"Seria maravilhoso", pensou Ashilley. Gostaria de guardar aquele momento para sempre. Eles poderiam passar todas as manhãs juntos, rindo felizes após uma noite compartilhada de transa e paixão. Se ao menos Taylor a amasse de verdade! Antes de falar, porém, esforçou-se por sorrir com naturalidade, afastando aquele pensamento inútil.— Acredito que você tem uma imaginação estupenda, bem própria de um escritor. Agora, se terminou o café, gostaria de trocar de roupa.— À vontade! — disse Taylor, sem se mover. — Ficarei lendo o jornal.— Leve-o com você.— Assim não tem a menor graça — ele reclamou, levantando-se. — Já que não posso tocá-la, deveria ao menos poder olhá-la. O que vai querer fazer hoje?— Nada.— Ótimo! Encontro-a na piscina.A tarde foi muito mais agradável do que ela esperava. Nadaram e descansaram nas confortáveis espreguiçadeiras almofadadas, comentando as notícias do jornal. De vez em quando Fasha aparecia com uma jarra de suco ou de água.Uma leve e
— Estou indo embora, sr. Hunter — soou a voz de Fasha à porta da varanda. — Deixei o jantar na geladeira.Uma onda de pânico percorreu o corpo de Ashilley, devolvendo-lhe a razão. Ela livrou-se dos braços de Taylor e afastou-se, sem que ele tentasse impedir.— Está bem, Fasha. Até amanhã.Ele respondeu à governanta em tom normal, como se nada estivesse acontecendo. Ashilley, ao contrário, sentia-se ainda totalmente perturbada. Como ele podia controlar as emoções com tanta facilidade? Com certeza, não a desejava tanto quanto parecia segundos atrás. "Será que havia percebido como ela estava perto de ceder?", pensou, envergonhada.Quando Fasha foi embora, Taylor aproximou-se de Ashilley e a abraçou.— E então, onde estávamos?— Você estava me ameaçando de jogar na piscina. Espero que tenha mudado de ideia, porque eu não estou com vontade de nadar — ela respondeu com firmeza, sabendo que suas emoções não resistiriam a um novo ataque.Taylor a encarou em silêncio por um longo m
Ashilley não podia disfarçar a emoção. Ao olhar para a boca de Taylor, seus lábios se abriram sem querer. Queria desesperadamente que ele a beijasse, que deitasse ao seu lado e a possuísse com toda a paixão que lhe transparecia nos olhos.— Você quer que eu fique com você, Ashilley? — ele perguntou, animado pelo ardor que notava no rosto dela.Não havia palavras para expressar o quanto ela queria. Era impossível prolongar mais aquela situação. Que diferença fazia o fato de que o relacionamento não iria durar? Ashilley sabia que nunca deixaria de amar aquele homem.Antes que ela pudesse formular uma resposta, porém, Taylor levantou-se.— Esqueça o que eu disse. Desculpe, Ashilley, isso não voltará a acontecer.Ela o observou indo embora, sem ter coragem de chamá-lo de volta. "Será possível que ele não percebia que todas as dúvidas haviam desaparecido? Sentia vontade de gritar por ser tão passiva! Devia ter dito a ele que o desejava!", recriminou-se.A onda de paixão foi se abranda
Uma olhada para Taylor foi o suficiente para ver que ele estava zangado. Era a primeira vez que lhe falava naquele tom de voz, mas ela fez por merecer. Sem conhecer-lhe os verdadeiros sentimentos, Taylor deveria pensar que ela se divertia em provocá-lo.Ashilley esforçou-se para conter as lágrimas e baixou os olhos para esconder a tristeza.— Desculpe — murmurou.— Está tudo bem. — Ele segurou as mãos dela com firmeza. — Eu sei que tudo isso é enervante. Vou dar alguns telefonemas amanhã e tentar apressar meus informantes.Mantenha o pensamento positivo e esse problema acabará logo.Apenas ela sabia que aquilo nunca iria terminar...Quando o telefone tocou logo cedo na manhã seguinte, Ashilley teve um curioso pressentimento de que algo importante estava para acontecer. Talvez fossem notícias de Will! Vestiu um robe e correu para a sala.A esperança desapareceu ao ver Taylor acomodado na escrivaninha, rindo com o fone no ouvido. Devia ser algum amigo.Ele levantou os olhos ao vê
— Parece que vamos ser companheiros de quarto. O seu ou o meu?Não havia uma escolha plausível. Qualquer solução seria insatisfatória para Ashilley.— Nenhum dos dois tem camas de solteiro.— Eu sei. Veja pelo lado melhor: é apenas uma semana.— E como vamos fazer? Dormir em turnos? — ela perguntou, irritada.— Sei lá! — Ele se levantou e começou a andar pela sala com um ar aborrecido. — Daremos um jeito.O fato de perceber Taylor tão infeliz com a situação fez com que Ashilley ficasse ainda mais brava.— Acho que estamos exagerando — ela disse, decidida. — Já que tem que ser assim, não há razão para não compartilharmos uma cama de uma maneira perfeitamente civilizada.— Se você pensa mesmo que nós poderíamos dormir na mesma cama sem que eu fizesse amor com você, deve estar ficando maluca! — explodiu Taylor. Quando a angústia no peito de Ashilley começava a diluir-se, ele acrescentou. — E essa é a última coisa que pretendo fazer!Ela empalideceu e seus olhos verdes começaram
A mão forte de Taylor cobriu a de Ashilley, no local onde ela apertava a poltrona.— "Sheyla é uma antiquária. Quando eu descobri como ela possuía conhecimentos a respeito do assunto, convidei-a para me ajudar em algumas pesquisas. — Ele voltou-se para a esposa com um sorriso especial. — No fim, trabalhamos muito pouco. Nós nos apaixonamos depressa, não é, querida?— É verdade — ela respondeu, lembrando-se da história que haviam inventado.— Eu sempre achei que quando a garota certa aparecesse você a reconheceria — comentou Walter.— Ele experimentou bastante enquanto ela não aparecia. — Kelly dirigiu um olhar cínico para Ashilley. — Ou você é muito ingênua ou é uma tola otimista. Solteirões convictos não mudam, apenas aprendem a ser discretos.— Eu não sabia que você tinha mudado das fofocas para os conselhos sentimentais. — Taylor Trincou os dentes em uma tentativa de sorriso. — Deve ser por isso que a taxa de divórcios tem aumentado tanto.— Eu não causo divórcios, apenas os
— Ele deve ter ficado sóbrio algumas vezes depois do casamento. Por que continua com ela?— Eu já lhe disse que Kelly é a terceira esposa dele. — Taylor desabotoou a camisa e puxou-a para fora da calça. — O pobre Walter não tem muita sorte com mulheres.— Cometer o mesmo erro três vezes não é nada admirável, mas não acho que mereça uma sentença de prisão perpétua. Será que o suicídio não seria mais fácil?— O casamento deles não é tão ruim quanto parece. Ela é louca por ele, embora isso não seja muito fácil de perceber.— Então como ela pode humilhá-lo em público? E não é só com Walter. É inacreditável a maneira como ela pisa nos sentimentos das pessoas. Nunca conheci uma mulher tão egocêntrica.— Na verdade, ela é muito insegura. Kelly fez carreira e tornou-se famosa às custas de muito sacrifício e por isso não confia em ninguém. Ela tem pavor de perder a posição e o conforto que lutou tanto para conquistar.— Você parece bastante tolerante para um homem que estava cuspindo fog
Ashilley ficou em silêncio durante todo o caminho para casa, mas desandou em uma torrente nervosa de palavras assim que ela e Taylor entraram no quarto e fecharam a porta.— O restaurante em que jantamos hoje é maravilhoso! Muito melhor do que aquele onde fomos com Mônica e Tedy. É claro que o tipo de comida era muito diferente, portanto, talvez, a comparação não seja justa. Mesmo assim, achei o jantar fantástico, não concorda?Taylor havia tirado a gravata e desabotoava o colarinho. Olhou-a e sorriu, divertido.— Isso é mais do que você disse a noite toda. — Ashilley fez um esforço para parecer calma.— Não é fácil falar na presença de Kelly. Eu estava com essas opiniões guardadas, esperando um momento para me expressar.— É isso mesmo, Ashilley?— É claro. Eu... — Ela parou ao notar a futilidade daquilo. Não estava mesmo enganando Taylor. — O que vamos fazer agora? Ele tirou a camisa e caminhou para o closet.— Sugiro que tenhamos uma boa noit