o beijo e suas mãos envolveram minha cintura me puxando para mais perto de si, me sentei em seu colo e colei nossos corpos, apertei mais seus cabelos e explorei toda sua doce boca.
Após alguns minutos o sinal que indicava o fim do intervalo tocou. Nos preparávamos para voltar para a sala de aula, quando puxei uma pulseira de meu bolso e a coloquei no pulso de Ivan, ele sorriu com os olhos a brilhar.
— É só uma pulseira avermelhada mas é algo que vai te fazer se lembrar de mim, até que nossas alianças chegue.— sorri e Ivan selou meus lábios.
— É só uma pulseira, mas é a pulseira que o garoto que eu mais amo me deu, então ela sempre ficará aqui. — Seus olhos brilhavam intensamente e o sorriso em seu rosto radiava tudo em volta.
Selei seus lábios mais uma vez e seguimos de volta para a sala. No caminho fomos surpreendidos por dois garotos cheios de folhas no cabelo que vinham correndo em nossa direção. Olhamos assustados para os dois e Ivan me puxou para trás, ato que me salvou de um tombo com aqueles dois estabanados.
— Hey! Olhem por onde andam! — Gritou Ivan enquanto segurava meu braço após ter me tirado do caminho dos malucos.
—Desculpe-nos. — Gritou o garoto alto de cabelos escuros e olhos azuis continuando a correr com o mais alto de cabelos loiros.
Ivan se posicionou em minha frente e como uma mãe atenciosa me apalpou todo verificando se havia algum ferimento.
— Está tudo bem? Eles te machucaram? Por que se tiverem encostado em um fio de cabelo seu eu juro que os perseguirei até no inferno e... — O interrompi com um beijo, ou ele ficaria falando o resto da vida, ele sorriu entre o beijo e logo o retribuiu intensamente.
— Não se preocupe meu anjo, eu estou ótimo, agora acalme-se. — Selei seus lábios e sorri. — Você me tirou do caminho dos estabanados antes que eles se aproximassem, portanto nem encostaram.
— Oh Gry, que bom meu amor, que bom que não encostaram em você. — Havia um grande sorriso no rosto de Ivan e seus olhos brilhavam intensamente. Sorri e o abracei forte.
— Agora vamos para a sala antes que nos deem uma advertência por atraso. — Ele sorriu e assentiu, caminhamos de mãos dadas para a sala parando apenas nos armários para pegar cadernos e livros.
Após as duas aulas finalmente o segundo intervalo foi anunciado pelo estrondoso sinal. Me aproximei de Ivan e selei seus lábios rapidamente, pegamos nossos pertences e saímos da sala para guardá-los.
Ao chegar ao armário encontramos os malucos estabanados que haviam passado por nós quase me atropelando.
Ivan logo encarou os fuzilando com o olhar, e o rapaz mais alto de cabelos loiros se aproximou segurando o outro pela mão.
— Oi, desculpe-nos o mal jeito hoje mais cedo estávamos fugindo do secretário, ele quase nos pegou la fora. — Sorrimos da situação e Ivan me abraçou passando o braço pelo meu ombro, o abracei pela cintura e os garotos nos observavam atentos.
— Ah sem problemas, ninguém se feriu, mas... — Eles sorriram e Ivan me abraçou mais forte me interrompendo.
— Mas poderia ter se ferido, aí meus caros vocês iriam se ver comigo. — Acariciei sua cintura e o censurei.
— Hey acalme-se, isso não aconteceu, mas garotos como explicam as folhas que tinham em vocês? — Encaramos os dois curiosos e os mesmos se entreolharam.
— Bom é que... — Começou o garoto de cabelos pretos, mas o loiro logo o cortou.— É que, bom Ian já que eles não ficaram bravos... Quer dizer não tão bravos. — Corrigiu-se ao olhar para Ivan e prosseguiu. — Acho que não há problemas em falar o que realmente houve. — O outro garoto concordou e prosseguiu.— Okay, okay, o que aconteceu foi o seguinte, estávamos matando as primeiras aulas la no bosque e a situação ficou muito quente, mas tão quente que caímos da árvore em que estávamos sobre um morro de folhas secas, fez um grande estrondo e ouvimos passos daí corremos mais para o centro do bosque.— Só que... — Continuou o outro rapaz. — Hoje é o dia da inspeção, ou seja, é hoje que o secretário vai no bosque com uns agentes de saúde e ao f
Três Meses Após o dia citado anteriormente.Após alguns meses nosso relacionamento se intensificou ainda mais, todo o amor que sentíamos um pelo outro crescia e as nossas demonstrações de afeto em público estavam cada vez mais explícitas, mas não nos importávamos, todos os preconceituosos da escola cansaram de nos espancar por termos assumido. Ian e Serg estavam sempre conosco e também tiveram paz após nossa união como grupo, eles eram nossos melhores amigos e desde então confiávamos nossas vidas uns aos outros.Agora nossa maior preocupação estava em esconder de nossos pais, eles eram intolerantes e por serem extremamente brutos poderiam, sem dúvida, nos espancar até a morte. A mãe de Ivan nos flagrou no quarto do mesmo enquanto comemorávamos dois meses de namoro e a cena que ela viu não foi muito conveniente, mas cor
Voltei à atenção a janela e a sala estava calma, os médicos removiam os instrumentos usados e retiravam itens de proteção tais como máscaras, luvas e toucas de cabelo, uma enfermeira estava a cobrir todo o corpo de Ivan com o lençol, ali ele jazia sem vida. Senti como se um buraco negro crescesse em meu interior, estraçalhando todo meu coração e levando toda a luz e cor do meu mundo, o grande amor da minha vida havia partido, e eu não pude fazer nada para impedir, gritei com todas as minhas forças e esmurrei a parede nada podia amenizar a dor que eu sentia, meu mundo acabou junto com os batimentos cardíacos dele, o vidro da sala se quebrou cortando meus braços, senti meu sangue quente escorrer, mas não senti dor, nenhuma dor nos cortes, apenas a imensa dor que me consumia por dentro, a dor da perda, eu havia perdido o amor da minha vida eu havia perdido Ivan
Assenti e me sentei em sua cama o abraçando em silêncio, nada do que eu dissesse poderia confortá-lo naquele momento. Portanto eu apenas o abracei apertado para que ele tivesse certeza de que não estava só. Permanecemos abraçados por mais uns minutos, nada parecia forte o suficiente para acalmá-lo, a cada minuto ele chorava mais e mais até que o cansaço falou mais alto e ele apoiado em meu peito caiu em um sono profundo acompanhado de soluços.Acariciei seus cabelos, enquanto ele dormia vencido pelo cansaço repentino provocado pela perda de sangue. Após alguns minutos a enfermeira voltou para ver como ele estava.— Com licença, vejo que ele acordou então como ele está?— Sim, ele despertou e está péssimo como você pode ver, quando ele terá alta?— Suponho que em breve, os cacos de vidro perfuraram todo seu br
A manhã se iniciara mais uma vez, acordei com a luz do sol entrando por entre os espaços da cortina, me sentei na cama, acomodando o travesseiro em minhas costas, havia uma enfermeira em meu quarto que me ajudou a me posicionar, olhei por todos os lados do amplo quarto branco com aquele cheiro de hospital e não encontrei o Ian.— Então como está se sentindo hoje jovem? — A mulher veio sorrindo em minha direção, parecia atenciosa.— Melhor, eu acho. Cadê o Ian? — Perguntei-a e ela parecia confusa.— Oh deve se referir ao Chatwin certo? Ele saiu agora a pouco. E como o doutor me recomendara, trouxe seu café da manhã. Está com fome?— Ah, não obrigado, acordei sem fome.— Tudo bem, mas vou deixar assim mesmo, se sentir fome não deixe
Ele sorriu e se retirou ao lado de Sergey, voltei minha atenção ao terno preto que eu havia retirado do armário, o coloquei sobre cama e o completei com camisa e gravata na cor vinho, não exatamente na mesma tonalidade, mas. Ah que seja, procurei usar tudo em cores escuras. Após tudo organizado fui para o banheiro tomar um banho. Minutos depois estava pronto. Parei na frente do espelho, minha imagem estava péssima, peguei meu delineador e contornei meus olhos repetindo o gesto inúmeras vezes, minha pele pálida destacou. Em meu quarto comecei a andar de um lado para o outro, minha mente vagava por tudo o que acontecera, eu não estava bem, me sentia sufocado por meus próprios pensamentos, encostei-me na parede e deixei meu corpo desabar permanecendo naquele canto até que Paul e Sergey voltassem.Aquele canto sempre fazia com que eu me sentisse mais protegido, era ali que eu sempre ficava todas as vezes
Todas as pessoas saiam do cemitério lentamente, mas eu fiquei observando a lápide que colocaram para identificar seu túmulo, ou melhor, seu novo lar."Aqui jaz um pequeno sonhador, que veio para nos mostrar que o amanhã é um novo dia, e que o amor nunca morre. Com ele tudo é possível!"Ivan Malkovich.*15 de Maio de 1995☥23 de Setembro de 2010Após mais alguns minutos voltamos para casa, Paul e Sergey me acompanharam até meu quarto e só se foram depois que eu tomei os remédios e adormeci.No dia seguinte os dois voltaram a minha casa, era cedo e eu já estava acordado. Passamos a manhã conversando e decidimos nos mudar para o colégio interno Papermint High School, que fica na Alemanha aos arredores de Neubrandenburg em um grande campo distante de tudo e de todos.— Então? — Perguntei. — Vocês topam vir comig
— Finalmente chegamos! — Olhamos tudo em volta e sorrimos. Pelo menos ali eu não teria um pai bêbado muito menos uma mãe insuportável a me atormentar.— Gry, agora você está livre meu amigo! — Paul me abraçou sorrindo, o abracei de volta sorrindo com ele.— Finalmente livre my friend! — Sorrimos e Sergey gritou festejando conosco.— LIBERDADE! — Abracei Sergey forte enquanto comemorávamos juntos, e seguimos para o táxi que nos levaria até a escola, que ficava há alguns quilômetros dali.O táxi seguiu por um caminho enorme que quanto mais percorrido mais deserto ficava. Olhamos em volta e não víamos nada, nada além de um ponto amarelo lá na frente, deveria ser outro táxi não sei. Se bem que estávamos atrasados um dia então seria meio difícil ter outro aluno tam