Capítulo 812
Sílvio passou o dedo grosso e calejado pelo rosto, limpando as lágrimas que insistiam em cair. Ele continuou folheando o caderno. As páginas seguintes estavam todas em branco. Por mais que insistisse, não havia mais nada escrito.

Por que ela parou de escrever? Seria porque não queria que ele lesse depois que ela morresse? Ou será que foi porque ele a machucou tanto, a ponto de deixá-la completamente sem forças, incapaz até de registrar seus últimos dias? Fazia sentido. Ela tinha se curvado, engolido o próprio orgulho, tudo por causa da família Baptista. E no fim, os pais dela morreram mesmo assim. Como ela teria ânimo para continuar escrevendo? E mesmo que tivesse continuado, talvez fosse apenas para amaldiçoá-lo, desejando que ele morresse.

Mas Sílvio não se conformava. Ela foi embora tão de repente, sem deixar uma única palavra para ele. Ele não acreditava que o caderno estivesse vazio. Continuava folheando, desesperado. O caderno era barato, de qualidade ruim, e ele, na pressa, acab
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