Após a Minha Morte, o Ex Beijou Meu Cadáver com Lágrimas
Após a Minha Morte, o Ex Beijou Meu Cadáver com Lágrimas
Por: Lua Vermelha
Capítulo 1
Assim que viu o presente enviado pelo artesão, Conor finalmente pareceu lembrar de mim, que há dias não aparecia.

— Clara não tem aparecido estes dias para fazer confusão, não é? Será que finalmente se aquietou? — Ele comentou, franzindo a testa por um instante antes de voltar a conferir o embrulho que receberam. — Ela sempre foi muito mimada. Só passando por algum sufoco para aprender a se comportar.

Um de seus subordinados pigarreou com a voz cautelosa:

— Alfa, me desculpe, mas a Luna... Ela ainda está presa dentro daquele poço.

A mão de Conor, que segurava a pena, parou por um segundo. Em seguida, ele disfarçou a expressão e respondeu com aparente indiferença:

— Eu achei que ela tivesse finalmente aprendido a ficar quieta. Então que fique lá mais alguns dias, para tirar uma lição de tudo isso.

O subordinado hesitou, com o olhar preocupado:

— Mas, Alfa... Já faz dias que não escutamos nem um ruído. E o cheiro que vem de lá é horrível. Não gostaria de verificar a situação dela?

Conor deu de ombros, sem demonstrar interesse.

— Ela deve estar fingindo fraqueza para nos obrigar a soltá-la. Além disso, levando em conta a personalidade dela, aposto que todas as cobras venenosas do poço já foram mortas por ela e provavelmente usadas como refeição. Isso com certeza gera um mau cheiro, não é?

O subordinado quis insistir, mas foi bruscamente interrompido por Conor:

— Chega! Antes do meu baile de aniversário amanhã, vou mandar tirar ela de lá. Se ela se mostrar arrependida e implorar perdão a Belinda, estou disposto a deixá-la livre desta vez.

Conor então conferiu o relógio de bolso, ignorando por completo o olhar aflito do subordinado que ainda queria protestar. Em seguida, se levantou para receber Belinda, que vinha retornando de uma consulta com a médica.

— Doutora, como está a saúde de Belinda? — Ele perguntou, com ar preocupado.

Com um sorriso, a mulher guardou discretamente as moedas de ouro que Belinda lhe havia entregado.

Tossindo levemente, Belinda tombou de modo frágil nos braços de Conor.

— Alfa, eu já me sinto bem melhor. Não precisa carregar a culpa pelas faltas da Luna.

Conor a encarou com preocupação e comentou:

— Você é boa demais. Fique tranquila, eu castiguei Clara severamente. Ela nunca mais vai se atrever a desrespeitar você.

Enquanto os dois trocavam olhares de afeto, posicionada atrás deles, soltei um riso baixo que ninguém percebeu.

De fato, eu não poderia mais fazer nada contra Belinda. Afinal, eu já estava morta.

Após quase duas semanas de dor e sufoco dentro daquele poço, meu corpo se rendeu. Na hora da morte, eu sequer tive o privilégio de me deitar.

O espaço era tão estreito que mal conseguia sentar.

Como não bebi água por muitos dias, meu pelo caiu gradualmente, e a pele exposta ficou enrugada e encolhida. Cobras venenosas rastejavam pelo meu corpo, e vermes se espalhavam devorando minha carne em festa.

No momento em que minha alma flutuou para fora, nem ousei olhar para o poço novamente.
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App