Capítulo 768
Cada vez que ouvia aquelas palavras, Sílvio sentia o peito apertar ainda mais. Ele se perguntava o quanto Lúcia deveria odiá-lo para ter falado tantas coisas horríveis sobre ele na frente daquele papagaio.

Sílvio Pegou a gaiola com o animal e a pendurou do lado de fora, na varanda. Talvez assim, com o silêncio, conseguisse um pouco de paz.

Na manhã seguinte, logo cedo, Sílvio foi para a cozinha. Preparou a sopa de abóbora que ela tanto amava e que era boa para o estômago. Ao lado, colocou um prato com acompanhamentos leves. Pegou tudo e levou até o quarto dela.

Lúcia estava encolhida no canto da cama, os olhos marcados por olheiras profundas. Ficava evidente que ela também não tinha dormido.

O sono de Lúcia estava cada vez pior, assim como sua paciência, que se esgotava a cada dia. Sua mente era assombrada pelas imagens do pai caindo da sacada e da mãe desfalecida na neve.

Ainda ouvia as palavras de Paulo ecoarem em sua cabeça, acusando Sílvio de ser o responsável pela morte trágica do
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