Antes que ela pudesse raciocinar sobre o que iria acontecer, Taylor a beijou. Foi um beijo convencional, mais um arrepio percorreu todo o seu corpo. O toque dos lábios firmes pareceu despertar algo que estava adormecido dentro dela, mesmo sabendo que ele fazia apenas o que era esperado de um homem que se casaria no dia seguinte. O contato foi breve e Taylor endireitou o corpo imediatamente.— Você pode fazer melhor que isso — brincou Katarina.— É claro — ele respondeu, acariciando o rosto de Ashilley. — Mais não diante de uma plateia. Se quiserem romances, leiam meus livros.— Qualquer um pode fazer isso — reclamou Margô. — Nós queremos informações mais secretas. Por exemplo, onde vão passar a lua-de-mel? Ainda não perguntamos a "Sheyla".— Receio que nossa lua-de-mel tenha que ser adiada. Não podemos deixar Yahren no momento.— Não deixe que ele a engane com isso, "Sheyla"— avisou Mônica. — Eles fazem todo o tipo de promessa antes de casar e só nos dão desculpas depois. Faça
— Casamentos não são tão irreversíveis hoje em dia.— "Sheyla"! Que jeito de falar na véspera de seu casamento! — Mônica sorriu, compreensiva. — É apenas a velha síndrome da armadilha de que eu estava lhe falando.Ashilley percebeu que aquela era uma boa ocasião para construir as bases da futura anulação, que Mônica pensaria ser um divórcio.— Você tem que admitir que vários casamentos não dão certo.— O de vocês vai dar. Qualquer pessoa pode ver que estão apaixonados.— Isso não é suficiente para manter uma relação. Você já deve ter visto Taylor se apaixonar por várias mulheres e, depois, descobrir que não gostava delas tanto quanto imaginava.— Não era amor e ele nunca fingiu que fosse. "Sheylla", espero que você não o esteja condenando pelas mulheres que teve no passado.— Não, claro que não.— O que ele sente por você é mais do que atração física. É por isso que eu sei que o casamento vai durar. Nunca vi Taylor tão... protetor, tão cuidadoso com alguém.— Sim, eu sei.— U
— Não preciso de nada para me ajudar a lembrar de você — falou.O dedo de Taylor continuava a trilha torturante em torno da corrente de platina.— Mesmo assim, eu gostaria que você ficasse com ele.— Não posso aceitar. — As mãos de Ashilley apertaram o lençol, tentando juntar toda a força de vontade. — Como eu explicaria a Ravier?O brilho sumiu dos olhos de Taylor, deixando-os frios. Ele baixou a mão e levantou-se.— Nunca pensou em lhe dizer a verdade? — Ao ver que ela não respondia, ele sorriu com ironia. — Não daria certo. Políticos não estão acostumados a lidar com a verdade, não é?Ashilley permaneceu imóvel na cama, observando o futuro marido sair chateado do quarto. Mais do que qualquer coisa no mundo, ela queria chamar ele de volta, abraçar ele com força e dizer que o amava muito e que estava apaixonada. Admitia, por fim, o que não podia mais negar.Porém, obrigou-se a ficar quieta, pois sabia que não poderia esperar nada daquela situação a não ser a dor.Conforme se a
— E quem você vai fingir que eu sou?— É difícil fazer uma escolha — ele respondeu, com um sorriso maldoso.Ashilley estremeu ao perceber a pouca importância que Travis dava às inúmeras mulheres que haviam passado pela vida dele.Talvez um homem como ele não estivesse tempo de aprender a amar.— O que vocês dois estão fazendo juntos? — A voz de Mônica interrompeu a tensão. Ela atravessava o gramado em direção a eles. — Não sabem que dá azar o noivo ver a noiva antes do casamento?Taylor virou-se para recebê-la.— Nós não somos supersticiosos. Acreditamos em construir nossa própria sorte.— Certo, mas se o padre não aparecer ou um dos convidados ficar bêbado e cair no bolo, não digam que eu não avisei. — Mônica voltou-se para Ashilley. — Como está a noiva hoje?— Combativa — Taylor respondeu por ela, com rapidez.— O que eu disse? É esta a razão pela qual o casal não deve se ver. Se começarem a brigar e cancelarem o casamento, as únicas pessoas satisfeitas serão os comerciante
Foi a cerimônia mais bonita que ela já tinha ouvido. As palavras solenes que a uniam ao homem a quem amava a tocaram profundamente. Suas respostas foram hesitantes apenas por saber que elas não significavam o mesmo para Taylor.O padre pediu as alianças e Ashilley estendeu a mão à espera do anel de ouro. Em vez disso, porém, Taylor colocou em seu dedo uma reluzente aliança de brilhantes que a deixou surpresa por alguns momentos, até compreender que aquilo também fazia parte da cena. Taylor era muito rico e as pessoas estariam esperando que ele lhe desse uma aliança cara. Ela baixou os olhos para disfarçar a dor que lhe oprimia o peito.— Eu os declaro marido e mulher — soou a voz do padre. — Pode beijar a noiva.Taylor segurou-a gentilmente pelos ombros para virá-la em sua direção. Ashiley levantou o rosto, sabendo que aquilo também era parte da representação. Mas quando os lábios dele tocaram os seus, todo o fingimento pareceu desmoronar. O breve beijo que ele lhe deu na casa de M
Uma longa mesa montada no gramado exibia bandejas de pratos frios cercadas por recipientes de prata contendo petiscos quentes. No caso de isso não ser suficiente para a fome, um garçom encontrava-se junto a um grande pedaço de rosbife, fazendo sanduíches em fatias de pão francês.Em uma outra mesa havia champanhe e refrigerantes, juntamente com uma variedade de doces e caixinhas amarradas com fitas, contendo pedaços de bolo. Taylor não esqueceu de nada.Enquanto comiam e bebiam, os convidados comentavam entre risadas que o feliz casal com certeza queria ficar a sós, mas todos estavam relutantes em ver a festa terminar, inclusive Ashiley.Quando o último convidado se despediu, ela se recolheu para sala de estar para não atrapalhar o trabalho dos garçons, que entravam e saíam da cozinha recolhendo a comida e desmontando mesas. Taylor juntou-se a ela alguns minutos depois.— Não foi tão ruim, não é?— Estava tudo perfeito.— Pensei que os convidados fossem ficar a noite inteira. As
Ele observou as emoções que transpareciam no rosto dela, escondendo com cuidado o seu próprio entusiasmo.— Não precisa ser para sempre. Você pode experimentar por alguns meses e ver se gosta.Ashillley voltou a pôr os pés na terra. Era tola em ter esperanças. Ele desejava apenas um romance passageiro.— Está se esquecendo de Ravier? Como eu explicaria a ele?— É interessante que você só se preocupa em explicar sua ausência, mas nunca fala em sentir saudades dele.— É claro que eu sentiria saudades. Nós somos noivos! Taylor sorriu, irônico.— É uma questão de semântica. Você e eu somos casados. Ashilley baixou os olhos. Por um momento, havia se esquecido daquela circunstância.— Você estava pensando em Ravier quando trocamos juramentos no jardim? — ele continuou. — Foi assim que conseguiu representar de maneira tão convincente?— Foi o que você sugeriu esta manhã. E quanto a você? Escolheu uma loira ou uma morena?— Isso importa?— Não. — Ashilley tentou parecer tão indi
"Seria maravilhoso", pensou Ashilley. Gostaria de guardar aquele momento para sempre. Eles poderiam passar todas as manhãs juntos, rindo felizes após uma noite compartilhada de transa e paixão. Se ao menos Taylor a amasse de verdade! Antes de falar, porém, esforçou-se por sorrir com naturalidade, afastando aquele pensamento inútil.— Acredito que você tem uma imaginação estupenda, bem própria de um escritor. Agora, se terminou o café, gostaria de trocar de roupa.— À vontade! — disse Taylor, sem se mover. — Ficarei lendo o jornal.— Leve-o com você.— Assim não tem a menor graça — ele reclamou, levantando-se. — Já que não posso tocá-la, deveria ao menos poder olhá-la. O que vai querer fazer hoje?— Nada.— Ótimo! Encontro-a na piscina.A tarde foi muito mais agradável do que ela esperava. Nadaram e descansaram nas confortáveis espreguiçadeiras almofadadas, comentando as notícias do jornal. De vez em quando Fasha aparecia com uma jarra de suco ou de água.Uma leve e