Capítulo 175
Ela o encarava fixamente. Era óbvio que tinha ouvido suas palavras.

Lúcia não se surpreendeu com a resposta dele. Afinal, ele sempre desejou sua morte. Mas ouvir isso repetidamente ainda a machucava.

— Por que não está deitada? O que está fazendo perambulando por aí? — Sílvio perguntou, impaciente.

Ela já estava acostumada com aquele tom de desdém. Continuava repetindo para si mesma que deveria se acostumar, que tudo isso se tornaria rotina.

Desviando o olhar, entrou no banheiro. Com uma mão segurava o soro, e seus passos eram incertos, como se estivesse andando sobre um chão de algodão, um pé alto, outro baixo.

Quase caiu, mas ele foi rápido o suficiente para segurá-la pelo braço.

Lúcia, entretanto, se desvencilhou, olhando para o chão:

— Não preciso da sua falsa preocupação.

Ela entrou no banheiro e fechou a porta.

Sílvio tocou o nariz, riu ironicamente. Falsa preocupação? Ele a tinha trazido ao hospital!

Como Basílio podia dar-lhe um chocolate e ela sorria tão docemente, com olhos
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