— E quem você vai fingir que eu sou?— É difícil fazer uma escolha — ele respondeu, com um sorriso maldoso.Ashilley estremeu ao perceber a pouca importância que Travis dava às inúmeras mulheres que haviam passado pela vida dele.Talvez um homem como ele não estivesse tempo de aprender a amar.— O que vocês dois estão fazendo juntos? — A voz de Mônica interrompeu a tensão. Ela atravessava o gramado em direção a eles. — Não sabem que dá azar o noivo ver a noiva antes do casamento?Taylor virou-se para recebê-la.— Nós não somos supersticiosos. Acreditamos em construir nossa própria sorte.— Certo, mas se o padre não aparecer ou um dos convidados ficar bêbado e cair no bolo, não digam que eu não avisei. — Mônica voltou-se para Ashilley. — Como está a noiva hoje?— Combativa — Taylor respondeu por ela, com rapidez.— O que eu disse? É esta a razão pela qual o casal não deve se ver. Se começarem a brigar e cancelarem o casamento, as únicas pessoas satisfeitas serão os comerciante
Foi a cerimônia mais bonita que ela já tinha ouvido. As palavras solenes que a uniam ao homem a quem amava a tocaram profundamente. Suas respostas foram hesitantes apenas por saber que elas não significavam o mesmo para Taylor.O padre pediu as alianças e Ashilley estendeu a mão à espera do anel de ouro. Em vez disso, porém, Taylor colocou em seu dedo uma reluzente aliança de brilhantes que a deixou surpresa por alguns momentos, até compreender que aquilo também fazia parte da cena. Taylor era muito rico e as pessoas estariam esperando que ele lhe desse uma aliança cara. Ela baixou os olhos para disfarçar a dor que lhe oprimia o peito.— Eu os declaro marido e mulher — soou a voz do padre. — Pode beijar a noiva.Taylor segurou-a gentilmente pelos ombros para virá-la em sua direção. Ashiley levantou o rosto, sabendo que aquilo também era parte da representação. Mas quando os lábios dele tocaram os seus, todo o fingimento pareceu desmoronar. O breve beijo que ele lhe deu na casa de M
Uma longa mesa montada no gramado exibia bandejas de pratos frios cercadas por recipientes de prata contendo petiscos quentes. No caso de isso não ser suficiente para a fome, um garçom encontrava-se junto a um grande pedaço de rosbife, fazendo sanduíches em fatias de pão francês.Em uma outra mesa havia champanhe e refrigerantes, juntamente com uma variedade de doces e caixinhas amarradas com fitas, contendo pedaços de bolo. Taylor não esqueceu de nada.Enquanto comiam e bebiam, os convidados comentavam entre risadas que o feliz casal com certeza queria ficar a sós, mas todos estavam relutantes em ver a festa terminar, inclusive Ashiley.Quando o último convidado se despediu, ela se recolheu para sala de estar para não atrapalhar o trabalho dos garçons, que entravam e saíam da cozinha recolhendo a comida e desmontando mesas. Taylor juntou-se a ela alguns minutos depois.— Não foi tão ruim, não é?— Estava tudo perfeito.— Pensei que os convidados fossem ficar a noite inteira. As
Ele observou as emoções que transpareciam no rosto dela, escondendo com cuidado o seu próprio entusiasmo.— Não precisa ser para sempre. Você pode experimentar por alguns meses e ver se gosta.Ashillley voltou a pôr os pés na terra. Era tola em ter esperanças. Ele desejava apenas um romance passageiro.— Está se esquecendo de Ravier? Como eu explicaria a ele?— É interessante que você só se preocupa em explicar sua ausência, mas nunca fala em sentir saudades dele.— É claro que eu sentiria saudades. Nós somos noivos! Taylor sorriu, irônico.— É uma questão de semântica. Você e eu somos casados. Ashilley baixou os olhos. Por um momento, havia se esquecido daquela circunstância.— Você estava pensando em Ravier quando trocamos juramentos no jardim? — ele continuou. — Foi assim que conseguiu representar de maneira tão convincente?— Foi o que você sugeriu esta manhã. E quanto a você? Escolheu uma loira ou uma morena?— Isso importa?— Não. — Ashilley tentou parecer tão indi
"Seria maravilhoso", pensou Ashilley. Gostaria de guardar aquele momento para sempre. Eles poderiam passar todas as manhãs juntos, rindo felizes após uma noite compartilhada de transa e paixão. Se ao menos Taylor a amasse de verdade! Antes de falar, porém, esforçou-se por sorrir com naturalidade, afastando aquele pensamento inútil.— Acredito que você tem uma imaginação estupenda, bem própria de um escritor. Agora, se terminou o café, gostaria de trocar de roupa.— À vontade! — disse Taylor, sem se mover. — Ficarei lendo o jornal.— Leve-o com você.— Assim não tem a menor graça — ele reclamou, levantando-se. — Já que não posso tocá-la, deveria ao menos poder olhá-la. O que vai querer fazer hoje?— Nada.— Ótimo! Encontro-a na piscina.A tarde foi muito mais agradável do que ela esperava. Nadaram e descansaram nas confortáveis espreguiçadeiras almofadadas, comentando as notícias do jornal. De vez em quando Fasha aparecia com uma jarra de suco ou de água.Uma leve e
— Estou indo embora, sr. Hunter — soou a voz de Fasha à porta da varanda. — Deixei o jantar na geladeira.Uma onda de pânico percorreu o corpo de Ashilley, devolvendo-lhe a razão. Ela livrou-se dos braços de Taylor e afastou-se, sem que ele tentasse impedir.— Está bem, Fasha. Até amanhã.Ele respondeu à governanta em tom normal, como se nada estivesse acontecendo. Ashilley, ao contrário, sentia-se ainda totalmente perturbada. Como ele podia controlar as emoções com tanta facilidade? Com certeza, não a desejava tanto quanto parecia segundos atrás. "Será que havia percebido como ela estava perto de ceder?", pensou, envergonhada.Quando Fasha foi embora, Taylor aproximou-se de Ashilley e a abraçou.— E então, onde estávamos?— Você estava me ameaçando de jogar na piscina. Espero que tenha mudado de ideia, porque eu não estou com vontade de nadar — ela respondeu com firmeza, sabendo que suas emoções não resistiriam a um novo ataque.Taylor a encarou em silêncio por um longo m
Ashilley não podia disfarçar a emoção. Ao olhar para a boca de Taylor, seus lábios se abriram sem querer. Queria desesperadamente que ele a beijasse, que deitasse ao seu lado e a possuísse com toda a paixão que lhe transparecia nos olhos.— Você quer que eu fique com você, Ashilley? — ele perguntou, animado pelo ardor que notava no rosto dela.Não havia palavras para expressar o quanto ela queria. Era impossível prolongar mais aquela situação. Que diferença fazia o fato de que o relacionamento não iria durar? Ashilley sabia que nunca deixaria de amar aquele homem.Antes que ela pudesse formular uma resposta, porém, Taylor levantou-se.— Esqueça o que eu disse. Desculpe, Ashilley, isso não voltará a acontecer.Ela o observou indo embora, sem ter coragem de chamá-lo de volta. "Será possível que ele não percebia que todas as dúvidas haviam desaparecido? Sentia vontade de gritar por ser tão passiva! Devia ter dito a ele que o desejava!", recriminou-se.A onda de paixão foi se abranda
Uma olhada para Taylor foi o suficiente para ver que ele estava zangado. Era a primeira vez que lhe falava naquele tom de voz, mas ela fez por merecer. Sem conhecer-lhe os verdadeiros sentimentos, Taylor deveria pensar que ela se divertia em provocá-lo.Ashilley esforçou-se para conter as lágrimas e baixou os olhos para esconder a tristeza.— Desculpe — murmurou.— Está tudo bem. — Ele segurou as mãos dela com firmeza. — Eu sei que tudo isso é enervante. Vou dar alguns telefonemas amanhã e tentar apressar meus informantes.Mantenha o pensamento positivo e esse problema acabará logo.Apenas ela sabia que aquilo nunca iria terminar...Quando o telefone tocou logo cedo na manhã seguinte, Ashilley teve um curioso pressentimento de que algo importante estava para acontecer. Talvez fossem notícias de Will! Vestiu um robe e correu para a sala.A esperança desapareceu ao ver Taylor acomodado na escrivaninha, rindo com o fone no ouvido. Devia ser algum amigo.Ele levantou os olhos ao vê