A porta do camarote foi fechada.Sílvio se virou e voltou para o sofá.Lúcia fechou os olhos, apertando os punhos, lutando para conter a humilhação que sentia. Ela não tinha mais saída. Os quinhentos mil reais do adiantamento já tinham sido enviados para sua mãe, e ela não tinha como devolver o dinheiro. Além disso, ela precisava desesperadamente de mais dinheiro.Diante da situação, ela não tinha outra escolha a não ser continuar.— Você vai tirar a roupa ou não?Sílvio pegou o copo de vinho que Lúcia lhe havia dado e perguntou, impaciente.— Moça, por que está enrolando? O Sr. Sílvio está ficando impaciente, não percebeu? Vamos, faça direitinho que eu te dou mais dinheiro. — João disse, encarando Lúcia.Leopoldo apertou o pulso de João com mais força, fazendo-o gritar de dor:— Ai, está doendo...— Leopoldo, não seja rude. — Ordenou Sílvio friamente.Leopoldo soltou o pulso de João com desprezo.João massageou o pulso vermelho e inchado:— Tudo bem, tudo bem, eu sei que Leopoldo nã
A mão grande do homem apertava o queixo de Lúcia sem qualquer piedade.Lúcia sentiu as lágrimas se acumularem nos olhos de tanta dor, mas se segurou. Ela não queria parecer tão derrotada na frente dele.— Você não queria tanto tirar a roupa? Agora tem a chance.Sílvio riu de forma desprezível, um sorriso que perfurou o coração de Lúcia. Ele ainda não tinha se cansado de humilhá-la.Lúcia soltou um riso frio, difícil devido à pressão no queixo, um riso que parecia mais um choro:— Sr. Sílvio, eu não estou tirando a roupa para você.A arte de incomodar os outros e dizer coisas duras, ela também sabia fazer.— Então para quem você está tirando?— Com certeza, não é para você.A mão dele apertou ainda mais, fazendo as lágrimas escorrerem dos olhos de Lúcia e caírem no pulso dele, onde usava um relógio.— Você não quer o restante do pagamento? Então eu ligo pro João?Mais uma ameaça, clara e direta.Lúcia, com as mãos trêmulas, puxou o zíper do vestido justo, que caiu aos pés dela.Sílvio v
A mulher diante dele, como uma joia perfeita, se revelava completamente.Há um ano ele não a via assim, nua, na sua frente.Ela emagrecera, mas seu corpo continuava tão sedutor quanto antes.Sílvio sentiu a boca seca, a cabeça tonta. Sacudiu a cabeça, soltou Lúcia e se apoiou na porta.Ele sabia que o efeito da droga estava começando.Mas não esperava que a mulher que João lhe enviara fosse Lúcia.Por isso, ele aceitou a situação e bebeu aquela taça de vinho.Porque foi Lúcia quem lhe entregou a taça.Sílvio segurou a testa. Ele não podia se deixar levar, ela era a filha do inimigo, e ele desprezava a ideia de tocá-la.Lúcia não percebeu o estado alterado de Sílvio.Ela se abaixou, os dedos finos pegando as roupas do chão e vestindo-se rapidamente.Ela só queria sair dali, sair da presença de Sílvio.A saia vinho mal estava em seu corpo, sem nem fechar o zíper.Sílvio a levantou e a jogou sobre o ombro, caminhando em direção ao quarto da suíte.— Sílvio, o que você está fazendo? Me sol
Lúcia sentiu as lágrimas rolarem quando ele a mordeu.Ele era um cachorro?Sílvio, ainda não satisfeito, deu outra mordida, e o sangue escorreu dos lábios dela.Nos últimos dias, ele estava à beira da loucura por causa dessa mulher estúpida.Ela foi a primeira a dizer que gostava dele, a se declarar, a querer casar e passar a vida ao seu lado.Agora, ela queria o divórcio a todo custo.Ela era filha do seu inimigo. Com que direito pedia o divórcio?Ele tinha feito tantas coisas nos bastidores. Abelardo merecia morrer, mas ele ainda pagou cinco milhões pelas despesas médicas.Ela foi ao Bairro das Árvores para investigar a morte dos pais dele e foi seguida por Olga. Ele, de coração mole, mandou Leopoldo para protegê-la em segredo.Caso contrário, ela ainda estaria viva para discutir com ele agora?Essa mulher era realmente uma ingrata, enganando seus sentimentos. Mas, mesmo conhecendo sua verdadeira face, ele ainda se sentia atraído por ela...Sílvio estava em um turbilhão de emoções, r
A voz fria e sarcástica do homem ecoou, e antes que Lúcia pudesse reagir, o celular caiu no chão.Ele a penetrou com força, fazendo Lúcia chorar de dor, mordendo os lábios para não gritar.Não havia necessidade de drama, era apenas um negócio.Sílvio estava sob o efeito de um potente afrodisíaco.Fizeram amor por horas, perdendo a conta de quantas vezes.Antes, ele sempre era muito gentil, temendo machucá-la. Mas agora, tudo havia mudado.Foi uma noite inteira, e Lúcia sentia que ia morrer na cama.Seu fígado parecia ser perfurado por inúmeras agulhas, a dor a fazia se encolher, e as lágrimas borraram sua maquiagem espessa.Mas o homem sobre ela continuava se movendo.Ela segurou o braço dele, cravando as unhas em sua carne: — Sílvio, pode parar? Eu... Eu estou com muita dor.Já era uma noite inteira.Ela não sabia se era pelo cansaço ou pelo câncer se espalhando que sentia tanta dor.Sílvio olhou friamente para as lágrimas no rosto dela e acelerou ainda mais: — O que foi? Cinco milh
Ela precisava contar aquele segredo para ele, senão realmente morreria de dor. — Sílvio, eu não vou...A porta da suíte presidencial foi batida, o celular de Sílvio tocou, ele atendeu e foi abrir a porta.As palavras de Lúcia ficaram presas na garganta como espinhas de peixe.Um minuto depois, Sílvio voltou, jogando um saco de papel na frente dela.O saco bateu em seus dedos, causando uma dormência instantânea.Roupas como suéter e jeans, meias e outros itens caíram do saco, espalhando-se pelo tapete.— Troque de roupa, tire essa maquiagem e vá embora. Se você não tem vergonha, eu tenho.Sílvio jogou um casaco branco sobre o rosto dela e voltou para o banheiro para se lavar.Quando terminou, Lúcia já havia trocado de roupa e foi ao banheiro remover a maquiagem.De repente, a dor no fígado passou, e ela percebeu que não precisava mais contar sobre sua doença, pois sabia que ele não se importaria.Depois de remover a maquiagem, ela saiu do banheiro e Sílvio já não estava mais lá.A cami
Sílvio percebeu de relance aquele pequeno gesto. Ela estava com vontade de vomitar ao vê-lo?O rosto dela estava pálido, tão pálido que não parecia normal, frágil como se pudesse desmoronar a qualquer momento.Sílvio abriu a boca, querendo perguntar o que havia de errado.Lúcia começou a tossir novamente, uma tosse tão forte que parecia que seus pulmões iam sair.Ela pressionava a mão contra a região do fígado, franzindo a testa de dor.— O que houve com você? — Ele finalmente não conseguiu conter a pergunta.A garganta de Lúcia estava cheia de gosto de sangue. Ela deu mais algumas tosses baixas e então levantou os olhos para ele:— Você ainda se importa com o que acontece comigo?— Só estou curioso para saber quando você vai morrer, afinal, o caixão que comprei para você já está guardado há muito tempo.Sílvio queria mostrar preocupação, mas suas palavras saíram distorcidas.Ele não podia se preocupar com ela, muito menos ser bom para ela. O ódio que sentia deveria fazê-lo desejar sua
No hospital, no consultório do médico.Lúcia, diante do médico, abriu o frasco de analgésicos e despejou um punhado de comprimidos brancos na palma da mão, engolindo-os de uma só vez.O médico encheu um copo com água e entregou a ela.Ela pegou o copo, sentindo um gosto amargo na boca, tão amargo que quase a fez vomitar.Rapidamente tomou um gole de água para engolir os comprimidos brancos que estavam em sua boca, só depois de dois copos de água o amargor começou a desaparecer.O médico observava seu rosto pálido, suas sobrancelhas franzidas se aprofundando ainda mais.— Srta. Lúcia, sua condição está se agravando. Uma única dose de analgésico não está mais surtindo efeito, será necessário dobrar a quantidade. Vou prescrever mais alguns frascos, por favor, não os perca. A situação está muito crítica desta vez.— Obrigada, doutor.Lúcia pegou os frascos de analgésicos, deu um sorriso fraco, fechou as tampas e colocou os três frascos dentro da sua bolsa.— Eu ainda recomendo que você con