Lúcia pegou o celular e, mais uma vez, fez uma pesquisa rápida sobre Eduardo. De fato, ele estava ligado a algumas empresas, mas nenhuma delas tinha qualquer relação com Sílvio. Talvez fosse apenas um exagero de sua imaginação.Ela guardou o celular e levantou os olhos. Eles ainda estavam conversando. Lúcia, sem paciência para esperar, apertou a buzina para apressá-los.O som da buzina foi alto e estridente, e Lúcia apertou mais de uma vez.Os olhos de Sílvio, frios e calculistas, se voltaram para ela. Sem dizer nada, ele desceu os degraus e caminhou em direção ao carro.O dia estava ensolarado, o que era raro. O sol dourado iluminava Sílvio, destacando sua figura imponente. Ele parecia uma estátua de mármore, impecável, quase divino. Maldito! Mesmo depois de tudo o que ele havia feito, Lúcia ainda se sentia atraída por ele.Ela desviou o olhar, irritada consigo mesma.Sílvio entrou no carro, sentando-se no banco do passageiro, e fechou a porta com um movimento brusco. O ar dentro do
Os olhos de Sílvio, normalmente frios e controlados, de repente ficaram sombrios. Ele apoiou o braço musculoso e sensual na janela do carro, enquanto seus dedos deslizavam pelo queixo com uma expressão de desdém:— Então tenta.A voz dele soou como um aviso, carregada de desprezo.Lúcia já estava sufocada de raiva, e as palavras de Sílvio só pioraram as coisas. Com os olhos marejados, ela mordeu os lábios e respondeu, com a voz trêmula:— Não se arrependa depois, Sílvio.Ela ligou o carro com um movimento brusco e girou o volante com força. O veículo disparou pela estrada, e Lúcia não parava de acelerar. Suas mãos apertavam o volante com tanta força que os dedos ficaram brancos.O vento forte entrava pelas janelas, bagunçando seus longos cabelos negros, que se espalhavam pelo rosto, parecendo uma rede sufocante. O ar entrava com tanta força que dificultava sua respiração, e Lúcia sentia o peito apertado de tanta angústia.Antes da morte de seu pai, ela já era manipulada por Sílvio, cha
Finalmente, o carro parou em frente à Mansão Baptista. Lúcia soltou o cinto de segurança e soltou uma risada sarcástica:— Você pode ter escapado agora, mas não vai escapar para sempre. Sílvio, cuidado quando for dormir à noite. Meus pais podem muito bem voltar para te cobrar o que você fez. Minha mãe, especialmente, não perdoa ninguém.Sílvio levantou o olhar, irritado com o riso irônico dela. Cada palavra que saía da boca de Lúcia parecia ser uma maldição. Ele odiava escutar aquilo. Ela não tinha nada de bom para dizer. Só sabia amaldiçoá-lo.— Sai do carro. — Disse ele, seco.Lúcia abriu a porta, sem olhar para trás, e caminhou em direção à mansão. Sílvio observou-a se afastar e, de repente, sentiu um arrependimento. Ela havia acabado de perder os pais, e seu temperamento explosivo era compreensível. Ele deveria ter sido mais paciente.Então, Sílvio também saiu do carro.Lúcia mal havia entrado no quarto quando ouviu a porta se abrir com força. Era ele.— Sílvio, esta é minha casa
Lúcia se debatia desesperada, tentando escapar dos beijos de Sílvio, desviando o rosto para que ele não a tocasse. Enquanto lutava, xingava sem parar, chamando-o de assassino e rogando pragas, dizendo que ele teria o que merecia.Ela achava que, ao se comportar assim, Sílvio desistiria, perderia a vontade de continuar. Mas estava enganada. O comportamento de Lúcia, em vez de desanimá-lo, só fazia sua raiva crescer.Com um movimento rápido, Sílvio conseguiu capturar os lábios sem cor dela. Na mente de Lúcia, uma imagem repulsiva surgiu: Giovana, aquela mulher, também tinha beijado aqueles lábios. O gosto dela ainda devia estar ali.Que nojo! Ela sentiu uma onda de repulsa. Era imundo!As lágrimas de humilhação começaram a escorrer descontroladamente pelo rosto de Lúcia. Ela lutava com todas as suas forças, mas não conseguia se livrar do beijo de Sílvio. Por que ele estava fazendo isso? Ela já estava sofrendo o suficiente com a morte de seus pais, e agora ele vinha torturá-la dessa mane
No consultório do médico.- Sra. Lúcia, suas células cancerígenas já se espalharam para o fígado. Não há mais o que fazer. Nos dias que lhe restam, coma o que quiser, faça o que desejar, sem arrependimentos.- Quanto tempo eu ainda tenho?- Um mês, no máximo.Lúcia Baptista saiu do hospital. Sem tristeza, sem alegria, pegou o celular e ligou para seu marido, Sílvio. Pensou que, apesar de não estarem mais apaixonados, era necessário contar a ele sobre sua condição terminal.O celular tocou algumas vezes e foi desligado.Ligou novamente, mas já estava na lista de bloqueio.Tentou pelo WhatsApp, mas também estava bloqueada.O amargor em seu coração aumentou. Chegar a esse ponto no casamento era triste e lamentável.Sem desistir, foi à loja e comprou um novo chip, ligando novamente para Sílvio.Desta vez, ele atendeu rapidamente: - Alô, quem fala?- Sou eu. - Lúcia segurava o celular, mordendo os lábios, enquanto o vento cortante batia em seu rosto, como lâminas geladas.A voz do homem no
Lúcia fixava intensamente a foto, com um olhar afiado e sereno, como se quisesse perfurá-la.Ela realmente se arrependia de não ter enxergado a verdadeira natureza das pessoas ao seu redor.Sílvio era seu marido, Giovana era sua melhor amiga, e ambos, que sempre diziam que a retribuiriam, agora a traíam pelas costas, causando-lhe uma dor atroz!A amante se sentia tão no direito de exibir sua conquista na frente da esposa legítima, era uma desfaçatez sem igual!Lúcia era orgulhosa. Mesmo que a família Baptista agora estivesse nas mãos de Sílvio, ela ainda era a única herdeira legítima da família.Giovana não passava de uma aduladora que sempre a seguia, bajulando e tentando agradar.Lúcia bloqueou todas as formas de comunicação com Giovana. Porque ela sabia que Giovana, sozinha, não teria coragem de agir. E Sílvio era a mão que impulsionava as ações de Giovana.Para esperar Sílvio, ela não jantou, apenas tomou o analgésico prescrito pelo médico.O relógio na parede marcava onze horas. L
- Eu vou soltar fogos de artifício por dias e noites no seu funeral para comemorar sua morte! - Disse Sílvio.Ao ouvir isso, o coração de Lúcia, que já estava pendurado por um fio, se despedaçou completamente. Cada pedaço, ensanguentado, parecia impossível de juntar novamente.Era difícil imaginar o quão frio Sílvio poderia ser. Ele desejava sua morte com tanta indiferença, falando com um sorriso sarcástico.- Sílvio, se quer casar com a Giovana, vai ter que esperar eu morrer.O homem que ela havia moldado com suas próprias mãos havia sido seduzido por uma mulher sem escrúpulos. Ela não podia suportar essa humilhação.Se estavam destinados ao inferno, que fossem os três juntos.- Lúcia, ainda vai chegar o dia em que você vai chorar e implorar de joelhos para se divorciar de mim!O olhar penetrante de Sílvio estava frio como gelo. Sem qualquer hesitação, ele bateu a porta ao sair.Aquela noite, ela não conseguiu dormir. Não era por falta de vontade, mas porque simplesmente não conseguia
- Pode ser parcelado? - Lúcia perguntou com a voz trêmula.A funcionária do caixa, com uma expressão fria e acostumada a esse tipo de situação, respondeu: - Somos um hospital particular, não fazemos parcelamento. Ou você transfere seu pai ou providencia o dinheiro.As pessoas na fila atrás dela começaram a revirar os olhos e a reclamar:- Você vai pagar ou não? Se não, sai da frente, estamos esperando.- Exato, está ocupando o lugar à toa.- Se não tem dinheiro, por que veio ao hospital? Vai para casa esperar a morte!Lúcia levantou os olhos levemente e, com um pedido de desculpas, saiu da fila.Ela tinha poucos amigos e pedir dinheiro emprestado era fora de questão.A única pessoa que poderia ajudá-la era Sílvio.Ela ligou, mas ele não atendeu.Mandou uma mensagem: [Assunto urgente, atenda, Presidente Sílvio.]Era a primeira vez que ela o chamava de Presidente Sílvio.Primeira ligação, sem resposta. Segunda, terceira, também não.Ela continuou insistindo, sem desistir, mesmo com o co