Os olhos de Giovana brilhavam, como se estivessem cheios de pequenas estrelas. Ela mal conseguia conter a empolgação e pediu a Arthur que contasse todos os detalhes.Quando ele terminou de explicar, Giovana estava radiante:— Isso é perfeito! Quem disse que o mal não compensa? Nós estamos muito bem, não estamos? Até o destino está do nosso lado! Eu tentei tantas vezes dar um fim em Abelardo, e ele sempre escapava... Mas agora está claro que o deus tinha outros planos. Ele morreu diante de Sílvio, sem ninguém mais por perto. Agora, Sílvio está completamente encrencado! Não importa o que ele faça, não vai conseguir provar sua inocência. E eu, com jeitinho, sussurrando coisas no ouvido dele... Ele vai acabar caindo nos meus braços, sim! Mesmo que eu não consiga conquistá-lo, Lúcia com certeza vai culpar Sílvio por tudo. Com Abelardo e a esposa mortos, não tem mais volta para eles!— Mas Lúcia está mesmo com câncer? — Giovana perguntou, impaciente.Dr. Arthur assentiu:— Sim, e além disso,
Giovana semicerrava os olhos, exibindo um sorriso malicioso:— Quando sua esposa e seu filho já estiverem mortos, aí a gente conversa. Você sabe que eu não vou ficar sendo amante pra sempre, sem nome, sem título. Isso não é moralmente correto, tenho medo de que o céu me castigue.— Você lá tem moral? — Dr. Arthur retrucou, com o cigarro nos lábios, sem perder a oportunidade de provocá-la.Giovana, no entanto, não se ofendeu. Continuou falando sem filtro:— Sua esposa e seu filho estão saudáveis, não é? Não parece que eles vão adoecer ou morrer tão cedo. Então, Arthur, por que não manter as coisas como estão? Não está bom assim?Dr. Arthur tirou o cigarro da boca, ainda pela metade, e o esmagou no cinzeiro. Com uma mão firme, segurou o queixo de Giovana, forçando-a a abrir a boca, e a beijou com intensidade.Giovana mal teve tempo de reagir quando uma densa nuvem de fumaça de segunda mão invadiu seus pulmões. Ela tentou se desvencilhar, torcendo o rosto em desgosto. O cheiro do cigarro,
Assim que Marina saiu, Lúcia chamou um táxi e foi até o escritório de Eduardo.O escritório ficava no coração da cidade, em um dos bairros mais nobres, e era bem maior do que ela esperava. Parecia que Eduardo realmente tinha alcançado o sucesso.O lugar era sofisticado, e o próprio Eduardo tinha uma sala exclusiva, espaçosa e bem decorada. As paredes estavam repletas de cartas de agradecimento de clientes satisfeitos.Lúcia explicou tudo o que queria a Eduardo, que a ouvia com atenção. De vez em quando, ele franzia a testa, outras vezes sorria, e, em certos momentos, seu semblante se tornava sério.Ele fazia perguntas, tirava dúvidas e, quando finalmente terminaram a conversa, Eduardo, com seu terno bem alinhado e gravata impecável, olhou para o relógio e sugeriu:— Lúcia, que tal almoçarmos juntos? Podemos continuar discutindo o caso.— Acho melhor não. Você deve estar muito ocupado. Não quero atrapalhar. — Lúcia hesitou, tentando recusar.Ela precisava voltar logo. Se Marina chegasse
Lúcia ficou satisfeita ao perceber que ele não recusou imediatamente o seu pedido. Ela entendia a situação de Eduardo, afinal, ele era um advogado muito renomado.Se ainda fosse a herdeira da família Baptista, se seus pais ainda estivessem vivos, talvez ela tivesse mais segurança. Mas agora tudo havia mudado. Ela não tinha mais as mesmas cartas na manga, nem o mesmo poder.Além disso, Eduardo nunca havia perdido um caso, e com o poder que Sílvio tinha agora, ela compreendia que Eduardo não tinha por que arriscar sua reputação e carreira enfrentando Sílvio por alguém que, no fim das contas, não significava tanto assim para ele.Se ganhasse, tudo bem, mas se perdesse, Eduardo também sairia prejudicado.Portanto, Lúcia compreendia e respeitava a decisão dele.— Então, agradeço desde já. — Lúcia disse, esboçando um sorriso discreto.Eduardo sorriu de volta:— Nós somos colegas de faculdade, não precisa agradecer. Vamos! Um brinde!Lúcia ergueu seu copo, que estava apenas com água, e brindo
Ele vestia apenas uma camisa preta, com a gravata frouxa no pescoço, e no pulso, um relógio caríssimo. Sob a luz do lustre luxuoso, que brilhava com intensidade, Sílvio parecia ainda mais imponente e refinado. Era como um vinho envelhecido: quanto mais o tempo passava, mais seu charme aumentava.Sílvio estava recostado na cadeira, com ar de tédio, segurando um cigarro entre os dedos. Quando a gerente entrou, rebolando, ele inalou a fumaça e a observou se aproximar, sorrindo de maneira provocante:— Sr. Sílvio, me desculpe pelo atraso. Espero não ter feito você esperar muito.Ela fechou a porta e, sem hesitar, pegou a garrafa de vinho na mesa, servindo uma taça para ele.Sílvio não recusou o vinho que ela lhe ofereceu. Pegou a taça e tomou um gole.A mulher ficou radiante. Para ela, esse era um sinal claro de que Sílvio estava interessado. Homens, afinal, eram todos iguais. Casados ou não, sempre sucumbiam à beleza de uma mulher atraente.Sílvio mal tocou na comida. Embora a mesa estive
“Você ainda não se divorciou, sua esposa ainda está sentada bem aqui!”Lúcia quase disse isso em voz alta, segurando o celular com força. As palavras estavam na ponta da língua, prontas para sair. Mas, afinal, com que direito ela poderia confrontá-lo? Eles eram casados, sim, mas não havia amor entre eles. Além disso, ele era o assassino do pai dela.“Lúcia, você está maluca? Como pode ser tão patética? Este homem é um lixo! Você deveria desejar que ele apodrecesse na prisão, e não sentir ciúmes!” pensou ela, se repreendendo mentalmente.Com esse pensamento, Lúcia voltou à razão e desviou o olhar de Sílvio. Estava cansada demais naquele dia, e não queria começar uma briga com ele, muito menos na frente de Eduardo, seu colega de faculdade. Não seria nada elegante.— Eduardo, vou indo agora. — Disse ela, abrindo um leve sorriso para o homem bem vestido à sua frente, que devolveu o sorriso com cordialidade.O sorriso de Lúcia, que não era para ele, incomodou Sílvio de uma maneira que ele
Lúcia pegou o celular e, mais uma vez, fez uma pesquisa rápida sobre Eduardo. De fato, ele estava ligado a algumas empresas, mas nenhuma delas tinha qualquer relação com Sílvio. Talvez fosse apenas um exagero de sua imaginação.Ela guardou o celular e levantou os olhos. Eles ainda estavam conversando. Lúcia, sem paciência para esperar, apertou a buzina para apressá-los.O som da buzina foi alto e estridente, e Lúcia apertou mais de uma vez.Os olhos de Sílvio, frios e calculistas, se voltaram para ela. Sem dizer nada, ele desceu os degraus e caminhou em direção ao carro.O dia estava ensolarado, o que era raro. O sol dourado iluminava Sílvio, destacando sua figura imponente. Ele parecia uma estátua de mármore, impecável, quase divino. Maldito! Mesmo depois de tudo o que ele havia feito, Lúcia ainda se sentia atraída por ele.Ela desviou o olhar, irritada consigo mesma.Sílvio entrou no carro, sentando-se no banco do passageiro, e fechou a porta com um movimento brusco. O ar dentro do
Os olhos de Sílvio, normalmente frios e controlados, de repente ficaram sombrios. Ele apoiou o braço musculoso e sensual na janela do carro, enquanto seus dedos deslizavam pelo queixo com uma expressão de desdém:— Então tenta.A voz dele soou como um aviso, carregada de desprezo.Lúcia já estava sufocada de raiva, e as palavras de Sílvio só pioraram as coisas. Com os olhos marejados, ela mordeu os lábios e respondeu, com a voz trêmula:— Não se arrependa depois, Sílvio.Ela ligou o carro com um movimento brusco e girou o volante com força. O veículo disparou pela estrada, e Lúcia não parava de acelerar. Suas mãos apertavam o volante com tanta força que os dedos ficaram brancos.O vento forte entrava pelas janelas, bagunçando seus longos cabelos negros, que se espalhavam pelo rosto, parecendo uma rede sufocante. O ar entrava com tanta força que dificultava sua respiração, e Lúcia sentia o peito apertado de tanta angústia.Antes da morte de seu pai, ela já era manipulada por Sílvio, cha