Lúcia ficou satisfeita ao perceber que ele não recusou imediatamente o seu pedido. Ela entendia a situação de Eduardo, afinal, ele era um advogado muito renomado.Se ainda fosse a herdeira da família Baptista, se seus pais ainda estivessem vivos, talvez ela tivesse mais segurança. Mas agora tudo havia mudado. Ela não tinha mais as mesmas cartas na manga, nem o mesmo poder.Além disso, Eduardo nunca havia perdido um caso, e com o poder que Sílvio tinha agora, ela compreendia que Eduardo não tinha por que arriscar sua reputação e carreira enfrentando Sílvio por alguém que, no fim das contas, não significava tanto assim para ele.Se ganhasse, tudo bem, mas se perdesse, Eduardo também sairia prejudicado.Portanto, Lúcia compreendia e respeitava a decisão dele.— Então, agradeço desde já. — Lúcia disse, esboçando um sorriso discreto.Eduardo sorriu de volta:— Nós somos colegas de faculdade, não precisa agradecer. Vamos! Um brinde!Lúcia ergueu seu copo, que estava apenas com água, e brindo
Ele vestia apenas uma camisa preta, com a gravata frouxa no pescoço, e no pulso, um relógio caríssimo. Sob a luz do lustre luxuoso, que brilhava com intensidade, Sílvio parecia ainda mais imponente e refinado. Era como um vinho envelhecido: quanto mais o tempo passava, mais seu charme aumentava.Sílvio estava recostado na cadeira, com ar de tédio, segurando um cigarro entre os dedos. Quando a gerente entrou, rebolando, ele inalou a fumaça e a observou se aproximar, sorrindo de maneira provocante:— Sr. Sílvio, me desculpe pelo atraso. Espero não ter feito você esperar muito.Ela fechou a porta e, sem hesitar, pegou a garrafa de vinho na mesa, servindo uma taça para ele.Sílvio não recusou o vinho que ela lhe ofereceu. Pegou a taça e tomou um gole.A mulher ficou radiante. Para ela, esse era um sinal claro de que Sílvio estava interessado. Homens, afinal, eram todos iguais. Casados ou não, sempre sucumbiam à beleza de uma mulher atraente.Sílvio mal tocou na comida. Embora a mesa estive
“Você ainda não se divorciou, sua esposa ainda está sentada bem aqui!”Lúcia quase disse isso em voz alta, segurando o celular com força. As palavras estavam na ponta da língua, prontas para sair. Mas, afinal, com que direito ela poderia confrontá-lo? Eles eram casados, sim, mas não havia amor entre eles. Além disso, ele era o assassino do pai dela.“Lúcia, você está maluca? Como pode ser tão patética? Este homem é um lixo! Você deveria desejar que ele apodrecesse na prisão, e não sentir ciúmes!” pensou ela, se repreendendo mentalmente.Com esse pensamento, Lúcia voltou à razão e desviou o olhar de Sílvio. Estava cansada demais naquele dia, e não queria começar uma briga com ele, muito menos na frente de Eduardo, seu colega de faculdade. Não seria nada elegante.— Eduardo, vou indo agora. — Disse ela, abrindo um leve sorriso para o homem bem vestido à sua frente, que devolveu o sorriso com cordialidade.O sorriso de Lúcia, que não era para ele, incomodou Sílvio de uma maneira que ele
Lúcia pegou o celular e, mais uma vez, fez uma pesquisa rápida sobre Eduardo. De fato, ele estava ligado a algumas empresas, mas nenhuma delas tinha qualquer relação com Sílvio. Talvez fosse apenas um exagero de sua imaginação.Ela guardou o celular e levantou os olhos. Eles ainda estavam conversando. Lúcia, sem paciência para esperar, apertou a buzina para apressá-los.O som da buzina foi alto e estridente, e Lúcia apertou mais de uma vez.Os olhos de Sílvio, frios e calculistas, se voltaram para ela. Sem dizer nada, ele desceu os degraus e caminhou em direção ao carro.O dia estava ensolarado, o que era raro. O sol dourado iluminava Sílvio, destacando sua figura imponente. Ele parecia uma estátua de mármore, impecável, quase divino. Maldito! Mesmo depois de tudo o que ele havia feito, Lúcia ainda se sentia atraída por ele.Ela desviou o olhar, irritada consigo mesma.Sílvio entrou no carro, sentando-se no banco do passageiro, e fechou a porta com um movimento brusco. O ar dentro do
Os olhos de Sílvio, normalmente frios e controlados, de repente ficaram sombrios. Ele apoiou o braço musculoso e sensual na janela do carro, enquanto seus dedos deslizavam pelo queixo com uma expressão de desdém:— Então tenta.A voz dele soou como um aviso, carregada de desprezo.Lúcia já estava sufocada de raiva, e as palavras de Sílvio só pioraram as coisas. Com os olhos marejados, ela mordeu os lábios e respondeu, com a voz trêmula:— Não se arrependa depois, Sílvio.Ela ligou o carro com um movimento brusco e girou o volante com força. O veículo disparou pela estrada, e Lúcia não parava de acelerar. Suas mãos apertavam o volante com tanta força que os dedos ficaram brancos.O vento forte entrava pelas janelas, bagunçando seus longos cabelos negros, que se espalhavam pelo rosto, parecendo uma rede sufocante. O ar entrava com tanta força que dificultava sua respiração, e Lúcia sentia o peito apertado de tanta angústia.Antes da morte de seu pai, ela já era manipulada por Sílvio, cha
Finalmente, o carro parou em frente à Mansão Baptista. Lúcia soltou o cinto de segurança e soltou uma risada sarcástica:— Você pode ter escapado agora, mas não vai escapar para sempre. Sílvio, cuidado quando for dormir à noite. Meus pais podem muito bem voltar para te cobrar o que você fez. Minha mãe, especialmente, não perdoa ninguém.Sílvio levantou o olhar, irritado com o riso irônico dela. Cada palavra que saía da boca de Lúcia parecia ser uma maldição. Ele odiava escutar aquilo. Ela não tinha nada de bom para dizer. Só sabia amaldiçoá-lo.— Sai do carro. — Disse ele, seco.Lúcia abriu a porta, sem olhar para trás, e caminhou em direção à mansão. Sílvio observou-a se afastar e, de repente, sentiu um arrependimento. Ela havia acabado de perder os pais, e seu temperamento explosivo era compreensível. Ele deveria ter sido mais paciente.Então, Sílvio também saiu do carro.Lúcia mal havia entrado no quarto quando ouviu a porta se abrir com força. Era ele.— Sílvio, esta é minha casa
Lúcia se debatia desesperada, tentando escapar dos beijos de Sílvio, desviando o rosto para que ele não a tocasse. Enquanto lutava, xingava sem parar, chamando-o de assassino e rogando pragas, dizendo que ele teria o que merecia.Ela achava que, ao se comportar assim, Sílvio desistiria, perderia a vontade de continuar. Mas estava enganada. O comportamento de Lúcia, em vez de desanimá-lo, só fazia sua raiva crescer.Com um movimento rápido, Sílvio conseguiu capturar os lábios sem cor dela. Na mente de Lúcia, uma imagem repulsiva surgiu: Giovana, aquela mulher, também tinha beijado aqueles lábios. O gosto dela ainda devia estar ali.Que nojo! Ela sentiu uma onda de repulsa. Era imundo!As lágrimas de humilhação começaram a escorrer descontroladamente pelo rosto de Lúcia. Ela lutava com todas as suas forças, mas não conseguia se livrar do beijo de Sílvio. Por que ele estava fazendo isso? Ela já estava sofrendo o suficiente com a morte de seus pais, e agora ele vinha torturá-la dessa mane
Furiosa com o furo, Lúcia aceitou o convite de outro pretendente e foi ao cinema com ele. Para provocar Sílvio, ela tirou fotos dos ingressos, da pipoca e dos refrigerantes, e postou tudo no Facebook, usando o casal como isca.Mas Sílvio, como sempre, manteve sua postura fria e distante, sem dar a mínima para as provocações públicas. Isso deixou Lúcia ainda mais irritada. Decidida a fazer com que ele reagisse, ela começou a almoçar com o pretendente todos os dias, garantindo que Sílvio a visse no refeitório da universidade. Em uma dessas ocasiões, ela até colocou comida na boca do outro, bem na frente de Sílvio.E, mesmo assim, ele não deu nenhuma demonstração de ciúmes. Lúcia começou a questionar sua própria atratividade. Será que ele simplesmente não se importava com ela? Desanimada, voltou para o dormitório feminino, sentindo-se completamente derrotada.Assim que ela entrou no quarto, Sílvio apareceu do nada, empurrando-a contra a porta, exatamente como estava fazendo agora. Ele a s